NOVA AMBER: http://weheartit.com/entry/26777456

Acordei no outro dia ás oito da manhã para poder arrumar minhas coisas. Empacotei tudo que eu podia levar e joguei dentro de uma malinha. Procurei algumas coisas uteis como livros, ipod, lanches etc. Quando deram dez horas estava tudo pronto e fiquei sentada na cama esperando a Tracy.
– Ola! – ela disse abrindo a porta com a chave que eu a tinha dado há algumas semanas. – Nem estou acreditando que vou com você! – Fiquei feliz por ela ser minha amiga. Me arrependi de todas as vezes que a chamei de perseguidora, ela estava apenas sendo amigável, mas eu há muito tempo não sabia o que era isso.
– Estou muito feliz que você vai comigo. – eu disse a abraçando. – Se formos logo chegaremos mais cedo. – Digo pegando minhas coisas e indo em direção ao elevador. Ela me segue com sua mala três vezes maior que a minha.
– Será que trouxe muita coisa? –ela pergunta preocupada.
– Relaxa, é que eu tenho roupas lá... não preciso levar muita coisa. – ela assente e sorri. Chegamos à garagem e abro meu carro para colocar as malas. Quando tudo esta acomodado e nós duas sentadas nos bancos da frente dou partida a uma viagem de 3 horas. A maioria do caminho, vamos cantando clássicos e às vezes parando para recitar algum poema. Tracy ,assim como eu, é apaixonada por literatura. Formávamos uma bela dupla, ao contrario de mim e Celine. Ela era totalmente voltada para as biológicas e provavelmente estava fazendo algum curso de medicina. Nunca tínhamos conversado sobre livro algum. Afastei essas lembranças de minha mente e me foquei na estrada. Quando faltava apenas meia hora de viagem, paramos em um posto para checar a aparência. Nos arrumamos e compramos uns lanchinhos.
– Tomara que eu conheça algum garoto bonito – Tracy diz colocando um chiclete na boca. – Quem sabe, Lynn! – ela diz quando vê minha cara descrença.
– Tudo bem... – eu digo revirando os olhos. – me da um. – digo apontando para o chiclete, ela me passa.
– Você não parece gostar de vim pra cá. –ela diz hesitante.
– É, não tenho muitos amigos. - digo dando de ombros.
– Porque? Você é tão sociável quando quer. – ela disse me encarando.
– Nenhum deles estava lá quando eu mais precisei. – eu expliquei dando fim a historia.
– Saiba que eu vou estar. – ela diz depois de um tempo, levei alguns segundos para entender. – Vou estar ao seu lado quando precisar.
– Sei que estará. – digo sorrindo para ela. – Chegamos. – digo quando passamos por uma plaquinha informando a nossa chegada. Tracy da pulinhos no banco enquanto passamos pela rua principal. Ela absorve tudo com o olhar, até que dez minutos depois chegamos a nossa casa. Era uma casa de dois andares muito espaçosa com três quartos. Respirei e senti o cheiro de casa, da minha casa.
– Que lugar maravilhoso! – minha amiga disse pulando do carro. Pude ver minha mãe abrindo a porta e vindo até mim, mas minha irmã foi mais rápida e a ultrapassou pulando em cima de mim.
– AMBER! – ela disse agarrada a mim, eu a abracei de volta e disse:
– Trouxe seus doces favoritos. – ela da um sorriso.
– Não precisa falar assim comigo, não sou mais criança. – ela diz cruzando os braços.
– OH, desculpe. Prometo que não falo mais assim- e selo um acordo de dedinho com ela. Abraço minha mãe forte e chamo Tracy.
– Mãe, essa é minha amiga, Tracy. – digo a empurrando para frente.
– Ola, tudo bem?- ela diz envergonhada e dando um abraço sem jeito em minha mãe. Poline, minha irmã, a abraça gentilmente.
– Se você é amiga da Amber, também é minha. – ela fala abrindo o saco de doces.
– Amber? – Tracy solta, me fazendo lembrar que ela me conhece como Lynn.
– err, meu nome é Amber Lynn. Só que lá em Londres preferi que vocês me chamassem assim para me distanciar um pouquinho daqui. – explico.
– Até hoje não sei porque. – minha mãe resmunga pegando a mala de Tracy que estava confusa. – Venha, vou te mostrar o quarto da Amber... Lynn, sei lá! – então minha amiga desaparece pela porta. Vou até o carro pegar minhas coisas, quando fecho as portas paro um pouco para olhar a extensão da rua. Era ali a apenas 3 casa que a Celine morava. Fiquei por alguns instantes ali, parada observando sua casa. Me lembrando de tudo que tínhamos passado. Até que ela aparece pela porta, provavelmente saindo para o shopping ou algo assim por estar vestida muito bem. Seus cabelos ruivos cobrem todo seu ombro, ela estava no celular. Quando entrava no carro ela me pegou olhando. Ela desligou o celular e ficou me encarando do outro lado da rua com a porta do carro aberta. Fiquei sem reação, então ouço minha irmã gritar por mim, me fazendo desviar o olhar. Vou até a sala querendo saber o que ela queria, mas ela não responde de volta. Corro para a varanda, mas seu carro já esta desaparecendo de vista.