Fui até o orelhão por estar sem celular e disquei o número da casa de Harry que sabia de cor até hoje. Depois de um tempo uma garota atendeu.

- Alo? – então logo reconheci, era Gemma, irmã de Harry. Nós costumávamos ser grandes amigas na adolescência, mas assim que acabamos eu comecei a ignora-la, pois ela me lembrava muito Harry.

- Gemma? – falei apreensiva. – O Harry ta por ai? – ela pareceu ficar sem reação e gaguejou.

- Amber? – ela tinha reconhecido minha voz mesmo depois de 4 anos.  – Não acredito. Pensei que nunca mais ouviria essa voz.

- Eu pensei o mesmo. – eu disse e um silencio tomou conta da ligação.

- Ta procurando o Harry? – ela perguntou surpresa. – Estou realmente por fora das novidades dessa família. Desde quando isso ta rolando? – ela deu uma risada.

- Não ta rolando nada... ainda. Por isso preciso que me diga onde está o Harry. – ela riu de novo e respondeu:

- Amb, acho que ele foi na praça...

- Obrigada... a propósito, me desculpa.

- Pelo que? – ela disse sem entender.

- Desculpa por ter simplesmente parado de falar com você. Você era muito importante.

- Tudo bem, eu entendo. Você precisava de tempo. Só que agora já tem  tempo demais, por isso vamos nos encontrar amanha.

- Ok, vou correr até a praça!

- Boa sorte! Eu torço muito por vocês dois!– ela gritou e eu desliguei o telefone. Foi  uma das vezes em que corri mais rápido em toda minha vida. Assim que cheguei na praça eu estava super ofegante. Ele se assustaria em me ver assim. Dei algumas voltas e não o achei, até que vi um garoto com cachos bem definidos e um sorriso perfeito. Sorri comigo mesma e andei até ele. Vi que Harry tinha saído de uma loja, mas não queria ver mais nada. Me foquei nele e sem perceber eu estava correndo de novo. Então me joguei em seus braços e o beijei. Ali mesmo, no meio da rua. Ele envolveu seus braços em minha cintura e retribuiu cheio de entusiasmo.

- Eu estava errada, não quero ser sua amiga. – falei sorrindo. – Acho que esta na hora de viver sem se preocupar com o futuro.

- Você tem certeza? – ele disse ainda sorrindo.

- A única certeza que eu tenho é que eu amo você, sempre amei.

- Isso é o suficiente. – ele falou e me beijou mais uma vez. Estar naqueles braços me fazia feliz de um jeito que nunca fui antes. Queria ter aquele momento para sempre em minha memória. – Eu preciso te dizer que eu sinto muito. Eu engolindo o meu orgulho na sua frente pedindo desculpas por aquela noite e você sabe que eu não dou o braço a torcer. É que eu volto para aquela noite toda hora. Se eu pudesse voltaria no tempo e faria tudo certo.Esses dias com você em fizeram perceber que a liberdade não passa de saudades de você.Então você me desculpa?

-Eu te desculpo. Éramos apenas duas crianças tentando descobrir como viver do nosso próprio jeito. Estávamos ocupados vivendo um sonho. Que esquecemos que estar juntos estava acima de tudo. E que podíamos realizar todos os nossos sonhos juntos.  – eu disse sorrindo e o abraçando pela cintura.- Só que acima de tudo eu me desculpo.Percebi que Lynn é alguém que eu criei, mas eu sou a Amber. Eu quero correr atrás de meu sonho com você ao meu lado. Mais ninguém.

-Nós tínhamos o tempo contra e quilômetros entre nós. Eu sei que te deixei sem palavras, mas agora eu vejo meu futuro em você. –ele falou e me beijou mais uma vez só que dessa vez no nariz, como nos velhos tempos.

- O que você tava fazendo? – perguntei entrelaçando minha mão com a dele e andando sem rumo.

- Eu fiquei pensando desde que você foi embora lá de casa e vim até aqui pegar umas coisas para um presente.- como é? Ele tava planejando em me encontrar?

- Quer dizer que você ia pedir pra voltar? Eu vou ganhar um presente? – falei parando bruscamente.

- Eu ia, mas você foi mais rápida! Então eu não preciso dar o presente. –cruzei os braços.

- Não é? – me virei para seu lado oposto e ele me puxou para perto.

- To brincando, mas nem se iluda. Não é nada demais. Na verdade fui eu que fiz. – abri um sorriso.

- É o que eu to pensando? – falei abrindo a boca. Ele apenas assentiu e tirou do bolso uma pulseira feita a mão escrito “hope”.Quando namorávamos nós sempre fazíamos pulseiras a mão por isso aquilo significava muito para mim. – Esperança?

- É, era para fazer pressão em você. – ele disse sem graça. – Você gostou?

- Ta falando sério? Isso é melhor do que qualquer presente que você iria me comprar. É lindo. – eu o abracei carinhosamente e ele me ajudou a colocar em meu braço. – Eu não tive tempo de fazer nada. – falei envergonhada. – eu queria te encontrar, não queria ficar mais nenhum minuto sem você. – eu disse e ele apenas sorriu e pegou minha mão novamente.

- Ta com fome? – ele perguntou, pois sabia que eu amava comer.

- Eu to...- falei me lembrando que da ultima vez que tinha comido era umas três da tarde na livraria.

- Nosso primeiro encontro em quatro anos. – ele disse entrando no restaurante que tínhamos comido pela primeira vez juntos.

- Você sabe né...- eu comecei enquanto me sentava, mas ele me interrompeu.

- Que esse foi o lugar onde tivemos nosso primeiro encontro. – ele falou lendo minha mente e sorrindo do outro lado da mesa. – Eu não me esqueci de nada. – então ele fez os pedidos e ficamos um bom tempo apenas nos olhando.

- Eu acho que suas fãs vão me odiar. – eu ri- acabei de dizer que não queria nada com você...

- Não se preocupe com isso agora. – ele disse pegando na minha mão. Depois de um tempo ele disse – quero ler seus textos.

- Você vai, eu prometo. – eu pensei em quais eu liberaria. – tem um que você nunca leu, e eu escrevi quando namorávamos.

- Porque não me mostrou na época? – ele perguntou.

- Não sei... não estava pronta. – eu disse e peguei meu celular e comecei a ler.

“Nosso amor não nasceu de uma paixão a primeira vista. Na verdade a primeira vez que o vi não ocorreu nada. Nenhuma faísca, meu coração não bateu mais forte como todo mundo diz que acontece, nem perdi meu fôlego. Apesar de ter ficado interessada eu queria mesmo é conhecer você. Descobrir todos os seus segredos e ter você todo pra mim, porque você era uma pessoal incrível. Você é totalmente o oposto que pensei que seria. Você tinha aquela imagem de garanhão e eu era apenas uma garota cheia de sonhos, mal eu sabia que você também era. Acho que foi assim que nos encontramos. Em meio de tantos sonhos, descobrimos que fazíamos parte de um sonho só. O nosso. O sonho de nosso amor.Sem perceber você foi invadindo meus pensamentos sem pedir permissão. Com você eu não me senti nervosa, eu era eu mesma. Não escondi nada. Você conheceu cada parte de minha alma. E eu a sua. Somos predestinados a ter um futuro cheio de sonhos realizados. E para sempre cada batida do meu coração vai ser em função das suas, porque mesmo separados fisicamente estaremos juntos em nossos sonhos, que são infinitos”

Quando levantei a cabeça para ver a reação de Harry ele estava chorando. Então ele se levantou antes que eu pudesse falar algo e me beijou. Só que a comida chegou e ele se sentou.

- Foi um dos melhores. – ele disse beliscando de sua comida.

- Obrigada. – eu falei sorrindo. – Eu sei que não isso não vem ao caso, mas quando eu liguei pra sua casa para perguntar se eu podia falar com você, sua irmã que atendeu. – eu disse me divertindo.

- Sério? Ela disse o que? – ele levantou as sobrancelhas.

- Que você não contava nada pra ela mesmo, porque achou que nunca mais ia ouvir minha voz. – eu dei uma risadinha e comi de meu prato.

- Boboca... eu sempre disse pra ela que eu iria reencontrar você.

- Acho que ela não colocou muita fé, mas nem eu coloquei. Não culpo ela.

- Em todos esses anos você não pensou que um dia iria voltar comigo? – ele perguntou de boca cheia e eu neguei com a cabeça.

- Eu te odiava. – dei de ombros. – Na verdade eu não odiava... eu tinha magoa. Só hoje eu percebo isso. – Larguei os talheres na mesa. – eu preciso confessar que vi todos os programas do XFactor escondida. E que votei milhares de vezes em vocês. – ele pareceu surpreso, mas apenas sorriu.

- Você ouviu nosso CD? – ele perguntou.

- Ouvi. Na verdade eu tenho ele. O meu Up All Night está na ultima gaveta do meu quarto em Londres em baixo de várias revistas.- ele balançou a cabeça sem acreditar.

- Pra quem me odiava... – eu dei um tapa nele.

- Eu estava curiosa. – falei me defendendo.

- Com o que? – ele perguntou rindo.

- Você podia falar sobre mim... que nem você fez na entrevista para uma radio na semana passada.

- Você ouviu aquilo?!- ele disse se exaltando.

- Aham... cada palavra. –ele parecia não acreditar.

- Voltando ao assunto que a senhorita fugiu... quer dizer que você sabe nossas músicas?

- Confesso que sei cantar todas. – eu me envergonhei.

- Gotta Be You? – eu assenti. – Ainda bem… fui eu que escrevi… para você. – PARA TUDO ELE TINHA ESCRITO UMA MÚSICA PARA MIM! MEU DEUS, PARECIA QUE FOGOS DE ARTIFICIOS ESTAVAM EXPLODINDO EM MINHA BARRIGA.

- ta brincando? – ele negou acabando de comer. – Vamos pagar e dar o fora daqui. – Harry ficou surpreso com minha proposta, mas não negou e  jogou uma nota de 100 dólares na mesa e nos levantamos.

- pra onde vamos? – ele disse quando chegamos a calçada.

- Harry, eu aprendi a aproveitar cada momento. Vamos fazer com que essa noite seja inesquecível.-  eu falei pegando sua mão e colocando em meu coração. – Ta vendo como ele ta batendo forte?

- Amb... é o que eu to pensando? – ele disse cuidadosamente .Eu apenas assenti, pois eu sabia lá dentro que ele era o que me completava.- Você ainda é?- eu assenti de novo.- Eu.. eu não... – eu não deixei ele completar e coloquei meu dedo em sua boca.

- Eu sei... não importa. – então fomos andando aproveitando cada segundo, pois como Celine havia dito a noite mal havia começado.