Eu moro em uma cidade pequena e tranquila, minha escola fica a cinco quarteirões de onde eu moro. Estava andando de bicicleta pela vizinhança, aproveitando a manhã ensolarada. Sempre dou voltas de bicicleta pelo bairro ou as vezes vou ao parque, enquanto andava tranquila algo chamou minha atenção, um garoto loiro de olhos intensamente azuis passava pela rua correndo enquanto ia batucando um tambor.

Encarei-o por um momento e logo o reconheci, ele mora no mesmo bairro que eu, se chama Kurt, Kurt Cobain, assim como eu ele tinha 9 anos, estudamos na mesma escola, porém em turmas diferentes. Ele é conhecido por toda a escola por ser o mais agitado, hiperativo a arteiro do lugar.

Continuei seguindo meu caminho e depois de mais algumas pedaladas, voltei para casa, ao chegar, já era hora do almoço, logo depois de me alimentar, fui logo me trocar, vestindo meu uniforme, já estava na hora de ir para a escola. Fui indo para a escola até alguém passar correndo por mim, empurrando-me.

— Desculpa! – falou ainda correndo, olhou brevemente para mim, vi que era Kurt, ele era sempre assim, sorri brevemente e continuei seguindo rumo a escola, cheguei na hora exata, entrei na sala e me sentei no lugar de sempre, e logo a professora , Lili entra na sala

— Boa tarde alunos! – falou com a suposta animação de sempre

— Boa tarde! – todos nós respondemos, só então percebi que havia um garoto na porta da sala.

— Bom alunos tenho um comunicado à fazer – fez uma pausa puxando o garoto para dentro da sala – Este é Kurt Cobain, durante a reunião de professores decidimos que seria melhor se ele fosse transferido para esta turma – Lili falou enquanto isso alguns encaravam o garoto e outros já estava a murmúrios pela sala – Então Kurt seja bem vindo – o garoto encarava a todos despreocupado – Tem um lugar vago atrás da Alyssa – apontou em minha direção, ele então se aproximou de mim indo em direção à carteira de trás.

Assim que tocou o sinal anunciando o término da aula ele saiu em disparada, assim como uns outros garotos da sala, assim que terminei de guardar meus materiais percebi que Kurt havia esquecido um caderno em sua mesa, peguei-o e por curiosidade o abri foleando algumas páginas, nas ultimas paginas encontrei vários desenhos, de guitarras e de guitarristas, fechei o caderno guardando-o para lhe devolver no dia seguinte. Voltei para casa, já era quase hora do jantar, assisti um pouco de televisão e logo depois fui dormir.

Assim que acordei fui logo tomar meu café-da-manha para depois ir brincar um pouco no parquinho. Foi correndo até lá, e ao chegar foi direto para a gangorra, havia várias crianças ali brincando.

— Hey! – ouvi alguém gritar e ao olhar vi que era Kurt ele veio correndo na minha direção e se sentou na gangorra ao lado – Você é a...

— Alyssa, Alyssa Williams – falei, ele logo sorriu

— Eu sou Kurt Cobain – ele falou – Você por acaso viu se eu deixei um caderno ontem na sala?

— Ah vi sim, eu guardei-o, hoje eu levo pra você – respondi me lembrando

— Muito obrigado – sorriu – quer que te empurre? – ele falou apontando pra gangorra

— Claro – respondi e assim o fez – Ah tá bom chega! – ele continuou empurrando cada vez mais

— Não entendi é pra continuar – ele falou gargalhando, me aproveitei para parar e descer

— Não tem graça! – falei com raiva

— Fala isso porque você não viu sua cara de medo – ele riu sentando-se na gangorra e eu empurrei-o o mais alto que pude e quando ele estava bem alto pulou lá de cima, olhei rapidamente rindo, Kurt adorava fazer brincadeiras arriscadas – Vai lá dessa vez não vou te empurrar tão alto – falou com um sorriso, era perceptível que ele o faria, mas mesmo assim resolvi ir. E como imaginava ele me empurrou ainda mais forte, gritei para que parasse, o problema foi que comecei a escorregar e cai de lá de cima batendo forme meu joelho.

— AI – gritei com lágrimas nos olhos e Kurt correu até mim preocupado

— Você tá sangrando – falou assustado apontando pro meu joelho – Vem você comigo – ele falou me ajudando a levantar ele segurou minha mão levando-me para uma pequena casinha onde ficavam os bebedouros, lá Kurt pegou um pouco de água e colocou no meu joelho, senti arder ainda mais.

— Ai! – falei empurrando para que parasse

— Desculpa Alyssa, não queria que você se machucasse – falou me encarando com olhar arrependido, apenas lhe lancei um olhar com raiva e deixando-o, ele tentou conversar comigo e depois de muita insistência me levou até em casa.