Sangue Winchester escrita por N Baptista


Capítulo 5
Curiosa




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Na manhã de quinta-feira apenas Sam foi para a escola de Natale, tinha dado no jornal que mais duas garotas tinham desaparecido durante a noite e ele forçou o irmão a investigar já que “não estava levando a história da Natale a sério”.

Dean achava que tudo aquilo era pura bobagem, eles não lidavam com seqüestradores, mas foi falar com as famílias das vítimas. Não parecia ter nada de incomum no caso, a não ser que a única coisa em comum entre as vítimas era terem desaparecido em seus aniversários de 16 anos, isso sim chamou a atenção do caçador, mas não se parecia com qualquer coisa que eles tivessem caçado antes.

* * *

Diário da Natale

Só Jake foi pra escola hoje e não deu pistas do paradeiro de Will. Ele estava bem menos discreto, me olhava fixamente (cheguei a sentir medo), mas não disse nada, parecia preocupado. Os únicos momentos em que ele desviava o olhar era para ver as horas, o que estava fazendo muito (até parecia um de nós, louco para que a aula acabasse). Finalmente tocou o sinal e eu estava livre para ir pra casa, Jake correu para o lado de fora e parecia com pressa, mas não encontrou o que procurava, ele se sentou e pegou o celular.

* * *

Quando Sam saiu da sala de aula, não encontrou o Impala esperando e estava ficando nervoso com isso, foi quando Samuel apareceu para ele:

- Ela não pode me ver, mas está curiosa com você – Disse o Arcanjo – Guarda o celular e vem comigo, o Dean está aqui perto e a Natale vai seguir você.

Dito e feito, quando Sam saiu andando, a menina foi tomada pela curiosidade e esqueceu todo o bom-senso, seguiu Sam após o cruzamento e continuou até o fim da rua, ela se escondeu atrás de uma lixeira quando viu que estavam se aproximando do Impala preto. Não havia ninguém no carro, mas Sam entrou pela porta do passageiro e ficou mexendo no porta-luvas para tentar ocupar a cabeça e não revelar à Natale que já sabia de sua presença. A garota ouviu passos às suas costas e uma voz conhecida falou:

- Não sabe que é feio espiar?

Natale deu um salto e se pôs de pé diante do rosto sorridente de Dean:

- Me desculpe – A garota gaguejou e Dean foi andando para o carro.

* * *

Diário da Natale

Não sei o que me deu naquele momento, talvez tenha sido o pânico, talvez a curiosidade, só sei que depois de ser pega em flagrante, eu não sai correndo como deveria ter feito, ao invés disso segui Will até o carro, não pensei direito quando ele abriu a porta pra mim, eu só fui entrando, e por mais que o meu subconsciente berrasse que aquela era uma péssima idéia, eu não consegui me controlar.

Quando a carona terminou e eles pararam em frente ao meu prédio, eu agradeci de qualquer jeito e  me joguei dentro do elevador (devo ter apertado o botão umas trinta vezes pelo menos), tomei um susto com o meu reflexo no espelho, eu estava pálida e meu coração batia no ritmo de bateria de escola de samba.

Entrei no apartamento e taquei a minha mochila no sofá, ela acabou ligando a televisão e estava tendo uma entrevista com a família de uma das garotas que sumiu (normalmente eu não prestaria atenção, mas...), nos fundos conversando com o irmão da vítima estava alguém que me parecia familiar... Ele estava de costas, mas quando se virou não havia dúvida de que era o Will.

 Eu corri para o computador e comecei a pesquisar os desaparecimentos, eles não eram só parecidos e sim iguais. Aqui tem as melhores casas de festas da região, então é normal que tantas garotas quisessem comemorar os seus aniversários nessa cidade, mas só sumiram garotas de 16 anos, e nem todas foram no dia da festa e sim no dia do aniversário mesmo. Não usavam o mesmo bufê, nem o mesmo salão, e a maioria não se conhecia.

Eu já sabia a onde Will esteve durante a manhã, mas não conseguia entender o envolvimento dele nisso tudo (e pra dizer a verdade, me dava medo pensar que há menos de meia hora eu estava dentro de um carro com dois homens que conheci no início da semana, passavam as noites de plantão em frente ao meu prédio, e podiam ter alguma coisa a ver com os seqüestros.)

* * *

- Eu não esperava que ela entrasse no carro – Disse Sam ao irmão quando eles chegaram ao motel.

- Eu também não – Respondeu Dean – Você sairia correndo.

- Eu nunca fui medroso Dean!

- Ta bem, eu finjo que acredito.

Sam bufou e entrou no banheiro, quando saiu encontrou o irmão jogado na cama pensativo:

- O que descobriu sobre as garotas? – Sam perguntou finalmente.

- Eu acho que tem mesmo a ver com o 4... Já foram 15 meninas... O que será que vai acontecer quando chegar a 16? – Ele estava sério e com um olhar vazio.

- Acho que está na hora de falarmos com Samuel – Disse Sam.

- E como vamos fazer ele aparecer?

- Do mesmo jeito que o Cass.

- Você pirou Sammy? Ele não ta nem ai pra gente, só vai aparecer se a Natale pedir.

- Ela tem aula hoje a tarde – Sam caminhava pelo quarto pensativo e Dean o olhava confuso – Talvez ele apareça se estivermos com ela.

Dean não pôs muita fé no plano, mas por falta de opções concordou em tentar. Eles passaram a tarde inteira esperando a garota sair do prédio, mas nada acontecia, ela não foi a escola naquela tarde.

* * *

Diário da Natale

Matei as aulas da tarde porque não estava com cabeça pra isso, eu tinha saído de casa sem almoço para tentar ver o que mais eu descobria sobre os nossos “vigias de turma”, rodei a cidade com um ônibus atrás do outro (e admito que a curiosidade sai cara, a minha mesada foi toda embora), mas eles pareciam não existir, ninguém tinha ouvido falar neles, nem no ministério da educação, e nem na polícia, eu fui falar com a família da reportagem e o rapaz que conversou com Will me contou que “aquele cara era do FBI” e depois ficou meia hora falando de como doía não saber a onde estava a sua irmã.

Já no fim da tarde eu estava no último ônibus, explodindo de dor de cabeça e tentando decifrar esse “código Da Vinci” quando nos aproximamos da parada perto de casa. Desci decepcionada e mais confusa do que antes. Quando virei a esquina, dei de cara com o Impala e a primeira coisa que veio na minha cabeça foi correr, atravessei a rua de qualquer jeito e ouvi uma buzina se aproximar, alguma coisa me tirou do meio da rua e eu vi o rosto de um homem loiro que eu não conhecia, mas me parecia familiar. Depois disso eu apaguei.


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Notas finais do capítulo

A história pode ficar com uma cara diferente agora que a Natale também conta o que aconteceu, mas espero que gostem.



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