Sangue Winchester escrita por N Baptista


Capítulo 13
Depois do pôr do sol




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/216240/chapter/13

O sol já tinha nascido, mas ainda era cedo, Sam e Dean conversavam enquanto Natale dormia profundamente naquele quarto de motel:

- Será que ela está bem? – Sam olhava para a sobrinha.

- Ela é uma garota forte. – Respondeu Dean indo até a janela.

- Deve estar sendo difícil de entender...

- O que tem pra entender Sammy? A criatura estava descendo o rio e ficou presa no lago por causa da barragem.

- Não é isso Dean... É que foi a Natale quem matou o boto, isso pode ser bem marcante... Além do mais não foi você quem conversou com ela nos últimos dias.

- Pra mim ela parece bem. – Dean encerrou a conversa.

Eles ficaram um momento em silêncio, e Sam puxou para perto de si o jornal que estava em cima da mesa:

- Você tem que dar uma olhada nisso. – Ele mostrou o jornal para Dean.

Depois de ler a notícia o mais velho disse:

- Parece um dos nossos. É melhor investigar.

- Acordamos a Natale? – Perguntou Sam na inocência.

- Não – Dean se pôs entre o irmão e a cama da filha – Ela passou a noite acordada lendo o diário que VOCÊ entregou a ela, além do mais não era você quem estava tão preocupado com ela? Já vai colocar a garota em outro caso?

Sam virou de costas para que o irmão não visse o seu sorriso (a verdade é que ele tinha gostado de ver Dean preocupado com a menina), os dois saíram de mancinho e partiram com o Impala.

Eles entraram no laboratório do legista com o típico disfarce do FBI, havia o corpo de uma mulher na gaveta que foi aberta:

- No relatório você disse que ela morreu de hemorragia? – Disse Dean.

- E foi o que aconteceu – Respondeu o legista – Como podem ver, tanto no corpo quanto no prontuário, ela estava grávida, mas quando abrimos para a autópsia... Vejam vocês mesmos.

Ele mostrou que o útero estava completamente vazio:

- Poderíamos fazer vista grossa e dizer que tinha sido gravidez psicológica, mas hoje de manhã...

Ele tirou o lençol que cobria um corpo em cima da mesa de ferro, e revelou outra mulher exatamente na mesma situação que a primeira.

No carro, os Winchesters fizeram um debate confuso sobre o que tinham visto, mas não entravam em acordo sobre o que teria causado. Dean foi o primeiro a cruzar a porta do quarto e recebeu uma travesseirada no rosto:

- Isso é por terem me deixado pra trás. – Gritou Natale.

- Nós só fomos comprar o café da manhã. – Alegou Dean desamassando o nariz.

- Os dois?

- Pois é. – Ele continuou com a farsa.

- E a onde está?

Dean olhou ao redor buscando uma saída, mas viu que estava encurralado.

- Está bem – Sam se rendeu – Fomos dar uma olhada em um caso.

Dean se virou para o irmão com um olhar recriminador:

- Poderiam ter me avisado – Natale largou os travesseiros – Mas ao invés disso preferiram me deixar aqui como se não fosse perceber.

- Você ainda está traumatizada por ter matado o boto cor de rosa, não está pronta para outro caso. – Dean foi até a geladeira e pegou uma cerveja.

- Acho que eu posso decidir isso. – Disse Natale tirando a garrafa das mãos de Dean e colocando em cima da mesa.

- Ou, Sam... Não vai falar nada?

- Se vira Dean. Nessa cena eu sou só figurante.

- Vocês são mesmo cheios de graça – Natale foi andando em direção ao banheiro – Mas não esqueçam quem foi a peça chave para resolver os dois últimas casos.

Dean se apoiou na porta fechada do banheiro e falou alto para que a garota escutasse do outro lado:

- Certo você resolveu dois casos. Agora quer fazer o favor de contar quantos nós resolvemos sozinhos?

Natale abriu a porta e ele quase caiu:

- Eu não sou inútil – Ela estava apontando a escova de cabelo para ele – Se tenho que fazer parte dessa droga de vida, o mínimo que vocês podem fazer é confiar em mim.

- Duas mulheres apareceram mortas – Sam se manifestou – Ambas estavam grávidas, ambas estavam ocas. Como se explica isso?

- Esse é o caso? – Natale murchou.

Dean concordou com a cabeça e todos ficaram em silêncio. Sam pegou o computador para ver o que encontrava e Dean tentou ligar para o Bobby.

* * *

Diário da Natale

Tenho que admitir que fiquei sem graça de ter pirado com os dois só por terem me deixado aqui, mas a verdade é que a ideia de ser deixada para trás depois de tudo o que eu passei, tudo o que eu estou passando e saber tudo o que eu vou passar, é uma ideia insuportável.

Tinha um livraria não muito longe do motel em que estávamos, então pedi permissão para ir até lá esfriar a cabeça ( mas depois da cena da escova, Dean não me diria não).

Passei direto pela sessão de literatura juvenil que é a onde normalmente perco horas, fui direto para mitologia, pensei que seria bom tirar as minhas próprias conclusões sobre o caso (e se eu conseguisse resolver esse mistério, quem sabe o Dean não esquecia que eu disse que essa vida era uma droga). Pode parecer doideira, mas existem mais de 500 criaturas capazes de causar aquelas “barrigas de vento”, uma em especial me chamou atenção, era a Aswang,uma criatura meio bruxa meio vampiro que fazia altas coisas, e uma delas era comer fetos dentro das barrigas das mães, geralmente não causa a morte das mães, mas eu já tinha cismado com esse bicho (é melhor parar de ler antes que eu acabe pensando que toda a mulher que passa por mim na rua é uma Aswang).

 Voltei para o motel e fui surpreendida por Dean que me perguntou:

- Quer ir comigo caçar informações?

Eu concordei, lógico, mas tinha certeza que o Sam que tinha obrigado ele a fazer isso:

- Têm algumas criaturas que engravidam através do sonho, talvez a criança não tenha se tornado real e ele está tentando várias vezes.

A teoria de Dean embora fizesse todo o sentido do mundo, para mim parecia uma coisa absurda:

- E se for uma coisa diferente – Arrisquei – E se for uma criatura que é capaz de comer as crianças ainda dentro do corpo da mãe...

- A onde você leu sobre os Aswangs?

- Na livraria. – Gaguejei.

- Não está errado – Ele me tranquilizou – Antigamente eles faziam isso mesmo, mas acontece que eles não são tão difíceis de matar, tudo o que pensam que funciona contra vampiros como estacas de madeira e alho, na verdade são armas contra os Aswangs, por isso já faz séculos que eles mudaram o cardápio para carne morta. Seu restaurante favorito é o cemitério.

Me senti como se o Dean tivesse acabado de cortar as minhas asas, e ele percebeu:

- Quer saber – Ele encostou o carro – Vamos dar uma olhada no cemitério, essas criaturas costumam colocar troncos no lugar dos corpos, se encontrarmos alguma coisa assim, pode ser que você esteja certa e eles tenham decidido variar a refeição.

Voltamos para o motel e depois do almoço arrastamos o Sam com a gente até o cemitério, ele repetia que era loucura, a final o que pretendíamos, cavar todos os túmulos?

Quando atravessei o portão senti um arrepio, não pensei que fosse entrar em um cemitério tão cedo depois do que aconteceu no meu aniversário, mas o que uma teimosa não faz pra provar que está certa?

Dean disse o que precisávamos, estávamos procurando por túmulos que não fossem recentes, mas estivessem com a terra remexida. Não foi uma tarefa simples, mas ao final da tarde tínhamos encontrado cinco túmulos assim, e todos provavam a minha teoria (senti mais medo do que orgulho).

* * *

O sol já estava se pondo quando eles terminaram de repor a terra dos túmulos, estavam indo em direção ao carro quando:

- Socorro! Alguém me ajude. Por favor.

Dean mando Natale entrar no carro e foi imediatamente obedecido, depois ele e Sam correram em direção à voz que gritava tão desesperada, eles encontraram uma mulher grávida, que estava tentando se esconder entre algumas lápides.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sangue Winchester" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.