Boulevard Of Broken Songs (Glee x GG) escrita por CrisPossamai


Capítulo 17
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Notas iniciais do capítulo

Depois de ter os planos frustrados, Nate Archibald toma uma decisão surpreendente e acaba arrastando Sugar e Sam em sua busca. Nem todos os caminhos, necessariamente, levam a um destino.



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Era uma idiotice tremenda misturar a despedida de Quinn, Puck, Rachel e Kurt com tamanho acervo alcoólico. Não foi de se surpreender que a última ideia da noite fosse tão estúpida quanto invadir o colégio. Pular o muro fora a parte mais calma da empreitada, que ainda envolveria arrombar uma janela na diretoria, invadir o refeitório e avançar descontroladamente para o auditório. Os instrumentos espalhados pelo palco são tocados displicentemente e as gargalhadas ecoam pelo recinto. Sam, mais enlouquecido que o bad boy, sugere uma partida de basquete e a maioria dos adolescentes debanda atrás. Nate permanece, afinal, poderia ser a última oportunidade de tocar piano para ela. Não sabia bem o motivo, porém, Quinn não movera nenhum músculo, como se esperara por uma atitude sua e a única ação que conseguiu cogitar era sentar-se na banquete e tocar. A primeira canção que veio em sua mente não poderia ser mais precisa. You Belong to me, Bob Dylan. Sugar, que implicava pela iminente partida de Rory para a Irlanda, é tirada praticamente a força por Santana e Brittany para não atrapalhar a possível reconciliação do casal.

Veja as pirâmides ao longo do Nilo

Assista ao amanhecer numa ilha tropical

Apenas se lembre o tempo todo

Você me pertence

Veja o mercado na velha Angiers

Mande-me fotografias e lembranças

Apenas se lembre: quando um sonho aparecer

Você me pertence

Na metade da canção, a loira se acomoda ao lado no banco diante do instrumento e quando a letra é encerrada, as palavras são esquecidas. Os dois se encaram e o abraço é automático. Beijos são trocados até o retorno alucinado de Sam e a inesperada frase “Pensa rápido, Nate”. A reação do nova-iorquino é socar a bola, que se perde na platéia e logo, os gritos de Mercedes com o irresponsável namorado são ouvidos. O loiro se desculpa e ao reforçar o pedido para a partida é enxotado pela negra. Quinn ri horrores pela cena inacreditável e se levanta, dando a entender que se encaminharia para a quadra. Repentinamente, Nate a segura gentilmente pela mão e lhe traz novamente para seus braços. Outro beijo acontece, os olhares são significativos e mesmo que as respirações estivessem descompassadas, a separação era necessária. O casal ainda estaria frente a frente por algumas horas, contudo, nada mais ocorreria de romântico. Finn e Sam se encubem de levar o embriagado encrenqueiro para a casa em segurança e Quinn aproveita a carona oferecida por Mike, Matt e Tina. Era um adeus, temporário, entretanto, continuava sendo um adeus.

E estarei tão sozinho sem você

Talvez você também estará solitária

Voe o oceano num avião prateado

Veja a selva quando está molhada pela chuva

Apenas se lembre: até estar em casa novamente

Você me pertence

A última a se despedir de Lima foi Santana, que prorrogou ao máximo a estadia ao lado da namorada. Com um estoque infindável de tequila, os remanescentes do Clube Glee perderam a cabeça cerca de treze dias depois. A homenageada ultrapassou os próprios limites e precisou ser acordada para não entrar em coma alcoólico. Ao ser despertada pelo jovem Archibald, a latina quase lhe espancou e cuspiu verdades doidas para o único formado que continuaria preso na cidadezinha do interior.

_ Eu te odeio, sabia playboyzinho? – ela dispara e o rapaz apenas ri pela agressão gratuita – É sério, eu te odeio por me fazer torcer pelo namoro com a Quinn e agora, simplesmente, terminarem! Não sei se é a tequila ou o sono, mas, eu ainda acho que vocês deveriam estar juntos! – o berro quase ensurdece o rapaz, que sorri de canto.

_ Vou aceitar isso como um elogio, Santana. Eu sinto a falta dela e... Estranhamente, também vou sentir a sua. – a garota vira outra dose e ri bobamente.

_ Então, faça alguma coisa, carinha de Nova Iorque! Todo mundo ta progredindo na vida, eu mesma vou para Louisiana amanhã, e o que você vai fazer?

O que você vai fazer?”. O pensamento impregnou os pensamentos dele ao ponto de ignorar completamente os chamados de Blake naquela tarde de domingo vadeando na pista de skate. Um punhado de salgadinhos salpicam nos cabelos do rapaz, que finalmente percebe as risadas e a conversa a sua volta. Michael e Blake caçoam da distração e Sam tenta justificar a apatia alegando a tremenda ressaca da festa de adeus a antiga capitã das lideres de torcida. Blake reclama pela ausência em outra badalação e reafirma aos amigos que se inscreveriam no coral tão logo retornassem as aulas. Com a cabeça latejando pelo falatório, o nova-iorquino apanha o skate, coloca os fones nos ouvidos e liga o som no volume máximo. As manobras mais ousadas arrancam assobios e palmas do quarteto e Sam se anima para arriscar as primeiras acrobacias do dia. O estranho ruído é ouvido e Charlie apanha o celular no bolso da calça. As gozações começam pela excentricidade do alarme e aumentam pelo tom carinho ao atender a ligação. Blake estapeia a cabeça do amigo e se apossa do pacote de salgadinhos.

_ Aposto dez dólares que é a Aylin e que ele vai sair correndo para encontrá-la.  

_ Deixa o cara curtir o namoro, cara! – releva Sam ao sair da pista se jogar no banco ao lado dos adolescentes.

_ Pelo menos, o Charlie tem com quem passar o tempo. Essas férias tão sendo um tédio! – reclama Michael, dando o último gole em seu refrigerante. O calor na cidade beirava o insuportável.

_ Yeah! Vocês vão trabalhar o verão inteiro?

_ Entramos de férias na próxima semana, mas, não faz diferença para mim. Meus pais estão passeando no Canadá e tenho que encontrar um teto! – a algazarra é silenciada e a explicação é plausível – Kurt se mudou para Nova Iorque, Finn vai fazer a pré-temporada lá e Burt e Carole passam mais tempo na capital do que em casa. Eu não seria idiota de continuar lá, não é?

_ Minha irmã divide um apartamento com amigas em Cincinnati e temos um quarto vago. Você poderia ficar lá por um tempo. – comenta Charlie após desligar – E yeah... Era mesmo Aylin. O pai dela viajou para outra construção e a mãe permitiu uma ida rápida ao Breadstix. – as risadas ecoam pelo local – Fala sério, caras! O verão não facilitou em nada a nossa vida... E tenho que passar aproveitar tempo com a minha garota, certo? – o nova-iorquino aprova a decisão – E parece que a Nellie estará lá também, o que acha Blake?

_ Acho que eu posso te dar uma carona até o Breadstix! – o trio debocha pela correria dos amigos em direção ao único ponto decente de diversão.

_ Eu preciso urgentemente arrumar uma namorada, sabe? – filosofa Michael arrancando mais risos da dupla veterana – Esses dois passaram as férias correndo atrás das garotas.

_ E o seu lance com aquela menina da minha festa de formatura? Harmony, certo?

_ Harmony? Ela competiu contra a gente nas Seletivas, não foi? Ela era a vocalista principal do Unitards! Ela era poderia ser de muita ajuda neste ano! – cogita o loiro – Ei, como ela foi parar na sua festa de formatura, Archibald? – o nova-iorquino dá de ombros.

_ Metade de Lima apareceu naquela festa e a outra metade ainda reclama por não ter ido, cara. – a dupla ri – E é, a gente ficou e tem conversado pelo Facebook, mas, ela ta sempre dizendo que ta focada na carreira artística...Ela é muito esquisita, entendem?

_ É, sei. Uma espécie de miniatura de Rachel Berry, né? – Nate solta a piadinha que faz os amigos rolarem de rir. Absolutamente, era a definição perfeita para Harmony Geller.

A antiga integrante do coral Unitards pretendia se transferir para o Willian Mckinley devido a excelente reputação conquistada com o título nacional e a entrada da solista principal na Academia de Artes Dramáticas de Nova Iorque. Mesmo a aceitação de Kurt no curso Artes Cênicas da Universidade da Cidade de Nova Iorque era algo fantástico. Outras adolescentes empolgadas a testar suas vozes no Clube Glee eram as calouras Aylin e Nellie, colegas de classe do trio da equipe de basquete. Filha de um muçulmano conversador e de mãe mais liberal, Aylin usufruía das muitas viagens a trabalho do “homem da casa” para levar uma rotina mais normal para os seus dezesseis anos. Desde a mudança para Ohio, a garota tentava se adaptar à cidade e desejava secretamente se unir as badaladas cheerios. Entretanto, era algo impossível mesmo para a mente mais aberta da mãe. Por isso, a disposição para encarar uma audição no coral soava mais realista e algo que a colocaria ainda mais perto do quase namorado. Apesar da atual posição de melhor amiga, o estilo de Nellie ainda era uma incógnita. A garota criada em uma simpática família do Centro de Lima, fazia questão de passar despercebida. A liberdade que faltava a uma era ignorada pela outra. Mesmo se escondendo do mundo, Blake tinha reparada nela. O bom humor atrelado a completa inocência em assuntos mais íntimos garantia a diversão nas aulas mais entediantes. Desta forma, o atleta avançava aos poucos para embalar o romance definitivamente.

Mercedes arrebentava em Los Angeles e ainda teria a companhia do antigo colega Matt Rutherford, cotado como promessa das pistas, na Ucla. Obviamente, os milhares de quilômetros resultaram no rompimento e agora, Sam aproveitava as primeiras 78 horas da folga em mergulhos na piscina da casa de Sugar, drinques e pizzas no Breadstix, horas no videogame e tardes de sol escaldante ajudando na obra de ampliação da garagem da residência de Cooter Mankins. Em resumo, nada de mais.

O loiro batucava na mesa do Breadstix, ocupada por Nate, Sugar, Tina, Artie e Rory, que lamentava pelo fim de sua estadia no país, especialmente, por não ter realizado seus maiores desejos: conhecer a Estatua da Liberdade e a Disney.

_ Uau! Isso é inacreditável, Rory. Você tem todos esses lugares mapeados? – Tina se impressiona pelo trabalho preciso do amigo.

_ Sim, quando eu soube que viria para cá, fiz o máximo que pude para organizar todos os pontos dos Estados Unidos que eu queria conhecer. – explica o irlandês.

_ Sério? Me deixa ver... Excelente trabalho, cara! Quando você vai embora? – o único formado se mostra interessado.

_ Em 12 dias pego avião até Nova Iorque, depois a conexão direta para a Irlanda.

A ideia surge na mente do nova-iorquino e ganha força ao ser compartilhada com Sam, que coloca seu carro inteiramente a disposição. A proposta incendeia o jovem irlandês, entretanto, encontra imensa resistência em Sugar. Como assim perder o namorado antes da hora? A insana sugestão do loiro para que ela lhes acompanhasse é loucamente aceita e o inexplicável ocorre exatamente 48 horas depois. Sam estaciona diante da casa da treinadora Beiste para apanhar o último integrante daquela empreitada maluca. O objetivo era seguir o mapa de Rory de Lima à Nova Iorque e visitar o máximo de lugares em dez dias na estrada. Totalmente on the road.

Sugar Motta: Na estrada rumo a Nova Iorque com Nate Archibald, Sam Evans e Rory Flanagan. Quem diria?

Artie Abrams, Tina Cohen-Chang, Blaine Anderson e outras 35 pessoas curtiram isso.

Jenny Humphrey: Vocês estão dirigindo para cá, Sugar? Que sensacional!

Sam Evans: Parando para pegar Nate Archibald e colocamos o pé na estrada! A manhã ta ensolarada, música boa no rádio e a estrada pela frente... Quem diria, Sugar?

Jenny Humphrey, Kurt Hummel, Rachel Berry e outras 18 pessoas curtiram isso.

Dan Humphrey: Isso daria uma ótima história! Registrem tudo desta viagem, caras!

Kurt Hummel: Morrendo lentamente de inveja! Quando chegarem em NY, nos avisem! Queremos saber todos os detalhes desta louca viagem!

Sugar Motta: Eu pretendo publicar a cada parada, pessoal! Façam meu facebook bombar, combinado?

Finn Hudson, Noah Puckerman, Rachel Berry e outras 24 pessoas curtiram isso.

Santana Lopez: Bocão, playboyzinho, leprechaun e a gralha me surpreenderam! Vocês recuperaram um terço do meu respeito depois dessa!

Blair Waldorf: São quase 900 quilometros até Nova Iorque e mais 130 km até New Haven, entendeu Nate? Yale precisa estar nesse seu roteirinho maluco de viagem!

Nate Archibald, Mercedes Jones, Quinn Fabray e outras 63 pessoas curtiram isso.

Nate Archibald: Não está, mas, posso encaixar depois de deixar Rory no aeroporto. A manhã ta ensolarada, música boa no rádio e a estrada pela frente... Quem diria, Sugar?

Blair Waldorf, Quinn Fabray, Rachel Berry e outras 78 pessoas curtiram isso.

Havia sol, vento e algum mistério no início da viagem. Todos puderam perceber que aquilo seria uma grande saga nebulosa. “Iupi”, gritou Sugar. “Lá vamos nós”, Sam inclinou-se sobre o volante e deu a partida; estava de volta a seu elemento natural, qualquer um podia perceber. Ficaram maravilhados, perceberam que estavam deixando para trás toda a confusao e o absurdo, desempenhando a unica função nobre da juventude: mover-se. E estavam se movendo! Passaram como um raio pelas misteriosas placas brancas, que em algum lugar na noite, dizem Sul (com uma flecha) e Oeste (com outra flecha), e pegaram o caminho que apontava o mapa do irlandês, que reluzia de felicidade. Do calor insuportável e interiorano de Lima, nos confins rejeitados da América, e daí para o Oeste. Rory ia no banco de trás com Sugar, Sam e Nate sentavam na frente e todos mantinham uma conversação calorosa sobre a graça e a alegria de viver.

_ Temos que admitir que tudo está ótimo e que não há nada no mundo com que nos preocuparmos, e devemos compreender que, na verdade, realmente não precisamos nos preocupar com absolutamente nada, estou certo? – filosofou o animado leprechaun.

_ Aqui vamos nós, estamos todos juntos... O que fizemos está tudo para trás, simplesmente por causa dos declives e de tantos quilômetros rodados. Agora vamos para Nova Iorque, curtir a Estatua da Liberdade, e vai ser um barato. Agora, escutem só esse saxofonista perder a cabeça. – Nate aumentou o volume do rádio até o carro trepidar – Ouçam como ele conta sua história com total relaxamento e grandeza.

Todos se ligaram na música e concordaram. A pureza da estrada. A linha branca no meio da pista desenrolava-se e grudava-se na roda diante esquerda como se estivesse colada no embalo. Sam inclinava o pescoço musculoso, vestindo apenas uma camisa na quase noite de verão e meteu o pé na tabua. Insistiu para que Nate dirigisse no trafego de Baltimore para descansar, correu tudo bem, só que a conversinha de Rory e Sugar no banco do passageiro e o breu que já caia estavam atrapalhando. Era uma loucura: o radio estava quase estourando. Sam tocou bateria no painel até quase afunda-lo, tão logo Nate abandonou o volante, fez o mesmo. O velho carro estava sendo bem maltratado.

_ Oh cara, é demais! – gritou Rory com a cabeça para fora da janela – Agora, Sugar, escuta só, querida, você sabe que eu sou capaz de fazer tudo ao mesmo tempo e estou com essa energia acumulada, por isso, em Nova Iorque, nós temos mais é que continuar vivendo deste jeito. Vejam só, programei um lugar ideal para a nossa primeira parada! Caras, saca só o que vocês foram capazes de fazer em poucas horas! Vamos conseguir fazer tudo o que está nesse meu plano doido em um piscar de olhos!

_ Excelente, Rory! Mas para que pensar nisso quando se tem pela frente toda a vastidão da estrada e acontecimentos incríveis de todos os tipos a nossa espera, de tocaia, para te surpreender e te fazer ficar satisfeito simplesmente por estar vivo? – o pensamento de Nate dava amostrar de como estava em plena transformação. Honestamente, aquele quarteto não chegaria o mesmo à metrópole.

Chegaram a primeira cidade para pernoitar de madrugada após gastar tempo e muita energia em uma parque de diversão vagabundo em alguma cidadela que o irlandês colocou no mapa por engano. Nada a lamentar. Sam diminuiu a velocidade para observar os arredores. Permanecia sacudindo a cabeça com surpresa e ao ritmo da música que jamais silenciava em seu carro. Reclamando de cansaço, Sam foi dormir no banco de trás e Nate pegou o volante com instruções especificas para que pegasse leve. Tao logo o dono do veículo e a garota estavam adormecidos, ele acelerou o carro para 120, com a barra do eixo estragada e tudo, e não apenas isso, mas também fez uma ultrapassagem tripla num ponto onde um homem discutia com um motorista – ele estava na quarta faixa de uma freeway de quatro pistas, na contramão. Rory se dividia num misto de tensão e adrenalina inédito. Aquilo era demais. Pararam duas horas depois em Testament para comprar comida para um lanche e pela primeira vez, Sugar lamentou pela falta de comodidade e se calou ao receber um olhar torto do namorado. A viagem era para ele, ela era mera convidada. Para compensar o mau humor, a filha do milionário passou o cartão e bancou aquela rodada de abastecimento, o loiro deu de ombros e aproveitou para encher o tanque. O sol começou a cair, vemelho; era tarde e se mandaram de Testament.

Na autoestrada deserta, Rory foi convencido a dirigir por poucos quilômetros e prosseguiu daquele jeito, excitado e exultante. Sam e Nate de repente viram que todo o país era como uma ostra para ser aberta por eles, e lá estava a perola, a pérola estava lá. Seguiram para o Sul. Em uma hora estavam em Dunn. Foram até um museu qualquer e se impressionaram pelo irlandês conhecer mais sobre os pontos turísticos do que eles próprios. Havia uma lanchonete e não havia mais coisa nenhuma. A percepção foi que não sabiam o que Rory estava querendo, perguntaram-lhe onde queria chegar e ele também não tinha muita noção. Compraram alguns cachorros quentes, se acomodaram no capo do carro chamando a atenção de uma dúzia de crianças, falaram besteiras e fizeram a programação para o terceiro dia na estrada. Aquilo era uma loucura. Rory tinha elaborado visitas em diversas cidades esquecidas e saído totalmente da rota normal para turistas. Não poderia ficar melhor. Deixaram Dunn ao cair da noite.

Nate dirigiu pela estrada até passar Macon, enquanto os outros dormiam. Totalmente sozinho na noite, se entregou aos próprios pensamentos e manteve o carro junto à linha branca da estrada. O que estava fazendo? Para ode estava indo? Não tardou a descobrir. Depois da cidade, como estava esgotado, acordou Sugar para que assumisse o piloto. A garota vibrou e acabou por espantar todo o cansaço impregnado no corpo do melhor amigo. Do nada, ela parou o carro para curtir o amanhecer e saíram de dentro para dar uma respirada. De repente, estavam os dois extasiados de alegria ao perceber que a aurora tinha uma fragancia da relva esverdeada, perfume e águas cálidas. A tenua luz maltinal iluminava o rastro da estrada e respiraram fundo. Quinze quilômetros adiante, a garota entrou num posto de gasolina e questionou sobre uma pousada nas proximidades. O funcionário com os olhos arregalados pela estranheza da visão a sua frente, sugeriu um hotel qualquer na próxima parada e recomentou um café da manhã na lanchonete de sua prima. Finalmente, Nate adormeceu e acordou minutos depois com os doidos sons exultantes da música e Sam e Sugar conversando e a amplitude esverdeada desfilando pela janela.

_ Onde estamos?

_ Acabamos de passar a ponta do estado, cara, se chama Flomaton. Encontramos um lugar bem bacana para descansar e estamos procurando uma lanchonete, não é? – Sam procurou a confirmação no rosto confiante de Sugar.

Pararam num comercial bem apanhado e lá, Sam carregou a garota nos ombros e Rory experimentou o wafles mais deliciosod do país. Estavam prontos para descansar por horas. Passava do meio-dia, quando o quarteto se reuniu novamente e passeou calmamente pelo centro da cidade até chegar em uma lagoa bastante convidativa. Inúmeros adolescentes já se refrescavam e os garotos não pensaram duas vezes para se livrarem das camisas e se jogarem na água. Sugar relutou até que ser pega de surpresa e jogada dentro da lagoa pelo loiro e a partir daquele momento, o nova-iorquino prometeu a si mesmo que prestaria mais atenção a interação da dupla. Rory estava de partida e extasiado demais com a viagem para perceber que o namoro estava em ruínas. Foi então que o irlandês começou a contar a sua vida e como estava doido para reencontrar a família.

De repente, estavam dirigindo ao longo das águas azuis do Golfo e no mesmo instante, uma coisa de louco, monumental, começou a torcar no rádio, discos louquíssimos de jazz. Sam esfregou as mãos sobre o volante e falou que era tempo de arrumar alguma agitação. Ao crepúsculo, estavam entrando em ruas agitadas e com o rosto para fora da janela, Rory cumprimentava cada pessoa que passava em sua frente. Enfiaram o carro na bolsa de Algiers e lá estavam cruzando o rio de barco.

_ Agora vamos sair e curtir o rio e as pessoas e aspirar todos os perfumes do mundo. – disse o nova-iorquino inspirado e arrancando sonoras gargalhadas dos amigos ao apanhar os óculos escuros e saltar do carro como um boneco de mola.

Todos lhe seguiram para o horizonte a frente sem preocupação ou pressa. Era um momento único e não era segredo algum que a melhor parte daquela viagem era a estrada, não as paradas, mas, o movimento. Sugar reclamava pelo vento que desgrenhava seus cabelos e só silenciada por um beijo do irlandês, que apanhou sua câmera e resolveu fotografar todos os instantes da pequena travessia. As fotografias de Nate e Sam na balsa, os beijos e abraços do casal, a correria atrás de Sugar após o furto dos óculos do nova-iorquino, a conversa sobre nada, o improvisado lanche e as tentativas de apanhar o celular da garota antes que toda a algazarra parasse no Facebook. Em New Haven, Quinn chegava de mais uma longuíssima aula de história do Teatro com dois imensos livros e deixou que sua distração se arrastasse para o computador. Ela riu largamente ao visualizar as dezenas de fotos da viagem dos amigos, curtiu todas as publicações e sentiu uma fagulha de inveja no seu intimo. Contudo, demorou mais que o previsto para tirar os olhos da única fotografia de Nate totalmente sozinho e alheio ao mundo observando a margem do rio. Ela precisava concordar com Blair e reconhecer que o jovem estava bastante mudado, só não saberia dimensionar o tamanho ou a profundidade dessa transformação.  

Sugar largou o celular e inspecionou a bolsa toda num piscar de olhos, voltou com uma história completa, saltou para dentro do carro quando todos já estavam buzinando que ele desimpedisse o caminho e zaparam, ultrapassando dois ou três carros noutro espaço inteiro e se viram zunindo por Algiers. “Para onde vamos? Pra onde vamos?”, gritava o irlandês no banco do caroneiro. Passaram um dia louco no Centro da cidade e Sam estava fora de si, queria mostrar tudo de uma vez. Ele, Nate e Rory correram pelos trilhos e saltaram num trem em movimento em três pontos diferentes, Sugar esperou no circulando pelas ruas próximas de carro. Seguiram no trem por um quilômetro, abanando para os guarda-freios e para os sinalizadores. Uma hora depois reencontraram a garota, que logicamente estava furiosa e havia arranjado um quarto num hotel mediano. No quarto, Sugar e Rory dormiam, e o loiro estava tão elétrico que mal conseguia assistir televisão sem gritar pelo nova-iorquino a cada instante. O jantar, a ideia de aproveitar um show acústico em um barzinho do Centro e a madrugada voou para o quarteto, que num melancólico entardecer dourado, finalmente retornou para o carro, que zuiu e rodou e lá foram outra vez para a estrada.

Nate Archibald: Que sensação é essa, quando você está se afastando das pessoas e elas retrocedem na planície até você ver o espectro delas se dissolvendo? – é o vasto mundo nos engolindo, e é o adeus. Mas nos jogamos em frente, rumo a próxima aventura louca sob o céu.

Dan Humphrey, Quinn Fabray, Rachel Berry e outras 53 pessoas curtiram. 


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Notas finais do capítulo

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