Mentiras dos garotos escrita por JuliaTenorio


Capítulo 18
Capítulo dezoito - Juliet Campbell (ensopada)


Notas iniciais do capítulo

Pokemons, sério, to até com vergonha de mostrar minha cara por aqui... Vocês provavelmente me odeiam certo? Eu nem tenho um motivo bom pelo sumiço... Bem, mais desculpas lá embaixo...



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Capitulo dezenove

Juliet Campbell

-É esse mesmo o lugar?

Olhei novamente para o endereço escrito rápido no meu bloco de papel e olhei o edifício caindo aos pedaços. Se for esse o lugar onde eu deveria entrar para conseguir uma manchete, eu estava prestes a dar as costas e voltar para casa gritando pelo meu pai.

Suspirei, fazia muito tempo que eu não cobria uma matéria sequer para o jornal da escola, praticamente deixei todo o trabalho nas costas de Pietra, até mesmo a rádio que sempre foi a parte que eu mais amava.

Minha vida estava de cabeça para baixo em um salto mortal, com meu pai prestes a se casar, minhas notas um desastre, sendo negligente com minhas obrigações e sofrendo por amor, quem diria?

Talvez Juliet Campbell não seja tão forte assim.

Suspirei mais uma vez e subi as escadas, tentando reler os papeis de entrevista. Com minha cabeça tão cheia eu nem ao menos havia pensado direito sobre as perguntas que eu teria que fazer, olhei novamente para o nome do homem, Marco Degranel, ele era um ex-mercenario chefe de uma academia de policia de Nova York que estava passando as férias na Florida. Pietra disse que eu deveria fazer uma entrevista para ele sobre como é ter sido um mercenário, suspirei mais uma vez. Eu tive que concordar com ela, por mais que não gostasse da ideia, dês de quando alunas do high school se envolviam com ex-mercenários? Podia ser algo perigoso, que só uma jornalista de verdade faria.

Por mais que o prédio seja lindo, não parece um lugar bom para um encontro, ele poderia me encontrar em um café não? Tinha mesmo que ser em um prédio abandonado no meio de um bairro de quinta como esse? Bem, não é como se eu estivesse com medo, só acho isso esquisito.

Subi as escadas, Pietra havia dito que eu o encontraria no segundo andar, provavelmente cuidando das suas plantas. Levantei uma sobrancelha ao chegar ao segundo andar e não achar nenhuma planta, era simplesmente um prédio abandonado.

-O assalto a rua sete vai ser hoje, já contratei um motorista que nos tirará do bando, a policia pode nos seguir, mas vai ser fácil despistá-los...

Espera, será que esse é Marco Dragonel? Mas... Mas aqui não tem nenhuma planta! Segui atrás da voz, por mais que parecesse bem perigoso, por que bem, não é como se eles estivessem falando do gosto dos cupcakes da vovô, eles estavam planejando um assalto. Como uma jornalista, era minha função escutar a conversa e divulgar ao mundo, até como cidadã, mas como uma garota medrosa de dezessete anos, minha única função é sair correndo antes que algum deles me veja por aqui.

-Não Phil! Se você levar o Jeremy com você o Maximo que vamos conseguir é que a policia o pegue, ou pior, pegue um de nós!

-Mas ele sabe os esquemas, eu to treinando o cara meu.

-Meu uma ova! O Jeremy não vai, não quero ser preso por causa de um iniciante.

Abri levemente a porta para fitar quatro homens conversando, não havia nenhum corpo morto por perto, dei graças a deus. Mas minha curiosidade só fez ficar maior.

-To de saco cheio de você Jake, sempre são suas regras, fala sério meu!

Parecia que Jake estava prestes a bater em Phil quando eu me desequilibrei e cai no chão, fazendo um barulho tremendo, droga, eu não deveria ter vindo com uma saia longa. Se eu fosse uma detetive, seria a pior delas.

-O que temos aqui, hum?

Disse Jake virando seu olhar para mim, Phil me olhou como um tarado sexual e os outros dois homens continuaram calados, apenas seguindo Jake.

-Er, eu só estava passeando, agora eu vou dar a meia volta e ir para casa, tudo bem?

Tentei me levanta, mas foi inútil, Phil me segurou pelos braços e eu quase vomitei quando vi o tamanho da verruga que ele tinha embaixo do olho esquerdo.

-Não gatinha, você vai ficar aqui e servir de...

-Ai, não diga coisas pervertidas!

Eu exclamei puxando meu braço, Jake quase soltou uma gargalhada.

-Nada contra você garota, mas vamos ter que matá-la.

Arregalei os olhos, quase caindo no chão de novo.

-O que? Matar? Tipo, tirar minha vida?

-Isso aí, não precisamos de uma piralha para atrapalhar nossos planos, né Jake?

Jake só revirou os olhos e pegou uma corda de entro do bolso, não sei por que ele tinha uma corda lá, mas tudo bem e veio até mim, prendendo meus pulsos.

-É só você ficar quietinha que nada vai acontecer.

Tipo, eu não posso morrer, não até conseguir impedir o casamento do meu pai ou matar meu futuro irmão postiço. Esse homem não pode ser mais mal do que eu, não pode.

Jake me empurrou com leveza até o chão, me deixando sentada lá e seguiu com os homens até a porta.

-Espero que nosso assalto não dê errado garotinha, ou vamos voltar e realmente matar você.

Matar...

Pelo menos ele não me revistou antes de sair, o vi fechar a porta e tentei me desenrolar, imaginei algumas daquelas cenas de ação em que a sala está cheia de gás e eu tenho poucos minutos para desenrolar a corda e achar um jeito de sair daqui viva.

Tirei as amarras com um pouco de dificuldade e pulei para ficar em pé, tirando meu celular do bolso e correndo para fora daquele lugar, com sorte os assaltantes já tinham saído.

Ai cara, pensando desse jeito, foi bem emocionante ser presa por bandidos, imagina quando eu contar isso para Blake, ele nunca vai acreditar! Fala seio, eu devo estar ficando louca, para pensar em querer conversar com aquele idiota.

Agora eu teria que voltar para casa a pé, eu havia pegado uma carona com Morgana até aqui, ela havia estranhado, mas como eu não queria dar muitos detalhes ela não perguntou muita coisa. Meu carro havia dado outro problema, não sei por que, mas acho que ele não está ligando que isso não tem nada haver com motor e sim com papai. Provavelmente ele está tirado alguma peça para eu poder interagir mais com minha madrasta.

Mordi os lábios quando senti pinginhos de água cair por mim e continuei andan... Espera, pinginhos de água? Não acredito que eu me meti no meio de uma chuva, eu não tinha notado o céu negro, mas agora dá para perceber muito bem. Suspirei, não tinha lugar para eu me esconder em uma rua esquisita como esse, eu teria que continuar na chuva de qualquer jeito, cheguei o bolso do casaco para ver se meu celular e o nome do lugar não tinham desaparecido e arregalei os olhos quando encontrei meu celular encharcado d’água.

Ah meu deus e agora, como eu vou pedir um taxi? Continuei caminhando desolada, com frio e encharcada até achar um orelhão, ele estava meio melequento, mas na situação que eu estava nem me importei com isso. Hum, seria bem legal se eu lembrasse o número de alguém...

Penny? Não, ela está estranha ultimamente.

Blake? Não vou ligar para ele. E alias, quando foi que eu decorei o número dele?

Acho que só me resta minha irmã, disquei o número de Kathy e depois de alguns toques uma voz masculina atendeu ao telefone.

-Alô?

-Kathy? Por que sua voz está tão grossa?

-É o Levi, a Kathy deixou o celular dela aqui em casa. Quem é?

Droga, agora além de Levi ficar visitando minha casa, minha irmã também fica fazendo coisas indecentes com ele na casa dele, sozinha e sem minha proteção?

-Sou eu, Juliet.

-Ah, Jules, que barulho é esse?

-A chuva, acho que estou ficando gripada.

-Ah...

-Ei, você pode vir me buscar em um lugar?

Tudo bem que Levi não ficou muito feliz de ter que ser o motorista da irmã da sua namorada, mas me escutando espirar a cada dois minutos, ele não conseguiu resistir por muito tempo. Tentei me esconder dos pingos grossos de chuva, mas do jeito que eu já estava, completamente ensopada, mais alguns pinguinhos de chuva não fariam tanta diferença.

Vi um velho carro esporte parar na minha frente e levantei minha cabeça para ver Levi acenando para eu entrar pela janela esfumaçada. Corri para dentro do carro, sem me importar se eu ia molhar o estofado ou não.

-Eu tinha trocado esse banco a menos de alguns dias...

Dei um sorrisinho para ele e bati em seu ombro.

-Nada como estar no quentinho de novo.

Ele suspirou, mas se virou para o banco de trás e tirou uma toalha, me entregando.

-Toma aí, se enxuga.

-Obrigada Levi – disse com um sorriso, enxugando meus cabelos e dando uma olhada no carro de segunda mão – Parece que você não conseguiu muito dinheiro com os seus shows.

Levi passou a mão pelos cabelos, certamente constrangido.

-Oh desculpe, eu fui meio indelicada agora. Kathy com certeza me desaprovaria.

-Não, não, sem problemas – ele disse enquanto dirigia, a chuva inundava o caminho, sendo difícil dirigir. Pelo visto não seria fácil chegar em casa, quando se tinha uma chuva forte como essa, normalmente era início de uma tempestade – É só um assunto meio estranho de se falar, sabe, como eu faço para ganhar dinheiro.

-Não precisa ser bonzinho o tempo todo Levi, eu sei que preciso parar de me meter na vida dos outros.

-Você está apenas curiosa.

Sorri para ele, realmente, Kathy havia escolhido um ótimo garoto como namorado.

-Certo, estão vamos continuar. Em que você trabalha?

Ele soltou uma gargalhada, por que eu realmente tinha incorporado a entrevistadora ali.

-Toco em bares com minha banda nos domingos, pago de DJ nos sábados e trabalho em uma loja de vinis no centro durante a semana.

Levantei uma sobrancelha maravilhada, estava prestes a dizer mais alguma coisa quando Levi estacionou, havia uma fileira de carros à frente impedindo a passagem. Levi ligou o rádio para podermos escutar sobre a batida na área leste da cidade devido ao inicio da tempestade, pelo visto seriam algumas horas de congestionamento até poderem tirar o carro que batera do local.

-Droga.

Levi disse soltando um suspiro e eu dei de ombros. Não é como se eu tivesse muitas coisas para fazer de qualquer jeito.

-Você queria estar com a Kathy, certo?

Ele me olhou de lado, com um pequeno sorriso no rosto.

-Você sabe o que ela disse para mim quando nos conhecemos?

-Kathy não é muito de falar dessas coisas. Ela é mais de ouvir as besteiras que eu falo.

Levi riu e se inclinou para escolher um cd na parte de trás do carro.

-“We’re looking for the whales”.

-O que?

-Foi o que ela disse. “We’re looking the whales” é uma música famosa do a-ha que eu tinha tocado no ultimo show – Levi olhou para o cd que estava em suas mãos – Ela foi a primeira garota a reconhecer essa música.

-Foi por isso que você se apaixonou por ela?

Ele deu de ombros, colocando o cd no rádio.

-Quase isso, foi uma amiga de um dos caras da banda que me apresentou a Kathy, só depois descobri que ela estudava no mesmo lugar que eu.

-E que era mais nova.

-Não me preocupei muito com isso. Acho que foi até isso que fez eu me encantar por ela.

 Quem estava ficando encantada era eu, eles dois eram como uma historia de contos de fadas na vida real.

-E como você faz para passar tanto tempo com ela com tanto trabalho para fazer?

Levi riu, sentindo minha indireta.

-Ou seja, por que eu trabalho tanto? Minha mãe trabalha de enfermeira no asilo afiliado a hospital geral e eu tenho três irmãos mais novos para criar. É sempre bom ter uma renda a mais.

-Kathy nunca citou isso.

Quase tive pena dele quando vi seu olhar ir para longe, como se ele estivesse perdido.

-Ela não se importa com isso.

-E seu pai? - perguntei e logo bati na minha boca, arrependida – Desculpa! Juro que vou ser mais delicada.

Levi me fitou e soltou um meio sorriso.

-Meu pai tem outra família, nunca ligou muito para nós.

-Vendo por esse lado, fico feliz por ter o pai que eu tenho.

Troquei de música, esperando que o clima ali melhorasse, ri quando uma das minhas músicas preferidas começou a tocar.

-You don’t know how is love...

Levi cantou baixinho e eu acompanhei rindo.

-É uma pena que eu realmente tenha descoberto o que é isso.

-Isso o que?

Minha vez de ficar distante, não que fosse minha intenção, mas nessas horas a pessoa não pode mais negar, principalmente o fato de estar apaixonada.

Vou te avisar, amar é um saco. É um saco você nunca saber o que o outro sente, é um saco você estar sempre indecisa, tudo se transforma em uma grande bola de neve que rola e rola e se intitula “um saco”.

Bem, pelo menos quando você não tem um romance estilo conto de fadas como o do Levi e da Kathy.

-O amor – suspirei – Vou te contar uma coisa Levi. Quando você não nasce para o amor, nunca tente se relacionar com ele ou coisas ruins podem acontecer.

-Por exemplo?

Coloquei os braços por trás da cabeça, pensativa.

-Hum, deixe-me ver... – tantas coisas ruins aconteceram que eu não posso nem contar nos dedos – Uma Barbie noiva aparecer por exemplo.

Levi pareceu não entender, mas riu e apertou o botão de passar a música, só para nós dois cantarmos mais um refrão de Bee Gees.


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Notas finais do capítulo

Essa capitulo ficou um lixo.
Isso é a maior parte do que eu tenho para dizer, nem sei se respondi todas as reviws, mas vou tentar. E a razão da demora? Eu me viciei completamente em um mangá e praticamente enlouqueci com isso, sem falar que na minha cidade teve três eventos de animes, mangás e HQs em cada final de semana que é o tempo que eu uso para escrever, além do fato de que eu estou em um situação de dá dó para qualquer conselheiro amoroso e que minha família parece um canil de tanto que esse povo briga :(
Mas não se preocupem que a treinadora pokemon aqui ainda está viva, feliz e forte! Lutando contra zumbis e sempre atirando na cabeça!
Bem, espero que me desculpem de coração e eu deixo aqui um beijão para todos vocês, que são tão lindos *-*