The Underground Tower escrita por Ryuno


Capítulo 1
Prelúdio




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Ele corre sozinho na neve.

 

Lágrimas em seus olhos. Lágrimas de ódio, alegria, loucura. Tremendo com a expectativa, ele avança através da neblina, seus olhos prontos para matar. A lâmina de sua espada, afiada o suficiente para cortar o poderoso vento que tenta o derrubar, segue a liderança do seu portador como se fosse nada além de uma extensão de seu braço. O grito de batalha ecoa no mundo sem vida feito de neve.

 

A Torre sorri.

Ele está aqui, afinal.

 

O Filho dos Céus se manifesta como um jovem rapaz vestindo um robe branco. Seus sedosos cabelos brancos balançam lentamente como uma chama dançante, desafiando o vento uivante que atacava ferozmente o espadachim.

 

Ele está brincando de Deus, o espadachim pensa. Ele quer que eu saiba que a Torre pertence a ele e que eu não posso fazer absolutamente nada a respeito.

 

Mas eu posso.

 

Segurando a espada longa com as duas mãos ele corre, gritando com tudo o que tem. O seu rugido reverbra na brancura pura, fazendo o campo de gelo e neve tremer. Ele sente que suas cordas vocais vão explodir, mas ele não se importa. Seu grito de batalha não é uma ameaça, mas uma profecia.

 

O Filho invoca uma esfera cristalizada em volta de seu corpo com um simples movimento de mão, enquanto levanta a outra para o céu ilusório acima dele. De repente inúmeras estacas de gelo marcham dos céus, tentando empalar o espadachim como se um deus louco tivesse decidido o obliterar com uma metralhadora.

 

O espadachim pára de correr assim que ele vê os sinais da chuva mortal. Ele abaixa sua espada, segurando-a firmemente com suas mãos nuas e quase congeladas. O Filho olha para ele e vê o quão pequeno seu oponente parece, cercado pelo belo campo feito de magia. É apenas uma questão de tempo.

 

Como um cordeiro, o espadachim espera a tempestade. A esfera flutua até um ponto no céu de onde o Filho poderá aproveitar o último ato do espetáculo. O Filho ri quando nota que dos céus, o espadachim que antes já parecia pequeno e frágil na terra não é mais do que um ponto cinza no meio de seu mundo, agora.

 

O herói recupera seu fôlego, fechando os olhos. Seus lávios se movem, mas nenhum som pode ser ouvido além do barulho de milhares de estacas rasgando o ar. O canto inaudível o coloca num transe, e ele é capaz de se concentrar. Aproveitando o silêncio, ele passa do ponto sem volta; As estacas voando em sua direção estão agora ao alcance. O canto para e o herói pula para o infinito.

 

Este é o último movimento da sinfonia.

 

Flutuando na direção oposta na velocidade do som, ele ataca com movimentos infinitos abrindo caminho para fora do inferno congelado. Ele navega como um torpedo no céu, quebrando as estacas que antes pareciam ser o poder da punição divina e transformando-as em poeira de estrelas. Guiado pelos sons agudos de gelo quebrado, ele consegue saber sua posição exata no espaço.

 

Ignorando a gravidade, o espadachim voa sem asas mas com a graça de um cisne. O Filho está surpreso em ver que sua tempestade massiva de gelo foi completamente ineficiente contra o ataque direto de uma única pessoa, e a divindade duvida de seu poder por um segundo.

 

O espadachim abre seus olhos e vê o Filho diante dele, cercado pela sua esfera guardiã. O herói perfura a lua de cristal com toda a sua força, quebrando-a e apunhalando o Filho no peito; a brancura do mundo agora está manchada. O golpe foi forte o suficiente para fazer ambos voarem na direção de uma montanha, onde a lâmina é encravada com o impacto. Gravado na montanha por uma lâmina em seu peito, o Filho sorri maliciosamente.

 

Uma risada maníaca explode contrastando com a pura neve que cai silenciosamente. A divindade moribunda ri enquanto o espadachim permanece parado, sem qualquer traço de sentimento em seu rosto. O calor da batalha se foi. Agora, existe apenas um assassino quieto, esperando que tudo acabe e um lunático gravemente ferido gritando na neve, caindo em esquecimento.

 

A risada morre. O corpo ainda o olha nos olhos, zombando dele. Deixando sua espada para trás, ele flutua gentilmente para o solo. Cansado ao extremo, ele se arrasta pelo cenário até encontrar um lago que, apesar da eterna nevasca, não está completamente congelado. Ele foca sua visão nas águas negras e vê uma versão borrada de si mesmo. Olhando com atenção, ele consegue ver o que estava procurando.

 

No centro de seu olho esquerdo, um círculo prateado brilhou.


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Notas finais do capítulo

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