Polícia - A Gang South Pie escrita por judy harrison


Capítulo 1
South Pie à solta


Notas iniciais do capítulo

Essa é mais um fragmento de Polícia, com nosso personagem preferido, e eu espero que gostem. É uma história feita para quem gosta de Bruce e de seriados policiais. Claro que não estamos perto de ser como Bruno Heller (criador de The Mentalist), mas nos esforçamos para chegar lá. Boa leitura!



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O Comissário Weber estava tenso, andava de um lado para outro dentro de sua salinha 4x4, esperava pela ligação de seu superior. Tinha os nervos atacados, e queria acabar logo com aquilo. E o telefone tocou, ele atendeu com relutância.

_ Weber? – disse a voz ríspida. Era o prefeito de Sacramento (Califórnia).

_ Sim, Senhor? Weber falando.

_ Então fale!

_ Nós não conseguimos identificar o homem de South Pie, chefe. Ele foi muito astuto e assim que os homens chegaram, ele se misturou à multidão. Não pudemos...

_ Chega de explicações, Weber! – ele quase gritava e falava pausadamente, mas claramente irritado – Essa cadeira que sua bunda ocupa devia ser ocupada por outra pessoa, Bruce!

_ Mas...

_ Weber, a minha esposa está no hospital, eu quase fui morto por um maldito desconhecido dentro de um shopping, e Bruce agiu corretamente. Você se meteu no trabalho dele e o bandido fugiu!

Depois de dizer outras “gentilezas”, o prefeito desligou.

Sentado, Weber pensava e repensava. Não se conformava em ser responsabilizado pela fuga do atirador da Gang South Pie. E ele não suportava mais aquelas humilhações de seu chefe.

_ Bruce... Bruce... – falava com desdém – Ele não passa de um fedelho exibido.

*******************************

O fato foi que o prefeito passeava com sua esposa no piso térreo de um mini shopping, e foi surpreendido por um objeto jogado do andar de cima. Mas o objeto era uma distração, alguém atirou contra o casal e atingiu a esposa dele na perna. Nem mesmo seus três seguranças puderam notar quem foi. Logo depois os seguranças correram com eles para fora.

Bruce foi chamado com mais dez homens, que chegaram pouco depois do atentado.

Certo de que o autor do disparo ainda estava lá dentro, Bruce ordenou que as duas portas do recinto fossem fechadas, assim como o estacionamento. Enquanto isso, uma ambulância levou o Prefeito e sua esposa para o hospital.

_ Vamos ter trabalho para revistar essa gente toda, Bruce! – disse um de seus colegas.

Bruce agora era investigador, e estava trabalhando naquele caso desde sua chegada em Sacramento, uma cidade grande com muitos crimes. Era o terceiro atentado a uma autoridade na região em um ano com duas mortes.

_ Teremos que dividi-las em grupos. O homem ainda está aqui, pois o porteiro disse que nenhuma pessoa passou pelos portões desde o disparo.

Enquanto pessoas se aglomeravam perto da porta querendo sair, Bruce gritou, pedindo que recuassem e colaborassem para que o bandido fosse capturado. Era uma media de 80 pessoas, o shopping era pequeno e passeavam por lá num dia de domingo.

Porém, Weber mandou que reabrissem as portas sem mesmo consultar seus agentes.

_ O que está fazendo? – Bruce correu para impedir a ação dos guardas do shopping.

_ Seu capitão mandou que abríssemos...

_ O capitão aqui sou eu! Não abra ou vai estragar tudo! Eu estou planejando uma emboscada e as pessoas serão soltas em minutos.

_ Senhor, essa gente vai arrebentar as portas se agente deixa-las presas aqui. Além disso, eu recebi ordens e só estou cumprindo.

Sem poder impedir, Bruce teve que sair da frente, pois as pessoas já estavam chegando para sair, quase que ao mesmo tempo.

Os outros agentes estavam à procura de provas e de alguém que pudesse ter se escondido no interior das lojas. Eram dois pisos, sendo dez lojas cada, além de banheiros e lanchonetes.

Bruce olhava as pessoas passando, inconformado e olhando para cada uma e os detalhes possíveis, até que viu na cintura de um homem um volume que se assemelhava bem a uma pistola.

 _ Ei, você, pare! – ele ia avançar contra o suspeito.

Mas mesmo não tendo olhado para Bruce, ele entrou no meio das pessoas desesperadas para sair e Bruce não pôde segurá-lo.

Ele fez alarde e correu atrás, mas lá fora o suposto bandido podia estar em qualquer lugar.

Outros soldados chegaram, mas era tarde. Carros estavam saindo, e eles nada puderam fazer.

*****************************

Bruce entrou na sala de Weber.

_ O que você quer? – disse o comissário nada amistoso.

_ O relatório está pronto. – com o rosto fechado, ele deixou os papeis na mesa, mas disse – Uma fonte confiável me disse onde posso identificar a Gang South Pie.

_ Não se preocupe com isso. – disse quase cortando Bruce – Eu já pedi que o capitão organizasse uma busca...

_ Vai estourar esconderijos de gangs sem saber quem eles são?

_ Não me diga como fazer meu trabalho, Bruce! Eu estou cheio de suas intromissões, me colocando em “maus lençóis”. Será feito como eu disse.

Suspirando impaciente, ele retrucou.

_ Não vão achar assim as pessoas que estão provocando esses atentados Posso fazer com que o capitão vá até a pessoa certa.

Weber o encarou com desconfiança.

_ Por que então não o entrega agora? Quer bancar o herói, como sempre?

Ignorando o comentário insultuoso, ele sentou-se para falar.

_ South Pie é uma gang de sociopatas, gostam de agir sem levantar suspeitas ou deixar pistas. Eu não sei onde aquele atirador está, mas sei que se o pessoal o pegar numa diligência, talvez seja em vão. – disse agora com ênfase – Ninguém vai poder acusa-lo de coisa alguma se não o pegarmos agindo com todo seu bando.

Weber riu. Era um homem de pele branca avermelhada de 60 anos, gordo e alto, não tinha cabelos e era branco, um homem competente, mas com métodos antiquados para trabalhar. Sua especialidade era comandar tropas em missões muito perigosas. Mas aquele caso exigia cautela. Era o que Bruce queria dizer.

_ Acha que devemos esperar que ele volte a atentar contra a vida de outra autoridade? O Prefeito teve sorte, diferente do prefeito de Folson e o xerife de Rancho Cordova. Sabemos que foram mortos por ele ou a seu mando. Não podemos brincar de polícia, Bruce.

Bruce sorriu, agora com desprezo.

_ Eu não brinco. E vou dizer o que o colocará em sua mão e dará a você o crédito que busca com o prefeito. – levantou-se – Vou me infiltrar na gang South Pie e pegá-los de surpresa!

Weber ficou desajeitado, Bruce foi muito direto. Mas não duvidava de sua palavra, pois sabia como todos que Bruce não tinha medo de nada.

_ Isso é perigoso! Se algo lhe acontecer, eu serei responsável.

_ Eu já fiz um estudo sobre a gang e entrarei com um disfarce que os convencerá de que quero ser um deles. Não há mais tolerância do estado para abrigar pessoas assim. O caso pede urgência, comissário. Pense bem.

Bruce se virou e saiu.

Em sua cadeira Weber rodava de um lado a outro, pensava no plano de Bruce. Era certo que ele estava falando a verdade, que a ideia de estourar pontos incertos era perda de tempo e dinheiro. Reconheceu que Bruce era mesmo muito esperto para um simples investigador de 24 anos. O Prefeito o havia convidado para trabalhar com a CBI, especialmente por causa daquele caso.

_ Se Bruce morrer, o problema é dele. – pensou, ao se convencer a permitir aquela operação.

Depois de chama-lo de novo, o obrigou a assumir todos os riscos de fracasso.

_ Sabe que quero resolver isso, mas não vou me encrencar, caso você faça alguma besteira. Seus colegas tem o direito de não compactuar com você se passar dos limites. Estarão em outras operações e só terá apoio deles quando tiver certeza de que os pegará. Estará por sua conta.

_ Eu aceito o desafio. – assinou o papel sem pestanejar, depois disse – A sua covardia, comissário, é um atributo que tenho encontrado apenas aqui, em Sacramento!

Irritado Weber se levantou.

_ Como se atreve, seu maldito! Perdeu a noção do perigo?

_ O perigo está lá fora. E você não o enfrenta. Vai me impedir? – disse naturalmente.

Sem reação ele sentou-se de novo.

_ Suma da minha frente! Petulante!

Bruce saiu, e satisfeito passou a planejar tudo que faria para que seu disfarce fosse perfeito.

Em seu gabinete ainda, Weber queria traçar outro plano, eliminar South Pie e Bruce na mesma operação. Ninguém desconfiaria.


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