Chasing Cars escrita por JuhChagas


Capítulo 6
Broken pieces.


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu! eba! Eu sei todos quiseram me matar pelo capi anterior, mas relaxa que nesse o "mistério" será esclarecido. Enjoy it!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/215434/chapter/6

Flashback Onn – Continuação

    Eu era seu melhor amigo, ela era minha paixão.

   Por mais que doesse, era o que eu sentia. Como eu poderia fugir disso que estava me matando suavemente, cada dia mais forte e devastador. Desejei nunca ter me aproximado dela, nunca ter pedido sua ajuda. Quem sabe assim não estaria doendo tanto agora, ela ainda seria a nerd com quem eu não falo, por quem eu não suprimo qualquer tipo de sentimento, e eu ainda estaria bem.

   Eu me encarava no espelho, os olhos levemente marejados, no entanto completamente decidido. Eu não iria sofrer. Não amaria sem ser correspondido. Muito menos uma pessoa que ameaçava destruir a minha imagem. Estava doendo, uma dor mais forte do que eu pensei que poderia sentir. Mas logo passaria, eu acabaria com essa dor hoje.

   Terminei de me arrumar para a escola naquele dia, e tudo passou como um borrão no colégio. Havia recebido uma mensagem de Annie, perguntando se eu faria alguma coisa hoje. Respondi que não tinha nada em mente e que talvez pudéssemos assistir a um filme na minha casa. Mal tinha tocado o sinal e eu já ia a passos apressados e pesados para casa.

   Não tinha fome alguma, apenas deitei na minha cama e fiquei lá pensando no que diria até a campainha tocando me tirou do transe. Olhei para o relógio no meu criado mudo, já eram 2:30hrs. Assustei-me pelo tempo que passei ali. Desci as escadas pulando os últimos degraus. Abri a porta e lá estava a cabeleira solta com aquele meio sorriso aberto que eu tanto amava. Senti minhas pernas bambearem.

   -Oi Percy! –ela me envolveu em um abraço caloroso. Como irmãos que não se viam há muito tempo. “Irmãos” remoí.

   - Oi pequena. – sorri genuinamente sentindo seus braços se apertarem em minha cintura, já que ela era mais baixa. Inspirei o agridoce cheiro do seu shampoo e me esqueci de tudo que tinha pensado em dizer para ela.

   Nós fizemos como sempre, preparamos brigadeiro enquanto conversávamos sobre qualquer coisa aleatória. Quer dizer, Annabeth fazia o brigadeiro, pois eu nem sabia ligar o fogão.  Enquanto falávamos sobre como ia os meus treinos de natação, eu separava alguns filmes. Quando terminou, levamos a panela mesmo para a sala, Annabeth andando (lê-se: quase flutuando graciosamente) na minha frente. Agora pude notar que ela estava com um vestido branco, com uma fita de tecido sob os seios, fazendo com que o vestido caísse solto e leve depois. Suspirei negando com a cabeça. Nos sentamos e começamos a assistir a um filme qualquer, eu nem prestava atenção, estava completamente distante. A panela logo estava vazia e a loira eu meu lado bocejava com freqüência. Olhei-a e notei que estava com sono. Um silêncio que não chegava a ser constrangedor pairou na sala.

  Algumas vezes nós fazíamos isso. Ficávamos em silencio, apenas assistindo a filmes, apenas estando perto um do outro. Levantei meu braço pondo-o nas costas do sofá e me espreguicei. Quando percebi Annie tinha tombado a cabeça sobre meu peito.  Olhando seu rosto de cima, completamente relaxado, já tomado pela inconsciência parecia ainda mais angelical. A envolvi mais e fiquei acariciando seus cabelos, sentindo suas respiração desacelerar, depositei um beijo em seus cabelos macios e apoiei minha cabeça na sua. Não sei por quanto tempo fiquei assim. Era simplesmente tão bom. O tempo passava rápido quando se está com alguém que você ama.

   Meu celular vibrou e eu li a nova mensagem.

  “Não tenho nada pra fazer, estou indo pra sua casa. Chego em 15 minutos. –Ethan”

   Minhas mãos começaram a suar e minha respiração acelerou descompassadamente. Voltei meu olhar ao rosto da loira em repouso e me mutilei mentalmente. Como eu seria capaz de fazer isso? Como eu trocaria todas aquelas sensações que eu sentia quando estava com ela, por popularidade, status.

   Chacoalhei-a levemente e logo seus olhos se abriram assustados. Ela se afastou ajeitando os cabelos preocupadamente.

  - Ele esta perfeito. – Assegurei, mas ela me olhou confusa.- Seu cabelo. Seu cabelo está perfeito.

   Ela sorriu docemente se espreguiçando.

  - Você é perfeita. – completei encarando a tela do meu celular apagada.

  - Ninguém é perfeito, Percy.

  - Eu também acreditava nisso, mas ai você apareceu. – sorri de lado. As palavras saiam se serem analisadas antes.

  Ela riu fracamente completamente descrente. Fechei a cara ao lembra-me de Ethan.

  - Algum problema? – ela perguntou meiga.

  - É... O Ethan está vindo para cá. – disse coçando minha nuca.

  - Ah... – ela suspirou desapontada. - Eu entendi o recado. Estou já estou embora. – ela sorriu fraca se levantando.

  - Annie... – minha voz morreu enquanto me levantava para encará-la. – Eu...- Afinal, eu o que?- Me desculpe.

  - Não tem problema Cabeça de Alga, eu sei que você não quer que seus amigos me vejam aqui. Não quer que vejam que nós somos amigos. – ela deu de ombros com indiferença.

  - Não é isso Annabeth, você não entenderia.

  - Não entenderia como é difícil zelar seu status?! De fato, eu nem tenho um status para manter. – ela levantou as mãos, como se mostrasse que estava desarmada.

   - Annie, que drama é esse? Você nunca foi assim. – me aproximei segurando seus dois ombros.

  - É só que eu cansei de ser uma opção. Eu pensei que com você seria diferente.

  - Você nunca foi só uma opção, e eu sou diferente. –afirmei pressionando o aperto de minhas mãos.

  - Não, não é. – ela se desvencilhou de mim e seguiu com passos longos até a porta. Aquilo já estava me irritado. Como é podia duvidar de mim? Eu sou diferente, e pra mim ela nunca seria só uma opção.

  - Qual é Annabeth?! Deixa de ser idiota e volta aqui. – disse já em um tom mais autoritário e irritadiço.

  - Não acho que seja boa ideia. Quando seus amiguinhos cansarem de você, eu estarei na casa ao lado. – ela informou com os olhos marejados, a voz levemente embargada.

  - Annabeth Chase, eu... – novamente eu me peguei em uma linha de pensamento inacabada- Não queria que fosse assim. Eu queria poder estar com todos ao mesmo tempo e ser amigo de todos ao mesmo tempo também.

  - Fazer o que, certo?! As coisas simplesmente não são assim. Você escolheu seus amigos, e, de verdade, eu entendo. E eu não quero que se sinta mal por mim, porque EU me sinto mal por você.

  - Eu não estou escolhendo ninguém! – gritei segurando seu braço e a fazendo virar abruptamente para mim.

  - Está me machucando. – ela disse tentando livrar do meu aperto. –Percy, solta.

 - Será que você não vê garota? Eu te amo Annabeth, e eu queria que fôssemos muito mais que amigos, e ainda poder ser amigo do resto, mas não dá.

  - Então, eu volto a dizer, com razão, você fez sua escolha.- uma lágrima solitária escorreu por seu rosto criando um nó em minha garganta.

 Eu sabia que era o único amigo dela. Ela tinha Thalia, mas eu de fato, era como um irmão, amigo, protetor dela, aquele que daria a vida por ela, e agora eu estava deixando-a ir embora, sem aviso prévio de retorno. Ela puxou o braço com força e abriu a porta em um solavanco.

  - Annie, eu não estou te deixando. – disse fitando os olhos cinza, molhados por lagrimas.

  - Certo. Eu estou te deixando.- ela correu até a calçada da minha casa enquanto eu fiquei petrificado no batente, vasculhando minha mente, em busca de algo a dizer.

 - Annabeth, eu te amo. – ela parou de correr e se cabelos interromperam a dança. Ela olhou por cima do ombro e eu pude notar sua expressão completamente vazia e fria.

 - Eu te odeio, Perseu Jackson. – e depois seguiu até a sua casa apressada. Ouvi a porta da frente bater em um estrondo exatamente quando o carro de Ethan estacionou na frente da minha casa.

  Ele saiu com aquele olhar e sorriso arrogante, seu andar primitivo. Riu com escárnio.

  - Quem era ela?- perguntou jogando a cabeça para a casa dela.

  Demorei a responder, pensando. Pensando, quem era ela? A resposta correta seria: minha melhor amiga, minha pequena, meu amor que eu deixei escapar, coisas do gênero... Mas tudo que saiu foi um quase inaudível:

   - Ninguém. Ela não é ninguém.

   - É uma ninguém gostosa. – abriu aquele sorriso repulsivo.

   - O que você disse?

  - Eu disse que ela é gostosa. Alias... Ela não é aquela nerd do colégio?- levou a mão ao queixo tentando se lembrar. – De qualquer forma, que bela nerd. – disse com malicia transbordando.

   Dei passos firmes até ele e apontei um dedo em sua cara, vestindo o meu melhor olhar assassino.

  - Nunca, fale assim dela. Entendeu? Nunca. – não esperei resposta, girei nos meus pés e adentrei a casa fechando a porta como se quisesse rachá-la no meio.

  Naquele dia, eu chorei. Chorei pela primeira vez na minha vida, por uma garota. Lembrei dos momentos que passamos juntos e refleti como demorasse muito para construir algo, e apenas minutos para destruí-lo. Tomei banho, comi algo e me tranquei no quarto. Sentia-me vazio. Peguei o violão encostado em uma parede e toquei algumas notas, mas elas não faziam sentido. Não tinham melodia nenhuma, sem ela aqui para tocar e cantar comigo. Taquei com o máximo de força que pude o instrumento no chão e o vi rachar.

  Me deitei tentando dormir. Eu não me importava se tinha quebrado meu violão, afinal, naquele mesmo dia, eu já havia quebrado coisas mais importantes. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eai? drama, né?! Pois é..
AVISO IMPORTANTE: EU QUERO REVIEWWWWWS! NÃO DEIXe ESSA PAGINA SEM COMENTAR, BITCHES! com muito amor, eu sz' kkkkk
Beijos, e até o proximo *--*