O convite não dizia onde era o circo, mas para ir no espetaculo de uma só noite eu segui o caminho que o gemeos fizeram de manhã.

Era oculto no fundo e bem no meio do bosque. Por mais que você achasse que já tinha ido longe o suficiente para encontra-lo era mais além, muito mais longe do preto desse caminho.

Foi lá que eu encontrei o circo, a primeira vez dessa orfa no circo.

Ele era um tenda enorme vermelha de uma cor bem forte com uma estrela bem amarela na ponte, a estrela estava tão no alto que era a unica cor no céu negro.

Havia luzes que piscavam poucas vezes penduradas nas árvores ao redor, bolas brancas que não iluminavam muito bem, mas era o suficiente para ver as coisas ao redor.

Eu olhei pro céu negro sem estrelas, apenas a do enfeite do circo. Mas depois quando reparei melhor não era a única havia mais duas, duas estrela grandes bem próximas e que ficavam bem em cima do circo, elas pareciam olhos que estavam ali para apreciar o espetaculo; e todos os olhos tem que ter bocas, esse tinham uma sorridente, um sorriso maligno que dava medo, um sorriso que parecia direcionado para mim. As luzes nas árvores piscaram mais uma vez e os olhos e a boca ganharam um corpo mais negro que o céu escuro que usava uma gravata borboleta sofisticada no pecoço. Ele devia ter pelo menos uns dez metros de altura.

Mas tudo isso era só mais uma parte da minha imaginação que criava coisas na minha mente para que eu pudesse apreciar pelo menos uma coisa nessa vida, certo? Pelo menos eu acho que é.

Minha visão da sombra foi tampada por duas pessoas. Era um casal enorme mais altos que árvores, mas menores que aquele outro corpo escuro, um homem com cabelos compridos e brancos presos por um rabo de cavalo e uma mulher de cabelos loiros e compridos prendido em um rabo de cavalo de lado. Eles eram palidos, o garoto usava um terno azul com calças enormes por causa de suas pernas compridas, na sua cabeça ele levava uma cartola também azul. A garota usava um vestido comprido verde de mangas, era comprido pelo mesmo motivo que o do garoto.

Eles eram namorados, um casal apaixonado.

Eu tinha que levantar bem a acabeça para ve-lo e eles tinham que abaixar a deles pra me fitarem com curiosidade.

Então eu sorri corada para eles.

Eles como os gemeos eram estranhos, mas eram divertidos.

Parecia que um historia bem interessante ia começar.

Eles foram embora e me deixaram sozinha, foram receber as outras pessoas que não me interessavam, os dois deviam ser altos demais para entrarem no circo eu nem podia ver a cor de seus olhos.

Eu fiquei parada olhando os fantasmas que nunca me divertiram entrarem no circo, o convite ainda estava em minhas mãos.

Mas eu acho que esqueci de contar uma coisa bem importante, eu não tinha como entrar no circo interessante, porque eu era um orfa sem nada, principalmente dinheiro.

Eu cheguei mais perto e a cada passo meu coração disparava, mas eu permanecia calma.

Eu rondei o circo já que não podia entrar e então achei um buraco na tenda e minha curiosidade infantil de criança me fez chegar perto. O buraco era perfeito, eu conseguia ver todo o circo e seu show, não tinha nada atrapalhando minha visão.

Se eu não podia ver eu iria bisbilhotar.

E tudo que eu estava bisbilhotando era maravilhoso.