Yume Pov

Minha irmã, Ichiro Yuuki finalmente estava comigo! Consegui sair mais cedo do colégio, para poder pegar Yuu-chan no aeroporto. Expliquei a situação toda à diretora, que me sorria sincera, enquanto dizia que minha irmã era bem vinda ali. Yuu-chan só teria de pegar as matérias  passadas e, bem, se acostumar com as pessoas novas. Estava ansiosa, enquanto pegava o táxi em direção ao aeroporto. Sempre mantínhamos contato por MSN, e-mail. Eu não conseguiria viver sem saber noticias da minha Yuu-chan. Nosso pai ficaria sozinho. Graças a Deus, minha mãe havia conseguido a guarda de Yuu-chan. Não era justo minha irmã viver privada da convivência com a nossa mãe, além do que, sempre fomos muito ligadas a ela.

Não é que não gostássemos do nosso pai, mas a sintonia com ele nunca era estável. Eram brigas e mais brigas, até mesmo quando eles ainda eram casados, e sempre acabávamos sofrendo também. Era péssimo não conseguir dormir, ouvindo a conversa alta deles, onde minha mãe só faltava chorar de ódio. Ele sempre queria todo perfeito demais, da maneira dele e nas horas que lhe convinha. E nossa mãe, Mieko Ichiro, tinha o gênio forte demais para agüentar esse tipo de vida, onde ela parecia ser uma “escrava” e não a mulher de nosso pai.

Assim que cheguei ao aeroporto, fui andando até onde havia marcado com minha irmã. O lugar estava cheio, e a cada minuto, olhava para os lados, para ver se Yuu-chan não havia passado por mim. Pensava que os aeroportos ficavam mais vazios de manha, mas aquele dia parecia ser uma exceção. Eram malas e mais malas e celulares tocando ao mesmo tempo. Decidi pegar o meu e ligar para Yuu-chan. O celular dela parecia estar desligado.. “È mesmo uma cabeça de vento..” pensei brincalhona. Yuu-chan é um ano mais nova que eu. De repente, vejo uma garota de cabelo roxo, preso em um rabo de cavalo.

Só podia ser minha irmã! Aquele cabelo eu não confundiria nunca. Sai correndo que nem uma doida, e gritei o nome dela. Yuu-chan fitou-me alegre, largando as coisas para vir até meu abraço. Eu a segurei em meus braços, acariciando seu cabelo. As esmeraldas, que eram os olhos de minha irmã, cintilavam. Não a queria a soltar, mas eu sabia que uma hora, ela ficaria sem ar, de tão forte que eu a abraçava.

-         Nee-chan! Ohayou! – disse toda boba, mexendo no meu cabelo. – Você podia deixar o celular ligado, né?

-         Ohayou e gomenasai, nee-chan – disse Yuu-chan envergonhada – Acabei meu esquecendo..

-         Tudo bem, você esta aqui, isso é que importa – disse olhando para as malas de minha irmã. – Vamos?

-         Sim, ajude-me com as malas? – ela disse  dando as costas para mim, caminhando lentamente.

-         Sim – disse serenamente.

À medida que caminhávamos, eu perguntava por nosso pai. Ele viveu anos com Yuu-chan. Imagino que doeu quando ele perdeu a guarda, e a viu partir. -  Não queria que eu fosse embora, mas vai ficar bem – disse Yuu-chan. Hayato, nosso pai, nos era até amável, mas em certo sentido, agia de forma que tínhamos de aprender sozinhas algumas coisas. Ele não tinha tempo, isso era coisa de mãe, etc. Essas eram as desculpas mais freqüentes. Quando eles se separaram, e meu pai simplesmente “tirou” minha irmã de mim, eu vi o meu mundo cair. Nunca chorei tanto na minha vida. Tudo parecia ter sido rápido demais. E ele não queria ficar sem uma de nós.

Pegamos um táxi, e assim que chegamos na escola, dei o dinheiro ao motorista, e pedi minha irmã que descesse do carro.  Ela parecia em transe, assim que pos os olhos no colégio. Eu não iria estragar o momento da minha irmã. Tirei as coisas dela do carro, e ela nem percebeu quando o táxi havia partido. Soltei um sorriso, e parei ao lado dele, segurando em suas mãos. - Não podemos ficar para sempre aqui, nee-chan – avisei.

A puxei. Enquanto ela carregava uma mala, soltei nossas mãos, de modo que podíamos dividir o peso da outra mala.  Ela ficaria no mesmo quarto que eu, lógico. Enquanto providenciávamos a vinda dela para a escola, arrumamos todos os documentos necessários. E Yuu-chan nos enviava o que pedíamos a ela. Fomos subindo as escadas e passamos por alguns corredores. Antes de abrir a porta do quarto,  lhe cobri os olhos.

Devagar, fui abrindo a porta e jogando o corpo dela para frente, sem que Yuu-chan tropeçasse nas malas. Tirei minha mão de cima dos olhos dela, e fui até a minha cama, sentando-me.

-         Fique à vontade – disse cruzando as pernas – Nosso quarto agora, nee-chan.. Pena que não temos dois armários, mas acho que nossas roupas cabem nesse único armário.

-         Yume-nee-chan – ela veio até mim e sentou-se ao meu lado. – Nem acredito que finalmente vamos dividir um quarto novamente – aí ela jogou o corpo para frente, de forma que caiu por cima de cima, começando a fazer cosquinhas.

Riamos feito duas crianças. Pena que minha irmã tinha aula ainda. Aos poucos, fui conseguindo pegar mais ar, deixando que a minha respiração parasse de ficar tão acelerada.  Yuu-chan saiu de cima de mim, e começou a nadar pelo quarto.

-         Vou lhe mostrar a sala, Yuu-chan. Seja você mesma e divirta-se – disse com um sorriso tímido.

-         Nee-chan.. e se eles não gostarem de mim? – Yuu-chan perguntou cabisbaixa, olhando para o chão.

-         Sinceramente? Se não gostarem, estarão perdendo uma ótima amiga – disse indo Yuu-chan, dando um beijo em sua bochecha. Respire fundo, e vamos, nee-chan.

Yume Pov Off

A garota de cabelos roxos sentia uma emoção passar pelo inteiro. Queria estar mais tempo com a sua nee-chan, mas não poderia faltar as aulas. Yuuki estava tão feliz.. Com seu pai, sentia-se sozinha. Lembrava de quando eram pequenas, e não conseguiam entender algumas coisas. Yume tentava lhe explicar, mas tudo parecia confuso demais. Tinha uma duvida constante..

Flash Back On

-         Yume-nee-chan – chamou Yuuki. Haviam acabado de tomar banho, e o jantar logo estaria pronto. – Se mamãe e papai se amam.. porque eles discutem tanto?

-         Uma hora Yuu-nee-chan.. nada pode permanecer.. – dizia Yume pensativa. Estava penteando o cabelo negro, e tinha os olhos avermelhados distantes..

Flash Back Off

Hoje ela entendia o que a irmã quis dizer. Amor pode acabar, e sobrar apenas o ato de conviver e suportar. Yuuki não via brilhos nos olhos de sua mãe. Mieko sempre lhes fora carinhosa, mas para o pai, tinha um olhar duro e dotado de criticas.  Agora tinha de se separar de sua irmã. Era um sentimento que a fazia sentir o coração apertar.. Separar da sua irmã.. O ar parecia faltar a ela, um desespero entrava para lhe amedrontar..

-         Quando suas aulas terminarem, venho lhe ver – disse Yume atrapalhando o cabelo de Yuuki.

Isso a fez se sentir um pouco melhor.

Yume bateu na porta, e um homem de cabelo grisalho as veio atender.

-         Kakashi-sensei, esta é minha irmã, a garota nova, lembra-se? – perguntou Yume olhando de soslaio para Yuuki.

-         Ah, claro que me lembro, Yume-chan – disse Kakashi agradável – Então, pode ir, a sua irmã fica conosco agora.

A garota de olhos avermelhados despediu-se de Yuuki e Kakashi. Dando uma piscadinha de olho para a irmã, a desejou boa sorte. Yuuki estava sem jeito. Certo, era só entrar na sala e tentar ser legal, vamos lá, você consegue Yuuki! Seus pés pareciam presos ao chão.

-         Venha, Yuuki-chan – disse a puxando pelos ombros. Ela percebeu que todos haviam parado de falar, uma vez que ela estava dentro da sala. – Temos uma garota nova, meninos. Apresente-se, Yuuki-chan.

-         Chamo-me Ichiro Yuuki – disse Yuuki sentindo a face corar – Espero que possamos ser amigos.

-         Hmm.. muito bem, Yuuki – disse Kakashi amigável – Pode-se sentar.. Gaara, alguém esta sentado atrás de você?

-         Não, Kakashi-sensei – respondeu o garoto de cabelos vermelhos fogo – Se ela quiser, pode se sentar aqui.

-         Vá lá, Yuuki – disse Kakashi lhe transmitindo confiança.

Sob o olhar de todos, sentou-se onde Kakashi-sensei havia mandado. Não gostava de se sentir tão.. analisada. No entanto, isso pareceu ser menos importante. Yuuki não conseguia tirar os olhos do ruivo. Ele era.. lindo. As aulas correram. Yuuki tentava se concentrar na matéria, mas realmente estava difícil. Culpa do ser chamado Gaara. Quando as aulas terminaram, ainda tinham alguns minutos livres. Yuuki soltou um suspiro, e virou o corpo de lado.

-         Você é irmã da Yume? – perguntou um garoto loiro, de belos e travessos olhos azuis. – Ichiro Yume, quero dizer.  Aos poucos, todos mudaram de lugar, ficando mais perto de Yuuki.

-         Eu mesma, vocês já a conheceram, pelo que percebo – disse Yuuki dando um sorriso.

-         Vocês não se parecem muito, para serem consideradas irmãs – disse o loiro, procurando uma garota rosada, mas não a achando.

-         Alguém sabe onde esta a Sakura-chan? – disse a loiro.

-         Se você não percebeu Naruto, a Yuuki-chan é nova por aqui, - disse Hinata revoltada – E acho que ela esta com a Temari-chan.

-         Er.. acho que..

-         Quer que eu lhe faça companhia Yuuki? Aproveito e lhe apresento o colégio.

Ela prestou atenção ao que o ruivo disse. Realmente, não estava acostumada com tantas pessoas em volta dela, e aos poucos, ela se enturmaria. Levantou-se da cadeira gentilmente. Mas e Yume? Como faria se ela aparecesse por aqui? Ela certamente ficaria preocupada, mas poderia pedir a alguém ali que disesse que ela estava bem, e muito bem, por sinal.

-         Será que vocês poderiam avisar a minha irmã que fui conhecer o colégio? – disse Yuuki nervosa. – Ela vai vir aqui e..

-         Deixe com a gente, Yuuki-chan – disse Hinata que fazia um coque com o próprio cabelo – E a propósito, me chamo Hyuuga Hinata, o idiota ali é o Uzumaki Naruto.

-         Oh, você esta treinando com a Temari-chan, Hina? – disse Naruto soltando uma risadinha – Esta tão agradável quanto ela..

-         Vá se ferrar, Naruto – disse Hinata mostrando a língua – Ou melhor dizendo, diabo loiro.

-         Hmm.. Sou quente como o diabo, mas não é de mim que você quer saber se isso é verdade, não é? – disse Naruto divertido.

Gaara viu que aquela conversa ainda renderia, e muito. E percebeu que Yuuki não estava entende mais nada. Levantou-se e puxou a menina pela mão, deixando o resto dos amigos.  Assim que estavam na porta, Yuuki quis agradecer aquele garoto por tirá-la dali, mas o calor que ela sentia, a impedia de formar alguma frase. Ele sentia que alguém precisava dela, porque não ele? Esqueceu-se de Ino por fração de horas. Começaram a caminhar pelo corredor, trocando meras trivalidades. Yuuki sentia o olhar do garoto sobre ela, e isso a estava deixando encabulada. Olhando para baixo, descobriu que ele segurava as suas mãos.

*-*-*-*-*-*

Temari e Sakura  estavam a procura de Shikamaru. Ele iria acordar, com certeza. Onde é que já viu dormir tanto?

-         Temari-chan.. Você e Shikamaru-san podem casar um dia, vão precisar de uma madrinha – disse Sakura brincalhona – Posso entrar no páreo?

-         Não, você não pode, até porque NÃO me casarei com ele, imagine a noite de núpcias ¬¬’

-         Com você, minha amiga, ele não vai ter tempo, até porque, vamos concordar, ele pode ser dorminhoco, mas não é débil. Vai querer aproveitar a mulher dele.

-         Que tal ficar calada, Saki? – disse Temari balançando a cebça negativamente – Ser minha amiga esta afetando seu cérebro.

-         Não esta não, você é uma ótima companhia – disse Sakura – Bem, eu vou até a sala, já perdemos a parte de uma aula e não quero perder a outra. Depois te empresto meu caderno.

-         Vai lá, e depois me conte o que aconteceu – disse Temari dando de ombros, enquanto Sakura dava meia volta.

Temari ouvia os passos de Sakura se distanciando. Maldito garoto dorminhoco! Não que seja ruim cair em cima e.. Chega de pensamentos, Temari. Ela concluiu. Decidiu ir para o jardim. Lá era um lugar tranqüilo e teria sossego. Sem pressa, foi até lá, respirando profundamente. Quem sabe assim, Shikamaru se esvaia de dentro de sua cabeça? De repente, seu corpo foi para frente.

-         QUAL É O SEU PROBLEMA?  - percebeu que havia trombado em Shikamaru, que para variar, parecia não lhe dar atenção.

-         O meu problema é ter você em cima de mim – disse Shikamaru, pela primeira vez dando um sorriso.. Temari não conseguiu definir qual era.

De duas uma, ou ele queria morrer ou queria morrer.

-         Nara, me poupe – disse Temari se levantando, recusando o usá-lo como um travesseiro gostoso e.. nada.

Shikamaru levantou, ficando à frente de Temari. Oh loira problemática que insistia em deixá-lo instigado a querer conhecê-la mais. Os olhos verdes de Temari encontram os de Shikamaru e o máximo que ela conseguiu fazer foi.. Colocar os braços em volta do pescoço dele?

-         O que estou fazendo? – disse em voz alta, mais para si mesma.

-         Nada que eu a esteja obrigando – disse Shikamaru colocando as mãos na cintura de Temari, puxando-a para ainda mais perto.

O Nara deslizou os lábios para o pescoço de Temari, onde destribuiu pequenos beijos, para em seguida, virem as mordidas. Temari não sabia o que fazer, então permaneceu ali, até que tivesse alguma idéia. Mais esta não veio, e no fundo.. ela estava adorando aquilo. Arranhou a nuca de Shikamaru com força, assim que sentiu uma mordida também mais forte.

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Yume Pov

Já à noite, esperei que minha irmã saísse do banho, para que pudéssemos conversar. Naquela noite, eu não a dividiria com ninguém. Meus olhos avermelhados esquadrinhavam o quarto. Estava pensando em Itachi e.. isso era uma coisa que me mantinha ocupada. Ele com seu senso de liderança, beleza.. Ele é o meu homem. Infelizmente, ele não me vê como uma mulher, e sim como uma “amiguinha” dele. De repente, ecuto uma batida na porta, minha irmã acabra de sair do banheiro.

-         Eu atendo – gritei.

Fui até a porta, arrumando  melhor meu cabelo. Assim que acabei de passar a mão nele, a abri. Itachi estava com uma calça jeans escura e uma blusa também escura. Seus olhos negros me faziam sucumbir a aquela imensidão. Fiquei sem jeito, olhando para o lado. Esperei que ele falasse alguma coisa, mas eu teria de tomar a iniciativa.

-         Itachi, o que foi? – disse cruzando os braços, respirando fundo para poder encará-lo sem que minhas pernas tremessem.

-         Estava a sua procura. Todos estão lá em baixo, não vi você – disse sério e secamente.

-         Não irei descer hoje. Ficarei com minha irmã – disse sincera. – Ela chegou de viagem e mal conversamos.

-         Hmm.. então, já que ela vai lhe manter ocupada, quero que também se lembre de mim.

Como se eu não lembrasse o tempo inteiro.

Não é paixão rápida que eu sinto. Eu o amo de verdade. Temos uma boa amizade, e concordamos em muitos pontos, como também discordamos. Conseguimos manter uma conversa séria e brincar de vez em quando. Ele não era como outros garotos.Chatos e sem conteúdo nenhum. Isso já foi um ponto para ele. Nossos amigos são sem noção, na maioria das vezes, vivem implicando. Sasoro e Deidara deviam assumir o amor que sentem um pelo outro. Itachi bagunçava meu cabelo quando dizia isso, e falava que eu não tinha jeito..

A última coisa que consegui sentir sobre mim, antes de vê-lo partir, foram seus lábios se encaixando aos meus.