My Dear Devil escrita por ana_christie


Capítulo 40
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, mas eu tenho certeza que vocês todas irão ADORAR ESSE CAPÍTULO! ELE ESTÁ FANTÁSTICO!!!! SUGOI!!!!!!!!

Um agradecimento a todas que já leram e comentaram essa história:

cindy, Naty Chan,Lílian Lívia Martins,Emiru Ikuno, Jeny-chan, Izabela5star, Lady Serenity, bells-17, Manih, kaele, Grey87,
alicechan, sofy, andreaChan, Demonorvampire, Tammy Silveira, Miss Elyon, Isabella Tavares, Sharon Apple, Usagi chan, newgurl, Line Maura, Hayami Li Kogo, Dee, HeyGabi, Devilluke Phantomhive, Laura, Ana Luiza, Guilherme Silva, Sakurinha Uchiha, Electra, PrincessAngel the Moon

E um agradecimento especial aquelas leitoras que mais foram fieis e que mais comentaram

Naty chan
Lílian lívia Martins
Izabela5star
Lady Serenity
Manih
kaele
alicechan
Sofy
Usagi chan
Hayami Li Kogo (essa especialmente pelo tamanho de seus reviews!)



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Annh...

Kami-sama...

Estou morrendo de sono!

Mama viajou ontem para a casa da oba-san...

Olhei o relógio... 10:54...

Hum...

Passar mais essa sexta, sábado e domingo sozinha...

Ahhhnnnnn...

Eu odeio ficar sozinha...

Vou ter que pegar tudo o que preciso e me trancar no meu quarto esse final de semana inteirinho.

Brrr eu morro de medo...

Essa casa vazia é assustadora!

Mas é até segunda... até segunda e tudo vai ficar bem...

Huummm

Sono...

Estava aqui... quase com a cabeça caindo na mesa, enquanto eu observava a professora Ito-san escrevendo sem parar no quadro.

E o motivo do sono...

Não era por causa da professora dessa vez...

Era por minha culpa mesmo...

Não consegui dormir pensando no que eu tinha feito antes de ontem...

Ah...


Só ao pensar meu rosto queima!

Coloquei as mãos no rosto.

Realmente... eu beijei Mamoru...

Kami-sama...

Apertei bem forte os olhos...

Não consegui me segurar! Não mesmo!

Uah... eu sou tão baka!

Meu coração está enfurecido no peito...

Olhei para fora da janela.

Naquele dia, quando mama ainda estava em casa... e eu tinha acabado de voltar do festival...

Meu celular tocou duas vezes...

Acho que lá por volta da um hora da madrugada...

E eu sabia quem era...

Na tela mostrava aquela mesma frase...

“Número não identificado”.

Eu não atendi.

Estava tão nervosa, que realmente não tive coragem de atender.

Ele insistiu por alguns instantes, e depois desligou.

Na segunda tentativa.

Tinha um número.

Fiquei em dúvida enquanto tocava e, então, eu atendi.

Ao ouvir a voz do outro lado da linha, minhas mãos tremeram, e eu desliguei no mesmo instante.

Ontem fora a mesma coisa...

No mesmo horário.

Eu sabia que era ele por causa do número... e, sem pensar duas vezes... acabei desligando meu celular.

E está desligado desde ontem...

Peguei o aparelho em minhas mãos e coloquei embaixo da minha mesa.

Kami-sama...

Por que ele estava me ligando...?

Eu não posso mais segurar esses sentimentos dentro de mim, e Mamoru continua aparecendo em minha frente...

Droga...

Gosto tanto, mais tanto dele... que não estou mais conseguindo me controlar.

Não sei o que há de errado comigo...

Parece que vou sufocar se pelo menos não sentir um de seus toques...

E é por isso que tenho que me afastar dele.

Esse aperto em meu coração está me matando!

Não sei como posso gostar dele dessa forma...

Ainda não entendo!

Estou evitando me encontrar com ele.

E, no, momento está indo tudo certo...

Não o vi ontem nem hoje.

E Seiya, gentil como é, não está me deixando sozinha.

Sorri ao me lembrar de ontem, quando ele me esperou na porta enquanto eu estava no banheiro feminino.

Não pude de deixar de rir da cara vermelha dele quando eu saí.

Ele não me perguntou o porquê de eu ter pedido o que pedi... apenas continuou com o seu sorriso me acompanhando pelos corredores do colégio.

Hum...

Olhei para as nuvens escuras lá no céu. Provavelmente iria chover hoje...

Humm...

Lembrei agora...

Teve um momento ontem em que a atitude de Seiya foi estranha...

Ele me puxou para bem perto dele e disse para ficarmos assim só um pouco.

E posso dizer que a sua ação me deixou muito envergonhada!

Estávamos no meio do pátio do colégio! E tinha muitos alunos ali!

Mas aí ele colocou um braço em cima de meus ombros e me puxou para ainda mais perto dele, e, Kami-sama, eu corei tanto! Eu o olhei sem entender, mas... Seiya olhava para outro lugar, e estava com a língua para fora, como se estivesse mostrando para alguém... quando fui tentar ver para quem ele olhava, ele me puxara, pedindo para sairmos correndo dali.

Ele fez dessas outras vezes, depois...

Mas não entendi para quem ele estava mostrando tanto aquelas caretas...

Torci meu nariz.

- Bombom... olha para frente... - ouvi a voz de Seiya logo atrás, e fiz o que ele mandou. A professora virou bem na hora, olhando para todos os alunos.

Uah...

Por pouco eu iria levar uma bronca...

Peguei minha lapiseira e comecei a desenhar numa folha de papel.

Hum...

Desenhei a cara feia de Mamoru.

Será que eu fiz certo em ter desligado na cara dele?

Hum...

Será que ele ficou bravo comigo?

Hum...

Por que preciso ficar pensando nisso...?

Ele nem se importa comigo...

Ainda me lembro do olhar dele enquanto eu estava na moto do Seiya...

Seus olhos...

Tão profundos e escuros...

Como se fosse ferir alguém naquele momento...

Baka...

Ahhnnn...

Coloquei de volta minha cabeça em cima da mesa, e continuei a desenhar Mamoru.

Hum...

Vou fazer aquele sorriso dele... e hum... com aquela covinha...

Fiz Mamoru sorrindo.

Argh...

Pare de pensar nele, Usagi...

Fiz um 'x' na cara dele e soltei minha lapiseira.

Mamoru idiota...

Se você gosta de mim...

Diga para mim...

Não faça mais essas coisas... senão não vou conseguir mais conter meu coração...

E... eu não quero fazer nada do que eu possa me arrepender depois...

ARGH!

O que estou pensando!?

Bati em minha cabeça.

- Tsukino-san, por favor, continue a ler... - ouvi a voz da professora e levantei na hora da carteira.

- Ah... er... - peguei o livro de inglês rapidamente e tentei procurar por... por...

AH! Qu-que página que era?

UAH!

- P. 36... quarto parágrafo... - ouvi a voz de Seiya novamente, e corei furiosamente.

Uahhh...

Uahh...

Que vergonha…

- Vhen in te couurse ofe ruman Events, it becomes necessari for one people to... to... hum... diss... hum... dissou... hum... - não sei por que, mas... a sala inteira ficou em silêncio.

Uah...

Eu odeio inglês... odeio...

- Oh my GOD! - a professora me olhou com seus olhos enormes e colocou a mão no rosto. - O QUE VOCÊ ESTÁ TENTANDO DIZER?

Logo todos começaram a rir. Me senti de verdade péssima.

Uahh Kami-sama...

As risadas de Seiya eram as mais altas, eu só o olhei de soslaio, com vontade de matá-lo.

- Terrible... terrible... - falou a professora arrumando os óculos. - Sit down, please... - pisquei com o que ela acabara de dizer. Ela se voltou para mim e revirou os olhos. - Sente-se, Tsukino-san, não vou mais chamá-la... - a sala continuou a rir e, aos poucos, eu sentei e fui diminuindo de tamanho.

Uaahhh...

Uaahhhh...

Por que isso tem que acontecer comigo?

Ai que vergonha... que vergonha...

- Kou-san, please… - a professora chamou por Seiya, e ele começou a falar a frase inteira.

- When in the course of human Events, it becomes necessary for one People to dissolve the Political Bands which have…

Ele é bom nisso...

Hum...

Olhei para a sua figura séria que ele fazia enquanto falava perfeitamente aquela língua.

- It's perfect, Kou-san... - a professora sorriu para ele.

Seiya logo se sentou.

Fiz um bico e suspirei, afundando minha cabeça na mesa.

##########

Estava caminhando pelo corredor do 3º andar. Estava com algumas folhas em minhas mãos, o professor de matemática pediu para que eu levasse essa papelada para a outra professora de matemática que dava aula para outra turma do 2º ano aqui.

E, por algum motivo, ele achou certo que fosse eu a entregar.

Ahhh..

Coisa pesada!

E, como se pode ver... eu estou sozinha...

Mas eu não estava preocupada em me encontrar com aquela criatura... porque...

Hum...

Parei e olhei para fora da janela.

Ele estava ali no pátio com um grupo de meninas.

Jamais me veria aqui, porque... ele estava tão entretido com aquelas meninas que, provavelmente, não olharia para mais nada.

Hunf...

Coloquei as folhas do lado e coloquei meu cotovelo em cima da janela, segurando minha cabeça com minha mão.

Hunf...

Ele nem está aí para mim...

Olha lá... como ele fica sorrindo para aquelas meninas...

Olhei para as suas roupas dos pés até a cabeça e suspirei mais uma vez.

Galinha...

Playboy...

O que ele conversa tanto com elas?

E, aliás, por que ele fica tanto aqui na escola? A faculdade dele fica do outro lado... e esse maldito continua vindo aqui...

Será que não têm garotas por onde ele estuda?

Hunf...

Ele deve ser um pedeofi... pede... filo... pe... pedo... Arhg... sei lá... deve gostar de meninas mais novas que ele.

Mamoru tocou na cabeça de uma menina, e a garota se derreteu toda.

Canalha...

Como você pode tocar as outras garotas assim, e depois me tocar?

Como pode me dizer tudo aquilo... e depois ficar de sorrisos com essas meninas..

Ahn...

Fechei meus olhos.

Por que meu coração tem que continuar batendo por você...?

Voltei meus olhos para onde ele estava.

Uma menina estava enlaçada em seu braço.

Não aguento mais olhar...

Peguei a papelada e me afastei da janela.

- Bunny-chan! - pulei com a voz e olhei para frente.

Josh estava ali com um enorme sorriso e seus braços abertos.

- Sentiu saudades de mim? – ele disse, e eu pisquei algumas vezes e o olhei como se ele fosse um louco. Ele riu um pouco. - Eu senti saudades de você... - ele veio em minha direção.

Suspirei, me sentindo um pouco cansada, e estendi uma mão na minha frente antes que ele se aproximasse.

- Josh-san... estou ocupada agora... - falei começando a andar.

- Ah... deixa que eu te ajudo! - antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ele pegou todos os papéis da minha mão.

- Ei!

- Está muito pesado para você, Bunny-chan... - disse ele com um sorriso sedutor para mim. Revirei meus olhos e tentei alcançar os papéis.

- É minha obrigação levar, Josh-san, por favor, me devolva...

Ele levantou os papéis acima da sua cabeça.

- Iie... eu levo - sorriu mais uma vez, e fiquei o olhando por algum tempo. - Deixa comigo, Bunny-chan... - piscou para mim. Olhei para o lado e voltei para ele.

- Deixe-me levar pelo menos a metade! - estendi minhas mãos para as folhas novamente, e ele as afastou de mim, ainda sorrindo.

- Ah ahn... me deixa fazer isso por você, bunny-chan... vai...

Eu o olhei por algum tempo e assenti.

- Okay... - comecei a andar e Josh veio logo ao meu lado, me acompanhando.

Olhei de soslaio para ele e vi uma marca roxa em seu rosto, e vi que também seu lábio estava partido. Como se tivesse levado um soco de alguém.

Provavelmente esse playboy havia brigado com alguém.

Voltei-me para frente.

- Ultimamente você está muito perto de Seiya Kou, Bunny-chan... está saindo com ele? - a sua pergunta me assustou.

- UAH? AH! NÃO, NÃO! Seiya-kun e eu somos só amigos!

- Ah! - eu o olhei. – Que bom, então! – ele sorriu bonito para mim com seus olhos fechados.

Huh?

Bom? Bom por quê?

Voltei para frente.

- Finalmente consegui uma oportunidade de ficar sozinho com você... - ele disse meio num sussurro, e eu pisquei.

HUH?

Eu o olhei e... e por estranho que pareça... o rosto dele estava todo vermelho.

Ah?

- Você está bem, Josh-san?

- Hum? - ele me olhou com seus olhos azuis surpresos.

- Você está todo vermelho... - falei apontando para o seu rosto, ele ficou mais um pouco vermelho e olhou para o lado.

- E-er... nada, não, bunny-chan... só pensei um pouco alto... – e sorriu mais uma vez.

Me voltei para frente continuando a andar.

Hum...

Hum...

Por mais que eu tente...

Por mais que eu queria me desligar de tudo isso...

Eu volto a pensar em Mamoru...

Posso dizer que há uma tristeza lá no fundo do meu coração, por eu tê-lo visto cercado de garotas, e sorrindo para elas daquele jeito...

Eu tinha esperanças de que, talvez, ele me olhasse de uma forma diferente, sabe?

Uma forma...em que eu não fosse como as outras.

Mas...

Pelo que vejo, não é isso...

A forma como ele age comigo... é a mesma como age com qualquer uma.

E tenho raiva por eu me sentir assim!

Como posso vir gostar tanto dele...?

Uma forma que faz meu coração bater de uma forma tão angustiante...

Acho que ele conseguiu, né?

Mexeu totalmente com a minha cabeça, e agora... se eu disser isso para ele... ele vence... tenho certeza que, se um dia eu vier a falar para Mamoru o que eu sinto por ele...

...ele vai sorrir e vai me dar as costas.

E nunca mais voltar a falar comigo...

Lembro-me de com quantas garotas ele fez isso...

Quantos corações partidos ele deixou na escola...

Mas, mesmo assim, essas mesmas garotas correm atrás dele... ainda se iludindo que, um dia, ele dará uma chance para elas...

E, Kami...

Eu não quero ser como elas...

Parei de andar e fiquei fitando o piso.

Eu não quero acabar saindo magoada...

Por que isso é tão dolorido...

Então estou fazendo certo, não é?

Ficar longe é a melhor solução...

- Bunny-chan? - pisquei algumas vezes, lembrando onde eu estava. Vi sapatos marrons logo à minha frente e, pouco a pouco, levantei meus olhos para o rapaz que estava ali.

Josh me olhava de uma forma como se estivesse preocupado.

- Por que está chorando?

- Hum? - chorando? Levantei meus dedos lentamente e toquei meu rosto.

Lágrimas?

Po-por que eu estou chorando?

- Você se machucou?

Me voltei para ele, ainda um pouco confusa com meus próprios pensamentos.

- Ah... hum... gomen, Josh-san... você pode levar esses papéis para Mutou-san? – e, antes que ele dissesse algo, eu saí correndo.

- Bunny-chan?

Eu quero ficar sozinha...

##########

Eu matei aula...

Fiquei as duas últimas aulas aqui, na enfermaria...

Setsuna-san me deixou ficar...

Eu estava na cama, abraçada aos meus joelhos...

E, droga... eu estava me sentindo tão triste...

Não consigo...

Não consigo tirar Mamoru da minha cabeça...

Hoje... agora pouco... eu quase me encontrei com ele.

Não sei o que ele estava fazendo, mas estava parado ao lado da porta da sala de aula e falava com Seiya.

Eu me escondi para observar o que estava acontecendo, mas era um pouco difícil de ouvir, porque eu estava longe e tinham muitos alunos passando pelo corredor.

Eu reparei quando Mamoru segurou Seiya pelo colarinho e, da mesma forma que o puxou, o largou. Colocou a mão no ombro de Seiya e começou a falar algumas coisas para ele.

Seiya apenas tinha um sorriso de lado enquanto ouvia o que Mamoru falava, afastou a mão do seu ombro e disse algo para Mamoru.

Eu levei um susto quando Mamoru socou a parede.

Não sei o que eles falavam...

Mas Mamoru parecia...

Muito bravo...

E agora eu estava aqui... pensando novamente nesse idiota...

Não quis voltar para a sala com medo de me encontrar com ele.

Ugh...

Eu sou tão estúpida...

Em vez de enfrentar esse canalha... eu estou fugindo dele...

Ah, Kami-sama...

Coloquei minha cabeça em cima de meus braços.

Ouvi alguém entrar na sala.

Eu pedira para Setsuna-san para que eu ficasse nessa outra salinha aqui, então eu não poderia saber quem entrava no consultório dela.

Mordi meu lábio, tentando ouvir quem estava ali...

Hum...

Não consigo ouvir nada...

Estiquei minha cabeça em direção da porta...

- É incrível vê-lo aqui... - a voz de Setsuna-san.

- Já faz um bom tempo... - eu me arrepiei ao ouvir a segunda voz.

KAMI-SAMA!

O-O QUE ELE ESTAVA FAZENDO AQUI?

Congelei...

Levantei rapidamente da cama e acabei caindo... Fazendo um barulhão.

UAH!

O QUE EU ESTOU FAZENDO?

BAKA USAGI!

BAKA!

- Hum? Está tudo bem aí, Tsu... - não diga o meu nome, Setsuna-san! - ki.. - NÃO DIGA O MEU NOME! - no-san...

AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!

- Tsukino-san? - dessa vez fora a voz dele.

Eu me rastejei no chão com velocidade e alcancei a porta, a trancando.

Kami-sama...

KAMI-SAMA!

Levantei e me afastei da porta.

- Tsukino-san? - Setsuna-san falou alto desta vez.

Uaahhh o que eu faço... o que eu faço!?

Olhei tudo ao meu redor.

Kami-samaa...

- TSUKINO-SAN? - Setsuna falou mais alto, e vi quando ela tocou na maçaneta, pois essa se moveu.

- Ah... er... es-estou bem, Setsuna-san... estou bem... - falei rapidamente ainda procurando um meio de fuga.

- Por que trancou a porta? - ela falou novamente, ainda mexendo na maçaneta.

- Ah… hum... er... go-gomen, Setsuna-san... ma-mas acho que a-acabei tran-trancando sem saber... - uaahhh, uaahh! Por favor, Setsuna-san, deixe assim... deixe assim...

- Eu deixei você ficar aí, mas não era para fechar a porta... - uahh... onegai, Setsuna-san... deixe assim, deixe assim...

- Go-gomen, Setsuna-san... ma-mas não consigo a-abrir...

O quarto era tão pequeno...

Cruzei minhas mãos com o coração batendo rapidamente no peito.

- Não consegue abrir? Espere que vou buscar a chave...

AH!

Não... não, por favor...

NÃO QUERO Vê-...

- Usako? - coloquei minhas mãos na boca ao ouvir a voz dele próxima da porta.

Eu quase faltei cair.

Vá embora, Mamoru...

Vá embora!

Olhei novamente por todo o quarto.

Eu não tenho alternativa...

- Usako... - falou novamente.

Droga... pare de me chamar assim...

A janela estava trancada, e eu a destranquei rapidamente e consegui abri-la.

Ouvi um barulho na porta... e abri meus olhos.

Aos poucos a porta se abriu, e Setsuna-san estava segurando a chave. Meu coração bateu mais forte quando vi Mamoru logo atrás dela olhando por toda o quarto até parar com seus olhos em mim.

Foi como se eu recebesse um choque na hora em que nossos olhos se encontraram.

E, sem pensar duas vezes, me voltei para frente e pulei da janela.

- TSUKINO-SAN! - a voz brava de Setsuna-san veio atrás de mim.

Sorte que a distância da janela para o chão não era tão alta assim... então eu caí em pé e comecei a correr, me afastando do prédio.

Só que...

Juro que ouvira um barulho logo atrás de mim...

Desesperada e com o coração a mil, olhei para trás.

E parece que fiquei sem respirar...

Mamoru também tinha pulado a janela e começara a correr atrás de mim.

UAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH!

De novo isso?

DE NOVO ELE ME SEGUINDO?

Voltei para frente correndo com todas as forças que eu ainda tinha.

- Usako! - ouvi a voz dele e apertei minhas mãos com força, forçando meu corpo a correr mais do que o próprio limite.

Não quero vê-lo...

Não o quero perto de mim...

Não quero sentir mais essas sensações que ele me faz sentir...

Não quero mais isso...

Por favor... fique longe de mim...

Fechei meus olhos, sentindo lágrimas.

Senti dedos alcançarem o meu braço...

Por favor, não...

Tropecei nos meus próprios pés.

Ah...

Caí de cara no chão... e outro corpo caiu em cima de minhas pernas.

Kami-sama...

Eu tossi algumas vezes, pois acabei engolindo grama, e levantei minha cabeça só um pouco.

- Usako... - ouvi a voz dele logo atrás, e senti seu peso sair de cima de minhas pernas e começar a subir mais por meu corpo, aproximando-se mais de mim.

Vi suas mãos se apoiarem às laterais dos meus braços, e senti a sua camiseta tocando minhas costas.

- Droga... por que... ah... você está fugindo... ah... de mim? - ele dizia enquanto tentava recobrar o ar.

Olhei para frente e senti novamente lágrimas nos olhos.

Afundei meu rosto na grama.

Droga...

Se eu tivesse corrido mais um pouco, eu poderia ter me livrado dele...

- Usako! – ele falou num tom mais forte dessa vez.

Eu não queria responder a ele.

Sua mão tocou meu ombro e me virou.

Segurei minha respiração, e olhei para o lado, não querendo me encontrar com seus olhos.

- Ei... - ele me chamou mais uma vez, ainda tentando recuperar o fôlego.

Liberei meu ar com força e... tava difícil de respirar...

- Olhe para mim... - ele sussurrou dessa vez, e eu o ignorei novamente. Sua mão tocou meu rosto e o puxou para que ficasse de frente para o dele. - Olhe para mim... - disse como se suplicasse.

Meu coração bateu tão forte...

E eu o olhei...

Encontrei seus olhos azuis escuros logo acima, e pareciam tão tristes...

- Por que está fugindo de mim? - senti um pingo de chuva cair na minha face, e olhei para o céu.

Aos poucos começara a chover.

E senti mais um pingo em minha testa.

Mamoru se moveu colocando sua cabeça um pouco mais para frente... como... se estivesse cobrindo meu rosto para que nenhum pingo caísse ema minha face.

Voltei a olhá-lo nos olhos, e ele me fitava ainda da mesma forma.

Vi a chuva cair em cima de suas costas... mas nenhuma gota caía sobre mim.

Era como se seu corpo estivesse me protegendo...

- Diga, Usako... - sua voz foi tão suave em meus ouvidos.

Creio que jamais vou esquecer essa cena... Ele em cima de mim... com seus olhos num azul tão profundo... o seu perfume de rosas... os pingos de chuva que caíam sobre nós, molhando o cabelo dele...

- Diga qualquer coisa para mim, Usako... – ele sussurrou com sua voz rouca e forte. Seus dedos tocaram meu rosto e, em seguida, meu lábio, e vi seus olhos mudarem quando ele fitou minha boca.

Minha respiração falhou com o toque de seus dedos em minha pele...

Droga...

Eu não quero que ele me toque...

Fechei meus olhos novamente e abri só um pouco minha boca. Seus dedos me acariciaram, contornando a linha de meus lábios.

Meu corpo se arrepiou tanto com a sua carícia... que, sem querer, deixei um gemido escapar.

Dro-droga...

- Que gemido kawaii... - sussurrou ele perto de minha boca. Mordi meus lábios. -Iie... deixe aberta a sua boca... eu quero ouvir de novo... - seus dedos tocaram de uma forma áspera meus lábios, como se quisesse parti-los...

Meu coração está batendo tão forte no peito...

Parece que vou explodir...

Senti o calor de sua boca tocar o canto de meus lábios, fazendo com que eu me perdesse na hora que estava respirando.

Abri meus olhos e me encontrei com seus olhos azuis semiabertos me fitando de uma forma que fazia meu corpo esquentar.

O calor de sua respiração batia em minha pele...

E, não sei por que, mas as imagens dele com aquelas meninas voltaram à minha mente.

E, novamente, aquela tristeza começou a preencher meu coração.

Senti lágrimas nos olhos e, pouco a pouco, comecei a chorar... foi difícil segurar os soluços.

Ele parou de acariciar meus lábios.

Droga...

Eu acho que o que estou sentindo por ele... é mais do que gostar...

Por que essa pressão insuportável em meu peito? Não me deixa respirar...

- Usako... por quê...?

- Eu... eu odeio você, Mamoru - chorei mais uma vez. - Por que você não me deixa em... em paz... - coloquei minhas mãos nos olhos.

Baka...

Eu sou tão estúpida...

Solucei mais algumas vezes.

E, de repente...

Seu corpo foi arrancado de cima de mim...

Voltei a respirar quando os pingos de chuva caíram sobre meu corpo.

Abri meus olhos, me sentindo tonta.

- Seu desgraçado... - a voz me fez voltar à realidade.

Ah?

Um guarda-chuva caiu no meu colo. Senti um braço tocar minhas costas e outro passar por debaixo dos meus joelhos, e logo me levantar.

Eu me agarrei na pessoa que me segurava.

Abri meus olhos ao ver o rosto dele.

Havia um enorme curativo em sua bochecha, e seu lábio inferior estava partido, assim como a sua sobrancelha esquerda. Seus olhos cinza claro estavam cheios de raiva enquanto fitavam Mamoru.

- Mando-chan? - falei sentindo mais uma lágrima escorrer por meu rosto.

- Arme o guarda-chuva, Usa... está aumentando a chuva - sua voz foi suave, e eu fiz o que ele mandou, peguei do meu colo e o armei, colocando em cima de nossas cabeças. - O que você pensa que está fazendo com Usagi, Chiba? - ele voltou a falar e, finalmente, eu voltei a piscar, olhando para o meu lado.

Mamoru estava ali com seus olhos fixos em mim...

E pareciam tristes por um momento...

Mas, quando voltaram para Mando, ficaram frios.

A chuva caía em cima dele, mas, mesmo assim... parecia que ele não se importava.

Passou a mão no cabelo e colocou as mãos nos bolsos.

- Hum... pelo que vejo já saiu do hospital... - disse sorrindo de lado.

- Eu disse para você se afastar dela, seu miserável... - a voz de Mando estava cheia de fúria, o que me fez inconscientemente apertar os dedos em sua camisa.

Mamoru sorriu de lado e não disse nada.

- Mando-chan! - murmurei voltando a olhá-lo. Mando olhou para mim e voltou para Mamoru, como se se segurasse.

- Hoje não... - sussurrou com ódio, deu as costas a Mamoru e começou a se afastar.

Segurei minha respiração, ainda apertando a camisa dele em meus dedos.

E, enquanto ele me levava...

Fitei por cima de seus ombros e vi Mamoru parado olhando para nós. A chuva começara a cair com mais força, e ele não fazia nada para sair dali.

Kami-sama...

Ele...

Ele... parecia tão triste...

E só de vê-lo daquela forma embaixo da chuva, me deu vontade de chorar mais.

Não era para eu falar que eu o odiava... não era para falar aquilo...

Droga...

Droga...

Eu sou tão covarde...

- Pare de olhar para ele... - a voz de Mando-chan me assustou.

Solucei mais uma vez quando o olhei; os olhos de Mando-chan estavam bravos, e suas mãos me apertavam bem forte.

############

Estávamos no carro dele, e Mando-chan não falara nada desde que entramos.

Ele parecia... irritado.

Nervoso.

E...

Eu estava com medo de dizer alguma coisa.

O silêncio era assustador.

Os olhos dele fitavam com seriedade a estrada.

Apertei meus joelhos.

Pela primeira vez... eu estava com medo de Mando-chan.

- Você poderia tê-lo acertado... ou feito alguma coisa... - a voz dele soou grossa e cheia de fúria, e eu levantei meus olhos para ele sem entender.

- Huh?

- VOCÊ SABE DO QUE EU ESTOU FALANDO! - falou bem alto dessa vez, olhando para mim, o que me assustou por um momento, e ele voltou para frente e mudou de marcha. - Você o deixou te tocar...

Corei quando ele falou isso, e voltei para frente, apertando minhas mãos no meu colo.

- Go-gomen...

- Do que adianta se desculpar... - ele parecia tão irritado, eu nunca vira Mando-chan daquela forma.

Novamente ficamos em silêncio.

- Não foi a primeira vez, não é? - falou ele novamente de uma forma assustadora.

Kami-sama...

O que está acontecendo com Mando-chan?

- Ma-Mando-chan... do que está falando?

- Apenas me diga, Usagi. Ele já te tocou de outra forma antes? - meu corpo se arrepiou com a sua pergunta e, involuntariamente, assenti. Ele acelerou mais o carro, o que me deixou assustada.

- Ma-Mando-chan... vo-você está correndo demais...

- Por que você não me contou? - mordi meu lábio não sabendo o que falar. - POR QUE NÃO ME CONTOU!? - sua voz era assustadora.

Segurei minha respiração e comecei a tremer.

- Nã-não era im-importante... - murmurei olhando para fora da janela.

- Não era importante? - ele fez um movimento brusco com o carro, e eu tive que me segurar no banco.

Mando estacionou o carro e desligou.

Ficou segurando o volante por um tempo até dar um murro, me fazendo pular novamente no assento.

- O que você sente por ele de verdade, Usagi?

Eu o olhei.

Kami-sama...

Cadê o Mando-chan gentil que eu conhecia?

Por que ele está agindo dessa forma?

- Po-por que está agindo dessa maneira?

Ele me olhou com seus olhos cheios de raiva. Franziu seu cenho e suspirou, como se tentasse retirar toda a sua raiva.

- Vo-você está me assustando...

- Apenas me responda...

Mordi meus lábios, sentindo algumas lágrimas começarem a se acumular nos olhos.

- Vo-você não vai gostar de saber, Mando-chan... – sussurrei, já não conseguindo segurar as lágrimas.

Ele me olhou nervoso e voltou para frente. Passou a mão no cabelo.

- Por quê? - sua voz saiu um pouco dolorida dessa vez, seus olhos voltaram para mim como se estivessem tristes. - Por que ele? O que ele fez para... Usagi... - sua mão tocou minha cabeça e a segurou para que eu olhasse para ele. - Por que mentiu para mim? Disse no hospital que não sentia nada...

Minhas lágrimas começaram a cair, e toquei a sua mão.

- Gomen, Mando-chan... mas... mas quando eu percebi isso... já era tarde demais... nã-não queria te deixar triste...

- Esse desgraçado me tirou tudo... e mesmo assim... você vai ficar do lado dele? - sua mão segurou firme meu rosto, e senti mais vontade de chorar.

Droga... eu deixei ele triste...

Não queria isso...

- Mando-chan... gomen... fo-foi tudo tão rápido... eu...

- Desça... - pisquei quando ele falou isso.

- Huh?

- Desça do carro... – ele afastou a sua mão do meu rosto e a colocou sobre o volante.

Minha respiração falhou.

Mando-chan...

Eu deixei ele triste...

Eu deixei ele triste...

Abri a porta, e a chuva estava caindo forte.

- Leve o guarda-chuva com você... – ele sussurrou, e eu o olhei. Apertava forte o volante e não me olhara nenhuma vez.

Peguei o guarda-chuva e o armei, saindo do carro.

Quando fechei a porta, Mando já havia ligado o motor do carro e já se afastava.

Senti muita vontade de chorar ao vê-lo desaparecer por entre os outros carros.

Eu o magoei...

Pa-parece que ele foi me buscar na escola...

E, Kami... faz dois dias que eu não o via... e agora...

Eu nem perguntei como ele estava!

Voltei a chorar.

###########

Não sei por quantas horas eu vaguei sem sentido pelas ruas, mas já estava de noite.

E a chuva continuava forte...

Eu sou uma idiota...

Coloquei a mão no rosto.

Sou tão idiota...

Por que tive que me apaixonar por Mamoru?

Mando-chan era tão perfeito para mim...

Por que esse coração idiota teve que fazer isso comigo?

Agora magoei a pessoa de quem mais gosto...

Mando-chan, que esteve ao meu lado todos esses anos... nunca tive a oportunidade de retribuir o que ele fez por mim... e agora... o que faço com ele...

Mando odeia Mamoru...

E...

E...

Eu...

Retirei algumas lágrimas dos olhos.

Coração idiota...

Você sabe que nunca terá o mesmo sentimento retribuído... e, mesmo assim, continua batendo por ele...

Será que Mando-chan... não vai querer falar mais comigo?

Droga...

Limpei minhas lágrimas mais uma vez.

Notei que... Sem querer... Eu já estava caminhando de volta para casa.

Estava me sentindo tão cansada...

E, agora que eu tinha notado...

Não estava com a minha mala.

Provavelmente eu a tinha deixado na escola.

Não estava com nada... apenas com o guarda-chuva do Mando-chan...

Levantei um pouco o guarda-chuva e olhei para o céu... vi as gotas de chuva caindo como se fossem em câmera lenta.

Papa...

Estou fazendo tudo errado, não é?

Senti mais lágrimas nos olhos.

Vi um raio iluminar o céu como resposta, e meu corpo inteiro tremeu.

Kami-sama...

Por favor...

Hoje não...

Um estrondo forte soou, e eu apertei forte o guarda-chuva.

Comecei a correr quando vi outro brilho no céu.

Eu odeio trovões...

Fechei meus olhos, correndo o mais rápido possível.

Agora tudo o que quero... é chegar em casa... e me esconder embaixo do cobertor.

Novamente o estrondo, e eu gritei junto com ele.

Uahhh...

Eu odeio isso... odeio...

Virei na esquina de casa e corri mais rápido ainda.

Meu coração estava acelerado no peito, o pavor era tanto!

Ergui o guarda-chuva para ver o quanto faltava para minha casa... e...

E...

Minha pele se arrepiou com o vento frio, e meus passos aos pouco foram parando... minha respiração se tornou acelerada.

Kami-sama...

Chovia tanto...

Mas tanto...

E, mesmo assim...

Ele estava ali, embaixo daquela chuva...

Com suas roupas ensopadas...

Sua jaqueta preta estava fechada até o pescoço, suas mãos estavam nos bolsos da sua calça, e seu cabelo estava todo desarrumado.

Quando seus olhos se ergueram para mim, eu me senti mais triste ainda.

Por que ele estava ali?

Naquela hora...?

E na frente da minha casa?

Mamoru passou a mão nos cabelos para tirá-lo da frente de seus olhos e suspirou, como se estivesse cansado.

- Não fuja de mim de novo... - sua voz foi mais como uma súplica, seus olhos estavam tão tristes.

Meu rosto esquentou com as suas palavras, e, envergonhada, coloquei o guarda-chuva na frente de meus olhos e comecei a caminhar com passos fortes em sua direção.

Parecia que meu coração iria estourar...

O que ele estava fazendo?

O que ele estava fazendo aqui?!

Quando me aproximei dele, eu o ignorei, indo em direção à porta da frente de casa.

Mas seus dedos conseguiram alcançar meu pulso.

Foi um choque quando sua mão fria me tocou.

- Não me ignore, odango... – ele sussurrou com a sua voz rouca, fazendo com que meu corpo se arrepiasse.

Fiquei parada por um momento, tentando respirar.

Droga...

Droga...

- Tentei falar com você pelo telefone desde antes de ontem, e... droga, odango... você não atendia, e eu estava ficando louco por não ouvir a sua voz... Por isso corri atrás de você... Não fuja de novo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Até o próximo e, ONEGAI, comentem, deixem-nos saber o que estão achando!

Bjs da Ana-chan