My Dear Devil escrita por ana_christie


Capítulo 34
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal, esse capítulo é especial! Aparecerá mais alguém que certamente esquentará a história! Um personagem de Sailor Moon que amo de paixão! OBRIGADA, NAONIX-CHAN! Espero que gostem! E, no final, vocês ficarão super surpresas e ansiosas!



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Uaahhhh...

Como isso é injusto...

TOTALMENTE INJUSTO!

Está certo...

Eu acordei tarde...

Não cheguei na hora da aula...

Mas... mas...

PRECISAVA ME DEIXAR AQUI FORA DA SALA DE AULA, E EM PÉ AINDA?

Quando tentara entrar na minha sala, Sakurada-san gritou comigo, dizendo o quanto eu estava atrasada, e continuou gritando para que eu ficasse do lado de fora da sala.

Uaahhhh...

A professora Sakurada-san... é tão má...

Eu tinha que me atrasar justamente hoje, que tenho aula com ela...

E ugh...

Meu estômago não para de roncar...

Aquele maldito sonho é culpado por isso...

Coloquei minha mão na barriga...

Ai, que fome...

Eu saíra tão apressada de casa que não tive nem oportunidade de tomar café da manhã ou pegar o lanche que mama fizera para mim.

Quando eu acordei, mama não estava em casa... ela tinha me deixado uma nota, dizendo que tinha que sair mais cedo para o trabalho.

Se ao menos eu tivesse lembrado também de colocar o relógio para despertar... arrghh...

Sou tão estúpida...

Baka Usagi...

Baka...

Sakurada-san pelo menos poderia me mandar para o refeitório em vez de me deixar em pé aqui...

Humm...

Suspirei mais uma vez e cruzei os braços.

Drooggaa...

Ouvi um barulho de alguém correndo e olhei para o lado.

Não tinha ninguém vindo daquele lado do corredor.

As passadas aos poucos foram diminuindo enquanto se aproximavam do lugar onde eu me encontrava, e olhei para o outro lado.

Vi um rapaz virar o corredor – logo ali, perto de mim - e parar com seus olhos fechados enquanto tentava recuperar o ar.

Parece que não era somente eu que chegara atrasada para a aula.

Ele respirou mais algumas vezes e ajeitou sua gravata... ele vestia um uniforme que não era da escola... e tinha os cabelos escuros... pretos, eu diria... presos num rabo de cavalo...

E, nossa...

Eu poderia dizer que seu cabelo era quase tão longo quanto o meu.

- Vamos lá... – o ouvi dizer, e ele abriu seus olhos, voltando a andar.

Continuei atenta a ele quando parou na frente da porta de minha sala. Parecia tão pensativo que nem mesmo me notou ali ao lado.

Hum... e, pensando bem...

Nunca o vira em minha sala antes...

Ele puxou por ar mais uma vez... parecia nervoso... bateu à porta e levantou a cabeça...

Hum...

Ele era muito atraente...

Tinha um brinco de meia-lua em sua orelha...

Era alto, também... não tanto assim... mas era bem mais alto que eu...

Ele virou rapidamente a cabeça para mim.

Ah!

Dei um pulo, surpresa com seu movimento. Acho que ele sentiu meu olhar sobre ele...

E...

Oh...

Seus olhos são azuis...

Azuis escuros...

Uahh... meu corpo se arrepiou pela forma como ele me olhava.

Nani?

Havia algo de errado em meu rosto?

- Ah... ohayou... - ele disse assim... simplesmente... e eu pisquei algumas vezes. Sua voz era suave...

- Ah... ohayou... – murmurei, sem conseguir me desviar de seus olhos.

Estranho...

O que tanto ele olhava?

A porta da sala se abriu e vi o rosto zangado da professora...

- Tsuk... Ah! Kou-san! - provavelmente ela achara que tinha sido eu que estava batendo, por isso tinha essa cara. Mas, quando olhou para o rapaz, ela abriu um enorme sorriso.

Hunf!

Me voltei para o rapaz e... huh?

Ele ainda me olhava...

Pisquei mais algumas vezes e o olhei sem entender.

- Kou-san! - a professora o chamou mais uma vez, e ele pulou surpreso, a olhando.

- Ah... Sakurada-sensei, desculpe pelo atraso. Acabei de chegar de viagem...

É, realmente a voz dele era muito suave, e... pode parecer esquisito dizer isso... mas... era boa de se ouvir.

- Está tudo bem, entre... vou apresentar você à turma... - disse abrindo a porta, e ele a seguiu.

Huh?

Nani?

- Sakurad... - fui atrás, mas ela fechou a porta na minha cara.

UAH!

Meu... nariiizzzzzz!!!

Iiittaaiiiii!

Itai! Itai! Itaiii!

Como pode?!

COMO É QUE PODE?

Esse tal de Kou-san chegou mais tarde que eu na escola... e mesmo assim ele pode entrar na sala?

Isso é injusto!

INJUSTO!

Não vale isso...

Argh que raiva!

Bati na porta e esperei.

A porta se abriu novamente, e o rosto zangado da professora apareceu na porta.

- O que você quer, Tsukino Usagi!? - ela disse... e brrr...

Deu até medo encará-la...

- Sa-Sakurada-san - falei tremendo, a olhando, e olhei por cima de seu ombro. Vi o rapaz em questão ali na frente da classe, me olhando curioso. - E-ele chegou mais atrasado do que eu... e-e por que, mesmo assim... e-ele pode entrar? – me voltei para ela.

E brrr...

Parecia que havia uma energia maligna saindo de seu corpo.

Dei dois passos para trás...

- Ele é o aluno novo... tem direito de se atrasar somente no primeiro dia... agora quanto a você, sempre está atrasada nos dias de minha aula... – brrr... mulher maligna...

- E... ah... hum... ah... - fechei a boca e me senti corar. - Go-gomenassai... - abaixei minha cabeça e apertei minha mala.

Ouvi os alunos rirem, e me senti diminuir...

- Vá para a diretoria nesse instante... - uaahh congelei quando ela falou isso.

- Go-gomen...

- AGORA! - ela gritou, e dei um gritinho, sentindo lágrimas nos olhos.

Saí correndo.

########

UUUAAAAAAAAAHHHHHHHHH!

Como ela pode ser tão maldosa!

EU QUERIA APENAS UMA EXPLICAÇÃO... não precisava me mandar para a diretoria!

Uaahhh...

Se mama descobrir isso... vou estar encrencada.

Muito encrencada!

Limpei um pouco minhas lágrimas e caminhei pelo corredor.

Hum...

Meu estômago não para de roncar...

E se...

Mordi meu lábio...

E se eu passasse rapidinho pela cantina... só para ver se tem algo para comer...?

Não custa nada, não é?

Olhei para os dois lados, e não havia ninguém. Arranquei para o refeitório

Meio andando... meio correndo...

EU ESTAVA MORTA DE FOME!

Sério...

Que fome!

Cheguei à porta do refeitório e bisbilhotei para ver se tinha alguém na cantina.

E, infelizmente, tinha.

Não somente a tia da cantina... mas também... aquele amigo de Mamoru, de cabelo quase brancos.

Mike...

Ele estava sentado lá longe...

Por que o refeitório era enorme...

Mas vi que ele estava segurando um livro aberto, e que também comia algo...

Hum...

Qual o problema desses caras, para gostarem tanto dessa escola? Eles estão na faculdade!! Fiquem por lá!

Andei silenciosamente pelo corredor de mesas e cadeiras, indo em direção à cantina.

Olhei para o rapaz ali... mas ele nem pareceu que notou minha presença... então voltei a olhar para a cantina.

A tia olhou para mim estranhamente.

Provavelmente pensando que estou matando aula...

É verdade... mas é culpa da Sakurada-sensei!

Ela não fez nada, e me deu um bolinho quentinho, quentinho que pedi. Paguei e olhei ao redor, procurando um lugar onde eu pudesse sentar.

Fitei mais uma vez Mike, e ele realmente nem havia notado que eu estava aqui.

Suspirei de alívio...

Vai que esse cara chama Mamoru de alguma forma...

Brr...

Não quero vê-lo hoje...

Depois daquele sonho hentai... uuhh. Não penso em vê-lo...

E... prefiro pedir desculpas outro dia... hoje não!

Sentei numa cadeira e coloquei minha mala em cima da mesa, enquanto sorria.

Eheheh

Bolinho quentinho da tia da cantina...

Eheheh

Aiii que cheiro delicioso...

Meu estômago reclamou mais uma vez por não estar devorando aquilo.

Mas... calma, estômago...

Calma...

Primeiro tenho que sentir o cheirinho... para dar mais água na boca, aí, então...

ABRIR O BOCÃO E ENFIAR A METADE NA MINHA BOCA!

AH AH AH!

Humm...

Delicioso...

Nham... nham... nham...

Ai, me sinto tão feliz por comer algo tão gostoso...

Ri mais uma vez comigo mesma e comi mais um pedaço.

Senti alguém batendo no meu ombro. Pisquei algumas vezes e me virei com a boca cheia.

Paralisei.

Era o inspetor Satoshi-san... o pior inspetor da escola.

Ele era baixinho, gordinho, careca... e, como você pode adivinhar... era invocado também.

- A-ah... Satoshi-san... - o bolinho caiu da minha boca e o ouvi se chocar com algo no chão. Pisquei algumas vezes e vi o rosto zangado do homem olhar para baixo.

Segui seu olhar e congelei...

O bolinho mastigado tinha caído bem em cima do sapato dele...

Opa...

Fechei um olho e levantei minha cabeça lentamente até o homem.

Ele tinha os braços cruzados, e seu rosto começou a ficar vermelho.

Vermelho, vermelho...

Isso significa... que estou realmente encrencada...

- TSUKINO-SAN! - ele gritou meu nome, e pareceu que ecoou por todo o refeitório.

Por que eu ainda ouvia ao longe... tsukino-san... tsukino-san... tsukino-san...

- Ha-haiii... - fechei minha boca e fiz um bico, me sentindo triste.

Fui expulsa da aula da Sakurada-sensei...

Tô morrendo de fome...

Quando tentei comer algo...

Satoshi-san aparece...

E, sem querer, eu cuspo parte do bolinho bem no pé dele...

Ai...

Kami-sama...

Salve-me...

- POSSO SABER O QUE A SENHORITA ESTÁ FAZENDO AQUI? EM VEZ DE ESTAR NA SUA AULA? - o homem nem mais falava... ele berrava perto do meu ouvido, e eu fechei meus olhos com o som de seus gritos.

- Ah... sobre isso... – murmurei, olhando para o lado e apertando meu bolinho na mão. - É que... hum... er... sabe... er...

- DÊ-ME UMA EXPLICAÇÃO E NÃO GAGUEJE! - pulei mais uma vez na cadeira ao ouvir seu grito.

- Eu estava indo para a diretoria... mas... como estava com fome... - olhei o bolinho em minha mão... ele estava quentinho, quentinho... e o seu cheiro estava de me deixando nos nervos. Comecei até mesmo a babar enquanto olhava para ele...

- FECHE ESSA BOCA E ENGULA A SALIVA ANTES DE FALAR! - corei quando ele disse isso, mas fiz o que ele pediu e olhei para o lado.

- Go-gomenassai... - murmurei.

- NÃO HÁ POR QUE PEDIR DESCULPAS! ACOMPANHE-ME! - ele balançou o pé no ar, e o pedaço do bolinho voou para o outro lado.

Olhei para a comida em minhas mãos e tentei rapidamente colocá-la na boca.

- JOGUE ISSO FORA! – ele falou alto, apontando para o meu bolinho.

Ahhhh não...

Tudo, menos isso...

Onegai!

- Ma-mas eu acabei de comprar, Satoshi-san. E estou morrendo de fome... onegai, não que..

- OBEDEÇA-ME! – nossa, ele estava furioso.

Tudo porque meu bolinho caiu no sapato dele? Ahnn... meu bolinho...

Peguei minha mala e levei meu bolinho até o lixo. Fiquei segurando por um tempo...

Rooonnnnccc...

Eu sei... eu sei...

Bati na barriga.

Mas vamos ter que esperar até o horário do recreio...

- TSUKINO-SAN! - ele gritou mais uma vez, e eu encolhi meus ombros.

- Satoshi-san... - ouvi outra voz e continuei segurando meu bolinho no ar. Segui meus olhos para quem estava falando e vi que era Mike.

Ele tinha abaixado o livro e olhava de uma forma chateada para o homem.

- Sagatta-san! - o gordinho disse olhando para o rapaz, receoso. - A-algum problema, senhor? - ele juntou as duas mãos e começou a esfregá-las como se estivesse nervoso.

Mike suspirou um pouco e o olhou.

- Tsukino-san está me acompanhando... pode deixá-la... - disse simplesmente, e eu pisquei várias vezes.

Huh?

- A-ah... ma-mas achei q-que... tal-talvez... - começou Satoshi-san a falar, olhando para baixo.

- Não deveria ter achado nada... pode deixá-la comigo - ele colocou a mão na sua cabeça e começou a massageá-la.

- A-ah... s-sim, senhor... e-estou indo... - e foi embora assim.

Eu continuei ali... com boca aberta...

Está certo, o rapaz ali é rico... e sabe lá o que faz para todos obedecerem às suas ordens... mas...

Ele...

Ele por acaso me ajudou?

Pisquei mais algumas vezes.

Por quê?

Mike voltou a abrir o livro e folheou algumas páginas, voltando a ler.

Silêncio...

Fiquei algum tempo parada, olhando para ele...

Estranho...

Apertei minha mala numa mão e o bolinho na outra. Caminhei até uma mesa próxima a dele e coloquei minha mala ali.

- Arigatou... -  eu disse bem baixinho.

E esperei.

Ele também comia um daqueles bolinhos, e seus olhos estavam atentos ao livro.

- Hum... - murmurei olhando para o lado, e voltei para ele. - Arigatou... - murmurei mais uma vez. Vi seus olhos azuis claros se erguerem de trás do livro e me fitarem por um tempo. Voltaram a baixar, e ele e voltou a ler.

- Não foi por você... os gritos dele estavam me atrapalhando... – ele disse pegando mais um pedaço de um bolinho.

- Hum - pode ter sido isso, mas realmente ele fora gentil por me ajudar. - Mas obrigada realmente... - falei abaixando minha cabeça com gratidão, e me sentei à mesa, voltando para o meu bolinho.

Meu bolinho...

Não precisa ficar mais triste, não, viu...!?

Agora você pode entrar na minha barriga sem medo...

Ninguém mais vai nos separar...

Sorri olhando para o bolo na minha mão e abri um BOCÃO... o engolindo inteirinho.

Eh eh eh

Adoro comer...

Coloquei a mão no rosto e fechei bem meus olhos, sentindo a felicidade passar por meu corpo ao sentir o bolinho fazendo o seu caminho para minha barriguinha.

Ai, que delícia...

Meu estômago até mesmo deu um grito de alegria...

Abri meus olhos e percebi Mike me fitando por trás do livro, mas, quando o olhei, ele voltou para as páginas.

Hum?

Nani?

Será que ele achou estranho meu jeito agora?

Uah!

Corei e baixei minha cabeça um pouco.

Sei que pareço estranha ao comer... e faço caretas...

Ma-mas quem se importa...

Eu sou assim...

Peguei minha mala e a abri, para ver quanto dinheiro eu tinha na carteira. Um bolinho não era suficiente... mas, infelizmente, eu não tinha mais dinheiro para gastar...

Levantei meu olhar novamente para Mike, e ele comia mais um bolinho...

Ugh...

Que fome...

##########

Quando finalmente voltei para minha classe na segunda aula, aquele aluno novo, o tal de Kou, estava sentado numa carteira logo atrás da minha. Havia umas meninas conversando com ele, e tinha uma sentada na minha carteira, olhando para ele como se fosse uma predadora.

Nossa...

Meninas podem ser muitas vezes assustadoras...

Não podem ver alguém novo que logo dão em cima...

Suspirei e caminhei em direção à minha carteira. Alguns alunos estavam de pé e conversavam uns com os outros. O professor de matemática ainda não havia chegado. Apertei minha mala e a joguei atrás de minhas costas com um suspiro.

Argh... matemática...

Eu odeiiiiooo matemática!

Parei ao lado de minha carteira e olhei para a menina que estava sentada ali. Seu cabelo era vermelho e curtinho, seus olhos eram castanhos.

- Com licença, mas você está sentada no meu lugar... - falei a olhando.

A menina se virou para mim... e me olhou dos pés à cabeça.

Ah?

As meninas que estavam ali, provavelmente amigas dela, pararam de conversar com o aluno novo e me olharam. A menina sentada na minha cadeira suspirou como se estivesse irritada e levantou da cadeira, me empurrando com seu ombro quando passou ao meu lado. Franzi meu semblante por causa de sua falta de educação.

- Ei! - falei a olhando com brabeza, mas ela e suas amigas se afastaram, me dando as costas.

ARGH!

Patricinhas!

- Bléh! - mostrei a língua para as costas delas.

- Hahaha... - ouvi ao meu lado e puxei a língua para dentro da boca.

Uah... eu esquecera que o aluno novo estava ali! Era que, normalmente, ninguém sentava atrás de mim...

Olhei de soslaio para ele, e ele tinha um sorriso no rosto enquanto me fitava.

Fiz um bico e olhei para o outro lado.

Que ótimo...

Senti minhas bochechas esquentarem e dei às costas para ele.

Coloquei minha mala na carteira e me sentei.

Suspirei mais uma vez e tirei meu caderno de dentro da mala.

Senti algo mexer no meu odango e paralisei.

Por acaso...

Mas por acaso mesmo...

Esse cara aí de trás tocou no meu odango?

Não virei para ele, mas continuei estática na minha cadeira...

Novamente senti um aperto, só que no meu outro odango, e me virei rapidamente para trás.

- POR QUE ESTÁ TOCANDO NOS MEUS ODANGOS? - falei bem alto olhando para ele. Vi os seus olhos surpresos com a minha reação, mas ele logo cruzou os braços na mesa e me olhou intensamente.

- Desculpe... mas é tão parecido com um bombom... que tive que tocar para ver se era de verdade...

Corei quando ele falou isso.

Parecido com bombom?

Hum...

Nunca ninguém me disse isso...

Rapaz estranho...

Fiz um bico novamente e coloquei a mão no odango. Segurei firme a bolinha na minha cabeça.

Hum...

- Parece com bombom mesmo? - sussurrei olhando para ele.

Kou sorriu com as minhas palavras e assentiu.

- Prazer... eu sou Kou Seiya, acabei de ser transferido para cá... – ele disse, e me estendeu sua mão. Pisquei algumas vezes.

E, por estranho que parecesse...

Eu me senti feliz com a sua ação.

Era a primeira vez que alguém puxava conversa comigo naquela escola... e até mesmo se apresentava. O que me fez corar.

- Ah... - estendi minha mão para ele, e ele apertou bem forte. - Tsukino Usagi... - murmurei ainda me sentindo estranha.

E sabem por quê?

POR QUE TALVEZ...

AQUELA FOSSE MINHA CHANCE DE ARRANJAR UM AMIGO AQUI!

UAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH!

SUUUGOIIII!

Não é uma menina...

Mas quem se importa!?

- Você veio de onde? - falei feliz já imaginando nós dois juntos na hora do recreio.

IMAGINAÇÃO

- Uah... Seiya-kun... eu não trouxe o meu lanche hoje! E estou morrendo de fome! - falo com lágrimas nos olhos. Seiya aparece ao meu lado com um obentô em suas mãos.

- Então venha comer comigo, Usagi-chan! Tenho bastante comida comigo!

- Uaahhh sugoi, Seiya-kun... você me salvou novamente... - aperto minhas mãos na minha frente, completamente emocionada.

E caminhamos para fora da sala, felizes...

FIM DA IMAGINAÇÃO

Ele sorriu enquanto me olhava, não sei por que razão.

- Algumas horas atrás eu estava em Hong Kong... – ele disse colocando um dedo em seu queixo como se estivesse pensando.

- Hong Kong? - falei piscando algumas vezes. Ah, eu tinha esquecido... aquela era uma escola de ricos...

- Hai! – ele apenas disse, e continuou sorrindo sem desviar seus olhos de mim. E não sei ainda... mas tive uma leve impressão de que o conhecia de algum lugar. - O que foi? - sua voz soou bem suave nessa pergunta, e eu pisquei de novo.

- Ah... nada, nada... gomen... mas achei que já tinha te visto em algum lugar... mas na verdade acho que não... - coloquei a mão atrás da cabeça, sorrindo. - Você já esteve em Tóqui antes? – me virei para ele com muita vontade de conhecê-lo... ele parecia ser uma boa pessoa.

- Sim, na verdade há anos que não volto para essa cidade. Bem, meu trabalho não deixa... - sua última frase pareceu ser mais para ele mesmo.

- Se você quiser eu posso mostrar os melhores lugares de Tóquio para você! - sorri mais uma vez, e Seiya me olhou interessado. - Os melhores lugares para se comer... hehehe - quase faltei babar me lembrando... – Ah... NJin's lanchonete... o melhor lugar onde se vendem sanduíches! - meus olhos brilharam. - Eles servem os melhores sanduíches do mundo! É sério! Da última vez que estive lá, comprei três enormes sanduíches e os comi sozinha... foi o melhor dia da minha vid...

Meu estômago roncou alto...  E eu parei de falar.

Olhei para Seiya, e ele tinha um semblante surpreso enquanto olhava para a minha barriga, e depois se voltou para mim.

- Eh... - meu rosto começou a corar. - Gomen... eu não comi o suficiente... - abaixei meus olhos e passei a mão na cabeça. – E falar nisso apenas me deixou com mais fome...

Seiya soltou uma gargalhada, me deixando mais vermelha ainda.

Olhei para ele... e sua risada era boa de se ouvir, sorri por causa disso.

- Gracinha - ele falou isso depois que parou de rir. Pisquei algumas vezes sem entender. - Bombom... você é uma gracinha... - continuou me olhando com um sorriso nos lábios.

Uah!

Ele me chamou de Gracinha... e-e depois de Bombom?

Meu rosto começou a esquentar... esquentou tanto que abaixei minha cabeça.

Uaahhh que vergonha!

O professor entrou na sala e, um pouco embaraçada ainda, me voltei para frente.

- Na hora do intervalo... você quer me mostrar a escola? - ouvi a voz de Seiya no meu ouvido e olhei de soslaio para ele.

Uah sugoi!

- Hai! Pode deixar! - falei um pouco alto, o olhando.

- Tsukino-san! - ergui meus ombros, surpresa por ouvir meu nome. Vi Seiya segurar o riso, e, lentamente, olhei pra o professor. - Poderia, por gentileza, se virar para frente... - ele disse bem educado, mas me olhava de uma maneira cansada.

- Ha-hai... gomenasai... - abaixei minha cabeça com as bochechas vermelhas.

##########

- E aqui ficam o refeitório e a cantina... - mostrei para Seiya enquanto andávamos. Ele me acompanhava ao lado. E uaahhh... eu estava tão feliz...

Nós tínhamos conversado sobre tanta coisa enquanto passeávamos pela escola, e assim pude conhecer um pouco mais sobre ele.

Seiya tinha acabado de se mudar para Tóquio por causa de alguns problemas na sua família, e também por causa da empresa do pai dele. E, por incrível que parecesse, ele tinha uma banda! Não muito famosa, mas eles já estavam juntos havia alguns anos.

Eu o elogiei, porque realmente ele tinha uma belíssima voz, e Seiya ficou tão envergonhado que não pude deixar de sorrir. Ele ficou tão kawaii!

- Bombom, você têm irmãos? - ele começou a falar. Tinha as mãos nos bolsos e olhava para frente.

Seiya começara a me chamar assim, mesmo nós tendo acabado de nos conhecer, não liguei muito e o deixei me chamar assim.

Eu achei bem kawaii...

- Iie... sou filha única... mas... - parei de falar. Me lembrei de Mando-chan. - Há alguém a quem considero muito... - olhei para o chão, me lembrando dos dias que passara com ele.

Mando-chan...

Espero que você esteja bem...

Eu não via a hora de as aulas acabarem e eu poder ir direto para o Hospital.

- E esse alguém é considerado como sendo um irmão para você? - a voz dele interrompeu meus pensamentos, e eu o olhei.

- Hum... - pensei um pouco sobre minha relação com Mando-chan. - Uma coisa assim... - murmurei pensativa.

- Você tem namorado? - ele perguntou subitamente, e parei de andar. Meu rosto esquentou tanto...

Uah! O que ele tá perguntando!?

Eu não tenho namorado...

Não, não, não...

Mas, quando ele falou isso...

Mamoru veio à minha mente...

NÃO, ELE NÃO É MEU NAMORADO!

EU SEI! EU SEI!!!

Mas...

Mas...

Não sei realmente o porquê de ele aparecer em minha cabeça.

- Po-por que está me perguntando isso? - gaguejei olhando nervosa para o chão e apertando minhas mãos.

Vi os sapatos dele pararem à minha frente.

- Hum... - ele pareceu pensar, e meu coração não parava de bater rápido no peito. - Só estou curioso... - minha respiração falhou um pouco, e ergui os olhos. Seu rosto estava sério, e seus olhos brilhavam enquanto me fitava.

Uah...

Meu corpo se arrepiou pelo jeito como ele me olhava...

Ele ficou em silêncio por um momento enquanto me observava. Mordi meus lábios nervosa e com meu coração a mil.

A minha relação como Mamoru...

Que tipo de relação nós temos...?

Po-por que nós nos beijamos...?

Bem, nós estamos nos beijando muito ultimamente...

E, depois de ontem...

UAH!

UAH!

Não lembre... não lembre...

Porque, se você lembrar de uma parte sequer do dia de ontem... sua mente não vai deixá-la sossegar!

- Tudo bem... não precisa me falar... - ele falou com um sorriso e começou a andar.

- Ah! - ergui minhas mãos e segurei seu braço. Ele se virou na hora quando o puxei. - E-eu não tenho namorado... não... - ugh... mesmo que fosse possível... eu não namoraria Mamoru. Ele é um maldito hentai... e não gosta de mim. - Não tenho, não... - olhei para baixo, me sentindo um pouco triste com meu pensamento.

- Okay, então... - levantei meus olhos para ele, e Seiya sorria para mim, como se, por um momento, estivesse satisfeito com minha resposta. Pisquei calmamente, olhando seus lindos olhos, e senti seu perfume. Que cheiro bom...

Estranho dizer isso...

Mas esse cheiro acalma meu coração...

Nossa, acho que estamos muito perto... para eu sentir seu perfume assim...

Abaixei lentamente os olhos...

E UAH!

EU ESTAVA AGARRADA AO BRAÇO DELE!

- UAH! - larguei seu braço, e meu rosto esquentou. - Gomen... não queria segurá-lo!

Doki, doki, doki

Uahh... meu coração acelerou pra valer no peito.

Ele riu um pouco, e o olhei com o coração a mil.

Ele sorria bonito para mim.

- Não tem problema... fique à vontade quando quiser fazer isso de novo - e piscou para mim.

Ah... devo estar muito vermelha agora...

Coloquei ha mão no rosto...

Qu-que é isso...

Meu coração acelerou muito...

O sinal tocou, e eu me voltei para ele.

- Vamos para sala... - Seiya falou me chamando, assenti e sorri, seguindo-o.

- Hum... Seiya... - murmurei olhando para o chão.

- Hum? - meu coração bateu bem forte no peito pelo que eu estava a ponto de perguntar.

- Começamos a ser... hum... amigos? - murmurei erguendo só um pouquinho meus olhos para olhá-lo. Seiya piscou com a minha pergunta e ergueu a cabeça.

- Hum... deixe-me pensar... hum... - mordi meus lábios com a cara que ele fez. - Hum... eu não sei... sabe... eh... acho que vou aceitar ser seu amigo...

Eu ri quando ele se voltou para mim com um enorme sorriso.

- Baka! Por que fazer essa onda toda!? - ri mais uma vez, e Seiya tocou no meu odango novamente.

- Ainda bem que encontrei você, Bombom...

Pisquei algumas vezes e sorri.

Seiya é tão gentil... e tão legal...

Gostei muito de tê-lo conhecido...

- Por que está sorrindo? - ouvi-o perguntar e me voltei para ele. Seiya me olhava de uma forma interessada.

- Ah... – me voltei para frente. - Você é a primeira pessoa com quem tenho uma conversa agradável nessa escola... - coloquei as mãos à frente de meu corpo, segurando uma com a outra, ainda sorrindo.

- Hum... fico feliz em ouvir isso... – me voltei para ele e sorri mais uma vez.

Quando me voltei para frente vi...

Lá... lá, quase no final do corredor...

O maldito...

Minhas pernas estremeceram.

Ele estava rodeado por garotas enquanto olhava sério para dentro...

UAH! Da minha sala!

O maldito estava olhando para dentro da minha sala!

ELE ESTÁ ME PROCURANDO, POR ACASO?

Minha respiração...

Ohh Kami... lá se vão os doki-doki...

- E-er... Seiya... le-lembrei que tenho que resolver algumas coisas... - continuei a olhar o idiota lá, e parecia que ele ainda não tinha me visto. Me voltei para Seiya. - Tudo bem... se você for na frente? - seus olhos pareceram confusos, e ele assentiu. – Ah... então até de-depois...

Olhei mais uma vez para frente e dei meia volta.

- Mas, Bombom, a aula vai começar daqui a pouco... - Seiya disse às minhas costas.

- É educação física! Depois eu resolvo com o professor! - acenei sem voltar para trás e comecei a correr.

E corri muito, tentando me afastar dali.

Uah... o que aquele desgraçado queria?

Estou tentando evitá-lo tanto hoje...

Por que não sei o que vai acontecer se ele tentar fazer algo comigo! Tenho medo de não resistir!

Uuaahhhhh... – quase chorando

E depois daquele sonho pervertido... meu coração não para...

NÃO PARA DE FAZER doki-doki!

Eu odeio tanto o Chiba!

- Não corra no corredor! - ouvi alguém chamar minha atenção e parei na hora. Respirei rapidamente tentando recuperar o ar, olhei para trás... e não tinha ninguém me seguindo.

Mas também...

Depois de ter virado em tantos corredores... duvido que aquele imbecil tenh...

- Peguei você... uma braço laçou minha cintura, um corpo quente bateu contra minhas costas, e a voz sussurrou bem ao meu ouvido.

Uahh... meu corpo se arrepiou todo.

- Me-me solta! - gritei ao sentir o calor em volta da minha cintura, e o rosto do rapaz se afundar em meu pescoço. - Pa-pare o que está fazendo! - uaahh... tentei e tentei mais uma vez me libertar.

- Estou atrás de você... a manhã inteira... – ele sussurrou mais uma vez.

Ergui meu braço e dei uma forte cotovelada na barriga dele.

- itai! - falou finalmente me soltando.

- Que droga! O que pensa que está fazendo, Josh? – uaah... meu rosto está pegando fogo!

- Gomen, Bunny-chan... mas estava a fim de abraçar você... – ele disse sorrindo com seus olhos quase fechados. Fechei minha cara e me virei para o outro lado, me afastando daquele louco. - Ei... ei... ei! Calma lá, Bunny-chan... - correu para minha frente, bloqueando meu caminho.

- O que você quer? - falei um pouco nervosa. O que esse idiota está querendo?

- Hum... acho que não começamos muito bem... e hum... estava pensando... o que acha de nos apresentarmos novamente e de nos conhecermos? – ele sorriu de lado, estendendo a mão à minha frente.

Huh?

Pisquei algumas vezes... e o olhei sem entender.

Realmente... não sei do que ele está falando...

- Eu sou Tsukino Usagi... e você é... é Josh alguma coisa... pronto... é isso... foi um prazer... - e voltei a caminhar.

- Johnson... - voltou a ficar à minha frente, e suspirei nervosa.

- Huh?

Ele sorriu mais uma vez e estendeu  sua mão.

- Meu nome é Josh J. Johnson...

Pisquei algumas vezes.

Ele era americano?

- Você tem o sobrenome estrangeiro! - falei surpresa.

Não sabia que ele era estrangeiro...

- Meu pai é inglês e minha mãe é japonesa...

- Ah! - ele pegou minha mão, e pulei surpresa, e, gentilmente, ele apertou a minha entre seus dedos.

- Prazer... - disse ainda sorrindo.

- Hum... - assenti e afastei minha mão da dele.

Josh sorriu mais uma vez e ficou ao meu lado

- Er... eu queria pedir desculpas por ontem...

Olhei para ele.

Seu cabelo estava todo desalinhado, e seus olhos azuis brilhavam muito enquanto fitavam o chão.

- Hum? Por quê?

- Eu... hum... eu não estava muito bem ontem... e... er... falei umas coisas que não era para você ouvir – ele se voltou para mim, e pisquei algumas vezes. - Só esqueça o que falei ontem, está bem?

Não faço a menor ideia do que ele está falando...

Mas assenti mesmo assim.

- Ótimo! – ele sorriu mais uma vez e colocou seu braço em cima de meu ombro, me puxando para voltarmos a andar.

Corei...

- Johnson-san... por favor... tire seu braço de cima de mim...

- Hum? - seus olhos me fitaram, divertidos, e franzi meu cenho. Ergui minha mão e tentei tirar seu braço, mas, mesmo assim, ele não se moveu. - O que aconteceu com Josh? Você estava me chamando pelo meu primeiro nome, agora é Johnson-san?

- Isso significa respeito... - murmurei tentando mais uma vez empurrar seu braço. – Onegai,.. tire seu braço de cima de mim! - ele ainda não tirava!

Eu podia sentir o calor do corpo dele batendo contra o meu, e eu não estava me sentindo bem ali.

- Ah... é mais divertido ficar assim, Bunny-chan! – ele sorriu e se aproximou de meu ouvido. – Eu posso ficar mais perto de você... - meu corpo se arrepiou e eu o olhei. - E é muito bom ficar assim com você, Bunny-chan!

Josh piscou para mim ainda sorrindo.

Esse cara tem problema também?

Senti o braço dele me largar como se alguém o estivesse forçando a me soltar.

- Hum? - Josh murmurou olhando para trás. - Ah... er... oi, Mamoru-kun!

Só ouvir esse nome...

Fez meu corpo inteiro se arrepiar...

Olhei para trás... e Mamoru estava ali, com seu cenho franzido enquanto segurava o braço de Josh.

- Não achei que você estivesse nesse andar... - sussurrou Josh com um sorriso, mas pude ver que ele estava... hum... nervoso?

- Sai daqui, Josh... - a voz de Mamoru estava rouca, e seus olhos, frios.

Brrr...

Meu coração acelerou para valer...

Mamoru empurrou o braço de Josh bem forte, o desequilibrando, fazendo com que ele se afastasse de mim.

- Ah... er... - Josh coçou a cabeça. - Não precisa ficar bravo, Mamoru... - disse como se estivesse chateado. - Eu e Bunny-chan estávamos só conversando, certo, Bunny-chan? - seus olhos vieram para mim e voltaram para Mamoru.

O maldito continuava a olhar feio para Josh...

Meu coração estava batendo tão forte que eu não falava nada!

Nem mesmo minhas pernas se moviam!

ARGH!

QUE DROGA...

TUDO POR CULPA DELE!

MAMORU-BAKA!

Mamoru deu mais um passo à frente, e eu não consegui respirar... seus olhos fitavam Josh... mas, mesmo assim... parecia que eu estava presa só por causa da sua presença...

- Bem... parece que tenho que ir... - Josh disse ainda sorrindo. - Bunny-chan! - olhei para ele e Josh piscou para mim. - Até mais... - e se virou, partindo.

Meu coração bateu que nem louco no meu peito.

ONDE ELE ESTÁ INDO?

NÃO ME DEIXA SOZINHA COM ESSE IDIOTA!

Minhas esperanças se acabaram quando Josh virou num corredor... e vi que não tinha mais ninguém ali.

Estremeci quando o senti se aproximar de minhas costas...

Lentamente virei minha cabeça para ele, e me encontrei com seus olhos sérios.

- Ohayou... - sua voz deixou minhas pernas bambas! Quase... quase caí.

Seu cabelo estava na frente dos olhos, sua boca estava fechada... seus lábios alinhados... Ele vestia uma camisa sem mangas, e assim eu podia enxergar seus braços fortes... não me atrevi a olhar mais para baixo, por que seus olhos estavam me sugando...

- Estava fugindo de mim? – ele murmurou mais uma vez... mas de uma forma... triste?

Minha boca abria e fechava.

Eu não conseguia falar...

Vi seus dedos perto do meu rosto e por instinto... me afastei.

Seus olhos se abriram um pouco, surpresos, mas voltaram ao normal.

- An-antes de qua-qualquer coisa... - falei rapidamente desviando meus olhos para baixo.

Uahh...

Acho que vou explodir...

- Na-não pense nada errado de mim... e-eu... o que eu vou falar... na-não significa que me im-importo com o que você pensa... ma-mas... - tentei recobrar o ar, pois eu estava falando muito rápido - qu-queria lhe pedir de-desculpas por ontem... quando disse a-aquelas coisas para você, po-por acusá-lo de uma co-coisa que você não fez... - abaixei minha cabeça, olhando para os seus sapatos. – Gomenasai! - falei bem alto e tremendo.

Uaahhh...

Que vergonha de dizer isso...

Ma-mas... realmente fui uma tola por acusá-lo injustamente...

Mesmo ele sendo esse idiota, besta, irritante, galinha... eu devo me desculpar.

Meu pulso...

Credo... parece que vou ter um infarto a qualquer hora!

Mamoru não disse nada.

Mantivera-se em silêncio desde quando eu começara a falar, e até agora...

Eu ainda encarava seus sapatos pretos, mas, pouco a pouco... levei meu olhar até o dele...

Seu rosto estava surpreso com minhas palavras, mas, quando ele encontrou meus olhos, piscou e abriu um sorriso de lado.

- Odango-baka... - quase faltei cair quando ele disse isso. - Não faça essas coisas, senão não vou conseguir me controlar... – ele colocou sua mão atrás da cabeça.

Meu rosto esquentou, esquentou...

Droga de Mamoru...

Você é tão... UGH!..

Eu odeio você...

Olhei para o lado e fiz um bico, corando... mesmo comigo me desculpando, Mamoru tinha que me chamar de odango, e idiota ainda...! argh...

- Nem deveria me desculpar com você... você é tão estúpi... - senti o calor de seus lábios sobre minha bochecha e pulei de susto com o contato.

Me voltei para ele com o coração a mil e a respiração falhando...

Seus olhos estavam muito azuis enquanto me fitavam, e estavam tão ternos...

- Obrigado... - sussurrou olhando para a minha boca e voltando para meus olhos.

Paralisei.

E-ele disse obrigado?

O IDIOTA-PLAYBOY DO CHIBA DISSE "OBRIGADO" PARA MIM?

Isso me deixou sem palavras...

Uah... minhas pernas tremeram, e meu coração bateu tão forte...

E pareceu que o tempo paralisou para nós...

Como aquela primeira vez...

Parecia que no meu mundo...

Apenas eu e ele existíamos...

Eu me sentia mais estranha agora...

Por que Mamoru não me olhava daquela forma faminta...

Ele me olhava como...

Apaixonados se olham...

E isso mexeu ainda mais comigo...

Como se existissem pequenas borboletas em meu estômago...

E, secretamente...

Desejei novamente... que realmente Mamoru se apaixonasse por mim...

- MAMORU! - ouvi alguém gritar ao longe... e toda aquela magia desapareceu.

Algo pulou nas costas de Mamoru, contornando seu pescoço.

E engoli em seco...

Longos fios negros voaram para frente do ombro de Mamoru, e eu segurei minha respiração.

Um rosto de uma garota surgiu apoiado no ombro dele, e ela tinha um sorriso na face, e seus olhos estavam bem fechados.

Afundou o rosto no pescoço de Mamoru, e meu coração bateu mais rápido.

- Hum? - Mamoru parecia perdido quando olhou para o lado e viu a figura, e sua postura não mudou.

Ela afastou seu rosto do pescoço dele e sorriu bonito, me fazendo até perder minha respiração. Seus olhos se abriram revelando uma cor ametista profunda.

Kami-sama...

Ela é linda...

E...

Eu nunca a vi por aqui...

- Mamoru... você vai me deixar esperando até que horas? - a voz dela era forte, e seus olhos fitavam seriamente Mamoru.

- Gomen... - ele tocou nos braços dela e fez um pouco de carinho.

E eu corei...

E-ela...

Estava com ele?

Mamoru... estava.. com ela?

Huh?

Ela desceu das costas de Mamoru e ficou ao seu lado, cruzando os braços.

- Eu estou cansada... quero ir para casa... - ela realmente parecia cansada.Oolhou para o lado, chateada, mas logo seus olhos se voltaram para mim.

- Hai... - Mamoru falou passando a mão no pescoço como se estivesse doendo pelo estrangulamento da garota.

Eu me senti diminuir com o olhar da garota para mim, ela parecia um pouco surpresa, apenas...

- Ah... - ela murmurou. - Não sabia que estava acompanhado... - sua voz era tão firme. Colocou parte de seu cabelo atrás da orelha e caminhou até mim.

E eu corei mais uma vez.

Ela era muito bonita mesmo... e seus movimentos, tão perfeitos...

Sua presença era forte, eu podia notar...

- Olá... – ela abriu um enorme sorriso, estendendo uma mão para mim, e segurei minha respiração ao notar seu movimento. - Meu nome é Hino Rei.

Parecia tão gentil...

E sua mão estava estendida firmemente para mim, sua presença também era intimadora.

- Você vai ficar o dia inteiro olhando para minha mão ou vai me cumprimentar? – ela disse num tom forte, me fazendo corar ainda mais.

- Ah... hai, hai... - apertei a sua mão, tremendo, e ouvi Mamoru rir.

Uaahh que vergonha...

- Você por acaso tem nome? - continuou ela olhando diretamente nos meus olhos.

Kami-sama...

Não sabia que existiam pessoas como ela...

Com uma aparência tão frágil, mas uma atitude forte...

- Tsukino Usagi, Hino-san... - Mamoru disse meu nome por mim, e eu o olhei. Ele sorria de lado enquanto cruzava os braços. - Tsukino-san, essa... é a minha esposa... Hino-san.

Suas últimas palavras me fizeram congelar.

Huh?

O QUÊ?!

Continua...


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Notas finais do capítulo

Comentários, por favor, meninas! BJs