My Dear Devil escrita por ana_christie


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Oi, meninas! Primeiro gostaria de me desculpar pela demora. Sei, foi uma demora realmente looonga! Mas esse fim de ano foi cheio. Viajei demais e não tive tempo de postar, e também não tive contato com a Naonix esse mês de dezembro. Mas agora eu trago um capítulo perfect! Espero que gostem tanto quanto eu gostei!



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Humm...

Aos poucos meus sentidos voltaram.

Tudo estava tão escuro... mas logo abri meus olhos devagar, finalmente percebendo a luz.

Hum...

Eu me mexi um pouco mais no lugar aconchegante.

Muito aconchegante...

E puxei um pouco mais uma coberta que estava em cima de mim.

Estranho...

Na última vez eu me encontrava na quadra da escola...

Meus olhos se abriram com esse pensamento.

É verdade... eu deveria estar na quadra de esportes...

Depois de discutir com aquele idiota do Chiba... eu acabei... hum...

Desmaiando?

Hum...

Não consigo me lembrar de mais nada depois disso...

- Está acordada? - abri mais meus olhos com o tom da voz. Não percebi de quem era...

Era suave... mas num tom bem forte...

Olhei de lado e abri ainda mais meus olhos.

Era aquele amigo de Chiba... o Mike, quem estava ali... sentado numa poltrona... e parecia que lia algo... seus olhos estavam grudados no livro.

Logo me dei conta.

O que ele estava fazendo ali?

E O QUE EU ESTOU FAZENDO AQUI?

Sentei rápido e quase caí de onde eu estava.

Num sofá...

A coberta deslizou pelo meu ombro e caiu no meu colo.

Olhei à minha volta e me encontrei num...

Hum... acho que era um escritório...

Grande! Com enormes janelas... e cortinas escuras... bem, a sala inteira era escura. Quero dizer, não entrava luz do sol, e os móveis, paredes, tudo era em cores escuras.

Mas estava bem iluminada, apesar dos tons escuros e fortes que predominavam no lugar.

Mike estava sentado perto da janela, suas pernas estavam cruzadas enquanto ele lia o livro. Perto dele, meio que na lateral, havia uma mesa extensa com vários papéis e arquivos... e várias outras coisas... e uma cadeira bem ali.

Como se alguém importante se sentasse ali... e revisasse todos aqueles papéis...

Hum... bem chique...

Minha cabeça voltou a dar um clique e eu me voltei para o rapaz sentado ali.

Seus cabelos iam até um pouco abaixo de seus ombros... e eram de uma cor loiro cinzento... quase branco... prateado... sei lá... no entanto... era muito bonito.

Ele vestia um terno cinza, que, por ironia, combinava com a cor de seus cabelos e olhos.

Ma-mas... o que estou fazendo aqui mesmo?

- Você está desacordada faz algumas horas... - ele falou novamente.

Horas?

Que horas são?

Olhei mais uma vez à minha volta e não vi nenhum relógio...

- O que estou fazendo aqui? - falei me voltando para ele. Mike virou uma página do livro e puxou o ar para seus pulmões.

- Mamoru... – ele começou dizendo o nome da besta - te trouxe. Na mesma hora em que você desmaiou. Naquele momento ele foi chamado de volta à empresa... – ele fechou o livro, afastou levemente a cortina e olhou para fora. - Então achou certo trazer você aqui, pediu para que eu a olhasse até você acordar... – se levantou da cadeira. – Então, como você já acordou... - começou a caminhar em direção à uma porta.

- Ma-mas por que ele me trouxe aqui? - segui com meus olhos os movimentos dele.

Ele tinha uma postura elegante e constituição forte... e, bem, andava de uma forma vigorosa...

Parou em frente à porta, colocou uma mão no  bolso e se voltou para mim.

- Acho que você já sabe a resposta...

Puxei a coberta e a apertei em minha mão. Raiva já correndo por meu corpo...

Maldito Chiba...

- Ele foi resolver uns problemas relacionados com a empresa... e logo volta. Você pode esperar aqui mesmo... - ele tocou a maçaneta, pronto para abrir a porta.

- Hunf! - virei meu rosto e tirei a coberta de meu colo. - Se pensa que vou ficar aqui aguardando aquela pessoa ignorante, está muito enganado! - murmurei apenas para mim, meus nervos pulavam em minha cabeça. Levantei-me, sentindo minhas pernas um pouco bambas. - Eu não quero ver a cara de Chiba nunca mais na minh-off! - não aguentei ficar sobre minhas pernas e acabei caindo no chão de joelhos. – Itaiiii... – itaiiiiiiii... doeu... doeu mesmo...

- Você está fraca ainda... não deveria ter se levantado tão rápido... - Mike falou, voltando a fechar a porta, e começou a se aproximar de mim. - Venha aqui...

Olhei para cima e vi sua mão estendida para mim... para me ajudar. Franzi meu cenho.

- Não obrigada... - balancei minha mão na sua frente, negando sua ajuda. - Eu posso me levantar sozinha... - coloquei minhas mãos no sofá... e vi tuuuddoo rodando...

Uooooo...

Tá rodando... tá rodando...

Fechei meus olhos, passando minha mão no rosto...

- Pelo que vejo... está tonta ainda... - ele disse alguma coisa assim e tocou em meu braço, tentando me ajudar a sentar no sofá.

Desta vez eu o deixei me ajudar, sentei no sofá e afastei sua mão de mim.

- Arigatou... - falei ainda um pouco tonta.

- Você estava com muita febre, por isso está assim. É incrível que você tenha aguentando tanto tempo em pé enquanto estava brigando com Mamoru...

Quando consegui focalizar, encontrei Mike logo à frente em pé.

- Era minha raiva que me mantinha de pé. AH! EU ODEIO Mamoru-baka-estúpido-besta-infeliz-ridículo-retardado... é a pessoa mais estúpida que conheci em minha vida! É uma pessoa desagradável! É um completo IDIOTAAAAAA! - minha boca desandou a falar, e abri os olhos, percebendo o que acabara de dizer. Coloquei as mãos na boca e olhei para Mike.

Ele tinha suas sobrancelhas erguidas, como estivesse surpreso com as minhas palavras.

Ai que vergonha, eu...

Huh? Vergonha? Vergonha nada!

AQUELE IDIOTA DO CHIBA É EXATAMENTE ISSO QUE FALEI!

E MAIS AINDA!

Abaixei minhas mãos...

Mike podia ser importante para Hotaru... mas ele era igualzinho a Chiba...

UM COVARDE!

- Quero ir embora... - falei olhando para a porta, tentei me levantar, mas a mão de Mike tocou meu ombro, me impedindo.

- Você vai ter que ficar... prometi a Mamoru que não deixaria você sair... - sua face estava séria.

- Como assim não vai me deixar...

- Escute... - falou de repente, cortando minhas palavras. - Eu não sei que história era aquela que você veio falando de que Mamoru tinha espancado Matsukaze, mas, se quiser chamar a atenção dele... não venha com essas bobagens...

Huh?

HUH?

O QUE ESSE CARA FALOU?!

SE EU QUISER CHAMAR A ATENÇÃO DO DESGRAÇADO DO MAMORU?!

- VOCÊ SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIIIIRAAA... - e ri... ri bem alto... mesmo que parecesse uma louca... ri bem na cara do rapaz ali.

Ele piscou algumas vezes e me olhou de uma forma engraçada...

- Escute aqui, oh, riquinho... - falei parando subitamente de rir, e o olhei seriamente. - Não me interesso por tipos como Chiba Mamoru... e principalmente... não sou do tipo de pessoa que gosta de chamar a atenção de um cara... - seus olhos estavam sérios, me observando. - Eu estava defendendo meu amigo... em quem vocês covardemente bateram até fazê-lo perder a consciência... - Mike me olhou de uma forma estranha novamente. - Eu não suporto pessoas como vocês... que acham que o dinheiro vem em primeiro lugar. Se quiser realmen...

- Em quem batemos covardemente? - ele falou novamente, me interrompendo.

ARGH! Esse cara está me deixando irritada!

Ele não me deixa terminar de falar!

- Sim? O que mais poderia ser? – falei com ironia, e ele fez uma cara engraçada, como se estivesse pensando, e franziu o cenho.

- Como assim? Nós não batemos em ninguém...

Hum?

- Hum? Do que está falando?

- Não compreendo o que está dizendo, Tsukino-san. É verdade que Matsukaze veio atrás de Mamoru ontem pela manhã... e bem... eles tiveram uma discussão. Mas Mamoru não o agrediu de forma alguma - pisquei algumas vezes.

Hum?

Nani?

- Eles apenas se agrediram verbalmente... e fora isso... Matsukaze saiu ileso daqui da empresa.

- Co-como me explica então ele estar naquelas condições?

- Como vou saber? Ele deve ter encontrado alguma confusão no caminho - Mike continuou parado me olhando.

E, por Kami...

Minha mente estava explodindo com essas informações.

Mamoru não bateu em Mando-chan?

Ma-mas Mando-chan disse que foi Chiba quando perguntei quem fez aquilo... ele não mentiria sobre isso...

Ouvi um barulho de maçaneta e minha atenção e a de Mike foram para a porta.

Mamoru apareceu ali vestido num terno preto com uma gravata azul-marinho. Uma de suas mãos estava no bolso, enquanto a outra alisava seus cabelos, retirando-os dos olhos.

E por Kami...

Foi como se um choque se espalhasse por todo meu corpo...

Só em ver ele...

E nossa...

Como ele ficava bem assim...

Com aquele terno...

Ele parecia... maduro...

Parecia alguém importante, sabe?

Não sei como poderia explicar... mas fazia minha pele se arrepiar só ao olhá-lo.

Meu coração disparou apenas ao vê-lo.

- Ah... Mamoru - Mike se virou para ele e começou a se aproximar do amigo. - Como prometido... - disse tocando o ombro dele e saiu.

Meus nervos paralisaram... meu sangue congelou em minhas veias, e minha respiração não saía...

Estávamos a sós...

Os olhos azuis escuros de Mamoru estavam em mim.

Ele parecia um pouco cansado... estressado... esgotado... enquanto me observava.

Afrouxou um pouco sua gravata e abriu os lábios como se buscasse por oxigênio.

Voltei a puxar a coberta e a coloquei sobre minhas pernas, apertando o tecido em minhas mãos.

Demorou vários minutos para ele voltar a andar na direção daquela mesa. Seus passos estavam pesados...

Apenas ouvi o barulho de seus sapatos – com certeza italianos – batendo contra o piso muito bem encerado do escritório. Ele deu a volta na mesa, tirou seu blazer e o pendurou no encosto da cadeira, então se sentou nela, que parecia ser muito, mas muito confortável.

Ele começou a mexer nuns papéis ali, como se analisasse o que estava vendo...

Não me dirigiu nenhuma palavra sequer...

Nada.

“Nadica” de nada!

Nem um pio...

Só o barulho das folhas de papel que ele olhava com tamanha atenção...

- O que está fazendo? - falei já não aguentando minha curiosidade, e seus olhos se levantaram para mim, surpresos. Como se ele não esperasse que eu falasse. – Você está com uma cara de que não sabe o que está fazendo... - e realmente parecia. Ele parecia preocupado...

Sabe aquela cara de “OH MEU DEUS... O QUÊ QUE EU VOU FAZER!?”?

E bem... ele olhava dessa forma para a folha...

Ele sorriu, mas a mão em seus lábios não me deu a visão suficiente para ver o seu sorriso inteiramente.

- Eu seria um incompetente se não soubesse o que estava fazendo... e a empresa já estaria sob falência... - sua voz fez minha pele se arrepiar. Kami... ele tinha uma voz tão profunda...

Fiquei em silêncio novamente.

Ele continuou a verificar algumas pastas e depois disso começou a digitar num notebook. Logo retirou a gravata e a jogou de lado... como se estivesse já irritado de usá-la...

Hum...

Esse silêncio me deixa agoniada...

Esse idiota me traz aqui sem nenhuma razão... e depois fica ali...

Por que diabos ele me trouxe aqui, falando nisso?

Para tentar alguma coisa comigo?

RÁ!

Ele que experimente...

Eu lhe dou uns belos de uns socos!

- Por que me trouxe aqui? - falei de uma vez por todas.

Seus olhos se voltaram para mim novamente.

- Você desmaiou em meus braços... e como eu precisava voltar para o trabalho... resolvi te trazer junto... e assim... - e ele parou de falar como se interessasse pela folha que estava em sua mão.

- Assim o quê? - consegui chamar sua atenção novamente, pois seus olhos ergueram-se para mim.

- Assim... eu poderia cuidar de você...

Minha respiração fraquejou e apertei a coberta mais uma vez. Ele voltou para o papel e eu me senti corar.

Puxei a coberta até perto de meus lábios, sentindo meu rosto queimar.

Para cuidar de mim?

Hunf... não vá cair por isso, Usagi...

NÃO VÁ CAIR!

ELE FALA ISSO SÓ PARA VOCÊ FICAR DESSE JEITO!

Com o coração pulando que nem louco no peito...

Arrggh... maldita a hora em que comecei a sentir algo por esse infeliz!

- De-deveria ter me deixado na enfermaria... – falei, me lembrando que ficava perto da quadra de esportes.

- Nah... – ele falou balançando a cabeça. - Se eu te deixasse lá... não poderia ficar de olho em você...

Uhg... essas palpitações...

Como ele pode falar dessa forma...

Tão carinhosamente...

- Baka... - murmurei sob minha respiração, não queria olhá-lo dessa vez. - Você só faz isso para me irritar... sabe o quanto odeio você...

MAMORU-IDIOOOTTAAA! ARGHH!

- Iie... - sua voz me fez voltar para ele. Mamoru olhava seriamente para mim. - Não faço isso para te irritar... – levantou-se da cadeira, e eu pisquei. - Faço isso... para você se apaixonar por mim... – ele caminhou até a porta.

Meu coração disparou... onde ele vai?

- Onde você está in...

Click

Vi-o trancar a porta e se voltar para mim.

- Eu pedi para Mike olhar por você enquanto eu estava numa reunião... - começou a se aproximar de mim.

Uuaah...

Não gosto disso...

Não mesmo...

Ele parou na minha frente e levou sua mão em direção à minha testa.

Eu me afastei na hora, antes que ele pudesse me tocar.

- Nem pense nisso... - falei o olhando feio.

Vai...

Vai pra longe, Mamoru...

E-eu não quero você perto de mim...

- Baka-odango... - ele murmurou, e tocou minha testa mesmo assim...

Fechei meus olhos ao contato de sua pele fresca...

Como pode ser tão confortável...?

- Sua febre baixou... – ele disse se afastando. Voltei a abrir os olhos, me inundando nos dele, naquela cor profunda... aquele azul intenso fitando somente a mim... - Se não baixasse... não sei o que poderia fazer... – ele sussurrou de uma forma agoniada.

Droga...

Lá vou eu me afundando naquelas íris azuis escuras dele...

Por que eu tenho que me sentir dessa maneira por ele?

Sua mão tocou minha bochecha e começou a acariciar, seus dedos tocaram a minha nuca, meu pescoço...

Uah...

Arrepios correram por todo o meu corpo...

Ele não me olhava da forma como ele sempre olhara...

Não poderia dizer que forma... mas... não era "desejo"...

Tocou meu queixo, e seu polegar acariciou a linha do meu lábio inferior.

Droga... não consigo respirar...

Seus olhos fitaram a parte em que ele me tocava... Acariciou de uma forma bruta meu lábio... como se decorasse o formato dele...

Mas eu não podia entender por que ele fazia isso...

Fechei meus olhos...

Minha mente estava perdida nas sensações que os dedos dele provocam em minha pele...

- Chi-CHIBA... o que... – ele puxou meu queixo mais para ele... e sua boca tocou, quente, a minha.

Hum...

Ele apertou bem forte a sua boca contra a minha, e eu gemi... Seus lábios começaram a me beijar ansiosamente.

Ele desceu ao meu nível finalmente, e sua mão apertou minha nuca, puxando-me mais contra sua boca, incentivando-me a abrir os lábios.

- Mhhm... – o ouvi gemer num tom desesperado. - Beije-me, Usako...-  disse entre um beijo e outro. - Não sei... - hum... os lábios dele não me deixam pensar... - até quando vou aguentar... - terminou passando sua língua entre meus lábios.

Abri minha boca e, ansiosamente, ele me beijou mais forte.

Ah... droga...

Coloquei minha mão atrás de sua nuca e o puxei mais para mim...

Eu queria tanto beijá-lo dessa forma...

Senti um gosto de hortelã em sua boca que provocou umas sensações esquisitas por todo meu corpo...

Ele beijou meu lábio inferior lentamente e afastou seus lábios de mim, me fazendo abrir os olhos...

Mamoru continuava com seus olhos fechados e respirava fortemente...

Deus... era como se ele estivesse recuperando as forças...

Seus olhos aos poucos se abriram... e me fitaram.

Kami... se eu não estivesse sentada naquele momento... eu poderia ter caído aos pés dele... seu olhar era profundo... como se fosse me tragar para dentro dele...

Ele passou a língua pelos lábios, como se não quisesse desperdiçar nenhum traço de sabor onde eu havia tocado...

Uah... comecei a corar com esse pensamento...

Suas mãos acariciaram meu rosto, e eu fechei meus olhos...

Hum...

Meu corpo reage tanto aos seus toques...

Senti o calor de sua respiração em meu rosto... e eu sabia que ele ia me beijar de novo...

Mas...

Isso não estava certo...

Eu estava com raiva dele... muita raiva...

Não quero que ele me beije de novo...

Quero... quero, e muito, que ele me beije de novo...

NÃO! NÃO QUERO, NÃO!

DROGA DE PENSAMENTOS!

- Iie... - falei afastando minhas mãos de seu pescoço e empurrando as suas de meu rosto. – Chega, Mamoru... - eu estava tonta... e acho que não era por causa da febre dessa vez...

Tinham sido os seus beijos que me deixaram assim...

Olhei para ele, um pouco perdida... e vi que ele parecia querer recobrar a consciência... piscou algumas vezes e respirou de forma agoniada...

Por que ele respira desta forma?

É como se...

- Foi gostoso... – ele sussurrou sem desviar seus olhos de mim.

Eu mordi meus lábios e tentei me afastar dele, indo para trás.

Mas acabei encostando no sofá...

Estou tonta...

Olhei novamente para ele, e Mamoru estava de joelhos no chão, encostado no sofá. Suas mãos apoiaram-se sobre o sofá, ao lado de minhas pernas.

- Pensei em você hoje... pensei muito em você hoje... - ele começou a dizer, e eu pisquei surpresa.

Pe-pensou em mim?

Senti minhas bochechas esquentarem.

- Po-por quê? – argh... eu tinha que gaguejar!

- Não sei ainda... - falou olhando meu rosto.

E não falou mais nada...

Seus dedos voltaram a me acariciar... arrepiando minha pele mais uma vez.

- Pa-pare de me tocar, Mamoru... – sussurrei, me sentindo um pouco estranha com seus toques.

- Não consigo... - seu sussurro agitou meu coração. Seus dedos eram tão insistentes... - Sua pele me vicia...

Mordi meu lábio ante suas palavras.

Argh... droga, droga...

Ele por acaso está querendo brincar com meus sentimentos?

Como pode falar nesse tom tão carinhoso...

Sua boca começou a se aproximar de mim novamente... e eu segurei minha respiração.

Não quero beijá-lo... não de novo...

Coloquei minhas mãos em seus ombros, segurando para que ele não se aproximasse.

Nossa... os ombros dele são largos...

- Na-não me beija... – porque, se ele me beijasse... eu não poderia pará-lo mais...

Ele piscou lentamente e voltou a se aproximar...

Mas, em vez de meus lábios...

Ele beijou meu pescoço...

Minha garganta...

Me deixando com calafrios a cada vez que seus lábios me tocavam...

Apertei com força sua camisa social.

Eu o odeio por me deixar dessa maneira...

- Mhm... - gemi bem baixinho, mas tenho certeza que ele me ouviu...

Passou sua língua por meu pescoço, e tremi mais uma vez...

Ele parou.

Voltei abrir meus olhos com o coração na mão.

- Vamos terminar com isso... antes que eu enlouqueça... – ele sussurrou me fitando seriamente.

Terminar... o-o... co-como assim?

Ele se levantou do chão, e abri mais meus olhos. Apertei com mais força sua camisa, tentando segurá-lo pelos ombros.

Mas ele era mais forte que eu...

Começou a me empurrar com seu peso para me deitar no sofá, e aos pouco deitou sobre mim...

Meu sangue congelou em minhas veias.

- Chi...


- Só diga o meu nome... Usako...

Como ele podia me deixar assim?

Seus lábios estavam tão próximos... que desejei que ele me beijasse...

- Ma... mo... r... - sua boca encostou na minha... não de uma forma agressiva dessa vez.

Foi suave... bem suave...

O beijei também, abrindo minha boca...

E ele me invadiu com sua língua...

Foi bem... gostosa... a forma como ele me beijou...

Era diferente...

Não consigo me conter...

Contornei seu pescoço com meus braços, e sua respiração falhou.

Droga... o que há de errado comigo...?

Parece que vou enlouquecer...

Ele virou a cabeça, abrindo mais a sua boca, me beijando profundamente, absorvendo todo o meu ar.

Não resisto ao seu delicioso beijo...

Coloquei timidamente minha língua dentro de sua boca.

- Hum... ah... – ele se afastou com a respiração falhando, e abri meus olhos.

Vi sua respiração acelerada assim como a minha, e, sem nenhuma palavra, ele retirou a coberta que estava em cima de mim e colocou minhas pernas em volta de sua cintura.

Oh...

Corei quando ele fez isso...

Oh...

- Ma... Mamor... - sua boca novamente me calou, e seu corpo me espremeu contra o sofá.

Gemi com o contato do corpo quente dele.

Sua boca não me deixava pensar, me deixando num estado em que eu só poderia querer mais...

Abracei mais seu pescoço... e apertei mais minhas pernas em sua cintura.

Não estou pensando...

- Usa-ko... - seu gemido fez meu corpo arrepiar, e eu senti suas mãos por debaixo de minha blusa. Apertei seus cabelos em meus dedos, e o beijei com mais força.

Não estou em minha razão...

Eu odeio ele...

Odeio o que ele faz comigo...

Mas por que...

Por que eu o quero tanto?

Sua boca ansiosa se afastou da minha, e eu pude finalmente respirar, mas ele trilhou caminhos para o meu pescoço... minha orelha...

Seu corpo se apertou mais contra o meu...

E senti aquela pressão no meio de minhas pernas.

Fechei meus olhos com força

Como posso chegar num estado em que quero tanto alguém?

Onde está minha razão...?

Ele beijou minha garganta e mordeu meu queixo, logo voltando a me beijar.

Droga de Mamoru...

- Hum... Mamo... - gemi num momento em que ele se afastou só um pouquinho.

E corei...

Mamo?

Droga...

Larguei seu pescoço e toquei seu rosto, nossas bocas não conseguiam se largar...

O beijo estava tão quente... e tão delicioso...

As mãos dele, que antes estavam em mim... se afastaram... e seus lábios também...

Eu gemi pela falta do contato...

Abri meus olhos, e Mamoru se erguia sobre mim, arfando, suas mãos abrindo rapidamente os botões de sua camisa... o que me fez corar.

Mordi meus lábios...

A sua boca estava um pouco vermelha... sua respiração... muito acelerada...

Ele tirou a camisa... e eu corei ao ver novamente seu corpo...

Ele voltou a se deitar em cima de mim, e a sua corrente bateu em meu busto.

Ele me beijou mais uma vez... e eu correspondi.

Afastou-se novamente...

Seus olhos estavam tão escuros... que, por Kami... eu poderia olhá-lo para sempre...

Vi sua mão descer e corei mais uma vez, meu pulso acelerando...

Ele abriu o botão de sua calça e lentamente abaixou o zíper...

Eu segurei a mão dele.

- I-i-iie...

Nossas respirações misturavam-se ao seu perfume... e me deixava tonta.

- Eu... não vou conseguir me segurar novamente, Usako... - seus lábios moveram-se tão lentamente...

- Onegai... – sussurrei, não aguentando mais a sensação que tomava meu corpo, eu queria ele...

Mas não sabia como...

Meu corpo o queria demais...

Não sei... como...

- Ahh... - ele gemeu nervoso antes de voltar a me beijar.

Segurou firme minha cintura e me puxou. Ele se sentou no sofá, me colocando em cima dele dessa vez.

O beijei com muita vontade e coloquei minhas mãos em seu rosto.

- Você... me deixa louco... - murmurou entre um beijo e outro.

Suas mãos apertavam com tanta força minha blusa, que pude sentir que ele queria arrancá-la de mim.

Beijei mais uma vez sua boca e me afastei dele só um pouco.

- Eu odeio você... - murmurei sob minha respiração fitando seus olhos semiabertos. Nossos narizes se tocaram.

Kami...

Sua respiração estava tão forte...

- E eu gosto de você...

Franzi minhas sobrancelhas.

- Até que ponto? - murmurei perto de sua boca.

Fitei seus lábios e ele não disse nada, voltei para seus olhos.

- Até conseguir o que você deseja? - soltei minha respiração agoniada, e ele lambeu os lábios.

- Isso... - sua voz soou, e fechei meus olhos.

Pode parecer ridículo...

Mas me senti triste quando ele falou isso...

Eu sabia... eu sabia que ele não sentia nada por mim... e que só queria... argh!

Mas por que eu tinha essa pequena esperança em meu coração...?

- Eu tenho pena de você... - murmurei perto de sua boca. Seus olhos me fitaram como seu o estivesse torturando. Comecei a me afastar dele.

Meu corpo reclamou por isso... mas ignorei.

Saí de cima de seu colo... e só agora eu havia percebido a forma como eu estava sentada em cima dele.

- Pena? - seu sussurro pareceu incerto.

- Você é infeliz... - voltei a olhá-lo, e seus olhos estavam presos em mim.

Por um momento... só por um momento...

Achei que minhas palavras o tocaram...

- Infeliz? – o vi sorrir de lado. - Olhe novamente para mim, Usako, e veja se sou infeliz... tenho tudo o que quero... - levantou-se do sofá e veio até mim, tocando minha cintura. - Tenho você também... - ele tentou me beijar, mas eu me afastei.

- O que você tem, CHIBA... são coisas materiais... e eu não sou material... Não sou algo que você compra facilmente... - seus olhos se abriram um pouco, e voltei a me afastar dele, indo em direção à porta. - Eu tenho pena de você... porque... você não teve amor... e não sabe amar...

Destranquei a porta.

- Não te dei autorização para sair! - sua voz soou forte, bem forte.

- Eu preciso voltar para o hospital... - murmurei baixando minha cabeça, e me voltei para ele. - Tem alguém que está esperando por mim... e eu preciso saber como ele está...

- Depois de tudo o que aconteceu entre nós... você ainda está pensando nele? - ele me olhou como se não acreditasse em minhas palavras, e ficou à minha frente. - Você sabe o que está acontecendo entre nós... - tocou uma mecha do meu cabelo e a colocou atrás de minha orelha. - Sabe o que está sentindo por mim...

Meu coração disparou pela forma como ele se aproximou.

Sua mão tomou a minha e a ergueu, direcionando-a ao seu coração.


- Está sentindo? - senti as batidas fortes de seu coração e levantei meus olhos de volta para ele. Minha respiração voltou a acelerar. - Está batendo assim por sua causa...

Kami...

Por que meu peito dói tanto?

Eu gosto dele... mas por que dói assim?

Nunca existirá somente a mim em seus olhos...

Eu sei disso... mas...

Por que mesmo sabendo disso...

Tenho esperanças...

Meu peito dói tanto...

- Mamoru... eu não vou ficar com você aqui... porque, se eu ficar... você sabe onde isso vai terminar...

- Exatamente... - ele mordeu seus lábios, e em seus olhos havia uma imensa vontade.

- E eu... não sou esse tipo de garota... - ele tocou meu rosto com suas mãos e ergueu minha cabeça para olhá-lo. - Eu nasci... para amar somente uma pessoa... e não vou fazer algo simplesmente por prazer...

- Deixa eu te ensinar... - murmurou tentando me beijar.

Toquei suas mãos e fechei os olhos.

Eu gosto dele...

Gosto tanto dele...

Eu não deveria...

Não deveria mesmo...

Ele machucou a família do Mando...

Ele...

Me machucou com suas palavras...

Retirei suas mãos de meu rosto e me afastei, saindo de perto de seu corpo.

- Não quero que você chegue mais perto de mim... - minha voz tremeu um pouco.

- Huh? - seus olhos parecerem tão perdidos...

- Você sabe... isso... entre nós... não vai levar a nada... Eu não quero nada com você. Eu não sinto nada por você... - eu gosto muito dele... mas se isso continuar acontecendo... eu vou acabar me machucando... - Por favor... deixe-me em paz...

Droga, meu coração está muito acelerado...

Pare, coração, onegai...

Pare de bater tanto assim...

Ele não merece que você bata assim por ele...

Não merece que você sofra tanto por ele...

Ele tocou meus cabelos e segurou minha cabeça... vi sua respiração acelerada.

- Você sabe que não vou conseguir... - seus olhos me fitavam com certo desespero.

- Mamor...

- Você é como uma droga para mim, Usako... e ultimamente não estou conseguindo parar de pensar em você... - ele sussurrou, erguendo minha cabeça para olhar diretamente em seus olhos.

Droga... não fale isso, seu idiota...

- E não vou sossegar até finalmente ter tomado você por inteiro... - seus olhos estavam tão sérios...

- Seu idiota... por que não consegue entender que não quero você perto de mim!? - bati de leve em seu peito, raiva correndo por meu corpo.

- Você nunca estará livre de mim... seguirei você até o inferno se for necessário... Você é minha!

Meu corpo se arrepiou.

Ele é um idiota...

- Eu não sou sua... - franzi minhas sobrancelhas.

Sua boca veio até a minha, me beijando de uma forma mais ardente que antes, fazendo minhas pernas falharem, e então ele se afastou, mas sem deixar de me segurar.

- Minha...

Eu me zanguei pelo fato de ele ter esse controle sobre mim e chutei a canela dele.

Soltou-me na hora.

- Odango! - disse por entre os dentes.

- QUE DROGA, MAMORU! VOCÊ NÃO SAB...

A porta se abriu de repente, e Josh surgiu ali.

- Josh, falei para você... - veio uma voz atrás dele, e aquele rapaz de cabelos castanhos tentava segurá-lo pelo braço.

- Solte-me, Nathan... Mamoru! - disse o loiro olhando seriamente o rapaz em questão. Olhou para mim e voltou novamente para Mamoru. - O que estava fazendo com Bunny-chan? E, for god' sakes, precisava tirar a sua camisa? - Josh parecia um tanto irritado enquanto olhava para Mamoru, que passava a mão rapidamente em sua canela, como sentisse dor.

- Argh... Josh... o que quer? - disse Mamoru por entre os dentes, seus olhos me fitaram ameaçadores e voltaram para o loiro.

Brrr...

Como se eu tivesse medo de você..

Baaakkaaa....

- Juro que tentei segurá-lo, Mamoru... mas... - Nathan disse erguendo as mãos, e seus olhos se voltaram para mim.

Uah...

O que você está olhando?

Josh se voltou para Mamoru.

- Isso não é justo, Mamoru... por que você sempre tem que ficar com as melhores?!

Huh? Pisquei algumas vezes.

- Cala a boca, Josh... - Nathan falou novamente, sussurrando.

- Não... isso não é certo... você sabe que ela não está a fim de você, eu ouvi atrás da porta... – ele disse rapidamente. - Por que você não deixa ela para mim...?

Uah?

O QUÊ?

No momento em que ele falou isso, Mamoru pareceu paralisar...

Largou sua canela e, aos poucos, virou-se para Josh de um jeito ameaçador.

- O que você disse? - sua voz me fez tremer.

- Oh... oh... - Nathan coçou sua cabeça. - Josh não está muito bem hoje, Mamoru... pega leve com ele... - disse colocando seu braço no ombro do loiro. - Não é verdade, Josh? - e vi quando apertou forte como se quisesse que ele afirmasse.

- Não... Mamoru pode ser meu amigo desde a infância... mas não vou negar... - vi seu rosto sério. - I like her, Mamoru... - disse provavelmente em inglês... mas seeeiii lá o quê!

- O quê? - a voz de Mamoru me assustou mais uma vez pela forma como soou, tão rouca. Seus olhos ficaram escuros de repente.

- Er... há-há... - vi Nathan pegar seu celular e começar a discar rapidamente. – Er... acalmem-se vocês dois... - disse ficando na frente de Josh.

O que está acontecendo com eles?

- Mike... Mike... - Nathan começou a falar ao telefone. - Preciso de sua ajuda agora... neste instante... venha aqui rápido... - Mamoru parecia que iria bater logo em Josh. - Escritório de Mamoru... sem perguntas... - voltou a desligar o celular e empurrou Josh para trás. - Josh... eu falei para você calar a boca! Não era uma boa hora para dizer isso!

- Eu precisava falar... Mamoru precisava saber! - Josh ainda olhava sério para Mamoru, mas, a cada vez que CHIBA dava um passo a frente, ele dava dois passos atrás.

- Eu disse para você... que ela é minha... - Mamoru falou mais uma vez, e eu corei.

Huh?

- E-eu sei, Mamoru... - Josh continuou. - Ma-mas achei que você deveria saber... caso você não queira mais nada com ela... - a voz dele pareceu sumir aos poucos. - Eu quero.

- Mamoru... tenha calma... - Nathan falou olhando para ele.

- Ridículo... você só a viu por alguns dias... nem ao menos falou com ela... como pode falar isso? - Mamoru pareceu se controlar um pouco.

- E-eu apenas sinto... senti quando a vi pela primeira vez... - Josh falou firme.

E agora notei...

Eu tinha sido esquecida aqui.

Talvez seja uma boa hora para me mandar daqui...

- Trate de esquecer isso... já falei para você! Nela você não toca... - Mamoru apontou um dedo para Josh, num tom bem sério.

- Não ligue, Mamoru, Josh bebeu algumas antes de vir para cá... - Nathan falou novamente.

Silenciosamente olhei à minha volta e vi minha bolsinha parada ao lado do sofá junto com meus sapatos.

Pé por pé andei até ali.

- O que está acontecendo? - Mike apareceu na porta junto com outro rapaz de cabelos loiros escuros amarrados num rabo de cavalo.

- O que foi que Josh aprontou desta vez? - aquele loiro disse.

Coloquei um dos sapatos...

- Ele bebeu um pouco antes de vir para cá... não está tão são assim... - Nathan falou tentando segurar Mamoru e empurrando Josh para trás.

- I like her, Mamoru... não posso negar mais... - disse Josh firme.

Mamoru ergueu a mão e Mike rapidamente segurou o braço dele.

Uahh...

O que está acontecendo entre eles...?

Calcei o outro sapato...

- Calma... calma... - Mike disse tentando empurrar Josh também... e Nathan continuou no meio. - Não pode estar falando sério, Josh! Você está bêbado!

- Nunca falei tão sério na minha vida... - disse Josh piscando lentamente.

- Abra essa sua boca para falar mais alguma coisa... - Mamoru avançou agressivamente, e dessa vez Mike e Nathan tentaram segurá-lo. - Não se atreva a chegar perto dela...

Peguei minha bolsa e comecei a andar silenciosamente até a porta.

O problema é que eles todos estavam bem em frente à porta... mas tinha um pequeno espaço pelo qual eu poderia passar e fugir dali...

- Mas por quem vocês estão brigando?-  aquele de cabelos loiros num rabo de cavalo perguntou sem entender o que acontecia.

Andei bem devagar, chegando perto da porta.

- Er... - ouvi a voz de Nathan, ele deve ter feito alguma coisa... por que todos ficaram em silêncio.

- Usagi! - ouvi a voz forte de Mamoru atrás de mim, e paralisei em meu caminho. Virei lentamente para trás... e vi os olhos dos cinco rapazes sobre mim. - Ainda não acabamos... - ele parecia muito irritado.

- Não torra, CHIBA! - e mostrei a língua para ele com raiva, saindo correndo logo em seguida.

- Você na... - foi a última coisa que o ouvi dizer.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Até o próximo, e espero que seja em, no máximo, uma semana! E, por favor, REVIEWS! O último capítulo teve tão poucos... Bjs
Ana e Naonix