Sempre odiei despedidas, eu geralmente evito esse tipo de coisa. Mas hoje é inevitavel não dizer pelo menos um adeus e abraçar meus pais. Larguei minhas malas ali mesmo, no meio de tanta gente no aeroporto, então fui abraça-los pela última vez, não tenho certeza se voltarei para a minha cidade natal um dia, talvez apenas para visitar aqueles que sempre me apoiaram, mas não para morar novamente. Sinto que devo trilhar meu próprio caminho, esses dois nos quais estou abraçada já fizeram seu trabalho de me cuidar até aqui e me transformar na pessoa que sou hoje. Algumas lagrimas teimam em escorrer pelo meu rosto, me soltei de seus braços com dificuldade, confesso que estou com um pouco de medo de não me adaptar bem, mas farei de tudo para que isso não aconteça.

– Você ficará bem meu anjo! - Disse minha mãe, ela sabe exatamente o que se passa comigo neste momento.

– Espero que sim! - Falei enxugando algumas das minhas lagrimas teimosas.

– Minha princesa agora está crescida... - Meu pai fez uma pausa e logo continuou. - Sempre estaremos aqui para você!

– Amo vocês, ligarei quando chegar! - Sorri e peguei minhas malas.

Já indo em direção ao avião, abanei pela última vez para os meus pais, sentirei falta deles. Com a despedida acabei perdendo o horário, fui as pressas para chegar a tempo, entrei um pouco ofegante no avião, nem olhei para os lados, eu apenas ansiava por uma poltrona, me senti aliviada por finalmente estar sentada, mesmo tendo um senhor um pouco estranho ao meu lado.

– Passageiros, estamos prestes a decolar, por favor, ponham os seus cintos e boa viajem!

Minha primeira vez em um avião, meu estomâgo já está querendo embrulhar. Lá no fundo eu podia ouvir a voz irritante da aeromoça.

– Por favor garotos, queiram sentar em suas poltronas, já iremos decolar!

Alguém sentou na poltrona de trás, pois essa pessoa ficava mexendo as pernas, isso fazia com que suas pernas batessem na minha poltrona irritantemente. Ainda conversava em um tom muito alto com o seu amigo do lado, suas vozes por um lado eram muito familiares. Mas não aguento tanto barulho, preciso pedir educadamente para que ele pare de falar alto e de bater suas pernas na minha poltrona. Virei-me com um ar de respeito, de ordem.

– Desculpe, mas você está.... - Minha voz falhou ao ver quem era, em menos de dois segundo, minha ''armadura'' caiu.