As idéias ainda estavam confusas em sua mente mas ele não deixou que elas o dominassem. Entrou em seu rancho pela porta da frente e caiu desajeitado no sofá.

-         Olá peregrino. – disse uma voz desafinada saia do banco ao lado do sofá, sendo dono dessa voz o próprio Andrew Martel. – Vejo que descobriu toda a verdade.

-         Que verdade?

-         Que Sally Daves nunca desapareceu, que Jonathan não tem nada haver com isso.

-         Que diabos você está dizendo?

-         Você não se lembra? Era janeiro, te mandaram para Boston nas vésperas de ano novo. Helen não gostou nada disso e até lhe deu uma bronca. Aí você decidiu voltar mais cedo para casa fazer-lhe uma surpresa. E quem você encontra em sua casa? Seu amigo Phillip Maya.

-         Isso não é verdade, Phillip é amigo de Jonathan, não meu.

-         Jonathan Daves nunca viu Phillip Maya em toda sua vida, aceite esse fato. Você matou Helen e colocou a sua culpa em outra pessoa porque era mais fácil pensar em seu crime como se ele não fosse cometido por você. Você começou a incomodar Jonathan Daves ele deu queixa na policia, capitão Yost o afastou.

-         Isso não faz sentido.

-         Vamos ver, vá até a cozinha, veja se não há marcas de sangue.

-         Deixe-me sozinho!

-         Ligue para Yost e conte o que você fez, você está louco Martel, entenda isso.

-         Saia! Você não existe.

-         Martel, é tão difícil pra mim assim como é pra você...

-         Sai daqui!

-         Eu vou, mas verifique a cozinha.

E antes que Martel dissesse mais alguma coisa ele já estava sozinho de novo.

Contra a sua vontade Martel foi para a cozinha, e vendo as marcas de sangue no chão e a pistola encima da mesa, ele lembrou-se de tudo, da traição, da raiva, de Helen e Phillip, e lembrando-se disso perdeu novamente o controle.