O Alçapão 1 Ele lembrou-se exatamente do dia. Era uma sexta-feira dia 2 de janeiro. Ele chegara em casa às três horas da manhã, estava em Boston resolvendo problemas chatos, voltara um dia antes do imaginado queria fazer uma surpresa a Sally. Entrou na sua bela casa, gastara metade da herança de seu pai para comprar justamente aquela casa para Sally, porque ela era a mulher da vida dele, ele a amava. Contemplava a janela. Com toda certeza Sally estaria dormindo ele não queria acorda-la. Quando olhou para a mesa e estava um charuto ainda quente no cinzeiro da sala ele olhou para o charuto e se perguntou: ‘Sally não fuma charutos e muito menos eu.’ Logo ele percebeu o que acontecia mas não queria acreditar preferia pensar que era apenas coisas de sua mente pervertida. Reconheceu a marca do charuto, apenas uma pessoa que ele conhecia fumava aquele charuto: Philip Maya. Seu melhor amigo. Ele suspirou fundo e subiu degrau por degrau dos quinze que existia na casa, parecia uma eternidade chegar ao topo quando abriu a porta Sally estava deitada nua na cama, os longos cabelos dourados escondiam a sua face. Ele sorriu e sentiu vergonha de si mesmo por desconfiar de Sally, chegou até próximo dela e acariciou o contorno de sua coluna, quando ouviu um barulho vindo do banheiro. Jonathan abriu o gaveteiro e pegou uma antiga pistola que guardava caso entrasse alguém estranho em sua casa, verificou se ela estava carregada escondeu-se perto da porta e esperou, até que Phillip saiu vestindo um roupão azul-marinho. Jonathan deu dois tiros na cabeça dele. Phillip caiu. Sally acordou com o barulho e viu Jonathan com as mãos cheias de sangue, ela tentou gritar mas foi silenciada com um sonoro tapa na cara. A essa altura Jonathan não via mais nada, absolutamente nada. Ele pegou Sally pelo pescoço e começou a aperta-lo a xingou de vadia, de piranha, ela esticou as mãos com as forças que ainda tinha e pegou no criado mudo um porta-retratos, quebrou-o na cabeça de Jonathan, ele ficou um pouco tonto a soltou. Sally tentou fugir mas não foi longe, quando ela corria em desespero pelo corredor ele puxou o tapete e ela caiu de cabeça no chão. Ele pegou-a pelos cabelos e foi puxando-a até o banheiro, e curiosamente a banheira estava cheia. Sally ainda estava um pouco desacordada mas quando ele a jogou na água toda a consciência voltou e em um impulso selvagem ela tentou sair e se debateu muito, até que parou e Jonathan teve a certeza de que ela estava verdadeiramente morta. Ele arrastou o corpo de Sally e de Phillip até o porta-malas do carro e o levou para os arredores de Nova Jersey, um pequeno rancho que ele tinha e enterrou os corpos ali, debaixo de um alçapão na cozinha. Ele voltou ao apartamento e pôs fogo em todas as fotos, roupas, livros, tudo que lembrava Sally, ele a apagara de sua memória. Depois disso já se passara um mês.