Demons Wishes escrita por Strayf


Capítulo 1
Capítulo I - Encontro Inesperado




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Capítulo I - Encontro Inesperado

O alarme soou. Cliquei no botão de "soneca", pensando "só mais cinco minutos...". Eram 6h30min. Só levantei mais tarde, as 7h, e sai correndo para o colégio porque estava atrasado. Mesmo correndo, não consegui chegar a tempo...

Ah, a propósito. Meu nome é Ureska, tenho 16 anos, estou no primeiro ano do ensino médio. A vida por aqui foi sempre assim, entediante, sem nada de especial. Tinha alguns amigos...ou dizia que tinha, não os considerava realmente meus amigos. Sinceramente, não me importaria nem mesmo se eles morressem. Nunca me importei muito com os outros mesmo.

Afinal, de que adianta continuar vivo? Minhas ambições não são possíveis nesse mundo. Mesmo assim, continuo vivendo, na esperança de que algum dia, algo fora do normal aconteça.

Cheguei atrasado, outra vez, e tive que esperar até o fim do primeiro tempo. Quando ouvi o alarme tocar, entrei em sala. Mas no momento em que entrei, senti algo chutando minhas canelas e empurrando minhas costas, me deixando no chão na frente da turma inteira. Ninguém havia visto, mas eu pude ver claramente. Era Lubert, um dos que costumava me humilhar em público. Já era normal...mesmo assim, sentia raiva dele. Gostaria de poder simplesmente fazê-lo desaparecer. Ah, não importava muito mesmo...

Passaram o resto do dia rindo da minha cara, fazendo piadinhas pelas minhas costas, mas eu já estava acostumado, simplesmente os ignorava. Esse seria outro dia terrível, pelo visto. De qualquer forma, tinha que seguir, era hora do almoço.

-Hey, Ureska, você está bem?- Perguntou uma voz familiar.
-Mellany...o que você quer?- Respondi friamente.
-É só que..! O modo como todos te trataram hoje, não foi legal! Huum...posso almoçar com você hoje?-
-Grande coisa! Não vou almoçar hoje, vou para casa. Não aguento mais esse lugar-
-Ah! Okay. Então...a gente se vê- Respondeu ela com um leve tom de tristeza na voz.
-É...quem sabe-

Estava no caminho direto para casa quando parei para olhar uma loja. Pela vitrine, podia ver alguns livros que eu gostava.

Costumava ler bastante. Era o que eu mais fazia, já que não tinha nada mais interessante para fazer. Os "amigos" de que falei costumavam me chamar para fazer algo de vez em quando. Mesmo assim, só de vez em quando. Me concentrei em continuar o caminho, quando vi algo que chamou minha atenção. Pelo reflexo do espelho, pude ver uma pequena criatura vermelha flutuando em cima de mim. Olhei para cima, olhei para trás, não vi nada. Talvez fosse só minha imaginação...

Nada disso importava muito no momento. Só queria chegar em casa logo. Bem, eu queria, mas ao que parece, tinham fechado a estrada que eu usava para chegar em casa por causa de um acidente. Devia ter sido algo bem grave para fecharem a estrada. Mesmo assim, não consigo imaginar nada tão grave assim. A não ser que...não, não valia a pena pensar assim. Ia acabar me decepcionando, de novo.

Peguei um desvio, começou a chover. O dia certamente estava ficando cada vez pior, como se alguém estivesse provocando isso. Não ligo muito, até gosto da chuva. Não me incomodava de caminhar enquanto estava sendo encharcado. Porém, nas poças que se formavam no solo, via novamente o reflexo da criatura. Não tive tempo para ver os detalhes, ela sumiu rápido.

Fiquei curioso. Talvez, dessa vez, realmente tivesse aparecido algo fora do normal. Olhei para os lados, e vi que não tinha ninguém. Resolvi arriscar.

-Apareça, de onde quer que esteja!- Gritei, como se algo estivesse escondido ali, e pudesse me ouvir.

Esperei. A chuva continuava a cair, mas nada mais tinha mudado. Era inútil...simplesmente segui de volta para casa, tentando fazer com que nada mais desse errado. Mas, ao que parece, sou um imã para problemas. Assim que cheguei em casa, a luz acabou. E no espelho, pude ver o reflexo dela de novo, e dessa vez enchergava melhor. Era uma criatura bizarra, para falar a verdade.

Tinha a cabeça do mesmo tamanho do corpo, esta, com olhos enormes, um sorriso que ia de um lado da cabeça até o outro. Seu corpo, assim como seus braços e pernas, eram bem finos. Suas "mãos" e "pés" mais pareciam garras, só que não pareciam afiadas. Dessa vez olhei para trás, e realmente estava ali! Mas é claro, tinha que ter algum motivo para meu dia estar tão ruim!

-Você!- Eu disse.
-"Você!"- Ele repetiu. -Eu viajo do inferno até esse planeta minúsculo e isso é o melhor que tem a dizer?! Humanos são realmente...- Ele suspirou, sem terminar a frase.
-Então, era realmente você quem estava fazendo isso tudo?-
-Certamente, garoto. E posso fazer ainda mais!-
-Hm...entendo. Então, me diga: o que é que você quer de mim?-
-Ah, mas não é o que eu quero de você! É o que você quer de mim!- Disse ele dando uma risada bem alta.
-O que quer dizer com isso?-
-Quero dizer, garoto, que posso te dar qualquer coisa que você quiser. Entendeu? Captou a idéia?-
-Qualquer coisa? Mesmo?- Perguntei, duvidoso.
-É claro...mas tudo tem seu preço, obviamente-
-Antes, me responda...porque não apareceu quando te chamei?- Havia uma certa raiva em minhas palavras.
-Prefiro não atrair o publico!- Disse ele rindo.
-Então...qualquer um pode te ver? Achei que você pudesse fazer qualquer coisa...-
-Oh, não vou gastar almas humanas com algo tão inútil assim!-
-Almas humanas? Esse é o preço..? Então, você poderia me dar até mesmo a imortalidade?-
-Certamente, meu caro! Mas custaria uma alma por vida perdida! Começando por aquela que mais te importa!-
-A que mais me importa? Grande coisa...não existe ninguém com quem eu me importe!-
-Então, acho que não seria um problema se eu roubasse a alma daquela garota. Qual o nome dela mesmo? Acho que é Mally? Mellyne? Ah, é mesmo...Mellany!- Disse ele dando outra enorme risada.
-...Encoste um dedo nela e eu juro que..!- Disse, procurando as palavras certas para ameaçar um demônio.
-Hahahahahah! Humanos são tão previsíveis...o que vai fazer? Hein?- Ele respondeu, provocando.
-Tsk...como posso saber que está falando sério?- Perguntei, desistindo da ameaça.
-Façamos o seguinte: te dou um desejo como teste, mas não pode ser nada grande!-
-Nada grande...hm...então...- Disse, pensativo.

Olhei pela janela por um instante. No momento lembrei-me de Lubert. Mas, deixaria isso para depois. Olhei para a chuva caindo, ficando cada vez mais forte.

-Faça com que a chuva pare imediatamente.- Disse, sem tirar os olhos da janela.

Ele não respondeu. Mas eu vi as núvens desaparecerem aos poucos, e o sol penetrando na cidade. A chuva tinha ido embora, assim como desejado. Fiquei vários minutos olhando pela minha janela, enquanto minha mente lentamente absorvia a informação: eu tinha acabado de encontrar o que tanto procurava!

Fim do Capítulo I


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Notas finais do capítulo

Se vou continuar a história ou não, decido depois de três reviews.



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