Taylor era um garoto bonito, talvez esse não fosse um adjetivo qualificado o bastante para descrevê-lo. Um garoto alto, moreno de cabelos lisos e negros que escorriam pela testa despenteados e com belos olhos castanhos penetrantes. Também era dono de um abdômen definido desejado por todas as garotas, ou quase todas, nunca senti nenhum tipo de atração por Taylor; pode parecer estranho, acho que tem algo relacionado ao fato de termos amadurecido juntos, sendo assim, ele é como um irmão pra mim! 

Foi aí que uma voz feminina interrompeu minha falação mental. 

– Ultima chamada para o vôo 307 com destino a Los Angeles. Passageiros, favor direcionar-se a portão de embarque C.

Meu sorriso se desfez.

– Acho melhor você ir pirralha, caso contrário vai perder o seu vôo! – Taylor disse bagunçando novamente meus cabelos quando finalmente haviam se ajeitado. 

Eu dei um tapa em sua mão e ao mesmo tempo me joguei em seus braços com lágrimas nos olhos.

Taylor passou uma mão sobre meus ombros e com a outra sobre meu queixo levantou gentilmente meu rosto, fazendo-me olhar em seus olhos, depois, enxugou as lágrimas que ainda insistiam em cair descontroladamente pelo meu rosto. 

– Você sabe que eu odeio ver você chorando não sabe?

– Me desculpa, é que...eu vou sentir sua falta! – enquanto dizia isso lágrimas voltaram a rolar pela minha face – Promete que vai me ligar todos os dias? – olhei-o piedosamente e ele sorriu

– Eu também vou sentir sua falta Demizinha, e vou te ligar a todo instante. Você vai enjoar de mim! – disse enquanto apertava minha bochecha, então abriu aquele sorriso de canto de boca sedutor que eu conhecia bem – Desculpa, me esqueci, é impossível se enjoar do Taylor! 

Dei um tapa em seu ombro fazendo-o rir e fiquei na ponta dos pés, dando-lhe um beijo no rosto, que ele retribuiu no mesmo instante.
–Tchau Tay! – dito isso, fui me afastando dele com passos largos.
–Tchau Demi, se cuida pirralha! – virei-me em direção a ele e dei a língua, ele gargalhou. 

– Idiota – ainda rindo, fui em direção ao portão de embarque. Ao me virar deparei-me com Taylor acenando pra mim. Retribui o aceno e passei pelo portão. Eu estava deixando pra traz a cidade que vivi por tanto tempo, o lugar em que conheci meu melhor amigo, Taylor, a escola onde estudava e tinha vários amigos, simplesmente uma vida!

Eu havia me mudado para Nova York por conta de uma oferta de emprego irrecusável que meu pai recebera quando eu ainda era muito nova, ainda assim, havia deixado alguns amigos em Los Angeles, minha cidade natal. Nos primeiros anos nós nos correspondia-mos, até fizemos algumas visitas, mas a distância, ah, a distância, está ai mais uma vez pra provar o quão desnecessária pode ser!
 * * * 

Narração: Terceira pessoa/ breve explicação:

Em Nova York, Demetria era um ícone fashion, além de dona de uma beleza invejada por várias garotas e objeto de desejo de muitos garotos. Seus amigos na escola eram igualmente invejados e desejados. Mas, o que chamava mais atenção era sua forte relação com Taylor Lautner. Eles se consideravam irmãos e não mantinham segredo algum um do outro; eram figuras comuns nas festas da cidade e tinham algumas linguagens que só os dois entendiam, além de uma peculiar mania de atrair todos os olhares por onde passavam.
Demi era considerada uma ‘garota popular’, já que era conhecida por todos na escola, os quais a admiravam, bem, quase todos. Havia Vanessa, uma garota que alimentava um ódio mortal por ela desde o dia em que a viu, o qual ela nunca entendera. Mas, graças a todas as provocações e armações, a garota também conquistou o ódio de Demi.
Ela fazia de tudo pra tirar Demetria do sério, e quase nunca conseguiu. Quase, se Taylor não fosse rapido o bastante para segura-la, Demetria teria dado uma boa surra em Vanessa, mas nem ele impediu-a de dar bons tapas nela antes de ter controle absoluto sobre a situação. A garota jurou se vingar dela depois da vergonha que passou, mas, na semana seguinte, não foi mais vista.

Agora não importava mais o fim que Vanessa tinha levado ou que ela estava deixando tudo o que conquistou para traz, o que importava era que ela iria voltar para LA!
* * *

Narração: Demetria  -Adeus Nova York, vou sentir falta de você! – sussurrei enquanto via a cidade sumir à medida que o avião se afastava. Eu estava louca para reencontrar minha melhor amiga de LA, Ashley, que com todo o seu desespero já deveria estar no aeroporto desde que acordou. Sentia falta de Ashley, sentia falta dos meus amigos de LA, da minha casa, das praias, de tudo! Estava louca de vontade chegar logo para reencontrar meus amigos e meus pais, que haviam viajado na semana anterior para arrumar tudo o que fosse preciso pra voltarmos a viver lá, passando assim a ultima semana que ficaria em NY na casa da Taylor.  Repousei minha cabeça sobre o encosto da poltrona e cobri o rosto com o chapéu que usava. Só então percebi o quão cansada estava. Com motivos, Taylor não havia me deixado dormir um minuto sequer na noite anterior! Uma hora ficava piscando a luz, outra puxando minha coberta, ou então, se deitando sobre mim gritando o hino do seu time de futebol americano na minha orelha, ele é o que podemos chamar de insuportável, aquelas garotas só morrem de amores por ele porque não o conhecem de verdade! Mas, voltando a LA, eu estava louca pra saber como a Ash estava! Tanto tempo se passara desde a ultima vez que nos vimos. Ela devia estar muito diferente, assim como eu estou.  Eu havia mudado muito, isso era um fato, e também havia amadurecido. De garotinha baixinha, gorda, de dentes tortos e cabelo sempre bagunçado, eu me tornei uma mulher, com um corpo, digamos... em forma, cabelos castanhos ondulados que passaram a me respeitar, sem contar que meu rosto, que antes mais parecia uma bolacha, se afinou e tudo se ajeitou, é engraçado falar assim, mas foi isso que ocorreu; 14 anos, idade em que eu sofri uma mudança brusca de aparência e me tornei o que sou hoje. Bem, uma versão menos evoluída, mas bem melhorada. Mal posso esperar pra ver a expressão de Ashley assim que me ver, não só ela, todos os meus amigos! Mal posso esperar pra revê-los! Não me lembro ao certo como, só que de repente estava sendo chacoalhada pela aeromoça que tentava forçar um sorriso hospitaleiro e me alertava que eu já havia chegado ao meu destino. Eu realmente estava cansada e poderia jurar que se não houvesse mais pessoas desembarcando do avião, aquela mulher teria me chutado literalmente pra fora de lá! Assim que desembarquei, olhei no relógio, 6:34 pm. A que horas eu havia saído de Nova York mesmo? Não importa, o que eu preciso é rever Ashley! Com minha bolsa e meu nécessaire em mãos, ajeitei minha blusa e meu chapéu e fui para o saguão, queria saber o que me esperava por lá. * * *