Lágrimas por Amor escrita por Aki Nara


Capítulo 20
Capítulo 20 - Tentação




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De repente, o mundo para Umi parecia feito de sensações... O céu estrelado brilhava mais próximo, como se pudesse estender a mão e apanhar um pedaço do paraíso. O som das ondas aproximando-se cada vez mais das pedras tornava-se um poderoso afrodisíaco. Ela sentia o vento morno soprar seu corpo, ardendo em sua própria volúpia ao menor toque.

As sensações de deleite eram produzidas pelas mãos hábeis que a tocavam suavemente nos lugares mais secretos de seu desejo, arrancando-lhe gemidos e sussurros de prazer. Em sua inexperiência era só o que conseguia fazer... Sentir e sentir... Embora, timidamente ainda tentasse lhe produzir os mesmos efeitos devastadores.

As carícias a deixavam enfraquecida e sem poder se sustentar por mais tempo, segurou-se a ele como um náufrago. Ele a deitou sobre a pedra na altura dos lábios, que passaram a percorrer-lhe a mesma trilha de fogo e calor. Seu corpo estava em brasa. Umi sentia-se totalmente desperta e como um rosa desabrochou, não sentiu mais que um desconforto momentâneo ao sentir-se preenchida.

Naquele momento, quando as águas finalmente alcançavam as pedras, um gosto salgado como o mar emanava colando seus corpos molhados, que se movimentavam ao ritmo das ondas, num crescendo gradativo até a explosão de fúria dentro dela e quando pensou ser impossível sentir mais, ondas de prazer inundaram seus sentidos, elevando a ambos num êxtase inexplicável.

Muito tempo depois, não havia mais lascívia, ficaram estendidos, esgotados, satisfeitos ou simplesmente felizes, olhando serenamente uma para o outro, as mãos se entrelaçaram, estar ali, produzia neles a sensação de que estavam unidos por algo muito maior que apenas o ato de amar.

_ Eu te machuquei? – Kenzo quebrou o silêncio confortável

_ Não – sorriu preguiçosa, a languidez tomava conta de seu corpo fazendo-a se espreguiçar como uma gata manhosa.

_ Não, senhorita... – Kenzo tirou-a da letargia pondo-a de pé, recompondo a alça que caíra dos ombros dela revelando-lhe os seios.

_ Não foi proposital... Juro!

_ Eu sei... Acho que estaria perdido se fosse proposital.

O mar avançava com mais fúria molhando-os completamente. Kenzo vestiu-lhe o sobretudo e içou-a para a segurança da terra seca. Ela sentia-se aconchegada nos braços dele, mas ainda havia uma boa pernada até a casa. E apesar da fraqueza pediu-lhe para andar. Caminharam em silêncio, não havia necessidade de palavras, o olhar cúmplice, o braço em sua cintura, o leve beijo em sua boca, tudo estava bem até a realidade se interpor.

_ “Pequena Rosa do Mar” – ele suspirou pesadamente acariciando seus cabelos enquanto a apertava contra si. – O que fez comigo? Já está sendo difícil me separar de você...

_ Jura? – as palavras saíram impensadas para que se arrependesse amargamente. “O que uma mulher adulta costumava dizer numa hora destas? Nunca diria frases inteligentes de despedida.” Seu coração comprimiu de dor mas beijou-o engolindo a tristeza. – Jamais faça promessas que não possa cumprir...

Ela se virou e partiu, subindo as escadas para seu quarto, silenciosa. “O que esperava?“ Umi sofreu muito mais por saber que realizara uma parte de seu sonho, mas que a outra metade jamais se concretizaria. Assim como era certo seu amor por ele, tinha a certeza clara de que nunca teria Kenzo para si, pelo menos não do tipo de amor que lembrava seus pais terem compartilhado. A dor era insuportável, sentia o coração dilacerado por mil agulhas invisíveis, ela retirou a camisola molhada e se aconchegou nas cobertas da cama, derramava lágrimas num choro silencioso que guardava suas tristezas.

x-x-x

A luz da manhã entrava no quarto de Yuji, fazendo-o acordar de seu sonho reparador. Com a consciência funcionando, sentiu o braço pesado sendo amortecido pela presença aconchegante de um corpo macio e voluptuoso ao seu lado. Totalmente desperto, ele abriu os olhos formando um sorriso maroto em seus lábios ao relembrar a noite anterior.

Na escuridão do imenso corredor, Yuji a imprensou numa parede tentando beijá-la.

_ Por favor... Deixe-me em paz.

_ Seus olhos me pedem o contrário – prendeu os braços dela para que não conseguisse fugir. – Quer mesmo ser deixada em paz?

_ Sim... Talvez! Não sei. – ela abaixou a cabeça para esconder suas emoções.

_ Quanta contradição. Eu te ajudo a escolher a melhor opção – levantou-lhe o queixo para apoderar-se dela.

Natsuko derreteu-se completamente em seus braços e eles terminaram ali, em seu quarto. Porém, ela não deixou que fizessem amor. Não se importava, estava sem nenhuma pressa, cedo ou tarde, isso aconteceria. Mas por ora, degustar-lhe as delícias e descobrir-lhe os segredos atiçavam-lhe as imaginações. A pequena feiticeira havia prendido sua atenção.

_ Bom dia, meu amor. – sussurrou em seu ouvido querendo produzir um arrepio voluntário.

_ Hummm... – ela se espreguiçou abrindo lentamente os olhos sonolentos.

_ Se nos pegarem teremos muito para explicar.

_ Que horas são? – levantou-se assustada.

_ Quem sabe? Mas acho que ainda é cedo – Yuji pareceu mudar de ideia agarrando-a novamente em vez de soltá-la.

_ Pare! – Natsuko riu. – Não fizemos nada demais... Só dormimos juntos.

_ Certo... Mas até explicar que dormimos literalmente, nós estaremos no altar.

_ E seria assim tão ruim? – ela perguntou de chofre olhando-o profundamente.

_ Sinceramente?

Ela ergueu a sobrancelha e aguardou em silêncio.

_ Não! Mas é isso que quer? Você não tem outras ambições antes de casar? Fazer um mestrado ou um doutorado?

_ Eu faço Letras. É muito mais barato – riu a valer. - Nem todo mundo é rico como você ou tem sorte como a Umi. Minha maior ambição será conseguir um emprego em qualquer lugar, se não terminarei meus dias ajudando na loja de conveniências do meu pai. Eu sou uma garota pobre.

Natsuko se levantou caminhando para a porta, mas antes de sair voltou-se para jogar um beijo.

_ Saiba que você é minha melhor opção?


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