Lágrimas por Amor escrita por Aki Nara
Capítulo 12 – Festa
Elas caminharam para os dormitórios, Umi emudecia relembrando fatos que estavam adormecidos enquanto Natsuko tagarelava sem parar.
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A festa estava no clímax quando elas chegaram, pois tinham gastado um tempo enorme para decidir o que Natsuko levaria em sua mala. Elas olhavam ao redor sem encontrar nenhum conhecido até que a amiga resolveu perguntar por Asuka.
_ Acho que vi o Tsuki por “aí” se divertindo com uma garota – um estudante muito louco e alcoolizado respondeu.
_ Procuramos a cova dos leões e empatamos a paquera dele?
_ É melhor ficarmos por aqui – segurou a amiga pela manga e apontou os petiscos na mesa. – Se ele quiser nos achar... Ele procura.
_ Tem razão – ela pegou o prato para se servir.
Na verdade ela o viu deitado sobre uma garota e eles estavam quase se engolindo quando Asuka pareceu pressentir seu olhar, pois voltou-se em sua direção e ela quase se engasgou com a comida. Umi fingiu não percebê-lo e virou de costa enquanto bebia um refrigerante, estava com um gosto diferente e percebeu a mistura com alguma bebida alcoólica.
_ Enfim, vocês vieram. Pelo jeito não precisou amarrá-la? – ele se aproximou delas.
_ Não. Mas como você estava se divertindo, nem sentiu a nossa falta – Natsuko piscou para ele com cumplicidade e apontou para a gata que se arrumava pronta para outra.
_ Eu tinha acabado de desistir de esperar.
_ Fez bem... – terminou a bebida de um gole só.
_ Eu aconselho a não virar o co...
Nem houve tempo para Asuka completar, ela sentiu tudo rodopiar a sua volta caindo na semi-consciência, que a fez se sentir amparada e erguida para algum lugar até ressurgir da escuridão. Ela estava no mesmo sofá em que ele estava a pouco com outra garota e corou acordando de supetão para sentir novamente a tontura.
_ Vá com calma! Fique deitada e deixe o efeito do álcool sair. É a segunda que tive que carregar até essa poltrona hoje. Ainda bem que você não é pesada... Estarei acabado se houver mais um surto desses.
_ Ah! Então você estava recebendo o pagamento por uma boa ação? – Natsuko chegava justamente no momento da explicação trazendo um copo descartável com água e entregou para Umi.
_ Então, você viu. Ela ainda estava sob o efeito do álcool.
_ Sei.
_ Desconfiada assim, você nunca vai arranjar um namorado.
_ Antes só do que mal acompanhada – ela lhe deu a língua.
_ Espere ter mais de 25 e a gente volta a ter essa conversa.
Umi abriu os olhos fechados e riu da conversa boba dos dois.
_ Malvado – a amiga empurrou-o de leve no peito.
Asuka fingiu cair e deitou-se ao seu lado, no sofá, fazendo-o ceder com seu peso. Eles se olharam e ele tocou sua testa.
_ Passou a tonteira?
_ Uhum. Nós precisamos ir... Estamos de viagem para a praia.
_ No casarão?
_ Sim.
_ Eu acompanho vocês até o dormitório. É mais seguro no caso de você voltar a sentir tontura.
_ Ai, eu agradeço. Toma bebe um pouco mais dessa água – Natsuko disse mais aliviada.
Asuka segurou Umi de um lado enquanto a sua amiga a apoiava de outro. Eles conversavam sobre trivialidades até chegarem diante do portão do dormitório feminino.
_ Puxa! Valeu, Asuka! Até mais. – Natsuko se despediu dando um tapa amigável no braço dele.
Eles ficaram sozinhos e um silêncio constrangedor se estendeu até que ambos falassem ao mesmo tempo, fazendo-os rir.
_ Sabe... Fala você primeiro!
_ Eu... Fala você primeiro! - após relaxar Asuka iniciou. – Eu queria agradecer...
_ Pelo quê? – Umi arregalou os olhos.
_ Por ter me dado aquele diário.
_ Você leu?! – sorriu num misto de felicidade e dúvida.
_ Levei vários dias para tomar coragem quando percebi o que era. A última página... Havia ali um desejo de Maya que eu não podia ignorar.
_ Então, é o que está fazendo agora? Tentando ser feliz?
Ele balançou a cabeça em afirmativa então, ela o abraçou beijando-lhe no rosto espontaneamente e Asuka pareceu surpreso com o ato.
_ Eu descobri que Maya havia doado as córneas e pretendia descobrir quem os recebeu, mas de que adiantaria isso? No final, acho que só queria um motivo para descontar minha raiva... Eu não sei o que teria feito Umi Obara.
_ Como você soube meu nome? – corou surpresa. Havia escondido esse fato dele, não sabia por qual motivo.
_ Não faz idéia?
_ Nenhuma – disse com sincera ingenuidade.
_ Quem sabe um dia lhe conto – ele disse misterioso – talvez a gente se encontre nas férias.
_ Você vai me seguir?
_ Acabamos de nos reencontrar? Já quer se ver livre de mim? – ele riu. – Acho que vou garantir que nossos caminhos se cruzem sempre.
_ Era isso que eu temia. Agora, você me deu medo – expôs a língua de um jeito peralta.
_ Nos encontramos na praia. Preciso ir se quiser alcançá-las. Até mais.
_ Até – acenou de volta para ele vendo-o desaparecer.
Kenzo havia chegado mais cedo do que o esperado e estacionou a uma certa distância, de onde teria a visão do portão. Sua mãe havia ligado para pedir que ele buscasse Umi e sua amiga no dormitório feminino do Campus, pois ele sairia da cidade por último. Pelas luzes apagadas nas janelas, ele intuía que não havia ninguém. Era o esperado, afinal em plena sexta-feira, nenhuma jovem se dignificaria a ficar trancada no quarto.
Algum tempo se passou até perceber a chegada de três pessoas. Percebeu ser Umi e para sua surpresa Asuka, a outra em companhia deles não conhecia. Logo, ela se despediu deixando os dois a sós. Uma ânsia tomou conta dele e ele procurou a carteira de cigarros em seu bolso, esquecendo o fato de que já não fumava. Ele continuou olhando para os dois até ser testemunha do abraço e beijo ingênuo de Umi.
Algo nodoso subiu por suas entranhas fazendo-o apertar as nódoas dos dedos, mas obrigou-se a verificar o que ele já sabia ser uma probabilidade. Eles se despediram e ela continuou ali vendo Asuka desaparecer. Talvez, fosse o momento de aparecer. Kenzo saiu fechando a porta e se aproximou do portão.
_ Sonhando acordada "pequena rosa do mar"?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Well... Quem será que vai air primeiro? O doutor ou o Asuka?