Samantha Roberts - Guerra Fria escrita por Duda Chase


Capítulo 16
Felizes para sempre


Notas iniciais do capítulo

WASSUP?
Gostaria de compartilhar que estou muito orgulhosa por ter conseguido voltar a algum ritmo (uma vez a cada 15 dias não é algo maravilhoso, mas já é um começo). Gostaria de agradecer a vocês pelos recadinhos fofos e pedidos pra voltar com a fic, seus lindjos. ENTÃO. Sei que estou dando uma enroladinha básica no enredo, mas juro que é necessário. Talvez sejam mais uns três ou quatro caps até começar a parte final da fic. Depois disso programei mais uns oito (que já estão praticamente escritos, só faltando uns ajustes). É isso aí. Boa leitura procês.



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Assim que Thais e Alex chegaram, nos amontoamos ao redor do que restou da fogueira da noite anterior para conversar.

Apesar de estarem com o rosto vermelho pelo esforço da caminhada, as duas aparentavam estar bem. Elas estranharam a presença dos quatro cavalos, mas não fizeram perguntas. Pegaram uma barrinha de cereal cada uma e se sentaram em cima da primeira mala que encontraram.

Eu já estava de saco cheio daquela conversa antes mesmo dela ter começado. Agora, com o sangue esfriando, o cansaço da noite em claro estava começando a reaparecer. A lateral de meu corpo continuava a latejar, e uma dor de cabeça fenomenal estava para vir.

Eu queria desligar meu modo telepata, mas as novas informações que meus amigos reuniram os deixavam em um frenesi mental que eu não consegui deixar de captar. Havia uma vibração ao pé de meu ouvido. Sussurros se misturavam em minha cabeça, perdendo seu sentido.

— Comecem vocês. — mandou Matt.

Então Alex começou a contar um pouco sobre a aventura delas ao outro lado das montanhas.

Eu me esforcei ao máximo para tentar acompanhar a história, mas não estava dando certo. Minha mente agia por conta própria, ligava e desligava. Uma hora eu absorvia tudo o que elas falavam, outra hora eu ficava tão absorta que eu mal conseguia dar sentido às palavras que ouvia.

Pelo que entendi, elas haviam encontrado um urso no meio do caminho. Não foi nada preocupante, pois Thais já estava treinada e preparada para lidar com esse tipo de situação. Elas tiveram que voltar quando chegaram a muralha, já que o campo visual dos guardas em vigília era muito grande.

E — a coisa mais importante de todas — elas notaram que havia uma tubulação dentro do lago. Não havia nada em um raio de vários quilômetros. Aquela tubulação tinha que dar no acampamento.

Eu estava pensando no quanto eu gostaria de tomar um banho quando Queen me cutucou com seu joelho.

— Ahn?

— A exploração, Sam. — ela disse. — Perguntei o que vocês descobriram.

— Ah.

Manipular o cérebro dos outros era uma coisa que eu já estava acostumada a fazer. Treinava muitas vezes — geralmente com coisas pequenas, para que eu não me sentisse culpada. Mas brincar de amansadora de cavalos era algo totalmente diferente. Eu estava completamente exaurida. Senti-me como se estivesse usando meus poderes pela primeira vez. A sensação de desgaste era a mesma da época.

Expirei pesadamente.

— Há um desfiladeiro no lado oeste. — comecei. — Ele acaba na muralha. Mas há um portão enorme nesse lado. Tem as duas torres de vigia, assim como vocês também viram lá no lado leste.

E então eu comecei a descrever do acampamento para eles. Falei da posição das instalações, o número de chalés e o grande movimento de semideuses. Os demais pareceram ficar preocupados com a preparação que nossos adversários tinham.

— Sugiro a gente montar o acampamento fixo seguindo essa margem mais próxima do lago, um pouco mais pra frente.

— Quando partimos? — perguntou Ned.

Toquei meu band-aid da Docinho. A ardência no local era muito incômoda.

— Coloquem a água dos baldes para aquecer. Enquanto uns comem, outros se limpam. Depois trocamos. Quando a gente terminar de desmontar as barracas, podemos partir.

Alex ficou inquieta no lugar.

— Sam. — ela olhou para o chão. — Acha que... Acha que dá pra conseguir? Mesmo com nossa desvantagem? Como vamos fazer?

Olhei para meus amigos, seus rostos cansados e desanimados, e até mesmo desesperançosos.

De um lado tínhamos a liderança de Sócrates, um dos maiores semideuses que já andaram pela face da Terra, o autor do livro protegido por minha mãe, o filósofo divisor de águas.

Do outro lado tínhamos uma liderança totalmente descentralizada na mão de um bando de adolescentes que mal passaram da puberdade. Sim, éramos treinados e muito poderosos. Só que Alex colocaram uma dúvida em minha cabeça: isso bastava?

Mas não era isso o que meus amigos queriam ouvir. Não era isso o que eles precisavam ouvir.

Pigarreei.

— Nós trabalhamos muito para isso. Eles têm uma causa egoísta para defender, mas nós temos uma família. Somos unidos. Fomos acostumados a trabalhar como um só.

Conforme eu falava, os sussurros em minha cabeça iam se cessando. Minha mente despertava e eu ia ficando mais animada, até mesmo confiante em minhas próprias palavras.

— Eles têm um número maior, mas também têm a desvantagem da localização. Podemos encurrala-los. E vamos. Austin está preparando as bombas. Na pior das hipóteses, cabum. Mas podemos ir lá e tentar abrir os olhos de nossos irmãos, ver quantos irão se rendem.

A esperança e a ansiedade queimavam em meu peito. Eu quase conseguia ouvir a ruído metálico de espadas se encontrando.

— Matt irá liderar a linha de frente. Vamos tomar as torres de vigia e por nossos melhores arqueiros naquela muralha.

O rosto de Thais se iluminou.

— Vamos invadir a fortaleza e passar por cima de qualquer um que queira nos deter. Quebrar e queimar tudo que eles possam utilizar para seguir com essa idiotice de causa revolucionária. — olhei para Jenny. — Vamos salvar Zack e fazer com que os culpados sejam devidamente punidos.

Respirei fundo.

— É uma questão de organização. Se cada um fizer sua parte e não desviar o foco... Gente, nós vamos conseguir.

Os sete trocaram olhares encorajadores entre si por algum tempo.

— Precisamos ir. — nos alertou Queen.

Meneei a cabeça em anuência.

— Thais, preciso que você abata algum animal para dar de comer aos cavalos. — pedi. — Eles são carnívoros. Matt e Ned, precisamos de mais lenha para as outras fogueiras. Agora. Alex, Jenny e Queen podem desarmar as barracas e arrumar todas nossas coisas. Eu preparo nosso almoço.

— Ela vai intoxicar a gente. — Jenny sussurrou para Queen, que ergueu o canto dos lábio num meio sorriso.

Fuzilei-a com os olhos.

— Vou cuspir no teu prato, isso sim.

Jenny riu e se levantou.

— Quando isso tudo acabar, você vai ter que preparar um jantar chique para todos nós aqui presentes na sua casa.

Matt esfregou as mãos.

— Opa. Gostei disso aí.

— A Sam sabe fazer outra coisa sem ser Cup Noodles? — alfinetou Queen.

Cruzei os braços e arqueei as sobrancelhas.

— Está duvidando que eu consiga? Meus dotes culinários são louváveis.

— É verdade! — Jenny me apoiou. — Já provou o risoto da Sam? É fe-no-me-nal.

— Certo. — disse Queen. — Quero só ver esse jantar.

— Mas vocês vão ter que chutar o traseiro daqueles idiotas.

— Eu chuto, você cozinha. Trato feito?

Queen estendeu a mão para mim. Apertei a sua mão com força.

— Feito.


Uma vez que cada um tinha uma tarefa, as coisas começaram a fluir muito bem e rápido.

Os meninos em pouco tempo voltaram com lenha e mais pinhas secas. Acendi as outras fogueiras com a ajuda deles e pus a água dos baldes para dar uma aquecida. Depois voltei para meu delicioso macarrão ao molho sugo — era o maior luxo que poderíamos ter com os nossos não-perecíveis.

Thais voltou arrastando duas raposas vermelhas. Ela colocou a aljava e o arco perto das malas e então jogou os animais mortos para os cavalos.

— Divirtam-se.

Podargo e Xanto começaram a disputar por um das raposas.

As outras garotas terminaram com nossas barracas e bagagem em minutos. Em pouco tempo, tudo estava amontoado novamente em cima da rede, só esperando nossa partida.

Comemos minha obra prima e depois nos revezamos com a água aquecida para nos limpar. Eu nem ferrando poderia chamar aquela coisa de banho, mas eu já me sentia um pouquinho melhor ao manter o mínimo da higiene diária.

Thais se ofereceu para carregar a rede, mas os garotos insistiram que também levariam. Ela fez uma cara feia e passou a vez. Não pareceu gostar da ideia de ficar entre duas pessoas do sexo oposto. Alex assumiu seu lugar.

Acabei ficando na retaguarda com Jenny. A ideia de não ter que liderar o caminho e dizer quando e onde devemos parar me soava bem. Não queria avaliar o terreno do local, nem a distância para o lago ou o tamanho dos pinheiros que poderiam nos proteger durante uma nevasca. Tudo o que eu precisava era andar sem pensar em nada.

É claro que isso não aconteceu. Afinal, eu sou eu e não seria nada eu se eu não estivesse com a cabeça em alguma outra coisa.

Enquanto andávamos, eu ponderava o que tanto Sócrates fazia dentro de sua residência no acampamento.

Ele não era do tipo que costuma mostrar as caras sempre que pode. E, pelo jeito que Michel e Nicholas falaram em meu sonho, meu meio-irmão parecia viver recluso no que eles chamavam de Forteleza. Eu duvidava que ele passasse as vinte e quatro horas do dia arquitetando alguma estratégia de batalha.

Tenho um meio de enfraquecer aos deuses. Um calafrio percorreu minha espinha quando me lembrei das palavras que ele dissera a mim no verão retrasado, em nosso primeiro encontro.

Eu demorei muito tempo para entender o que ele quis dizer com isso. Pensava que fosse alguma arma ou ritual; mergulhei nos livros de história procurando registros de coisas similares. Nada.

Foi só depois do último verão, quando eu senti na pele as proporções daquilo tudo, que entendi. Os deuses eram extremamente dependentes de nossa devoção. Era isso que os mantinha vivos. Agora Sócrates colocara metade dos semideuses contra seus progenitores. E, pior, colocou esses semideuses numa guerra civil contra o restante dos semideuses devotos.

Mas ainda havia outros semideuses espalhados pelo mundo — adultos, filhos dos deuses menores, semideuses em missão integral pelos Olimpo. Eu não me surpreenderia se os revoltosos iniciassem uma caçada a esses remanescentes.

Jenny suspirou ao meu lado.

Ela chutava, cabisbaixa, a neve que havia sido compressada por causa do peso da bagagem, apagando qualquer evidência de que algo pesado passara por aquele caminho. Ela não conseguia fixar seus olhos em algum ponto e piscava várias vezes como se tentasse conter as lágrimas.

— Está pensando nele. — denunciei, me referindo a Victor.

— Nós... tivemos uma briga. — ela admitiu, baixinho.

Meu coração deu um nó.

Jenny e Victor eram o casal perfeitinho do acampamento. Duas pessoas super legais que se davam bem com absolutamente todo mundo — conselhos de guerra a parte — e que se destacavam no que quer que fizessem. O mundo inteiro conspirava a favor deles ficarem juntos.

Os dois estavam juntos há um ano e dez meses e nunca, nunca mesmo tiveram uma briga, exceto por algumas pequenas crises de ciúmes isoladas. Jenny era completa, louca e insanamente apaixonada por Victor. Ela colocava o garoto num pedestal — coisa que eu já disse a ela que era errada. Jenny preferiria arrancar o próprio rim com os dentes a levar uma discussão entre dois adiante. A ideia de um briga séria era absurda.

Diminui meu passo e abri uma distância maior entre nós e os outros a nossa frente, para que pudéssemos conversar melhor.

— Mas eu vi vocês dois juntos no pé da colina no dia em que fomos embora.

Jenny expirou pesadamente, como se estivesse segurando o fôlego há algum tempo. Ela balançou a cabeça algumas vezes.

— Eu que fiz uma chantagem emocional para ele pelo menos me dar tchau. Vai que eu...

— Nem me fale uma coisa dessas. — eu a interrompi. Então me toquei que, entre as duas, a com maior probabilidade de morrer era eu.

Isso não importava. Eu não conseguia processar a ideia de um mundo sem a Jenny. Simplesmente não dava. Jenny estava presente em tudo o que eu fazia, no mundo humano ou no mundo dos deuses. Eu nem sequer saberia como continuar a minha vida sem ela me enchendo o saco ao lado.

— Estamos no Alasca. A terra além dos deuses e blablabla. Qualquer coisa poderia... Pode acontecer. E Victor odiou a ideia. — Jenny franziu o cenho. — Mandou eu ficar, só que eu disse que iria de qualquer jeito. Depois disse que desde que você chegou eu só vivo em roubada, e que meu rosto também está marcado por Sócrates.

Fiquei ressentida. Eu também adorava Victor e não desejava ficar mal na fita com ele, contudo, aquele era um ponto que eu não podia debater. Ele dissera a verdade.

Meu primeiro verão: recebemos uma profecia e tivemos que cruzar o território americano de costa a costa. Fomos atacados por uma hidra, um javali, um dragão e um caminhoneiro duas-caras. Confrontamos Sócrates e o derrotamos, então ficamos juradas de morte. Uma morte sofrida.

Meu segundo verão: temos que viajar para a Grécia, no outro lado do hemisfério. Somos atacadas por grifos, empousai e perseguidas por vários rebeldes da causa inimiga. Sem contar o fato de que nosso avião caiu e que fomos dadas como mortas para o planeta inteiro. Inclusive Victor. Participamos de uma batalha com várias baixas e, adivinhe, ficamos juradas de morte.

E aqui estamos nós no semestre seguinte, mais uma vez longe do acampamento e indo confrontar o cara que ameaçou nos matar não uma, mas duas vezes. Pensei se ele me reviveria para me matar de novo. Afinal, ele sabia como ninguém os métodos de voltar do Mundo dos Mortos.

Thais olhou por cima de seu ombro, como se notasse algo vindo daqui de trás. Ela talvez sentisse a inquietação no coraçãozinho de Jenny. Quando viu que já estávamos conversando, voltou-se para frente.

— Isso foi tão babaca da parte dele. — Jenny disse. — Quer dizer, eu que te pus nessas roubadas. Eu que devia manter sua identidade de semideusa anônima.

— Você não poderia me esconder isso para...

— Eu poderia. — ela cerrou os punhos. — E faria, se meu pai não interviesse. Você sabe que sim. — Jenny respirou fundo. — Então ele começou a falar que eu não pensava no futuro e nas consequências. Tipo. Oi? Eu não pensar no futuro? Logo eu?

— Todo mundo tem seu limite emocional, até mesmo quem consegue lidar com emoções como ninguém. Ele passou o dele na briga. Victor estava de cabeça quente, não estava pensando direito

— Victor está estranho, isso sim. Ele não estava leve e calmo como costumava ser. Está todo estressado e reclamão e só fica pensando em possibilidades. — ela deu um tempo. — Parece até você.

— Está dizendo que eu não sou seu tipo?

Jenny sorriu e eu consegui alcançar meu maior objetivo.

— Não, você não é meu tipo. Eu não queria te falar desse jeito, mas nunca daria certo entre a gente.

Pus minha mão no peito de forma teatral.

— Você me machucou! Estou. Magoada. Profundamente magoada.

Seu sorriso se alargou e, quase que no mesmo segundo, murchou.

— Só quero que os outros cheguem logo. Para que eu veja Victor e possa me acertar com ele. É angustiante ficar sem falar com ele sabendo que as coisas não estão legais.

Continuamos a andar e a revirar a neve com os pés. A repetição de movimento cansava minhas panturrilhas. Eu sabia que ia desabar em um saco de dormir antes mesmo de montarmos a primeira barraca. O sono era tanto que parecia que eu estava na aula de geometria analítica do Sr. Voytoski.

— Te falei que minha mãe me mandou uma mensagem no acampamento? — ela perguntou. Fiz que não. — Me mandou fotos de uns três vestidos e pediu minha opinião.

Fiz careta. Eles tinham mesmo que organizar um casamento enquanto o mundo poderia virar um completo caos caso falhássemos?

Jenny deu um risada fraca.

— Que foi, Sam? Você também não anda vendo smokings com o Henry?

— Sim, sim. Papai e eu também estamos escolhendo uns penteados. Ele é realmente muito indeciso para essas coisas.

Jenny passou o braço por meu pescoço e me puxou para perto de si, quase me derrubando.

— Pensa só que demais! Não vamos precisar de desculpas por ter ficado até as duas e meia na casa da outra, porque vamos morar juntinhas.

— E você acha isso demais? — indaguei, brincando.

Jenny pôs mais força no braço que me agarrava, e eu quase engasguei por causa daquela pulso contra meu pescoço.

— Você sabe que vai amar. E depois disso vamos pra mesma faculdade e ser companheiras de quarto.

— E depois vamos na lua de mel juntas, no mesmo lugar, porque vamos casar no mesmo dia.

Os olhos de Jenny brilharam, como se ela conseguisse mesmo vislumbrar esse futuro. Qualquer hipótese de um depois, mesmo que ridícula, para um semideus, é algo a se deliciar.

— Sim. — ela concordou. — A gente põe nossos maridos num quarto separado do hotel. Eles não vão se importar. Aí a gente pode morar na mesma casa também. A gente racha a hipoteca. — ela disse isso como quem diz rachar a conta da lanchonete.

Notei, inconscientemente, que Victor estava nessa visão de Jenny com a gente. Nós três, já mais velhos, amontoados em uma sofá numa sala escura, nossos rostos apenas iluminados pela TV. Uma maratona de filmes em um sábado chuvoso. Praticamente três adolescentes, só que com a casa própria.

Desliguei minha mente da dela imediatamente. Eu tinha que dar esse momento de privacidade a ela. Jenny parecia mais relaxada e menos preocupada com a briga. Ela só precisava lembrar que ela tinha um futuro com Victor e que aquilo não era o fim.

— E viveram felizes para sempre. — finalizei.

Ignorei minha cabeça que gritava de dor e abri um sorriso. Abracei-a pelos ombros e continuei nossa viagem até o acampamento definitivo.


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