SasuHina :: Moon Light escrita por Nana


Capítulo 9
Tempo


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas. Aqui estou com mais um capítulo fresquinho e que saiu bem rápido, até, né? *-* Quero agradecer a todos os comentários e por serem essas pessoas dignas. Esse capítulo vai ser bem corrido e esse é um dos motivos para o título. Mas terão várias notícias importantes. ;D E devem reparar que estamos no fim da fic já. >.< Por favor, leiam as notas finais. :D Obrigada por tudo e espero que gostem do capítulo. Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/214725/chapter/9

Hinata's POV

Silêncio. Era a melhor palavra para descrever aquele momento. O único som no ambiente era do ar condicionado que devia trabalhar sem cessar para deixar aquele local em uma temperatura agradável. Eu estava deitada sobre uma cama – que depois eu percebi ser uma maca de hospital. Podia sentir cheiro de flores... De Gardênias, para ser mais exata. Dei mais atenção para o meu corpo, enfim. Minha cabeça doía um pouco e eu não sentia qualquer vontade de me mover. Devia ter ficado dormindo por algum tempo. Pude sentir algo quente repousando sobre minha mão e logo senti um pouco de dor na perna. Lembrei-me da luta que tive contra todos aqueles ninjas em minha volta para vila. Um deles havia cravado uma espada em minha perna. Obriguei meus olhos a se abrirem, o que fizeram lentamente. Pisquei algumas vezes, me acostumando com toda aquela iluminação da lâmpada central do quarto. Tudo era branco demais, iluminado demais e só piorava minha dor de cabeça. Por algum motivo, imaginei que Sasuke deveria achar aquilo irritante. Só de pensar em seu nome, eu sorri. 

- Hinata? – A voz do Uchiha invadiu o local. Aquela sensação quente sobre a minha mão se dissipou e eu pude ver seu rosto em meu campo de visão. Ele pousou a mão sobre o meu rosto, seu olhar parecia aliviado. – Está se sentindo bem?

Tentei mover meus lábios, mas ainda não tinha tanta certeza que qualquer som fosse ultrapassar minha boca e alcançar seus ouvidos. Obriguei-me a fazer um movimento positivo com a cabeça. Virei o rosto, observando o vaso repleto de Gardênias e ao seu lado estava Hachi... O urso branco que Sasuke havia me dado há muito tempo. Como ele havia parado ali era a questão. Meu olhar passou para a janela do quarto, podendo ver que tudo estava escuro e já deviam ser mais de dez horas da noite. Continuei meu curioso percurso, tentando entender tudo que acontecia. Então avistei uma pilha de presentes devidamente embrulhados em papel-presente coloridos, juntos com dois ou três ursos de pelúcia. E finalmente eu percebi... Que havia perdido o meu próprio aniversário. Tentei me sentar na maca e Sasuke me ajudou a fazê-lo. Olhei, então, para ele. Apesar de aliviado, ainda parecia preocupado.

- Estou bem, Sasuke-kun... Que dia é hoje...? – Apesar de precisar um pouco de esforço, consegui falar. Sorri para ele.

- Sábado... – Ainda era o dia do meu aniversário, constatei. O moreno me deu as costas e procurou por alguma coisa que parecia estar guardada dentro do armário.

– Feliz aniversário. – Ele voltou seu olhar para mim e me estendeu uma pequena caixa retangular branca envolvida por um laço dourado. Peguei a caixa, meu sorriso se alargando bobamente. – Eu pretendia te dar as Gardênias junto... Mas você esteve dormindo por um tempo...

Ele ficou em silêncio, se sentando na cadeira ao lado da maca e cruzando os braços. Seu olhar não desviava sequer um segundo, parecendo aguardar pela minha reação. Desfiz o laço e deixei a fita de lado. Abri a caixa, me deparando com uma detalhada pulseira de ouro que entre as correntes possuía uma placa do mesmo material escrita “Meu lugar ensolarado”. Eu gostava da ideia de ser seu ‘lugar ensolarado’... E agradecia por ele ser como a luz da lua que me ilumina até nos momentos mais difíceis.

______

Sasuke's POV

Hinata demorou mais dois dias para receber licença e voltar para casa. Mas já estava recuperada quando entramos pela mesma porta de sempre. Antes de vir, eu havia trazido todos os presentes que ela havia recebido em seu aniversário. Não me surpreendi nem um pouco ao deparar com Hanabi e Kiba nos aguardando em nossa sala. Por algum motivo, Hinata havia confiado nossa chave reserva a sua irmã. Devia ter imaginado que isso aconteceria. Enfim. A única coisa que me surpreendeu foi o pequeno filhote de labrador – que deveria ter pouco mais de dois meses – que correu em nossa direção e começou a correr entre eu e Hinata sem saber para quem dirigir sua atenção. Como era provável, a morena se abaixou e acariciou o cachorro, parecendo encantada com o filhote que lambeu sua bochecha quando ela estava perto o suficiente. Cerrei meu olhar, já adivinhando como aquilo iria acabar.

- Seu presente de aniversário. – Kiba disse, com um ar de orgulho. Voltei meu olhar pouco irritado para ele. Hinata passou algum tempo se divertindo com o cachorro, até que voltou sua atenção para mim.

- Nos podemos ficar com ele, Sasuke-kun? – Seus olhos brilharam, aquele sorriso alegre quase me obrigando a aceitar o pedido. Suspirei, seguindo em direção a escada.

- Claro. – Proferi por vencido, antes de subir para o segundo andar da casa.

Por algum motivo, o cachorro me seguiu.

 ___________

Os dias se passavam rapidamente. Quatro meses haviam se passado e algumas coisas haviam mudado. Começando que agora eu até... Gostava do tal cachorro que Hinata havia ganhado e nomeado de Suki. Além disso, eu e Hinata parecíamos cada vez mais próximos e eu não conseguia me controlar quando a encontrava em qualquer cômodo da casa. Apesar de toda a sua vergonha, ela estava aceitando melhor nossos momentos mais íntimos que aconteciam cada vez com mais frequência e começou a tentar fazer algumas coisas especiais por mim, se é que fui claro. Todos esses momentos me faziam imaginar como seria reconstruir o clã ao lado da Hyuuga. Eu estava voltando de uma missão que demorou dois dias para ser completada com maestria. Passei pelo portão principal da vila e me apressei em direção ao escritório do Hokage. Aproveitaria para conversar com Naruto a respeito de algo que estive pensando por algum tempo. Abri a porta do escritório, deparando com um loiro babando sobre a mesa repleta de papeis e pergaminhos. Aproximei-me da mesa, esperando que ele acordasse apenas pelo instinto de alguém por perto... Mas nada aconteceu. Suspirei. Se alguém quisesse mata-lo, não teria que se esforçar muito. Dei um soco na mesa e ele sobressaltou da cadeira, jogando o corpo para trás. A cadeira tombou e ele foi junto para o chão. Forcei-me a manter apenas um sorriso de lado e não rir da situação. Rapidamente ele ergueu a cadeira e se sentou novamente.

- TEME MALDITO, PORQUE SEMPRE FAZ ISSO? – Foi uma mistura de choro com raiva. Retirei minha máscara Anbu e estendi um pergaminho para ele.

- Missão bem-sucedida e o senhor feudal pediu para que entregasse este pergaminho em agradecimento.

- Certo. – Uma veia ainda saltava em sua testa, mostrando que estava irritado.

- Eu vou pedir Hinata em casamento. – Fui rápido, prático e direto. Sua irritação subitamente sumiu, sendo substituída por um enorme sorriso. Ele levantou, batendo as mãos na mesa e olhando para mim com aqueles orbes azuis brilhando.

- SÉRIOOO? – Provavelmente a vila toda podia ouvi-lo. – PARABÉNS, TEME!

- Pare de gritar, imbecil. – Tentei parecer mais irritado do que realmente estava, mas na verdade eu estava tão feliz quanto ele. Suspirei, tomando coragem para prosseguir. – E eu quero te pedir uma coisa.  

- Claro que eu serei seu padrinho. Sakura-chan também vai adorar. – Ele se sentou, com um sorriso divertido estampado em sua cara de loiro-besta e seus olhos parecendo brilhar ainda mais.

- Isso também, mas não era bem isso. – Ergui uma sobrancelha para ele. – Eu quero reconstruir o meu clã. E começar por uma reforma nas casas da área me parece uma boa ideia.

- E como eu vou te ajudar ai? – Como sempre, afobado.

- Eu vou alugar as casas. Preciso da sua autorização pra isso. E eu não tenho uma fama tão boa para atrair interessados, então... – Admiti.

- Pode contar comigo, ‘ttebayo. – O agradeci com um simples sorriso e estava pronto a ir para casa, até que ele continuou. – Sakura-chan está trabalhando no hospital, vou busca-la na hora do almoço e vamos visitar vocês.

Sabia que não adiantaria retrucar, então apenas lhe dei as costas, coloquei a máscara em meu rosto novamente e fui para casa. O que eu mais precisava depois de uma cansativa missão? Naruto berrando na minha sala de estar e uma Sakura irritada pela gravidez nos fazendo companhia, claro. Esqueci-me de comentar antes, a nova Uzumaki estava grávida.

Após alguns minutos, eu cheguei a casa

- Tadaima. – Proferi, ao entrar, deixando meus sapatos por ali e pendurando meu colete do uniforme.

Retirei a máscara Anbu e a deixei sobre uma escrivaninha no meio do percurso. Estranhei não receber uma resposta, me apressando até a sala. Minha única recepção foi Suki, que desceu as escadas correndo e ergueu seu corpo em um salto, já consideravelmente maior. – E aí, garoto. Cadê a Hinata?

Não preciso comentar a influencia da presença de Kiba para me fazer adquirir essa mania de falar com animais. Após acariciar a cabeça do cachorro, caminhei pela casa em procura de minha namorada e futura noiva. Hinata não estava nem ali, nem no banheiro, no quarto, cozinha ou área. A única imagem da morena que meus olhos alcançaram fora o grande quadro pendurado no corredor com a foto de eu e Hinata no festival – o retrato havia sido um dos presentes de Hanabi. Só depois de me preocupar e olhar pro todos os cômodos, Suki latiu para mim, me chamando a atenção para o balcão da cozinha. Só então reparei no papel que havia sobre o mesmo. Na trabalhada caligrafia da Hyuuga: “Fui ao mercado. Estarei em casa logo. Te amo.”. Li aquelas últimas palavras mais algumas vezes até que larguei o bilhete sobre o balcão novamente. Acho que todo homem fica feliz ao chegar em casa do trabalho e receber um beijo ou abraço da mulher amada, mas no mundo ninja isso nem sempre acontecia. Agora eu só recebia um cumprimento de um cachorro hiperativo. Não ter Hinata em casa me incomodava e me fazia imaginar coisas idiotas. Ela era minha família agora e a vontade de protegê-la gritava alto muitas vezes. Eu sabia que ela estava bem, não mentiria para mim.

Subi as escadas até o antigo escritório de meu pai, mas antes que minha mão encostasse-se à maçaneta, me interessei pela porta ao lado... O quarto que eu nunca havia me dado o direito de entrar: dos meus pais. O quarto em que eu e Hinata dormíamos era aquele que sempre foi meu, apenas os móveis haviam mudado. O resto da casa permanecia da mesma forma. Abri a porta, mas não cheguei a adentrar no cômodo, ainda não me sentindo muito confortável a fazê-lo. Suki passou por mim, correndo de um lado para o outro, parecendo interessado pelo quarto empoeirado. Caminhei por ali, em busca de nada em especial, apenas imaginando como seria poder ver minha mãe caminhando por ali naquele momento.

Olhava para cada detalhe, sorrindo ao encontrar o rosto gentil de minha mãe me observando em uma grande foto pendurada na parede. Cessei meus passos ao tropeçar no pequeno banco em frente à antiga penteadeira branca de madeira. Voltei minha atenção para uma pequena caixa preta que jazia sobre o móvel. Permiti-me pegar aquela caixa e abri-la, meu olhar encontrando um belo anel de ouro branco com um singelo e cintilante diamante em seu centro. Lembrava-me muito pouco dele, apenas me recordava de que minha mãe gostava dele e só costumava utilizá-lo em ocasiões especiais. Não havia momento melhor para encontrar aquele objeto. Naquele instante, eu não tinha mais duvida alguma de que deveria pedir Hinata em casamento. Olhei para a foto de minha mãe mais uma vez, quase como que pedindo permissão para aquilo. Suki latiu, tentando chamar minha atenção. Fechei a caixa com o anel e guardei no bolso da calça. Sai do quarto, fechando a porta em seguida. Muitas coisas estavam acontecendo e eu estava cansado.

Voltei para a sala e me joguei no sofá, pretendendo apenas relaxar um pouco. Suki como um digno perseguidor se acomodou no chão, em frente ao sofá e se preparou para cochilar. O problema fora que eu relaxei demais. Acabei cochilando igual ao cão, devido aos dias que eu estive dormindo tarde – em nossas tentativas de “reconstruir o clã” – e pelas noites em claro durante a missão. Acordei quando Hinata se aproximou e depositou um beijo em meus lábios. Reparei que segurava apenas uma sacola.

- Você e Shikamaru deveriam abrir uma filial. – Brincou, com um sorriso singelo para mim. Durante esse tempo que passou ela havia criado um laço de amizade com Temari e essa vivia reclamando de Shikamaru dormir o tempo todo.

Sentia saudades e eu sabia que ela podia perceber aquilo simplesmente ao me olhar. Levantei-me do sofá, segurando seu quadril e lhe erguendo do chão. A sacola foi parar encima da mesa. As pernas de Hinata envolveram minha cintura enquanto seus braços me abraçavam em busca de apoio. Meus lábios rapidamente encontraram os dela enquanto eu lhe guiava até o balcão da cozinha. Coloquei-a sobre o balcão, afastando meus lábios e indo em direção a sua orelha.

- Demorou. – Comentei, não muito alegre ao constatar aquilo.

- Ahh. – Ela se arrepiou e logo fez um som expressando surpresa, parecendo se lembrar de algo e tentou descer. – Fui comprar um presente pra você.

Afastei-me um pouco, deixando que ela descesse do balcão e corresse até a mesa de centro. Aquilo me fez lembrar que eu também tinha um presente para ela. Não entendia porque eu estava ganhando um presente primeiro, nem porque ela sorria daquela forma quando voltou e parou a minha frente. Estendeu-me um pacote e, com uma expressão suspeita, eu o peguei. Retirei a embalagem, reparando que ela tinha se dado até ao trabalho de embrulhar.  Havia um envelope de carta e um livro, o qual o nome me fez fazer um expressão idiota o suficiente para Hinata soltar uma risada baixa e divertida. Li e reli umas dez vezes o título “Guia para pais de primeira viagem”. Ergui meu olhar para ela, que me incentivou a abrir o envelope e tinha um sorriso ainda maior. Dentro dele: Uma minúscula Shuriken pendurada no papel de carta. O nome “Hyuuga Hinata” estava escrito bem grande no centro da folha seguida por letras menores que diziam suas informações. Alguns números estavam escritos como resultado do exame e, por fim, reconheci a letra de Sakura. “Nota: Resultado positivo, Sasuke. Parabéns, futuro papai”. E a assinatura da rosada logo no final. Aquilo foi o máximo para destruir qualquer barreira que eu tivesse, qualquer fortaleza que ainda existia para proteger o meu orgulho ou frieza. Deveria estar com uma expressão hilária, com meus olhos arregalados em surpresa.

- Um mês. – Acrescentou, sua voz soava ainda mais doce agora. Deixei o papel e o livro sobre o balcão e a abracei. Hinata soltou mais uma baixa risada, passando seus braços envoltos de meu pescoço.

- Obrigada. – Murmurei. Sentir-me-ia idiota se começasse a chorar ali. Afundei meu rosto na curva de seu pescoço, tentando me controlar. – Eu também tenho um presente. E uma notícia.

- Mesmo? – Ela parecia animada. Afastei-me, afirmando com um movimento da cabeça.

- Eu conversei com Naruto... Ele permitiu que eu reformasse as casas da área do clã para aluga-las. – Comentei com naturalidade, mesmo sabendo que aquele era um passo importante e que mudaria muita coisa. Eu estava optando por deixar de lado todo aquele deserto apenas repleto de memórias ruins. Ela arregalou o olhar, levando a mão até os lábios em uma expressão de surpresa.

- Isso é ótimo, Sasuke-kun. – Seus olhos perolados brilhavam. Parecia estar orgulhada e alegre, me exibindo aquele lindo e convidativo sorriso.

Pus-me a perguntar se aquele era realmente o momento certo para lhe entregar o “presente”. Imaginei que haveria formas mais criativas ou mais bonitas de fazer aquilo, mas seu sorriso incentivador praticamente me obrigou a continuar. Além do mais, eu nunca fui um homem muito romântico, Hinata quem estava começando a despertar esse interesse em mim. Nós teríamos um filho, as casas da área iriam ser reconstruídas e habitadas, e... Acima de tudo, eu a amava. Não tinha duvida nenhuma daquilo. Ela quem me fez acreditar na minha segunda chance. Fez-me esquecer dos erros que cometi, da culpa que eu sentia por meu irmão não estar ali, me fez esquecer qualquer sede de vingança que pudesse me dominar. Ela me chamou, me fazendo sair daquele transe e reparar em sua expressão confusa.

- Eu não sou muito bom com isso, você sabe... – Cerrei meu olhar por alguns instantes, antes de desviá-lo. Quase rezei para não estar corado, aquilo parecia mais com Hinata do que comigo. Voltei minha atenção para os seus olhos perolados e tentei me focar no que pretendia.

- Está tudo bem, Sasuke-kun? – Soou realmente preocupada.

- Eu queria agradecer por tudo que você me fez... Não quero que pense que estou fazendo isso só por que descobri que você está gravida... – Eu estava confuso, as palavras saiam rápidas enquanto eu buscava pelas melhores e não encontrava.

Suspirei pesadamente, me irritando comigo mesmo e enfim, pegando a pequena caixa de veludo que havia guardado no bolso e a abrindo em frente à Hinata. Ela olhou, aparentemente admirada, para a joia que cintilava entre a almofada vermelha que a envolvia dentro da caixa.

– Eu quero passar o resto da vida ao seu lado. Reconstruir o meu clã com você e poder ver o seu sorriso ao acordar. – Dessa vez, consegui me controlar mais e deixar que as palavras saíssem da forma correta. Só então, me lembrei que tinha que fazer a pergunta em si. – Você quer casar comigo?

Ela parecia assustada, mesmo que ainda tivesse uma espécie de sorriso surpreso estampado no rosto. Aqueles segundos que ela ficou olhando para o anel foram agoniantes. Não sabia qual seria minha reação em ser rejeitado, após ter feito isso com tantas mulheres e nunca ter estado deste lado. Mas em meio a esses pensamentos que eu queria evitar, ela voltou seu olhar para mim. Sem sequer pegar o anel, ergueu seu corpo e me envolveu em um abraço.

- Claro, Sasuke-kun. Eu amo você. – Sequer gaguejou ou hesitou. Afastou-se um pouco, algumas lágrimas escorriam pelas suas bochechas levemente coradas, passando pelo seu sorriso tímido.

Permiti-me sorrir, retirando o anel da caixa e esperando que ela me estendesse sua mão direita. Deslizei o anel em seu dedo anular e este se encaixou perfeitamente. Joguei a caixa sabe-se lá onde e segurei o rosto de minha noiva entre minhas mãos. Meus lábios indo de encontro aos seus com um desejo ainda maior após tanto tempo sem senti-los. Então, a maldita campainha ecoou pelo local. Até pensei em manter a morena presa em meus braços e ignorar quem quer que fosse, mas Suki pareceu incomodado com a ideia e começou a latir nos alertando. Resmunguei alguns palavrões e Hinata riu, se afastando até a porta e sendo seguida pelo cão. E quem mais poderia atrapalhar meus planos?

- Ooooi, Hinata-chan! – A voz de Naruto se fez presente, mais animado que nunca. Então voltou seu olhar para mim, estranhamente curioso. – Já pediu?

- Já. E você atrapalhou minha comemoração. – Proferi, erguendo uma sobrancelha e deixando meu desgosto explicito.

- Parabéns, Hina-chan! E boa sorte com o teme rabugento. – Ele parabenizou, me ignorando completamente, abraçando-a e depois indo dar sua atenção a Suki. A futura Uchiha apenas lhe lançou um sorriso.

Em seguida, foi Sakura quem desejou uma “Boa sorte” em uma voz baixa que eu preferi não dar atenção. A rosada atravessou a sala, sentando-se na poltrona e parecendo sentir dor. Sua barriga já estava consideravelmente grande considerando os quatro meses de gravidez. Aparentemente, eles haviam sim tido uma lua de mel digna.

(Seis meses depois)

Ao decorrer desses meses, ocorreram as reformas das casas do clã e ao invés de aluga-las, eu acabei vendendo-as. Os moradores da vila realmente haviam me aceitado de volta e não tive problemas com meus planos “imobiliários”. Diferente do que eu imaginei, grandes números de interessados surgiram. Apenas uma ou duas casas ainda estavam em reformas e todas as outras já estavam habitadas. Hanabi, por exemplo, conseguiu convencer Neji a comprar uma das casas mais próximas a principal – onde eu e Hinata moramos, justificando querer ficar mais perto da irmã e de seus futuros sobrinhos sem precisar incomodá-la e dormir em nossa casa toda vez que fosse fazer uma visita. Temari também comprou uma, para quando viesse visitar seu “preguiçoso” namorado e caso seus irmãos viessem com ela terem onde ficar, além de dizer que poderia ficar mais perto de sua amiga Hyuuga. Com seus sete meses de gestação e toda sua gentileza e disposição, Hinata já havia conquistado a amizade dos moradores. E eu tinha cada vez mais pilhas e pilhas de contratos para assinar.

A parte mais importante, enfim, era que havíamos recebido a notícia de que não teríamos um filho, mas sim dois. E, como se pode imaginar, aquilo só dobrou a minha preocupação com o bem estar de minha noiva. O antigo quarto de hóspedes teve suas velhas paredes beges pintadas em um tom claro de azul e seus antigos móveis substituídos por dois berços, armários e estantes brancas e algumas luminárias infantis. Durante toda essa preparação do quarto dos bebês, Tenten e Temari passaram um bom tempo nos visitando para ajudar nas escolhas. Meu casamento com Hinata já estava marcado para dois meses depois do nascimento de nossos filhos e eu já podia imaginar quando as kunoichis decidissem invadir minha casa para ajudar com a preparação.

Algumas coisas também haviam mudado em relação ao meu trabalho. Eu havia sido promovido o comandante do setor de investigação do esquadrão Anbu, após a morte do antigo em uma missão. Não, eu não tive nada a ver com o assassinato. Enfim, com essa mudança, eu tinha que passar mais tempo em reuniões de estratégias, investigando casos importantes ou realizando interrogatórios. E eu estava voltando para casa, ao anoitecer de uma quarta-feira, quando o Hokage se fez presente em meio a minha caminhada.

- Aonde você pensa que está indo? - Perguntei, estreitando os olhos para Naruto.

- Comprei um presente para os meus afilhados. – Ele respondeu, mostrando-me duas caixinhas laranja, igualmente envolvidas por um laço de cetim amarelo.

Um pouco depois de ter descoberto a gravidez, eu e Hinata decidimos que Sakura e Naruto seriam os padrinhos do bebê - quando acreditamos que seria apenas um - e, após a descoberta de que seriam gêmeos, Hanabi e Kiba foram convidados a serem padrinhos do segundo filho.

Olhei mais uma vez para o presente, voltando a encarar Naruto. Os embrulhos eram tão chamativos quanto o sorriso que ele exibia para mim. Suspirei, sabendo que Hina não iria ficar feliz se soubesse que eu mandei o padrinho de nosso filho dar meia volta e ir embora. Ótimo, se não faltasse ter ficado uma semana longe da minha noiva, ainda tinha que ser seguido pelo energúmeno do Naruto. Suspirei profundamente, desistindo de fazê-lo mudar de ideia.

Depois de alguns minutos angustiantes ouvindo a voz de Naruto, chegamos a área do clã. Abri a porta da casa e... Puff. Gritos de alegria, seguidos de "Surpresa!" em uníssono, misturados com o barulho de um champagne sendo aberto. Ino e Shikamaru - que mantinha uma expressão sonolenta no rosto - estendiam uma grande faixa escrita "Feliz aniversário, Sasuke". Ahm, então era meu aniversário... Não era como se eu fizesse questão de lembrar. Observei todos que estavam ali por algum momento, sem saber bem o que fazer ou dizer. Encarei Hinata, por fim, e ela me lançou um sorriso envergonhado que dizia "Me desculpe" ou "Não pude resistir". Ela estava com um vestido azul claro, com a mão pousada sobre a barriga que parecia ainda maior. Deixei que um sorriso de lado aparecesse em meu rosto. Minha imagem de sério só estava indo cada vez mais por água abaixo depois que conheci Hinata. E parecia só piorar.

- Parabéns, teme! – Naruto disse, ao meu lado, colocando uma mão no meu ombro e me estendendo as caixinhas de presente.

- Certo... – Eu disse, tentando dizer um "Obrigado" meio fracassado e pegando a caixa de sua mão. Ele foi seguido por Sakura, que veio com sua loira filha de apenas um mês em seus braços. Logo várias pessoas estavam a minha volta, me oferecendo parabéns e felicidades por um aniversário qual eu sequer me lembrava. Depois de um tempo considerável, consegui falar com Hinata. Ela mantinha aquele sorriso envergonhado que eu não conseguia entender.

- Gomen... Eu sei que você não gosta de festas... – Ela começou a murmurar, me fazendo entender a razão de sua vergonha. Segurei seu rosto entre as minhas mãos e aproximei meus lábios dos seus. Afastei-me apenas o suficiente para poder respondê-la.

- Está tudo bem. – Proferi, tendo a oportunidade de vê-la alargar o sorriso.

- Você vai ter bastantes presentes para ver mais tarde. – Ela disse, virando o rosto para uma pilha enorme de presentes e soltando uma risada, parecendo até divertir-se.

- Não sei pra que mais presentes. – Era a única coisa que precisava ser dita.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Weee, obrigada, gente. Espero que tenham gostado do capítulo. Quero acrescentar aqui que, de acordo com fontes confiáveis - ou não - "lugar ensolarado" é o significado do nome da Hina. A fic está no final, poisé poisé, e eu estou com a outra em andamento. A questão, meus jovens, é que eu tive uma súbita inspiração para escrever uma NaruHina ç_ç Gostaria de saber quem gosta desse casal e se acham que é uma boa ideia. >.< Eu tenho um sério problema porque gosto da Hina com todo mundo @_@ Sou doente, é. Agradeço pela leitura, espero que tenham gostado e aguardo pela opinião de vocês. Beijos.