– Ah, qual é Jasper. Somos amigos, vai me perdoa.

– Amigos? Você me esqueceu!

– Jasper, para de birra.

– Birra? O que é isso?

– Birra é...

– Não importa, você me esqueceu e isso é o que importa.

– Jasper...

– E eu pensando que éramos amigos, companheiros, quase irmãos... mas não, na primeira oportunidade você me deixa pra trás. É assim né? Pode deixar, quando você precisar de mim...

– JASPER!

– Que foi?! Tá gritando por quê?

– Para de surtar! Caralho Jasper, foi só um deslize. A gente já te buscou, já resolveu tudo, você ganhou banho, roupas novas, tá parecendo até gente, e você ainda tá reclamando? Cara, você virou meu conselheiro real, tá com a maior grana e depois que eu for embora tudo o que eu tenho agora vai ser seu, quer mais prova de amizade? É desse jeito! A gente faz tudo certo e ninguém valoriza, mas é só dar um deslize que logo marcam o nosso funeral. – falei cruzando os braços, fazendo cara de emburrado.

– Eu exagerei né? – Jasper perguntou rindo e eu assenti virando a cara. – Ok, eu te desculpo. Espero que não se repita, afinal você foi mandado pelos deuses para ser meu amigo e não pode contrariá-los.

– Claro, claro. – falei revirando os olhos. – Agora vai ver se está tudo pronto para a nossa partida.

– Sim Edy...quer dizer, majestade. – ele falou divertido, se curvando um pouco antes de se retirar.

– Vocês me deixam confusa. – Bella falou depois que Jasper saiu.

– Como assim? – disse me virando para ela que estava deitada de bruços em minha cama, balançando as pernas no ar e me olhando divertida.

– É que eu não sei quem é a mulher da relação. Apesar de que o faniquito do Jasper me deu a impressão de ser ele. – ela soltou uma gargalhada logo em seguida e eu revirei os olhos contrariado.

– Vou ignorar a brincadeira de mau gosto. – falei me deitando ao lado dela de barriga pra cima.

– Desculpa amo, mas é que a discussão de vocês foi que nem a de um casal.

– Gêniazinha, amor da minha vida, vamos parar com a brincadeira? Sério, ele não é meu tipo. – falei olhando sério para ela que riu.

– E qual é o seu tipo? Princesas loiras por acaso? – ela falou rindo.

– Talvez sim, talvez não.

– Ainda com dúvidas Edward? – ela disse se sentando e me olhando confusa.

– Não são dúvidas...ah! Deixa para lá.

– Mas...

– Está tudo pronto. – Jasper disse entrando no meu quarto e interrompendo o que Bella iria dizer.

– Tudo bem. Vamos? – eu disse olhando para os dois e eles assentiram. – Bella, se importa de ir ao meu lado? Se eu precisar de ajuda fica mais fácil se você não estiver na lâmpada.

– Como quiser amo. – ela disse e eu sorri.

Falando a verdade, não era exatamente por isso que eu a queria ao meu lado. Falando a verdade eu nem sei por que a queria ao meu lado, mas não importa realmente. Fomos até o pátio do palácio onde vários criados nos esperavam. Alguns carregavam um baú com ouro, outros carregavam nossos pertences. Jasper subiu em seu cavalo branco, enquanto eu e Bella fomos em um elefante. Bella achava que se fossemos em um animal desse porte iria chamar mais atenção e impor nossa presença. Eu não achava necessário, mas se ela já considerava por mim tudo bem. Dei a ordem e logo estávamos a caminho do castelo da minha futura princesa.

O sol escaldante do deserto pela primeira vez em dias não me incomodava. Bella providenciou uma pequena tenda para nos proteger e o ar quente vindo direto do inferno não mais me incomodava, eu já estava acostumado. Bella estava sentada atrás de mim e segurava firme em minha cintura. Foi inevitável não começar a pensar nela. Desde que eu a achei na caverna a minha vida mudou radicalmente mais uma vez, e agora eu teria a chance de voltar para casa.

Ultimamente eu tenho pensado, porque eu estou indo atrás dessa princesa? Será que eu gastei um desejo atoa? Por que eu simplesmente não vou embora? Eu nem mesmo a conheço! Agi por impulso, e agora que eu tinha começado eu iria até o fim. Quem sabe não há um propósito para isso? Destino, talvez? Bobagem, nunca fui de acreditar em destino e não será agora que eu começarei a acreditar.

Algum tempo depois já nos aproximávamos de nosso destino e comecei relembrar a história que Bella me disse para contar aos meus anfitriões. Chegamos aos portões do palácio e eles logo se abriram para nós. Que eu não estrague tudo, só para variar.

Autora p.d.v

Emmett andava de um lado para o outro, no grande salão de entrada, contrariado. Sua irmã ameaçou se matar se tivesse que casar com o seu conselheiro Carlisle.

– A minha vontade é de casá-la com você só para vê-la cumprir com a promessa.

– Majestade, não diga isso. – Carlisle disse um pouco desconcertado com a situação.

– Majestade, se me permite, eu me ofereço para casar com a princesa. Talvez ela me aceite. – Jafar falou tentando soar inocente e prestativo.

– Não se preocupe com isso Jafar, ela irá casar com Carlisle. Não posso ceder a todos os dramas daquela demônia.

– Mas majestade, ela disse que irá se matar se a forçar a se casar com Carlisle. – Jafar insistiu, tentando controlar sua irritação.

– Ela não irá, ama sua beleza de mais para querer acabar com ela assim. O que realmente me irrita são os ataques dela. Tanya está lá em seu quarto, destruindo tudo de novo! – Emmett falou enfurecido. – Ela bem que podia cumprir a promessa de se matar caso se casasse com Carlisle.

– Majestade... – Jafar tentou argumentar, mas foi interrompido por um servo que se aproximava.

– Majestade, visitas para o senhor. Estão se aproximam do Castelo em uma grande comitiva. – o servo disse se curvando em frente à Emmett.

– Visitas? Quem será? – Emmett falou curioso. – Abram os portões, deixem os entrar! – o rei falou animado, dando um sorriso quase infantil.

Jafar ficou furioso. Novamente seus planos eram frustrados. Teria que tentar convencer o marajá depois, se não conseguisse iria recorrer a uma lenda antiga. Tentaria entrar na caverna novamente, havia conseguido um rapaz que poderia ser um diamante bruto, talvez desse certo dessa vez.

Edward p.d.v

Desci do elefante, ajudando Bella logo em seguida. Fomos em direção à porta de entrada do palácio e notei que Jasper parecia bastante ansioso, até mais do que eu, o que era um pouco estranho. A porta de bronze logo se abriu e de lá apareceu um homem bastante alto, moreno-claro, de no máximo vinte e oito anos e muito musculoso. Estava bem vestido, os trajes se pareciam com os meus, ele se aproximou sorrindo e abrindo um pouco os braços.

– Lembre-se, ele é um marajá, não deve olhá-lo nos olhos e fale sem rodeios!– Bella disse sussurrando em meu ouvido.

Oh, então esse é o marajá? Cara novo e fortão hein?

– Bem vindos! A quem devo a honra da visita? – ele disse nos analisando, sem deixar o sorriso sumir.

– Sou o príncipe Edward Abhay, majestade. Tenho um reino não muito distante do seu. Alguns amigos viajantes me falaram sobre uma princesa que mora aqui e está em busca de um pretendente. – falei indo direto ao assunto e o fortão à minha frente sorriu mais ainda.

– Sim, é verdade! Minha irmã, a princesa Tanya! Então, está interessado nela?

– Sim, a muito procuro uma esposa.

– Ótimo, vamos entrar. Aposto que temos muito o que conversar. – ele falou estendendo o braço indicando para que eu entrasse.

– Obrigado. – falei entrando no grande palácio.

– Os meus empregados irão levar seus pertences ao quarto de hóspedes. Eu sou o marajá Emmett, por falar nisso. – ele disse soando divertido. – O jantar já será servido, vamos para o salão de repouso enquanto esperamos.

– Posso levar alguns servos comigo?

– Claro, como quiser. Venha. – ele falou e começou a andar. – Seth, chame meus conselheiros. – o escutei falando ao longe para um servo que logo se retirou.

Eu fiz um sinal indicando para Bella e Jasper virem comigo enquanto eu ia atrás do fortão Emmett. Chegamos logo em um grande salão, com várias poltronas, sofás, estátuas de ouro e adornos de bronze e prata. Eu me sentei em uma poltrona, próximo à Emmett, enquanto Bella e Jasper se postaram ao meu lado, ficando de pé.

– Então, Edwr...Eduwr... – ô povo que é ignorante.

– Pode me chamar de Edy, é mais fácil. – falei dando um leve sorriso de simpatia.

– Tudo bem, Edy... – ele falou rindo. – Seu nome é diferente, devo dizer!

– É, ideia da minha mãe, ela era anglo-saxã.

– Interessante, agora entendo porque não tem traços indianos. Seu pai era indiano Edy?

– Sim, meu pai era o marajá Ekram Abhay e minha mãe era a anglo-saxã Elizabeth Cullen.

– Mistura curiosa. O que as famílias de seus pais dizem a respeito? – ele falou me olhando curiosamente.

– Não sei muito sobre a minha mãe, morreu no parto, então não conheci sua família e eles nunca fizeram questão de me conhecer. Meu pai morreu quando eu tinha sete anos, ele ignorou as castas e enfrentou sua família para se casar com minha mãe, por isso não tenho contato com minha família paterna. Sabe, sou um fruto de uma união não muito aceita. – falei rindo e Emmett me acompanhou.

– Realmente, uma mistura curiosa como já disse. Seu pai era corajoso, era uma marajá de alta casta e ignorou isso para se casar com sua mãe. Admirável, mas um tanto quanto estúpido. – ele falou me lançando um olhar de desculpas.

Eu bem entendia o que ele queria dizer, para os indianos era um absurdo misturar castas e um absurdo maior se misturar com pessoas de fora.

– Estava reparando, você tem um sotaque estranho e diferente. Por que isso?

– Eu viajo muito, gosto de conhecer novos lugares e várias vezes morei fora durante alguns anos, o que explica meu sotaque.

– Um viajante! Que interessante. Pretende levar minha irmã em uma de suas viagens?

– Se ela desejar.

– Oh, por favor, a leve embora! Quero dizer, ela precisa conhecer o mundo... – ele falou rindo desconcertado. Estranho. – Tem irmãos?

– Não, sou o único herdeiro.

– Hum. – ele disse sorrindo e me analisando, depois ele olhou para Bella e Jasper, parando o seu olhar arregalado em Bella. – Quem é essa mulher? Por que ela está nua?

– Oh, ela é...hum...ela é... – fudeu, o que eu digo?

(n/a: a Bella tá com uma roupa de odalisca que mostra as pernas, tornozelos e ombros. Para os indianos é um absurdo mostrar essas partes do corpo. Esqueçam o que vocês conhecem de Bollywood, para os conservadores não se mostra e pronto. Como estamos no século III, o povo aqui é mais do que conservador ^^)

– Meu palácio é um lugar de respeito príncipe Edy. Não pode trazer mulheres nuas para cá...

– Não, não... é que...ela não é daqui, é do Marrocos.

– Marrocos?

– É. Um homem marroquino me devia muito dinheiro e me pagou sua dívida com ela.

– Entendo, mas porque a trouxe até aqui? Porque não a deixou em seu quarto junto com as outras concubinas? – eu olhei para Bella de relance e pude ver que ela estava vermelha. Só não sabia se era de vergonha ou raiva.

– Ela não é minha concubina. É minha conselheira.

– Conselheira? Tem uma conselheira mulher?

– Sim, ela é muito sábia e faz questão de preservar seus costumes, por isso anda assim.

– Ah, entendo. – ele disse soltando um longo suspiro. – Você é uma pessoa interessante e estranha príncipe Edy. Gosto de você. – ele disse soltando uma leve risada. – E esse ao seu lado, é quem?

– Meu conselheiro, Jasper.

– Majestade. – Jasper disse se curvando levemente e Emmett sorriu para ele.

– Bem, pelo menos um de seus conselheiros é homem. Por favor senhorita, vista alguma coisa enquanto estiver em meu palácio. – Emmett falou desviando seu olhar de Bella um pouco desconcertado.

– Sim majestade. – Bella disse se curvado levemente. Pude ver que ela continuava ruborizada.

– Majestade, queria nos ver? – um homem alto e moreno disse entrando no salão acompanhado de mais dois.

– Sim, meus conselheiros. Quero lhes apresentar o príncipe Edy Abhay. – ele falou e eles se aproximaram para fazer uma leve reverência. – Príncipe Edy, esses são meus conselheiros Carlisle, Ben e Jafar. – assim que ele terminou de falar os seu conselheiros levantaram a cabeça e eu quase cai para trás.

CARALHO, NÃO ACREDITO! O QUE ESSE FILHO DA PUTA TÁ FAZENDO AQUI?