Jogos Vorazes, meu pior pesadelo! escrita por Drica O shea


Capítulo 11
All I need!


Notas iniciais do capítulo

Eita que esse demorou mesmo. HAHA mas tá aqui finalmente. Comente e digam o que acharam.
Espero realmente que gostem!
XOXO
Nessie.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/214637/chapter/11

Os Gamemakers aparecem cedo no primeiro dia. Mais ou menos vinte homens e mulheres vestidos em robes roxos escuros. Eles se sentam em estrados elevados que cercam o ginásio, às vezes perambulando nos arredores para nos observar, rabiscando anotações, outras vezes comendo o banquete infinito que foi preparado para eles, ignorando-nos, o engraçado era ver cerca de 4 ou 5 deles em cima de minha irmã que ficava ou nos encarando analisando tudo que fazíamos ou com cara de tédio pra eles.. Mas eles realmente parecem estar de olho nos tributos do Distrito 2. Várias vezes eu olhei para cima e descobri um fixo em mim. Eles se consultam com os treinadores durante as nossas refeições, também. Nós os vemos todos reunidos juntos quando voltamos. Muitos se direcionavam para Ádrian diversas vezes.
O café da manhã e o jantar são servidos no chão, mas no almoço, os vinte e quatro tributos comem em uma sala de jantar fora do ginásio. A comida é arrumada em carrinhos ao redor da sala e você se serve. Nós, Tributos Carreiristas, tendemos a nos reunir brutalmente ao redor de uma mesa.
A maioria dos outros tributos senta sozinho, como ovelhas perdidas. Ninguém diz uma palavra para nós, só nos olhavam com medo. Glimmer continuava grudada em Cato, e Marvel ainda parecia ficar me dando bola, enquanto Cato me encarava de modo a me fazer a todo o momento desviar os olhos. Não é fácil pensar com um cara de olhos azuis elétricos te encarando. Então eu apenas respondia as perguntas que Marvel me fazia, afinal ainda estava com raiva de Cato e da oxigenada ao seu lado.
De repente ouvimos risadas e olhamos ao redor procurando os donos. Distrito 12 continuem rindo enquanto podem. Principalmente você garota.

Quando voltamos para o nosso andar foi um pouco estranho. Ádrian disse que iria se encontrar com uma pessoa e a não ser pelos Avoxs estávamos apenas Cato e eu lá.
– Você não vai mesmo falar comigo? – Cato indagou pela 10ª vez naquele dia. – Sério só por causa da Glimmer?
– Eu só não gosto dela! Fora que você arruinou com o plano de Ádrian sobre ficarmos como um casal para os investidores.
Cato arregalou os olhos.
– Eu tinha me esquecido disso. – Disse se jogando na poltrona do meu quarto.
– Pois é parabéns Cato fudeu com o plano todo. – Disse e ele arregalou o s olhos.
– Desde quando você xinga?
– Tem muita coisa que não sabe sobre mim. – Virei de costas pra ele. Quando senti um puxão e rapidamente acabei de encontro com seu peito com a mesma sensação de como se estivéssemos sendo eletrocutados, mas de uma forma boa... Se é que é possível. – EI, o que está fazendo?
– Você ainda não percebeu que eu estou tentando conhecer – Ele falou ignorando minha pergunta.
Nossa proximidade agora era perigosa, e ele olhava nos meus olhos. Ficamos assim por um tempo até seus olhos baixarem para minha boca, e os meus sem eu ter controle pararam na sua. O que é isso? Não, isso não pode estar acontecendo... ou pode...
“Ai meu Deus ele ta abaixando, espera esse é meu primeiro beijo, não o que eu to dizendo, eu não vou deixar ou vou... alguém me ajuda não sei o que fazer.”
Seus lábios roçaram os meus tão macios e por um segundo recobrei a consciência e o empurrei.
– O que pensa que está fazendo? – Perguntei indignada. Ele pareceu aturdido por um momento.
– Eu pensei que...
– Pois pensou errado – eu disse o empurrando para a porta – Sai do meu quarto agora. – Bati a porta com força.
Meu Deus o que havia acontecido ali? Ela quase o deixara beijá-la. E ele há poucas horas atrás estava agarrado a aquela lambisgoia loira. Ok que preciso de um bom e longo banho.


No terceiro dia de treinamento, eles começam a nos chamar do almoço para nossas sessões particulares com os Gamemakers. Distrito por distrito, primeiro o garoto, então a garota tributo. Como sempre, o Distrito 2 é o segundo. Sentei-me ao lado de Cato, não havíamos conversado nada nessa e na manhã anterior, Ádrian até havia nos perguntado o que estava acontecendo, mas não respondemos, ela parecia animada de mais esses últimos dois dias, muito menos nos olhado direito, assim que Glimmer (Que por sinal nos dois últimos dias não havia encostado nele) foi chamada, Cato pareceu lembrar de minha existência. Depois do que pareceu um longo momento me olhando ele disse por fim.
– Me desculpe pelo que aconteceu... – Ele sussurrou – Eu... Não sei o que deu em mim. Não vai se repetir, eu prometo.
De certa forma não sei por que ouvir aquilo me deu uma leve pontada no peito que eu logo ignorei.
– Não se preocupe... – Falei e ele me olhou.
– Estamos bem? – Me perguntou e eu sorri de leve.
– Estamos bem – Respondi. – Então... persebi que se afastou da oxigenada.
Cato deu uma risada baixa.
– É assim que você à chama?... Sim eu decidir seguir com o plano de Ádrian... Por falar nela, percebeu que ela está muito alegrinha ultimamente?
– Humhum... Aposto que já ta de rolo com alguém. – Respondi e ele riu comigo o acompanhando. – Acho que sei quem é...
Cato ergueu uma das sobrancelhas em tom inquisitivo.
– Ao que tudo indica. Um nome: Finnick Odair. Acho que ela finalmente aceitou sair com ele.
– Hum. – Ele acentiu.
Foi quando o chamaram.
– Ei – O chamei quando se levantou – Corte a cabeça deles.
– Haha, e você não erre a mira – Ele sorriu e eu bufei fazendo seu sorriso se alargar.
Após cerca de quinze minutos, eles chamam o meu nome. Eu aliso meu cabelo, coloco meus ombros para trás e entro no ginásio. Instantaneamente, sei que estou sendo encarada, não posso deixar a desejar, minha irmã já esteve nessa situação e Ela os impressionou, não serei eu a fazer menos.
Mostro minhas habilidades com a espada primeiro e depois as lanças, nunca esquecendo as dicas de Marvel sobre a movimentação do quadril no lançamento, e por incrível que pareça fui muito bem. Após isso, sabendo que já tinha totalmente a atenção deles para mim vou para o posto das facas. Usando várias delas vou para o centro do ginásio onde há um círculo, há uma linha de tiro, mas é limitada demais. O centro de um círculo padrão e silhuetas humanas. Eu ando até o centro do ginásio e escolho meu primeiro alvo. O boneco usado para prática de faca. Eu tomo e espeto o boneco bem no coração. Então desfaço a corda que segura o saco de areia de boxe, e o saco se abre enquanto cai com tudo no chão. Sem parar, rolo de ombros para frente, levanto-me em um joelho e mando uma faca em uma das luzes penduradas acima do chão do ginásio. Uma chuva de faíscas estoura do ornamento.
É um tiro excelente. Eu me viro para os Gamemakers. Alguns estão acenando em aprovação, mas a maioria aplaude meu desempenho. Saio de lá com um sorriso enorme no rosto.


Depois da janta, nós nos sentamos na sala de estar para assistir o anunciamento das pontuações na televisão. Primeiro eles mostram uma foto do tributo, então mostram suas pontuações abaixo. Os Carreiristas naturalmente conseguem notas de oito a dez. Marvel e a oxigenada conseguiram um 9. Foi quando apareceu o rosto de Cato na tela. Ele conseguiu um 10. Seu sorriso foi de orelha
à orelha. E Drica o parabenizou.
Ai foi minha vez.
10!
Chupa essa manga Glimmer, fui melhor do que você loira de boteco. Agradeci os elogios de todos na sala. A maioria dos outros jogadores tem médias cinco. Surpreendentemente, a pequena do Distrito 11, cujo nome não me lembro, vem com um sete. Eu não sei o que ela mostrou aos jurados, mas ela é tão pequena que deve ter sido impressionante.
Distrito 12 vem por último, como o usual. O garoto consegue um oito, uma boa nota Cato disse. Então eles mostram a garota do doze e o número onze na tela.
Onze!
Como ela conseguiu um 11?
– COMO ASSIM 11? – Cato gritou.
– O que essa garota fez pra ganhar um 11? – Perguntei pra Ádrian
– É confidencial – ela disse apenas.
– Chega essa menina é meu alvo na arena! – Cato falou. – Vou matá-la quando por as mãos nela.
– Não se eu fizer isso primeiro. – Falei.
Essa garota arrumou um belo de um problema. Que ela fique esperta, porque não faz idéia do que vai enfrentar na arena.


Acordei no dia seguinte bem disposta até Ádrian se pronunciar no café da manhã.
– Vamos aprender um pouco sobre etiqueta e assuntos para as entrevistas. Terminem o café e me encontrem na sala.
Eu amo minha irmã, tirando os momentos e que ela me põe para trabalhar até o último minuto. Ela me coloca em um vestido comprido e sapatos de salto alto, não os que eu estarei usando para a entrevista verdadeira, e me instrui a andar. Enquanto Cato apenas tem que por o terno e sapatos... SEM SALTOS. Às vezes tenho raiva de quem foi o ser que pensou que mulheres deveriam usar saltos.
Os sapatos são a pior parte. Eu nunca usei salto alto e não consigo me acostumar a basicamente ficar balançando nas pontas dos pés.
Mas Ádrian sabe até correr em cima deles, e eu estou determinada que se ela consegue fazer isso, eu também consigo. O vestido oferece outro problema. Fica enrolando ao redor dos meus sapatos, então, é claro, eu o puxo para cima, e então Ádrian batendo em minhas mãos diz:
— Não acima do tornozelo!
Quando eu finalmente conquisto o andar, há ainda sentar, postura – aparentemente eu tenho uma tendência de abaixar a minha cabeça – contato visual, gestos da mão e sorrir. Sorrir é quase tudo sobre sorrir mais. Ádrian me faz dizer uma centena de frases banais começando com um sorriso, enquanto sorrio, ou terminando com um sorriso. Na hora do almoço, os músculos nas minhas bochechas estão contorcendo-se por uso exagerado.
E Cato, estava sem se preocupar já que aparentemente não tinha problemas com nada.
– Vamos comam que vamos treinar a entrevista depois.


– Lembre-se Clo você é mortífera, mas também tem que chamar atenção de outras maneiras. – Ádrian disse novamente.
– Eu não consigo ser ousada, ok? – Falei – É muito estranho, não sou eu.
– Você acha que eu não estranhei quando me colocaram como matadora dissimulada sexy. Foi muito estranho, mas eu fiz aquilo porque sabia que era o melhor.
Soltei um suspiro pesado.
– Ok vamos lá.
– Ai senhor - Exclamei me jogando na cama, que dia chato.
Bateram na porta
– Entra!
Cato pôs a cabeça pra dentro
– Posso entrar?
Era estranho vê-lo ali considerando que na última vez que ele esteve no meu quarto quase nos beijamos.
– Pode sim.
Ele veio para cama e se deitou ao meu lado,
– Esse dia foi uma droga. – Ele gemeu.
– Nem me fale. – Disse – Depois da entrevista nunca mais ponho meus pés num salto.
Cato riu e eu acabei acompanhando sua risada. E por um momento ficamos em silêncio até ele se pronunciar.
– Por que você não deixa eu me aproximar de você?
Aquela pergunta me pegou totalmente desprevenida, e eu demorei um pouco para responder.
– Eu não deixo ninguém se aproximar Cato.
– Sim, mas, nós crescemos juntos, não que fossemos melhores amigo e tudo mais, mas você nunca deixou eu me aproximar. – Ele, que antes encarava o teto, passou a me encarar. – Estamos prestes a ser jogados para morte e você nem sequer conversa direito comigo.
– Não vou morrer! – Disse convicta
– Você não sabe, eu não sei, ninguém sabe, pode ser que um de nós morra talvez até os dois, então sejamos realistas Clove.
– Eu não deixo as pessoas se aproximarem de mim porque elas acabam se machucando. – Eu olhei para o teto, mas pelo canto do olho pude vê-lo franzir a testa. – Elas sempre acabam se decepcionando comigo. E eu não gosto disso. Eu não quero decepcionar ninguém...
E um ato totalmente surpreendente ele puxou meu rosto em direção ao dele e me beijou. Um beijo doce, lento e sem pressão. Meu primeiro beijo.
Quando me soltou ele me olhou nos olhos. E me vi perdida em seus olhos azuis.
– Você nunca decepciona ninguém Clove! Na verdade sempre faz tudo além da expectativa. Sempre vi você se esforçando para ser a melhor, e não estaria aqui se não fosse. Eu tentei evitar isso... Esses dias... Eu tive pesadelos em que você estava na arena e morria porque eu não estava perto para te salvar. E eu percebi que não posso te perder... Eu percebi que eu gosto de você, com todos os defeitos e falhas, com esse orgulho, com essa determinação, com essa teimosia. Você não sabe como foi para eu perceber isso. Eu não sabia o que fazer... Na verdade ainda não sei só não quero te perder... Eu não posso te perder. Eu vou entender se você quiser me evitar agora, mas eu te peço que na arena você fique ao meu lado, pra eu ter plena certeza de que você esta viva e segura. É a única coisa que eu te peço.
Eu ainda o olhava surpresa e sem palavras.
– Cato eu... – O olhei nos olhos... Eu simplesmente não conseguia dizer e esperava que meu olhar transmitisse como eu me sentia... Apaixonada? Não... Com raiva? Não... Repulsa? Não... Mas Confusa. Eu estava confusa, não sabia como me sentia com relação há ele muito menos quanto ao que ele havia acabado de me dizer, ou mesmo quanto ao beijo. Parecia que eu estava caindo num abismo e não tivesse ninguém para me salvar, e ao mesmo tempo eu não queria que me salvassem. Uma lágrima desceu sem minha permissão e ele a enxugou. O que estava acontecendo comigo essa não sou eu, não sou insegura muito menos emotiva. Mais lagrimas escaparam... O que era aquilo? Por que eu estou chorando?
Cato me abraçou e nós permanecemos assim, ambos sem saber o que fazer e sem saber o que estava acontecendo. Foi quando eu percebi... Ele era o oposto do meu pai. Meu pai criou a mim e a Ádrian com rispidez, desgosto e nos dizendo que nós não éramos nada, que ele não se importava conosco, e ele nos dizia que éramos o maior erro que ele já havia cometido. Ele morreu em um incêndio que havia acontecido quando eu tinha 12 anos e Adrian 14, foi o ano em que ela foi para os jogos. Para ver se conseguia ganhar e dar a mim e minha mãe estabilidade, já que era meu pai que sustentava a casa. Ele morreu, e a última coisa que nos disse era que esperava que nós fossemos aos jogos e não voltássemos. E agora aqui está Cato na minha frente dizendo que se importa comigo e que não pode me perder... “Alguém se importa”, minha cabeça me dizia, “ Ele se importa, e você também, mesmo que não admita”.
Continuei chorando e Cato ainda me abraçava. Não sei quanto tempo permanecemos nessa posição até eu adormecer.
E pela primeira vez em muito tempo eu me senti segura.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem! Please.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Jogos Vorazes, meu pior pesadelo!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.