Uma Louca No Rangers escrita por milacristhine


Capítulo 9
E, finalmente, eles descobrem tudo. Quase tudo.


Notas iniciais do capítulo

é eu sei podem me matar.
maaaaaaas, se me matarem, não saberão como a histó ria termina. MUAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
~~le eu pondo balinha pra garganta na boca
Liandra: nem pra dar risada do mau você presta.
deprimi, Liandra.
Liandra:calada. você não ia dizer algo?
ah, sim. eu fico tão triste quando eu ponho o meu pensamento e o word põe aquela linha vermelha em baixo. mu ego de leitora obsessiva fica ferido.
à história!



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— Nada nunca é um mar de rosas. Aqui, por exemplo, toda essa tecnologia, e o ser humano ainda não conseguiu conviver harmoniosamente com o outro.—respirei fundo.

Eu esperava convence-los mostrando o noticiário, mas só faria isso em ultimo caso.

Tipo, nós estamos acostumados demais com as notícias, mas eles com certeza achariam repugnante.

— Conviver harmoniosamente?— perguntou Will me avaliando.

— Roubos.— falei simplesmente.

— E daí? Também temos roubos.—falou simplesmente e dando de ombros.

— E assassinatos? Estupros? Pedofilia? Abuso sexual do pai com a filha de três anos? Bebês de um ano sendo estupradas pelo vizinho que é amigo da família? Vocês também tem isso?—

Eles se calaram e não pude decifrar suas expressões.

Sem perceber, as palavras saíram da minha boca e não pararam.

—Eu tenho medo de sair na rua e de repente ser sequestrada, levada pro exterior, e nunca mais rever minha família. Tenho medo de multidões porque podem me roubar e eu nem perceber. Tenho medo de rua deserta porque pode aparecer um homem, me levar não sei pra onde, me esquartejar e jogar em algum canto. Eu nem chego perto dos homens, quando passo na rua!— gritei.

Nesse momento eu já estava chorando e tomei um pouco de fôlego.

—Eu não gosto de sair de casa, tenho medo de virar a esquina da minha casa, da minha escola, e de vários lugares conhecidos!— enterrei o rosto nas mãos.

— Se não acreditam em mim olhem!— me levantei e procurei o controle da TV.

Quando liguei, estava no comercial. Mas não precisei procurar muito pra achar uma notícia chocante. Aos olhos deles.

Naquela época a família era um dos maiores privilégios que alguém devia ter, e também um dos maiores tesouros. Dois irmãos brigando um com o outro era terrível.

Por isso quando viram a notícia de que dois irmãos tentaram se matar, um pai engravidara a filha de nove anos, e que eles tinham relações desde que ela tinha cinco anos, bem, só posso dizer que eles ficaram chocados.  

— Isso acontece aqui?— perguntou o Barão, não conseguindo mais esconder seus sentimentos e mostrando o quão chocado estava.

— Pois é. E isso não é o mais grave.— falei e desliguei a televisão.— Espero que os tenha convencido. Mas posso ver pelas expressões de vocês que não vão me deixar ficar. Bem, vamos voltar, eu vou pegar minhas coisas e vocês inventam uma mentira qualquer. Tchau.—

saí do quarto rapidamente para eles não verem o meu desespero. 

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— Droga!— falei e chutei a cadeira.

Eunãoiaficareunãoiaficareunãoiaficareunãoiaficareunãoiaficareunãoia...

Essa era a frase que ficava se repetindo na minha cabeça como os mosquitos que vem a noite e insistem em picar a mesma perna. Ou, talvez, uma bala ricocheteando, visto que era mais doloroso que uma simples picada de mosquito.

Eu devia ter ido mais devagar, explicado como as coisas eram antes de trazê-los pra cá.

Acontece, que me internariam por ter alegado que eu vinha do futuro, ou me queimariam na fogueira por ser bruxa. Nenhuma das alternativas me agradava, mas não ficar soava melhor que morrer incinerada.

Argh! Will tinha razão, o barulho do trânsito era mesmo irritante.

Me deitei na cama de bruços e tentei me sufocar com o travesseiro. Já que falhei miseravelmente, imaginei o que diria pra Alyss, ou Will sequer me deixaria falar com ela? Me revirei na cama e as lágrimas que eu segurava começaram a rolar.

Bati na porta do quarto deles. Will a abriu.

— Temos que ir, ou nos jogarão pra fora.— falei olhando pras mãos dele. Tremiam.— Só tenho dinheiro pra duas diárias.—

minha boca estava seca. E não acho que minha aparência estava tão boa. Sabe, olhos vermelhos, cabelo desgrenhado e roupa amassada não te deixam exatamente agradável ao olhar.

— Entre, precisamos falar com você. Seriamente.— falou entrando no quarto.

—Ok.— virei pra trás procurando ajuda. Ninguém. É por isso que eu não gosto de lugares desertos!

Entrei e olhei pros dois. Assim, bem rápido. E não olhei nos olhos deles. Não queria ver seus olhares de raiva, ou ódio.

—Digam.— e esperei. Mas não para o que eles disseram:

—Você quer ficar?— perguntou o Barão, amável.

Fiquei tão atordoada que os encarei de boca aberta.

— Ei, você não sabe o quanto foi difícil ouvir a voz da razão. Nem o quanto foi difícil convencer o Will a te deixar ficar. E muito mais na casa da Alyss.— falou o Barão.— Pra falar a verdade, quase impossível.— olhei pro Will. ele nunca permitiria que algo de ruim acontecesse à Alyss. Sorri pra ele. E então abracei o Barão. Acho que ele não esperava, porque demorou alguns segundos pra ele retribuir. É por isso que eu amo o Barão! Mas eu não vou dizer isso agora. Senão eles me expulsam. E também temos que sair daqui, já que não sou assim tão rica!

— A conversa ta muito boa mas temos que sair daqui por que bem, to quase dura e com o café da manhã aí que eu fico dura mesmo! Depois eu explico, vamos!— puxei os dois pelas mãos e parei um pouco antes de abrir a porta.

— Vocês não vão ficar muuuuuuito nervosos?— perguntei preocupada.— Tipo, como da última vez?— olhei no fundo de seus olhos procurando algo. Impassíveis. É, eu tenho que melhorar minha leitura corporal.

— Não, nós não vamos ficar nervosos.— prometeu Will.— Não irão nem nos notar.— deu um sorriso de canto.

Bem, era mentira. Notaram sim. Pra começar, uma criança guiando dois adultos de idades diferentes, que ficavam assustados com tudo o que viam. Nenhuma pessoa que passou perto de nós fingiu não nos notar.

E, claro, Will levou a mão ao arco várias vezes. Quando viu o ônibus, a moto, o caminhão, e o shopping. Eu queria entrar lá, mas preferi ir logo pra Araluen. Eles não pareciam muito a vontade aqui.

Chegamos a minha academia de balé. Eu fui primeiro, depois o Will, e então o Barão.

— É como a sapatilha.—sussurrei.— É só tocar e seremos transportados de volta. Segurem nas mãos um do outro, assim será mais rápido. E pelo amor de Deus, não soltem as mãos!—

falei segurando a mão do Will bem forte e senti ele esmagar meus dedos.

Toquei na flecha e senti uma vertigem familiar. Ahhhhhh eu não gosto mais de usar essa palavra, ela me lembra a minha família!

Continuando, eu senti a vertigem(aposto que os outros dois também sentiram.) e vi o trecho da floresta em que apareci da primeira vez aqui.

Olhei para o Will e o Barão.

— Então foi assim que você veio pra cá. Eu nunca mais quero saber nada do que você faz, garota!— le Will alterado.

—Melhor irmos logo, já ta escuro, e o pessoal deve estar preocupado.— disse já começando a andar pra sair dali.

— Vem cá o que mais sabe sobre a gente?— perguntou Will vindo para o meu lado.

— Como assim?— perguntei.

— Quando perguntei por que você veio pra cá você disse que era uma realidade diferente da sua. Então já conhecia Araluen. Então, como você sabia disso aqui, e o que mais sabe sobre a gente.— disse o Will de um jeito que fez eu pensar” eu vou morrer ” mas em vez disso eu disse:

—Isso é uma outra história. E terá que ser contada em outra ocasião.—*¹

—Às vezes eu chego a te odiar, sabia?— perguntou Will.

—Se não odiasse minha presença, não daria valor a ela.— falei.

—Você é estranha. Muito estranha.— falou o barão.

—Obrigadaaaaaa.— falei e eles certamente me acharam mais estranha ainda.

E então nós continuamos a viagem combinando as coisas. Até que chegamos à orla da floresta e eu entrei na casa da Alyss.

— Boa noite, espero não estar atrapalhando, mas a senhorita poderia ajudar uma pobre criança perdida a achar o caminho de casa?— falei imitando um bebê.

—Oh! Que bom que já chegou. Como foi?— perguntou Alyss.

Bem, eu poderia dizer a verdade, ou uma mentira, mas preferi fazer um trato:

—Alyss, eu prometo que vou te contar, mas só poderei contar com o Will e o Barão presentes. Se eu te contar agora você não vai acreditar. Eu te garanto.— prometi a ela.

—Ora. É tão sério assim? Pra não poder me contar agora?— perguntou Alyss e pude ver que ela ficou um pouco magoada com isso. Durou apenas um átimo de segundo, mas eu vi.

Então a abracei. Não sei se notaram, mas eu adoro abraçar as pessoas.

—Não é isso. É que, tipo assim, o Will pirou. O Barão pirou. Você também vai pirar. O Barão ficou completamente parado e eu fiquei com medo por ele. Não vou deixar isso acontecer com você. Eu vou te preparar antes. E o Will vai me ajudar. Até lá, bem, eu estarei convencendo o Will a me deixar te contar a verdade.— falei a abraçando.

É claro eu iria adiar isso o máximo de tempo que fosse possível.

Dei um beijo nela e fiz a pergunta que me incomodava.

—Alyss, quanto tempo eu fiquei fora?— perguntei.

— Uma hora, quase duas. Por que?— e eu achei sacanagem não contar.

— Por que lá em casa, eu tive a impressão de ter passado mais tempo. Boa noite, Alyss.— Lancei um beijo pra ela.

Ela o apanhou.

—Boa noite. Durma bem.— disse.


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Notas finais do capítulo

espero que me perdoem. bjss
*¹ adoro a história sem fim.



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