- Então… - Larissa perguntou - Como destruímos ele?

- O único ponto fraco dele é o pescoço - começou Bruna deprimida - E os olhos… Ah, os olhos - falou sonhadora - Eles preveem o futuro, ou seja, podem prever nossos ataques, vai ser difícil matá-lo.

- Ótimo - falou Camila, já com Crucificce na mão - Um monstro oráculo!

- Isso realmente… - então transformei meus anéis em adagas - NÃO ME IMPORTA!

Quando dei por mim, eu estava correndo em direção ao monstro. As quatro almas do Elísio se espantaram e me ver ali, correndo, e pararam de atacar. O dragão parece que ficou confuso por que eles pararam de atacá-lo, mas não havia me visto. Andei mais um vinte metros, e só depois que o dragão me notou.

- COM LICENÇA! - gritei para os outros - NINGUÉM VAI ME AJUDAR NÃO?

O pessoal notou, e depois de alguns segundos estavam correndo atrás do dragão também.

E eu havia esquecido de que o dragão das sombras podia me atacar fisicamente.

Quando eu olhei pra frente, uma pata negra estava vindo na minha direção, e não consegui deviar. Eu senti ela me acertando com força, e senti minha cabeça latejando. Eu fui jogada muitos metros para trás, e bati em um pilar grego, atrás das outras quatro almas. 

- DANI! - gritaram os outros.

- DESGRAÇADO! - gritou Camila e saiu correndo atrás do dragão. Eu queria avisá-la que o dragão era rápido, mas pelo jeito ela tinha muita mais técnica em lutas do que eu. Desviou-se da pata e arranhou o braço do dragão, antes mesmo dele se tornar sombras. 

- GUILHERME E GABI! - chamou Bruna - Acham que com a carruagem de Nix, vocês podem distrair o dragão de cima? 

- SIM! - disseram os dois em coro, e pegaram a carruagem e voaram para cima. Guilherme materializou seu arco (Kinygós) e começou a jogar flechas no dragão. Não sei porque, mas o dragão começou a

ficar mais preocupado com a carruagem que com os outros.

Eu me sentia tonta. Senti o sangue escorrendo pela minha cabeça. Tossi um pouco, e da minha boca saiu sangue. Eu não queria mais lutar… Minha visão estava ficando turva…

- Dani! - ouvi alguém se aproximando, mas não era nenhum dos meus amigos - Er… Dani né?

Tentei abrir os olhos de novo. Um menino loiro olhava pra mim, com aqueles olhos azuis penetrantes, com uma cicatriz embaixo do olho e com aquela espada que me dava arrepios, e que estava gravada nela Mordecostas.

- Luke? - falei - É Luke né?

- Sou… - perguntou ele, um pouco surpreso - Como você sabe?

- Meu irmão Nico me disse a pouco tempo - falei tentando me levantar.

Notei que minha testa estava sangrando feio, o sangue frio escorrendo pelo meu rosto e pingando na minha camiseta, pra completar com o que escorria da boca.

- Não se levante - falou ele tentando me deitar de novo.

- Ela está bem? - perguntou uma menina de cabelos negros e pele branca, carregando uma adaga. Pelo o que Nico me disse, essa era Silena.

- Estou bem - falei colocando a mão no rosto, que ficou toda vermelha de sangue - Foi só um arranhão…

- Não diga isso! - falou Luke - Seu rosto continua sangrando feio, fique aqui, vamos deter o dragão…

- Não! Eu quero ajudar, não quero ser um peso pra vocês… - falei, levantando. Minha cabeça doía muito, eu pensei que ia cair novamente, e senti o sangue continuando a escorrer pelo meu rosto.

- Você não consegue ficar parada? - perguntou Silena, brava.

Se eles me deram um bronca eu não ouvi, porque já estava correndo atrás de Bruna, e tentando subir junto com ela na cauda do dragão. 

- DANI! - gritou ela, assim que começamos a subir - Você não podia estar aqui!

- Mas eu estou! - falei - Quero dar um troco nesse dragão!

Saímos correndo pelas costas do dragão. Mas ele percebeu e virou névoa. Bruna e eu caímos…

Mas eu estava bem mais em cima do dragão então meu tombo foi maior. E minha visão ficou turva novamente, e meu braço esquerdo estava virado em um angulo estranho. Mas uma vez senti as adagas em meus dedos, firmes. 

Mesmo com meu braço ardendo de dor, eu vi mais uma vez a pata do dragão indo na minha direção.

“Sempre em mim né, idiota?” pensei. Quando eu fui me mexer pra escapar, meu braço doeu mais que tudo, e eu não consegui caminhar. Então o dragão me acertou de novo, mas dessa vez não sei, ele fez menos força. Parece que ele estava enfraquecendo.

Bati em um outro pilar, e agora não era só minha testa que estava sangrando. Meu braço que estava queimando de dor estava com cortes fundos, só pra piorar a situação. Então antes que eu pudesse quase desmaiar, eu vi Andrea chegando no pilar que eu estava com o resto da corda do rapel.

Então ela começou a me amarrar no pilar.

- O que está fazendo?

- Agora, Dani - disse ela terminando de me amarrar e voltar correndo para a batalha - FIQUE QUIETA!

Não precisava nem dizer. Naquele estado meu, meu braço aparentemente quebrado e sangrando, juntamente com minha cabeça. 

Então, eu vi.

Antes mesmo que Andrea começasse a lançar flechas de novo, minha meia-irmã Bianca conseguiu acertar uma flecha nele, bem no pescoço, onde estava seu coração. Ele em vez de se esvair em fumaça ou qualquer outra coisa, ele derreteu em tinta preta. Ou aquilo me parecia tinta.

Então eu finalmente notei o plano deles: enquanto Guilherme tacava flechas aleatórias no dragão para fazê-lo virar névoa, Camila e Nico o atacavam de leve, e o dragão ficava sólido para poder atacá-los, e Bianca por sua vez, tentava acertá-lo no coração, e Bruna… Sei lá, só o distraía, pensando que ia acertá-lo por trás. 

- Aah! - falou decepcionada Bruna quando o dragão morreu - Ah não, espere!

Ela rapidamente foi até onde estava o rio de tinta preta, e meteu a mão na tinta. Tirou de lá um… Olho?

- O olho que prevê o futuro! - falou ela, os olhos brilhando - Claro que não foi tão inteligente para ver o que estávamos planejando, mas ele é lindo! Eu PRECISO mostrar pra Annabeth que eu consegui isso! - e dito isso, e com um “eca!” de todos, ela guardou o olho em seu bolso.

Eu materializei a adaga da mão direita, e cortei as cordas. Fui mancando até Bianca e perguntei:

- Você é mesmo minha meia-irm…?

Eu não consegui terminar a frase, eu havia desmaiado de dor e cansaço.