Dani saiu da Gemialidades Weasley com Vomitilhas, Penas Auto-Revisoras e aquela Varinha Falsa. Claro, comprou com seus próprios galeões, e teve a intenção de não mostrá-los aos pais.

Mas ainda faltava uma loja em que Dani queria ir: na loja de animais. Queria comprar uma coruja pra ela, mas queria muito. Ao entrar lá, a loja estava mais vazia que as Gemialidades Weasley, mas ainda um pouco cheia. Foi primeiro olhar os gatos, mas desistiu quando um quase lhe meteu uma patada. Deu dois passos para trás e acabou trombando com uma pessoa.

– Me desculpe… – disse olhando pra trás – Não… Não foi minha intenção.

– Tudo bem – respondeu um garoto, segurando-a pelos braços.

Dani olhou para o rosto do garoto: era incrivelmente magro, tinha os cabelos lambidos e louros, com os olhos incrivelmente cinzas com o nariz um pouco empinado. Usava uma calça jeans e uma camiseta preta de trouxa. Reconhecia aquele menino de algum lugar, mas não sabia de onde.

– Meu nome é Daniella – falou agora esticando a mão – Prazer.

– Meu nome é Scorpius Malfoy – respondeu o menino, apertando a mão dela – O prazer é meu.

“Malfoy”. Aquele sobrenome ecoou na mente de Dani. Scorpius Malfoy, filho de Draco Malfoy, inimigo durante o colégio de Harry Potter. Dani sabia que aquela inimizade havia ficado para trás, mas apertar a mão do filho do ex-inimigo mortal do seu ídolo dava uma sensação estranha.

– Você é puro sangue? – perguntou Scorpius, o que fez Dani ferver de raiva.

– Sou sim – respondeu Dani sincera e educadamente, com um sorriso falso no rosto. “É mesmo um Malfoy…”. Ele olhou um pouco aliviado para Dani. “Maldito…” ela pensava.

– Bem Daniella – ele continuou – Porque está aqui?

– Quero comprar um animal – isso era meio óbvio – E você?

– Também – ele pareceu sorrir um pouco, o que deu a ele um ar… Bonito - Acho que vou comprar uma coruja.

– Eu também – Dani estava ficando com um pouco de raiva ao perceber que o achava bonito.

– Você vai estudar em Hogwarts? – perguntou Scorpius.

– Vou sim – então como se não soubesse quem era o pai dele fez a mesma pergunta – E você?

– Também – agora ele sorria de verdade – Nos vemos lá então. Tomara que possamos cair na mesma casa – ele estendeu a mão dessa vez e Dani o cumprimentou – Até mais.

Dani se virou para o gato que quase lhe dera uma patada, com um ar de raiva. Se ele não tivesse feito isso, talvez ela nunca tivesse conhecido Scorpius. E talvez nunca o tivesse achado bonito…

“Não. Ele não é bonito” pensou com si mesma “Ele não é bonito, e você não gosta dele, nem como amigo. Ele é um Malfoy.”

Foi para junto de seus pais, que estavam olhando as corujas. Encantou-se com uma coruja inteira branca, de olhos amarelos. Ela estendeu o braço para a coruja, ela atendeu e subiu.

– Que linda – comentou Dani, fazendo carinho na cabeça da coruja.

– É macho, senhorita – disse o atendente – Lindo não é? É da espécie coruja branca.

– Maravilhoso… – Dani não desgrudava os olhos da coruja, que soltou um pio longo e baixo – Vou levar esse – ela sorriu – Vou chamar ele de Plug.

Depois de pagarem a coruja, Dani olhou mais uma vez para onde Scorpius estava. Estava dando uma olhada em uma coruja marrom. E antes de fecharem a porta da loja, ela percebeu que Scorpius havia lhe dado um último sorriso.

…

Ao chegar a sua casa, Dani se apressou para guardar seu material no malão. Colocou tudo cuidadosamente: penas, tinta, livros, varinha (fibra de coração de dragão, 28 centímetros, flexível), vestes novas… Estava tudo perfeito. Olhou para Plug e sorriu. Estava totalmente ansiosa. Abriu a portinhola da gaiola e colocou a mão dentro dela, fazendo carinho na coruja, que fechou os olhos. Talvez teria sorrido, pensou Dani.

Se jogou na cama. Olhou para o relógio de ponteiro ao seu lado, na pequena cabeceira. Marcavam exatamente 11:30. “O tempo voa enquanto se arruma o malão então, vou anotar depois” pensou, dando uma pequena risadinha.

Tentou dormir. Pegou um dos livros que usaria naquele ano e começou a folheá-lo, mas depois guardou-o novamente. Ainda sem sono. O relógio marcava agora 11:45.

Resolveu ir pra frente do espelho, fazer o que mais a divertia, depois de jogar quadribol. Mudou a cor dos olhos para um vermelho vivo, e depois encurtou o cabelo e deixou-o preto, aumentando um pouco sua altura. Encurvou-se na frente do espelho, murmurando algo do tipo Yes, My Lord, imitando um personagem de anime: Sebastian, de Kuroshitsuji. Depois os olhos ficaram amarelos, e surgiram três listras brancas em seu cabelo, cortadas no meio, diminuindo bastante seu tamanho. Death, the Kid de Soul Eater. As listras sumiram, os cabelos ficaram mais longos, ondulados e louros, e seus olhos cinza, ficando da mesma altura de antes. Pegou um boné na gaveta e amarrou seus cabelos em um rabo de cavalo. Annabeth Chase, de Percy Jackson. Passou horas nisso, até se dar conta de que eram 3:00 da manhã. “Ordenou” aos olhos e ao cabelo que voltassem ao comprimento e cor de que eram antes, pegou um pijama, e deitou-se na cama, um sorriso se estendendo pelo rosto. Ficou admirando Plug, com a cabeça embaixo da asa, dormindo. Virou o rosto pra parede e adormeceu em um sono pesado quase que imediatamente.