Capítulo 7 - Noite Agitada

POV Annabelle

Saímos de Seattle na manhã seguinte. Apolo não tinha falado mais nada sobre a profecia depois daquilo, e nem eu cheguei a perguntar. Mesmo sem entender nada do que ele tinha falado, compreendi que de uma forma ou outra eu sairia machucada e magoada.

Percy e Annabeth que dirigiram. Não me sentei nem por um segundo no banco de trás e nem sequer olhei para o Stefan. Ele tentou puxar assunto comigo várias vezes, em todas eu o ignorei. Percy e Annabeth lançavam olhares preocupados para mim e raivosos para Stefan a cada cinco minutos.

Um dia inteiro na estrada e paramos para descansar. Dessa vez, a divisão dos quartos foi diferente, as meninas em um e os meninos em outro.

Crystal, mesmo sendo filha de Afrodite, mostrou grande interesse nas batalhas que eu e Annabeth já tínhamos participado.

Contamos para ela sobre a batalha contra Cronos no ano passado, sobre como era o Acampamento, sobre os deuses, sobre como o Sr. D. podia ser chato e irritante e tudo o mais. Ela estava maravilhada com tudo aquilo, menos com a parte de ser perseguida por monstros mitológicos.

Depois que Crystal dormiu, eu e Annabeth continuamos conversando. Algum tempo depois, Percy entrou no quarto bufando e xingando.

– É melhor você deixarem eu dormir aqui caso não queiram ver o Stefan morto amanhã de manhã. - ele falou se sentando ao lado de Annabeth.

– Não vou ceder a minha cama para você, Percy. - eu falei.

– Nem eu. - Annabeth falou rindo.

– Durmo no chão. - ele falou puxando o lençol de Annabeth e pegando um dos meus travesseiros para depois se acomodar no chão entre nossas camas.

Olhei para Annabeth dando de ombros antes de apagar a luz e me deitar.

Acordei algumas horas depois com a sensação que eu sempre tinha quando um monstro estava por perto.

Me levantei devagar e peguei minha pulseira a transformando em minha espada. Depois acordei Percy e Annabeth que ficaram alertas assim que acordaram.

– Acorde a Crystal, Annabeth. - eu falei já pegando minhas coisas do chão e indo juntar as coisas de Crystal. - Percy, vá acordar os meninos. Diga para eles estarem prontos para sair em 10 minutos. - eu falei para Percy que assentiu e saiu do quarto.

Em cinco minutos, nós já estávamos prontas e os meninos entraram no quarto no mesmo tempo que já íamos sair.

– Vamos pagar a conta, pegar o carro e sair. Não estou com um bom pressentimento. - eu falei abrindo a porta para sair quando...

– FOGO!!! Está pegando fogo!!! - o grito veio do andar de baixo e logo depois o alarme de incêndio começou a soar.

– Temos que sair daqui, AGORA! - eu gritei para os cinco.

Corremos para as escadas, mas antes de abrir a porta eu já sabia que por ali não teríamos como sair. O calor que a porta emanava era o suficiente para nem pensarmos em abrí-la. Voltamos para o quarto.

– Vamos ter que pular. - eu falei.

– O quê?! - Crystal perguntou abraçada ao braço de Annabeth.

– Ficou louca, Anna? Nós quebraríamos o pé, se não pior. - Stefan falou.

– O chão não vai demorar a desabar. Eu não pretendo morrer hoje e muito menos queimada. Se não virem comigo, boa sorte. - eu falei abrindo a janela e jogando minha bolsa antes de subir no parapeito e pular.

O impacto no chão doeu um pouco, mas nada que fosse impossível de ser tolerado.

– Não vão morrer se pular. - eu gritei para eles que olhavam da janela.

– Eu vou. - Annabeth gritou jogando a bolsa como eu e pulando logo em seguida.

– Você está bem? - eu perguntei para ela assim que ela se levantou ao meu lado.

– Sim. Dói menos do que eu imaginei. - ela falou. - Hendrick, pode vir. - Annabeth gritou para cima.

– Aqui, paga o gerente desse hotel que provavelmente estará do lado da frente e pegue o carro. - eu falei entregando o dinheiro e a chave do carro para Annabeth que assentiu e saiu correndo. - Você está bem, Hendrick? - eu perguntei quando o garoto caiu do meu lado.

– Estou. Percy, fale para a Crystal pular. Eu pego ela.

Stefan pulou antes, logo depois a Crystal. Hendrick e Stefan pegaram ela antes que ela chegasse ao chão.

Então eu senti as três empousas atrás de mim, entre as árvores que ficavam próximas de onde eu estava parada.

Me virei no momento exato em que elas saíram de trás das árvores ficando visíveis.

– Voltem para onde vocês nunca deveriam ter saído. - eu gritei e ergui a espada. Para a minha surpresa, um buraco negro se abriu onde ela iriam pisar, e elas caíram nas profundezas da escuridão.

Percy caiu bem ao meu lado no mesmo instante em que eu fechei o buraco.

– Você está bem? - ele perguntou me segurando quando eu cambaleei.

– Não, mas vou ficar. Você tem um pouco de ambrosia? - eu perguntei me sentando no chão.

– Aqui. - ele falou tirando um pedaço de dentro da bolsa e me entregando.

– Obrigada. - eu falei colocando dentro da boca. Quase que imediatamente me senti melhor.

Então Annabeth chegou com o carro. Percy me carregou até ele e em questão minutos estávamos de volta à estrada.

– Não deveríamos ter parado essa noite. - Percy falou assumindo o volante.

– Em Washington teremos nosso maior problema, Percy. - eu falei dando de ombros.

– Como você sabe? - Stefan perguntou.

– A profecia dizia que um se perderia. A outra dizia: A filha da morte se perderá. Alguma coisa bem grande terá que acontecer para que eu me separe de vocês e depois fique perdida. - eu expliquei.

– Então teremos que estar bem preparados e descansados para ir até a minha irmã. - Annabeth falou.

– Percy, vamos parar em um hotel quando entrarmos em Washington. - eu falei.

– Tudo bem. - ele falou concordando.

– Provavelmente estará anoitecendo se continuarmos nessa velocidade. - Annabeth falou calculista. - Iremos amanhã na casa dela?

– Sim.

– Vocês deveriam tentar dormir. Quando eu ficar cansado, eu chamo vocês para trocarmos. - Percy falou para mim e para Annabeth, já que Crystal e Hendrick já dormiam e Stefan estava quase.

– Nos chame se alguma coisa estranha acontecer. - eu falei encostando a cabeça na janela e deixando o sono tomar conta de mim.