Capítulo 4 - Missão

POV Annabelle

Acordei antes do sol nascer naquela manhã. Suspirei decidida antes de me levantar e começar a me trocar para sair na maldita missão.

Me encontrei com Percy, Annabeth e Stefan em frente a Casa Grande. Quíron saiu lentamente da casa e veio na minha direção.

– Aqui estão os endereços e os nomes dos semi-deuses que vocês devem procurar. - Quíron falou me entregando um papel.

– Crystal Swan, filha de Afrodite. Hendrick Hale, filho de Ares e Belinda Bennett, filha de Athena. - eu li no papel.

– Seattle, Miami e Washington. - Annabeth falou olhando para o papel na minha mão. - Acho que a nossa primeira parada será Miami, não é Anna?

– Sim. Vamos pegar primeiro o filho de Ares, depois a de Afrodite e por último a filha de Athena. - eu falei. - Muito bem, chega de perder tempo. Vamos! - eu falei guardando o papel na bolsa e me virando na direção da Colina.

– Espera! - Nico gritou da porta.

– Nico, o que faz aqui? Não deveria estar deitado? - eu perguntei repreendendo meu irmão.

– Precisava te dar isso. - ele falou me entregando um anel feito de alguma pedra preta. - É uma espada. Papai queria que eu te desse no começo do verão, e eu que esqueci. Desculpa. - ele falou abaixando a cabeça.

– Obrigada. - eu agradeci dando um abraço nele.

Coloquei o anel no dedo e então saímos do Acampamento.

– Argos levará vocês até o aeroporto. Aqui tem dinheiro mortal e alguns dracmas. Use-os com sabedoria, Annabelle. E por último, se cuidem. - ele falou depois que eu guardei o dinheiro na bolsa.

A viagem até o aeroporto foi tediosa. Stefan dormiu, Percy e Annabeth ficaram conversando e eu fiquei me lembrando da noite anterior.

Quando chegamos no aeroporto, Argos só nos desejou boa sorte e nos levou até a porta, depois voltou para a van do Acampamento e foi embora.

– Vamos comprar as passagens primeiro. - eu falei para os três. - Depois vamos comer alguma coisa.

– Vocês têm muita sorte. O próximo vôo para Miami sairá daqui três horas e só temos mais quatro lugares vagos. - a atendente falou com entusiasmo exagerado.

– Ficaremos com esses quatro lugares. - Annabeth falou. - Anna, o dinheiro.

Tirei o dinheiro da bolsa e entreguei para Annabeth, ela que se entendesse com a mulher. Não estava no meu melhor dia.

Cinco minutos depois, Annabeth se aproximou de nós com quatro passagens em uma mão e o que restou do dinheiro na outra.

– Podemos ir comer agora? - Percy perguntou passando a mão pela barriga.

– Vamos. - eu falei.

Percy e Stefan foram para o McDonald's enquanto eu e Annabeth ficamos com um sanduíche de uma loja de conveniência.

Depois que todos nós estávamos satisfeitos, fomos fazer o check-in e logo depois já estávamos entrando no avião.

Preciso dizer o quando odiava voar? Percy e eu estávamos com os nervos à flor da pele. Annabeth e Stefan não estavam tão calmos, mas foram eles que nos acalmaram. Nos últimos 40 minutos de vôo, eu dormi com a cabeça apoiada na janela. Fui acordada pela Annabeth cinco minutos antes de pousarmos.

Fomos direto para o endereço do filho de Ares. Encontramos com ele no meio do caminho e conseguimos convencê-lo com uma facilidade estranha.

Passamos a noite na casa do Hendrick para sairmos na manhã seguinte. Até aqui, as coisas estavam tranquilas.

Annabeth e Percy ficaram em um quarto, Hendrick e Stefan ficaram no quarto dele e eu fiquei sozinha em outro quarto.Estava me preparando indo me deitar quando senti mãos fortes e conhecidas me abraçando por trás.

– O que faz aqui? - eu perguntei me virando para ele.

– Estou seguindo vocês. Rachel fez a profecia, mas eu não sei quando eu vou precisar aparecer. Enquanto isso, eu posso ficar seguindo vocês. - ele falou sorrindo maroto.

– Quer dizer que todas as noites fará essas aparições? - eu perguntei.

– Sim.

– Vou ter que me lembrar disso. - eu falei séria.

– Como foi o seu dia?

– Mais tranquilo do que eu esperava. - eu respondi. - Pensei que teria que lutar com monstros e mais monstros desde a primeira hora, mas me enganei. Chegamos até o final do dia sem nenhuma luta. É um sinal de como as coisas mudaram nesse último um ano. - eu falei.

Ele sorriu em resposta.

– Ninguém tinha falado para você que os problemas começariam desde o primeiro dia, Annabelle.

– Espero que não comecem nunca.

– Deve dormir. Amanhã você terá um dia cheio. Se cuide. - ele falou beijando minha testa antes de desaparecer.

Nós não tínhamos dinheiro o suficiente para irmos até Seattle de avião, e nem eu muito menos Percy entraríamos em um tão rápido. Então tivemos que ir de Miami até Seattle de carro. Eu, Percy e Annabeth fomos revesando no volante, paramos duas vezes para dormir em pousadas à beira da estrada e a divisão dos quartos era sempre a mesma. Percy e Annabeth, Hendrick e Stefan e eu sozinha.

Nas duas noites, Apolo veio me ver. Ele ainda cumpria sua palavra de não me beijar até que eu pedisse. Chegamos em Seattle algumas horas depois do pôr-do-sol do terceiro dia depois de termos saído de Miami. As coisas ainda estavam calmas. Nenhum monstro tinha nos atacado, o que era ótimo. Paramos em um hotel barato, porém limpo, para passar a noite. Novamente Apolo veio me ver.

– Será complicado convencer a filha de Afrodite. - ele me falou.

– Vamos conseguir. - eu falei olhando para ele.

– Sei que vão. Só achei melhor deixar avisado. - ele falou sorrindo e inclinando a cabeça para me beijar. No último segundo ele pareceu se lembrar do que tinha falado naquela noite no Acampamento e beijou minha bochecha.

– Apolo... - eu murmurei.

– Sim.

– Me beije. - eu pedi.

Ele olhou para mim como se confirmasse o que tinha escutado e então voltou a inclinar a cabeça na direção dos meus lábios. O beijo começou calmo e carinhoso mas logo se tornou urgente quase que desesperado.

Minhas mãos se enterraram nos cabelos dele o puxando mais para mim. Suas mãos deslizavam pelo meu corpo, em segundos ele se livrou da minha blusa e logo em seguida eu fiz o mesmo com a dele.

Seus lábios foram para o meu pescoço e dali para meus seios que ainda estavam cobertos pelo sutiã. Eu estava totalmente entregue ao deus do sol. Fomos interrompidos por alguém batendo na porta.

– Annabelle, você está aí? - era Percy.

– Estou. - eu respondi depois de alguns segundos.

– Posso entrar? - ele perguntou.

Olhei para Apolo, ele já estava colocando a própria blusa e entregou a minha para mim.

– Eu volto depois que ele sair. - ele sussurou para mim antes de desaparecer.

Coloquei minha blusa e ajeitei o cabelo para que Percy não desconfiasse de nada antes de ir abrir a porta.

– Apolo estava aqui, não é? - Annabeth perguntou assim que eu abri a porta e os dois entraram.

– O quê? - eu perguntei.

– Ela me contou. - Percy falou simplesmente.

– Annabeth! - eu gritei indignada.

– Desculpa, Anna. Percy começou a perguntar sobre o motivo de você sempre querer ficar sozinha e eu acabei contando. - ela falou sem graça.

– Só me diga que não falaram nada para ninguém.

– Não falamos. - Percy que respondeu. - Mas nós estávamos certos, não é? Ele estava aqui. - Percy falou me encarando.

– É claro que ele estava. Se não estivesse, ela não teria demorado tanto para abrir a porta e nem estaria tão vermelha agora. - Annabeth falou rindo ao me ver ficar mais vermelha ainda.

– O que vocês dois estavam fazendo? - Percy perguntou rindo junto com a namorada.

– Nada do que vocês dois já não fizeram. - Apolo falou entrando no quarto pela porta me salvando.

Os dois ficaram tão vermelhos quanto dois tomates maduros.

– Não me diga que vocês dois já...? - eu comecei.

– Já. E nem tentem negar. - Apolo que respondeu. - E para começar, nós não passamos dos beijos mais... calientes. - Apolo falou me fazendo ficar vermelha novamente.

– Annabelle, você não falar nada para ninguém vai? - Percy perguntou.

– Não. Mas se você Annie, engravidar... Eu vou ser a madrinha. - eu falei sorrindo perversamente.

– Digo o mesmo para você. - ela falou apontando para mim e para Apolo.

– Tudo bem... Vamos parar com essa conversa? - eu pedi antes que as coisas ficassem feias para o meu lado.

– Vocês três deveriam ir dormir. Terão que ter muita paciência com a Crystal. Ela é pior do que a mãe. - Apolo falou sério mas depois piscou para mim.

– Tudo bem. Boa noite Anna, Apolo. - Ambos falaram antes de saírem do quarto.

– Não estava brincando quando falei que vocês vão precisar de muita paciência com ela... - Apolo falou sorrindo para mim.

– Não vou me aproximar de você. Nós não ficamos muito longe de transar, Apolo. Não quero ser mãe antes de completar 17 anos. - eu falei.

– Eu não faria isso com você. - ele falou se aproximando de mim. - Não me expulse, por favor. Seu pai já quer me matar por causa do beijo de alguns minutos atrás, só deixe eu ficar aqui com você essa noite. Não vou fazer nada, eu juro. - ele falou estendendo a mão para mim.

Aceitei sua mão e ele me puxou para seu peito. Fechei os olhos aproveitando a sensação antes que ele me pegasse no colo e me levasse até a cama.

– Não vou fazer nada que você não queira, Annabelle. Nada. - ele falou se deitando ao meu lado.

Apoiei minha cabeça em seu peito e dormi. Dormi escutando seu coração bater e ele cantando para mim.