Como Se Fosse A Primeira Vez escrita por Emmychan
Notas iniciais do capítulo
Primeira fic postada no Nyah, preferi um one-shot.
Espero que gostem, boa leitura :*
Já havia passado mais de uma semana desde o acidente com a moto, quando ela voltava da faculdade no começo da noite. Desde então toda manhã ela esquecia-se do que havia vivido no dia anterior. Esquecia tudo, amigos, passeios, presentes, era como se nunca tivesse vivido aquilo antes.
- Trata-se de uma rara doença neurológica que causa a perda de memória durante a noite. - Explicou a Dr. Unohana.
A mulher de expressão calma e olhos fixadores de cor azul era quem estava acompanhando o caso de Rukia desde que esta sofreu o acidente.
- E qual o tratamento indicado pela Senhora? - Indagou secamente como sempre Kuchiki Byakuya.
O homem gélido era o irmão mais velho da acidentada e estava sendo informado de todos os últimos acontecimentos. Inclusive aquele que sua irmã atacou um vaso no namorado, o qual ela não se lembrava quando este foi beijá-la.
- Não há tratamento para esse tipo de doença. - Respondeu tentando ser o mais sensível possível. - Desculpe.
- Não há com o que se desculpar, Rukia quem foi desatenta quando chocou a motocicleta com o carro. - Disse friamente levantando-se da cadeira que ficava a frente da mesa da médica. - Agradeço sua paciência até aqui, peço que, se Rukia já estiver melhor a dê alta. - Pediu antes de menear a cabeça e sair da sala.
Soltou um breve suspirou ao fechar a porta atrás de si. O que havia acabado de escutar? Sua irmã nunca mais lembraria do que havia vivido? Nem ao menos dele ou do namorado?
- E então Byakuya? - Assustou-se com o flagra tendo algum tipo de expressão, virou-se rápidamente para ver quem era o infeliz que lhe dará um susto. - O quê a médica disse? O que houve com a Rukia? Por que ela não se lembra de mim? - Destrambelhou com perguntos o rapaz de madeixas laranjas.
- Primeiramente... - Byakuya levou a mão próximo ao rosto dele para que se calasse. - Pra você é Kuchiki Byakuya. - Disse secamente. - A Rukia não lembrará mais de você. - Revelou como se aquilo fosse normal.
- O quê? - As olhos cor de mel arregalaran-se. - O que está dizendo Byakuya? Como assim? - Colocou uma mão em cada ombro do moreno e o chaqualhou implorando uma resposta. - Anda diga-me.
- A Rukia está com uma rara doença neurológica que causa a perda de memória todas as noites, não há tratamente ou cura. - Encarou o rapaz que surpreso jogou as mãos para baixo livrando seus ombros. - Ela nunca mais se lembrará o que viveu no passado. É como se todos os dias ela tenha acabado de surgir no mundo. - Disse sem revelar qualquer expressão de dor ou sofrimento ao contrário de Ichigo que a cada palavra pronunciada, era como se recebesse uma facada no peito.
- Nunca... Mais? - Caiu de joelhos sem se importar de derrubar as lágrimas que, a uma semana teimavam em querer cair. - Ela... Nunca mais? - Não conseguia acreditar em uma palavra se quer que lhe era dito.
Gélido e frio como sempre Byakuya desviou do rapaz e seguiu caminho ao quarto onde a irmã repousava.
- Com linceça. - Bateu na porta entreaberta chamando atenção caso estivesse com visita.
Os olhos azul-violeta fitaram com pavor o rapaz que adentrou sem seu consentimento o quarto. Desde que acordou não se lembrava de nada. Quem era? O que fazia ali? Como foi parar ali? E para ajudar em sua frustação um rapaz de cabelos estranhamente alaranjado havia tentado agarrá-la. Estava com medo, queria saber quem era afinal.
- Está bem? - O moreno tocou a mão que estava pousada por cima do colchão. - Não tenha medo. - Disse ao ver a expressão da irmã.
- Q-quem é vo-você? - Indagou apreensiva.
- Sou seu irmão. - Contou. - Seu nome é Rukia, tem 19 anos e sofreu um acidente quando voltava da faculdade. - Achou que seria melhor contar tudo de uma só vez.
- Rukia? - Os olhos graúdos piscaram confusos.
- Isso mesmo. - Byakuya sorriu, o que fez o rapaz que espiava a conversa pela vão deixado aberto na
porta espantar-se. - Kuchiki Rukia.
- Mas... Por que não me lembro de nada?
- Por causa do acidente. Você perdeu a memória e perderá ela toda noite. - Contou sem se importar em demostrar tamanha tristeza que estava sentindo. - Amanhã... - Engoliu em seco. - Você não lembrará dessa conversa.
- O-o quê? - Os olhos aumentaram ainda mais. - Eu... Mas como? E agora?
- Tudo bem Rukia. - O irmão afagou a mãozinha por de baixo a sua. - Se preciso todas as noites escreverei o que aconteceu no seu dia para que poça ler ao amanhecer.
Os olhos azuis encheram-se de lágrimas. Podia não conhecer aquele que julgava-se seu irmão, mas sentia total confiança nele. Confiava sua vida a ele. Desconhecia o motivo, mas era confortável.
Depois de horas conversando, Byakuya já havia contado boa parte de como costumava ser a vida de Rukia. Riram, choraram, se abraçaram. Nem parecia o mesmo Byakuya gélido e frio de sempre.
Ichigo por sua vez não conseguiu sair um segundo dali. Sentou-se no chão quando sentiu-se cançado, recostando a costas na parede.
- Então... - A morena deu um longo suspirar. - Ele era meu namorado? - Corou lembrando da cena.
- Isso mesmo. - Byakuya fechou a cara ao lembrar-se do rapaz que tanto lhe irritava. - Kurosaki Ichigo, esse é o nome dele, seu namorado. - Delineou um sorriso repleto de malícia imaginando Rukia atingindo um vaso na cabeça de Ichigo.
- Ele... Ele nunca mais vai querer olhar na minha cara. - Deduziu entristecida. - Nunca vai querer namorar alguém que não se lembrará dele no dia seguinte.
- Nunca mais diga isso Rukia! - Ichigo adentrou o quarto assustando os irmãos.
- O que voc- - E antes que Byakuya pucesse terminar a frase Rukia o interrompeu.
- Por favor irmão, deixe-me a sós com Ichigo. - Pediu referindo-se ao ruivo sem qualquer cerimônia. Sentia que não podia perdê-lo, não queria.
Byakuya fechou o cenho e fuzilou Ichigo com os olhos. Resolveu por fim atender ao pedido de sua caçula a deixando sozinha com o namorado.
O silêncio imperou no comôdo encomodando tanto Ichigo quanto a Rukia. O ruivo hesitou, mais sentou na beirada da cama e logo sentiu uma pequena mão encobrir a sua.
- Desculpe-me. - Pediu Rukia com a voz rouca. Algumas lágrimas teimavam em querer cair.
- Por que está se desculpando? - Ichigo afagou com a mão desocupada a dela.
- Por ser uma idiota. - Deixou uma lágrima rolar. - Eu sabia desde a primeira vez que te vi, depois desse tal acidente é claro, que eu te conhecia. - Apertou a mão do rapaz. - Mesmo assim lhe agredi, mesmo assim não confiei em você. Eu sou uma idiota! Se eu tivesse tomado mais cuidado nunca me acidentaria, nunca perderia a memória e quem sabe estaria junto com você ainda.
- Você está junto comigo!
- Mas ... Você não irá querer namorar uma desmemoriada. - Secou as lágrimas teimosas com o dorso da mão. - E eu entendo completamente, aliás, amanhã não lembrarei mais de você, então, aproveita e seja feliz. - Ela riu irônica. - Olha só pra mim. - Tentou olhar pra si própria. - Tô chorando por alguém que eu nem me lembro direito.
- Shiiiu. - Ele tocou com o dedo indicador os lábios finos e quentes da pequena. - Até desmemoriada você fala de mais e fala o que não deve ainda por cima. - Riu a deixando confusa.
- Ichigo eu... O que quer dizer?
- Mesmo que você se esqueça de mim, eu ainda lembrarei de você. Mesmo que toda manhã me acerte a cabeça com um vazo, eu ainda lhe amarei e continuarei do seu lado.
- Ichigo... - As lágrimas que por tanto segurou caíram. - Não tem cabimento, não me lembrarei de você amanhã! - Tentou de algum modo o fazer enxergar a cruel realidade.
- Se não se lembrar de mim amanhã, a farei se lembrar. - Sorriu a puxando para um abraço. - Se não me amar amanhã, a farei me amar. Amanhã e sempre!
Rukia aconchegou-se no abraço de Ichigo, que também não se importou mais em chorar. Tudo que estava falando era real. A amava mais que qualquer outra pessoa e se realmete era assim que teria de fazer para que ela também o amasse, assim ele faria.
- Você tem certeza disso?
- É claro! - Respondeu com toda certeza. - Nos conheceremos toda manhã, como se fosse a primeira vez. Te conquistarei todos os dias, como se fosse a primeira vez. E ficaremos pra sempre juntos!
- Eu te amo Ichigo. - Declarou ela, como se fosse a primeira vez.
Ichigo sorriu antes de cobrir os lábios da morena com os seus.
Ficariam juntos para sempre, mesmo que a cada novo dia parecesse a primeira vez
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