Saí de casa ansioso por chegar à escola e perguntar à Lucy, se ela hoje também queria ir passear outra vez.

-“Se ela aceitar onde é que a devo levar hoje?”

Estava a chegar à sala enquanto pensava onde levar a Lucy caso ela aceitasse, mas quando entrei na sala ela não estava, estranhei já que ela é sempre das primeiras a chegar, porém havia outra pessoa…

-Bom dia, Natsu!

-Bom dia Lisanna. – Disse sem animação nenhuma – Viste a Lucy?

-A Lucy? – Perguntou ela e pareceu-me que ela disse o nome da Lucy com ódio, mas deve ter sido apenas imaginação minha.

-Sim, onde é que ela está?

-Ela hoje não vem à escola.

-Sabes porquê?

-Sim.

-Então?

-O pai.

-O pai? – Perguntei um pouco confuso.

-Sim, o pai.

Isso só pode querer dizer que o pai dela descobriu que ela ontem em vez de ir para a biblioteca, veio comigo divertir-se.

-Na verdade, eu acho que ela nunca mais virá à escola.

-Porque é que dizes isso?

-Porque ouvi dizer que alguém “Ou seja eu” foi dizer ao pai dela, onde ela estava e com quem estava.

-Quem é que foi?

-Não faço a mínima.

Ficámos em silêncio, até que a campainha tocou, eu fui sentar-me o mais longe possível da Lisanna, mas ela mudou-se logo para o mais perto possível de mim, que chata! Não me pude mudar mais, porque os alunos começaram a entrar e a aula começou. Eu não prestei muita atenção na aula, estava demasiado ocupado a pensar na Lucy e no que lhe poderia acontecer, tudo por causa que a levei para o fórum. Agora é uma boa altura para dizer: Venha, venha, venha, venha ver a merda que acabou de fazer!

Assim que as aulas acabarem, vou a casa da Lucy.

O dia passou lentamente, mas assim que a campainha tocou para a saída, saí rapidamente da sala, mas uma certa pessoa agarrou-me…

-Lisanna, estou com um pouco de pressa.

-Porque estás com tanta pressa?

-Não tens nada a ver com isso.

-Porque não?

-Porque não!

-Vais visitar a Lucy, não é?

-Sim.

-“Aquela puta! Ela não vai ficar com o Natsu!” Fica já a saber que ela ontem ligou-me.

Ligou-lhe? Não me parece que a Lucy ligasse para a Lisanna, mas nunca se sabe, ela às vezes é bastante imprevisível…

-E o que é que ela disse?

-“Agora ele vai ser meu!” Ela disse que por causa de ti, ela não pode vir mais à escola, tem de ficar em casa a estudar sem parar e no fim disse que te odiava e nunca mais te queria ver. “Acho que foi uma boa mentira…”

-Ela… disse isso? – Perguntei estupefacto.

-Sim.

-“Não acredito…” – Pensei enquanto olhava para o chão super triste, eu acho que aguentava isso vindo de qualquer pessoa, mas da Lucy… porque é que vindo dela isso me abala tanto?

-Então, eu acho melhor não a ires visitar. A partir de agora também a devias odiar…

-Odiá-la?

-Sim, ela não merece ninguém.

-Eu nunca poderia odiá-la.

-Porquê? “Não me digas que ele…”

-Porquê? Porque, primeiro, ela não merece estar sozinha, segundo fiz uma promessa a mim próprio de que a faria sorrir e terceiro não sei bem porquê não consigo de parar de pensar nela nem de estar muito tempo longe dela! Daí eu ir fazer a visita!

-Então quer dizer que tu gostas dela?

-Já que dizes dessa maneira… Sim, eu gosto dela! Gosto muito dela!

*Lisanna começa a chorar*

-Porque é que estás a chorar?

-Porque… porque eu gosto de ti…

-O quê?!

-Sim, eu gosto de ti! Por isso é que eu fui dizer ao pai dela, que eu a vi no fórum contigo! “Merda… Falei de mais, mas agora já não há volta à trás.”

-Então foste tu! Porque é que foste dizer isso?!

-Porque eu a odeio! Odeio-a desde que a conheço! Eu queria-te para mim!

-O quê?! Para começar eu não sou teu! Eu não gosto de ti, eu gosto da Lucy, e o que tu fizeste é imperdoável! Não basta ela não se poder divertir nem ter amigos, como agora, quem sabe o castigo que o pai lhe deu! Quem eu devia odiar és tu!

-Natsu…

-Não tenho mais nada para te dizer! E escuta bem, eu nunca te vou perdoar! Agora preciso de ir falar com a Lucy!

Assim que disse isso, deixei a Lisanna sozinha a chorar (autora: toma lá bolachas, Lisanna! u.u) e corri até à casa da Lucy.

Assim que cheguei à porta dela, toquei à campainha e saiu uma empregada.

-Quem é o menino?

-Sou o Natsu e vim falar com a Lucy!

-A senhorita Lucy está proibida de falar.

-Pois, mas eu não e eu quero falar com ela!

-Eu vou chamar o patrão.

-Então chame-o, eu também tenho de lhe dar uma palavrinha!

A empregada entrou na casa e foi chamar o pai da Lucy, não demorou nem 5 minutos até que o pai dela apareceu na porta com uma cara séria e olhos frios.

-O que é que queres?

-Quero falar com a Lucy!

-Sobre o quê?

-Isso não lhe diz respeito!

-Diz sim, sou o pai dela!

-Se é o pai dela, não devia deixá-la divertir-se e ter amigos, um pai que não deixa a filha ter liberdade, não merece ser chamado de pai.

-Como é que te atreves a questionar a minha autoridade como pai?!

-Só digo aquilo que penso! E agora responda-me, o que eu disse, não é verdade?

Fiquei à espera da resposta, que pela cara dele parecia estar a refletir, sobre o que eu disse.

-É…

-Já posso falar com a Lucy?

Ele não respondeu, mas assentiu com a cabeça. Assim que entrei, a empregada indicou-me o caminho para o quarto da Lucy e eu dirigi-me para lá. Quando cheguei à porta bati e ela exclamou um «entre» triste, choroso e um pouco feliz ao mesmo tempo, entrei e…

-Olá Lucy! – Exclamei eu muito alegre, enquanto me dirigia até ela, ela estava deitada na cama.

-Olá Natsu. – Disse ela enquanto se sentava na cama.

-Eu precisava… Espera aí! Tu chamaste-me pelo nome! Quer dizer que já confias em mim?!

-Eu pensei que tinha dito que quando te chamasse pelo nome, queria dizer que confiava em ti.

-Porque é que estiveste a chorar?

-Eu não estive a chorar!

-Então porque tens os olhos vermelhos e a tua voz está chorosa?

-Eu vi-te a falares com o meu pai e antes de tu teres chegado eu estava a chorar…

-Mas eu perguntei porquê.

-É que eu finalmente estava com alguém que queria ser meu amigo e estava a divertir-me e agora… e agora o meu pai descobriu e agora…

*Lucy começa a chorar*

-Lucy… *Natsu vai até Lucy e abraça-a*

-Natsu! – Exclamou ela a chorar e a abraçar-me também.

-Lucy está tudo bem…

-Não, não está… Falta cumprir a outra parte da promessa. – Disse ela parando de chorar.

-Podes começar… - Disse desfazendo o abraço e sentando-me na beira da cama, pronto para ouvir.