Eu precisava acreditar que era real, eu precisava daquilo para me fortalecer. Mil desculpas, mas já não dava mais para continuar. Eu não podia sobreviver àquela situação, então eu escolhi apenas não ver o que estava acontecendo. Nunca quis usar máscaras, mas ás vezes a gente faz isso sem perceber.

Sei que pode parecer errado criar personagens. Mas quando a gente interpreta um personagem todos os dias e realmente se dedica aquilo, ele não passa a ser real? Eu pelo menos acreditava que sim. Por um lado eu me tornei um pouco dessa pessoa que eu criei. Afinal as pessoas que estão ao seu redor modificam quem você é, então quando você resolve se tornar alguém isso também modifica quem você é. Ou pelo menos era nisso que eu acreditava.

Peço desculpas novamente, eu tenho essa mania de usar “a gente” quando estou falando de mim. Pode parecer que eu quero culpar mais alguém por meus atos, mas não é bem isso, é só um vicio de linguagem.

Eu sei que você não quer me ouvir, mas eu te faço um pedido pela última vez. Perdoe-me. Eu não vou conseguir viver com essa culpa, mas não foi meu desejo te machucar, mas já que o fiz, saiba que não foi por querer. Talvez o Chaves tenha razão ás vezes a gente, quer dizer, eu, faço as coisas sem querer querendo. Porque eu quis criar um personagem, mas eu nunca quis te magoar.