Useless, you are mine! escrita por Izzy, Sofi


Capítulo 11
Capítulo 11 - Eddy e Brownie




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– Alô, Zack!? - eu disse um tanto empolgada.

– Oi, Melina! - ele exclamou. - Como vão as coisas por aí?

– Tudo indo bem... na base do possível. Mas, e aí? - é, eu fico esperando dias pelo telefonema de um cara e quando ele liga eu não tenho assunto nenhum.

– Minha vida é um caos, sabe. Meu pai não dá a mínima pra mim, me trata como um lixo e só falta lamber o chão em que a vagabunda da Sabrina pisa! - Sabrina é a mais nova madrasta de Zachary, ela é uma vadia, nojenta , interesseira e é no mínimo vinte anos mais nova que Andy, pai de Zack. Ah, esqueci de mencionar uma coisa: ela está no seu nono casamento, todos eles com coroas ricos.– Mal ele sabe o tamanho do chifre que ele leva... Ah, tem também a minha mãe, ou melhor, "ex mãe"! Que não quer nem mais saber de mim desde que se separou do meu pai.

– Hmm... que peninha do meu amigo lindo.

– Quer dizer que a gente tá na friendzone? - ele perguntou com voz trêmula.

– É... - eu ia falando quando fui interrompida por ele.

– Diz que me odeia mas não fala "friendzone"!

Eu dei uma gargalhada e disse:

– Mas eu não disse nada, garoto!

– MELINA, DESLIGA ESSE TELEFONE SENÃO EU VOU À FALÊNCIA! - meu pai gritou do corredor.

– Você ouviu isso, né? - perguntei rindo.

– Sim! Até amanhã, eu acho...

Ri de novo.

– Claro que sim, né, Zachary, tem escola, eu não quero crescer burra e morrer sem emprego!

– Nossa, que inteligente! - disse - E nada dramática.

– Eu? Dramática? Como você pode dizer isso?

– MELINA! - meu pai exclamou novamente.

– DESLIGA ISSO LOGO! - agora quem gritou foi Mason. Caralho, por que diabos ele não vai com a cara do Zack?

– TÁ, QUE SACO! Tchau, Zack. - desliguei o aparelho.

– Por que caralhos você fala tanto com esse cara? - Mason perguntou, se sentando no chão do meu quarto.

– Porque ele é meu amigo, oras. - falei, em tom de "isso é muito óbvio" - Mas a pergunta é "por que você se importa?"

– Porque... - parou e ficou me encarando - Eu acho que se não rolar alguma coisa entre vocês, você pode ficar magoada, e eu não quero que isso aconteça. - concluiu meio doce demais, olhando nos meus olhos - Quer dizer, porque se não, eu teria que aguentar sua choradeira e suas músicas deprimentes.

– E eu achando que por um momento você se importava comigo. - ri secamente - Mas e ai... - fiquei encarando meus dedos, que tamborilavam no edredom da minha cama - Como você vai?

Mason mexia no seu celular. Estava sentado com "perna de índio" e quando levantou a cabeça para me olhar, fez cara de "wtf" e respondeu que estava bem.

Ficamos um tempo calados... olhando pro teto. Não tínhamos assunto, muito menos intimidade um com o outro. O silêncio se quebrou quando Mason soltou uma gargalhada totalmente sem sentido.

– O que foi? - eu perguntei meio confusa.

– Cara, você é muito estranha. É sério isso. - ele disse e voltou seus olhos novamente para a tela do seu celular.

– Por que você diz isso? Sou uma garota normal! E você além de intruso é ignorante. Eu, hein... - eu disse fazendo bico.

– Normal, claro que você é normal. - exclamou sarcasticamente, sem ao menos olhar para mim. - Melina, você tem um pônei de pelúcia de 65 centímetros de altura, seu username no twitter é "sorvete derretido" e você conversa com o poster da Demi Lovato. Você não é nada normal.

– O que?! Eu sou sim! E o sr. Brownie - o dito pônei de pelúcia - foi um presente do meu avô e você sabe disso. - estiquei meu braço para agarrar Brownie e lhe dar um abraço - Você acha que eu não me lembro do seu cobertorzinho sujo, né? Como era mesmo o nome dele? Eddy? Haha, isso mesmo! Me diz uma coisa... ele ainda fica abrigado no seu guarda-roupas? - eu disse lhe jogando um travesseiro.

– Eddy fez parte da minha infância, bem diferente desse seu pônei boiola. E mais uma coisa: eu não uso ele há anos. - ele disse com a cara fechada.

– Ah, Mason. Por Deus! Boiolas são suas poses de gogoboy, seu cobertor sujo, seu poster do Justin Timberlake... Isso sim é gay, meu pônei não! E não minta pra mim! Mês passado te vi dormindo com Eddy sim! - exclamei abafando uma risada.

– Epa, epa, você invade meu quarto de noite? - ele se levantou rapidamente e pulou na minha cama, ficando ajoelhado, olhando pra minha cara - Por que, Melina?

– Ué, a porta estava aberta!

– Eu não te dei liberdade, ok? - Mason disse de cara amarrada.

– E precisa? Aprendi com você a invadir a privacidade das pessoas, querido. - eu disse dando leves tapinhas em seu rosto. - Isso só comprova que você é um mentiroso e dorme sim com Eddy toda noite.

– Eu não durmo com Eddy toda noite! Só os dias que eu preciso de cobertor extra... - logo ele percebeu o tamanho da merda que ele falou.

– Hmm... daí você dorme agarradinho nele, né?

– Não quero mais falar sobre o Eddy! Vou dormir, boa noite pirralha!

– Boa noite, princesa! - eu disse jogando um beijinho sem sua direção.

Mason me mostrou o dedo do meio e fechou a porta com cuidado, já que meu pai e sua mãe já estavam dormindo. Ri sozinha e decidi que era melhor dormir também, já que amanhã tinha aula. Eba, só que não.

Fui ao banheiro, escovei os dentes e fucei por um elástico de cabelo. Procurei até perceber que realmente não tinha nenhum lá.

– Caralho, meu cabelo vai amanhecer cheio de nós amanhã... - murmurei para mim mesma, abrindo e fechando as gavetas do meu banheiro. Fui em direção ao quarto de Mason.

– Interrompo você e o Eddy? - perguntei, quando entrei no cômodo.

– Nossa, Melina, você é muito engraçada, devia até fazer stand-up. - ele disse sarcasticamente.

– Senso de humor, você tem? - retruquei - Eu só vim procurar um elástico de cabelo. Não vou demorar, ok? - eu disse revirando seu quarto.

– E por que teria algum elástico de cabelo aqui?

– Ah, eu sei lá. Você anda meio estranho esses dias... - eu disse esboçando um sorriso.

– E você duvida da minha hétero sexualiadade!? - ele disse soltando uma gargalhada.

– Sim, gogoboy. A Annie ainda tem as fotos para provar. - argumentei - Há, achei! - exclamei, quando comecei a fuçar as gavetas.

Comecei a pensar, meu passo se desacelerou e passei a olhar para o chão e enrolar o elástico nos meus dedos.

– Você realmente acha que eu e o Zack vamos acabar não tendo nada?

– Eu acho que sim, vocês vão ter alguma coisa, mas acho que não vai durar muito. - falou. - Tem gente que pode te tratar melhor do que ele.

– Mas o Zack me trata muito bem!

– Tem gente que pode tratar ainda melhor, feliz agora? - completou.

– Hmm... me apresente esse "alguém" então! - eu disse indo em direção a porta.

– Haha, como se você não o conhecesse. - ele disse se deitando na cama.

– Cara, você tá me dando medo... enfim, boa noite de novo. - eu disse finalmente saindo do quarto.

– Boa noite. - ouvi ele responder, antes de eu fechar a porta.

Fui andando com passos curtos até o meu quarto. De quem ele estava falando? Quer dizer, eu não tenho muitos amigos garotos, e os que eu tenho não são muito próximos de Mason, então como ele saberia de que um dos meus amigos gostaria de mim? Não faz sentido.

Quando entrei no meu quarto, vi que meu celular vibrava e brilhava no criado mudo. Droga, esqueci de tirar do silencioso! A tela mostrava uma foto minha e de Anne, ambas com sorvete e calda de chocolate pelo rosto.

– Oi, Ann. - atendi.

– Garota, tem noção de quanto tempo eu to esperando você atender essa merda de ligação? - gritou, do outro lado da linha - Enfim, amanhã eu e o Becky vamos dar uma passada no shopping depois da aula, quer ir com a gente? E se quiser chamar o Zack, fique à vontade.

– Ah, se o Zack resolver ir eu vou. Não quero ficar segurando vela pra vocês de jeito nenhum.

– Ok, era só isso. Tchau, piranha!

– Tchau, amorzinho. - eu sabia que ela odiava que eu a chamasse assim, mas...

– Beijo! - ela disse desligando o telefone.

Desliguei o celular e quando levantei o olhar da tela e olhei para a parede, vi um lagarto, tipo, maior que uma lagartixa, mas não tão grande assim.

Acontece que uma vez, quando eu era pequena - ok, nem tanto, eu tinha 10 anos - uma cobra me picou e eu fiquei muito tempo passando mal no hospital. Desde então eu fiquei com trauma de cobras e lagartos.

O medo de lagartos foi o brinde. O bicho era verde e não parecia ser gosmento. Eu tentei sair correndo, mas me sentia paralisada. Meu coração estava acelerado e minha respiração ofegante. Comecei a hiperventilar e senti uma lagrimazinha correndo na minha bochecha. Eu sempre fico assim quando vejo algo traumatizante.

Quando criei coragem, saí correndo do meu quarto e praticamente chutei a porta de Mason. Ele já estava dormindo quando me joguei em cima dele. Já não era só uma lágrima chata, eram VÁRIAS lágrimas teimosas que molhavam minha face.

– Que foi, Melina?! - Mason disse, alarmado - Você tá tremendo!

– T-tem um b-bicho no meu quarto! - choraminguei - U-um lag-lagarto... - sentia meu lábio inferior tremer muito - Tira pra mim?

– Tá... - me levantei para que ele pudesse sair da cama. Foi até meu quarto, e eu o segui, segurando seu braço esquerdo com as duas mãos. Me separei dele quando Mason se aproximou do dito cujo Lagarto Maldito. Ele deixou o bicho em uma arvorezinha perto da minha janela e a fechou. - Pronto, pode voltar a dormir.

– Mas Mason, e se tiver mais? - perguntei, com a voz baixa

– Ai... Sei lá, Melina, vai dormir!

– Deixa eu dormir com você? - é, isso é uma situação estranha, mas eu não dormia naquele quarto nem que me pagassem.

– Espera um pouco! O que?

– Eu tô com medo, caramba! - eu disse esfregando meu olho.

– Tá, tá... eu durmo no colchão extra. Vamos, sua molenga.

Ele me acompanhou até o quarto e preparou o outro colchão para dormir enquanto eu deitava em sua cama.

– Boa noite, Mason Lindo. - eu disse cobrindo a cabeça com o edredom.

– Boa noite, srta. Frescura. - ele disse se deitando.


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