Uma Vida, Por Outra Vida escrita por Niina Cullen


Capítulo 16
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Postando, ao som de Oasis Wonderwall...
Demorei? É, eu sei, mas foi preciso.
O Último Capítulo meninas... Que eu juro, que pensei que não conseguiria, por falta da atenção dos leitores, dos fantasmas que ainda existem e que não se manifestam. Mas eu estou aqui, postando o último, com muito alegria, e espero que vocês gostem, pois sendo o último, é o mesmo que se estivesse faltando algo... Pelo menos eu, como autora, sinto que falta.
Bom... Conto com cada uma de vocês nas reviews (: Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/214041/chapter/16

Drª Laura me fez perguntas simples, como: se eu sentia dor... E eu só respondia a maioria com um ‘sim’, ou ‘não’... Ela disse que uma semana foi o bastante para que meus lábios e minha voz perdessem o ‘rumo’, e que depois seria fácil falar...

Agora eu só queria ver minha filha, e ter Edward ao meu lado.

— Eu quero vê-los. – Sussurrei.

A Drª Laura sorriu.

— Estou vendo que não vai demorar muito para você recuperar a fala.

Ela saiu, e não demorou muito, Edward entrou com um lençol lilás e com alguém impaciente enrolado nele. Foi inevitável não sorrir. Foi inevitável não querer erguer as mãos para segurar pequena Isa, quando vi os rostinho dela, suplicando para que eu fizesse isso.

O pouco cabelo que Isa tinha, era da cor dos de Edward, cor de bronze; os olhos, eram como os meus, só que os dela tinha um brilho sem igual, eram mais intensos – só assim eu pude entender o que Edward via nos meus olhos, o mesmo que eu via nos dele, o mesmo que eu via nos de Isa agora. A cor dos meus olhos não eram mais tão insignificantes, quando eu vi nos de Isa.

Ela tinha uma mãozinha estirada, e fechada. Ela queria a mim; ela não aguentava mas a ‘separação’, assim como eu.

Nesse momento percebi que Laura havia me ajudado a ficar sentada, não só por eu ter ficado muito tempo deitada, mas também para ter a oportunidade de ter Isa em meus braços. De sentir o calor dela, o calor que eu estava sentido agora.

Sim. Edward entendeu o que eu queria, ele entendeu o que meus olhos suplicavam: Isa em meus braços. Os braços que jamais existiria frio, pois teria ela.

Isa me olhava tão intensamente, como se soubesse quem eu era. Talvez soubesse mesmo, já que desfrutava da mesma impaciência do que eu em vê-la...

Peguei na mãozinha dela, tão pequena e gordinha. Sabia que o sorriso não saia dos meus lábios, e Isa também sorria, um sorriso igual do pai.

— Ela é... Linda. – Voltei a sussurrar, sentindo as lágrimas caírem dos meus olhos.

Já não falava mais desconexo... Agora era a minha voz, e não uma voz cansada...

— Igual à mãe. – Ele sussurrou.

Esse tipo de comentário seria o certo para eu discordar do que ele disse, pois Isa era um tipo de beleza que não se assimilava a nada, a não ser Edward... Mas não discordei. Isa sorria tão abertamente, e eu não sabia como a minha felicidade poderia ser mais intensa, onde nada poderia destruir isso. Nós estávamos em uma bolha, que era impenetrável, e era essa bolha, que eu queria que continuasse a nos ter por dentro, pois com ela, eu sabia que nada poderia acabar com esse momento único, o momento que eu pensei que não teria; o momento que eu pensei que não viveria.

— Eu perdi muito? – Perguntei depois de alguns minutos incontáveis.

Edward sabia a que eu me referia:

— Não. – Ele fez uma pausa, como que pensando nas palavras certas. – Não comparado ao que eu perdi.

Ele estava tocando naquele assunto. No assunto que eu queria que ficasse longe da bolha.

Como dizer para ele, que mesmo ele não estado perto nos momentos difíceis que eu precisei dele, que eu o entendia? Não havia explicação para isso. Eu só o entendia.

— Eu não te culpo. – Comecei. – Não mesmo. Só que... – Eu precisava olhar para ele enquanto dizia isso, só não queria que o passado que era tão próximo, entrasse na bolha. – Quando eu te vi através daquele vidro, eu não pensava em mais nada, a não ser que você estava ali, que você estava comigo. Pois você nunca me deixou, mesmo quando você queria. – Sorri, mas ele deve ter percebido que não chegou aos meus olhos.

Eu não sei, mas, ele me olhou tão profundamente, com um sofrimento palpável nas suas feições. Ele estava sofrendo, é claro que estava. Mas eu estava aqui... Eu lutei. E não queria que esse sofrimento, fosse o fim da nossa estabilidade. Ele tinha que saber que eu não tinha o que perdoar que ele sofrer, era o mesmo que eu poderia sentir.

— Eu não cumpri com as minhas promessas. Isso é imperdoável. Eu não... Eu fui fraco, fraco em pensar que te perderia. Bella... Seria injusto eu te pedir que você me perdoe?

Ele queria mesmo a minha resposta para aquilo?

Se eu o perdoava?

Não havia nada comparado a pensar que um dia, eu não o teria mais. Mas isso acabou, ele estava aqui, e nada mudaria isso. Para mim não importava ele ter me ‘deixado’, eu sabia que a distância, não era capaz de me apagar dos pensamentos dele. Eu só não tinha o que perdoar. Também o entendia.

— Edward... – Comecei, mas fui interrompida por ele.

— Só me diga. Se... Não me perdoar, não me quiser mais na sua vida... Eu entenderei.

Eu juro, que se não estivesse ‘presa’ a essa cama, e com uma bebê linda junto ao meu peito, brincando com uma mexa do meu cabelo, eu teria ‘voado’ em cima de Edward. Não para bater, ou discutir. Isso nunca. Mas sim, para beijá-lo, para matar a saudade que eu sentia daqueles lábios doces, que tantas e tantas vezes, me deixava em orbita. Eu só queria que ele agora me entendesse... É pedir de mais?

— Edward. – Respirei fundo. – Pensar em te perder, foi doloroso. Mas seria ainda mais, se eu te perdesse para a... Morte. – Era difícil dizer essa palavra, a palavra e o significado que eu estava fugindo. – Eu não suportaria saber que você poderia não estar mais nesse mundo, não estar mais ao meu lado, não alegrar meu dia com o seu sorriso. – Que ele entendesse a minha explicação, o meu ponto de vista, em relação se ele viesse a morrer. – Eu entendo o que você passou, entendo que fui egoísta, mas era nossa filha. Sempre foi ela. Assim como eu aceitei morrer por ela, eu morreria por você. – Percebi que ele tremeu com a minha palavra. – Eu não tenho o que perdoar, pois eu é que peço seu perdão. – Senti minha garganta doer, não conseguiria dizer mais nada, logo estaria soluçando.

Ele se aproximou mais de mim, e era como se ele e Isa estivessem em sintonia, já que ela virou o rostinho e sorri, um sorriso ainda mais magnífico, como se ela estivesse entendo o que se passava dentro daquele quarto, um quarto de hospital, que se não fosse por eles, eu fugiria dali, com trauma daquelas paredes brancas e sem ‘sal’, que me faziam se sentir mais pior do que antes; mas nada me fazia se sentir pior, do que ver e sentir o sofrimento do amor da minha vida, nada. O sofrimento que eu causei.

Isa de certa forma entendia o que se passava ali, entendia e sorria. Acho que posso dizer, que ela entendia sim, entendia que os pais, Edward e eu, nós amamos, e nem o incidente de quase morte, foi capaz de destruir isso. O amor jamais é destruído, se você não quer que ele se destrua. E nenhum de nós queria isso.

— Acho que era para eu fazer um discurso né? – Edward perguntou com o meu sorriso favorito se formando em seus lindos lábios, e esse sorriso chegava aos seus olhos.

— Ainda está em tempo. – Ri, e Edward acompanhou, e percebi que Isa parou de mexer a mãozinha que estava em uma mexa do meu cabelo, para observar aquele som, o som que eu pretendia que ela sempre convivesse. E incrivelmente ela riu, riu. Um som lindo e calmo, que eu jamais me cansaria de ouvir.

— Em pensar que eu estive perto de perder isso. De perder cada momento dela. – Edward comentou, mais para si mesmo, do que para mim ou Isa, que agora prestava atenção a cada som novo que poderia se formar dentro daquele quarto de hospital. – Tudo o que eu mais quero, é que cada momento seja único e feliz. E sei que isso acontecerá, pois estarei com vocês. As duas pessoas que eu mais amo. – Ele respirou fundo, e agora me encarou e aproximou sua mão do meu rosto, acariciando a minha bochecha que agora ficou ruborizada; talvez fosse pouco... Meu rosto todo ficou ruborizado. – Não quero perder mais nada, do que eu já perdi. Não quero voltar a sentir a sensação de pensar em te perder.

Agora sim, eu estava desabando em lágrimas. Mas agora era diferente. Eram lágrimas de alegria. Pois eu estava aqui, com eles, de onde eu jamais deveria ter saído. Lutar por alguém que você ama, parece tão, ou mais, surreal, quando você percebe que não foi em vão, que você conseguiu, e que você repetiria tudo de novo, sem hesitar.

Eu não hesitaria por amor. Eu não hesitaria por Edward, a pessoa que me fez saber o que é amar, que me proporcionou viver quando eu não sabia o que era isso - antes dele. Eu não hesitaria por Isa, que me proporcionou uma das melhores sensações e sentimentos, que era senti-la dentro de mim, e amá-la, quando ela ainda se formava dentro da minha barriga.

Ser mãe é mais do que simplesmente dar a vida para um ser que se forma dentro de você... É amar quando você ainda imagina o rostinho da criatura que você dará a vida. E Edward participou disso comigo – não nos últimos meses, mas o que significava meses, perto do que nós tínhamos pela frente para aproveitar tudo em família? Nada, não significava nada... Pois agora eu começaria a minha vida, agora nós viveríamos da maneira certa. Nós não começaríamos de onde paramos, mas sim, de onde nunca deveríamos ter parado.

Com Isa ainda em meus braços, ele se inclinou na direção dos meus lábios, e o minuto que se prolongou até sentir os lábios dele nos meus, foi infinito, mas proveitoso, pois o cheiro dele me inebriava, me deixava avulsa, até a agulha que estava no meu braço – no braço que Isa não estava. Me deixava avulsa a qualquer sensação que não fosse aquele que voltava a viver. Sentir os doces lábios de Edward nos meus, era como um antídoto a qualquer sintoma que aquele incidente de quase morte me deixou. Eu não queria mais viver, se não sentisse a calor que exalava dele, o amor que ele trasmitia com aquele simples, mas intenso gesto. Eu não queria mais viver, se não o tivesse em minha vida, e a dor que eu senti enquanto lutava para sair da escuridão, não se comparava a dor que eu poderia vir a sentir, se ele não existisse, se ele não me amasse mais. Mas querem saber? Não quero mais pensar assim. Afinal, ele estava aqui, Isa estava aqui, e nada me faria se sentir mais completa do que isso. Nada.

Agora eu só queria aproveitar aquelas inúmeras sensações que o nosso beijo me trazia. As sensações que um dia eu pensei nunca mais sentir. E doía pensar assim, mas a dor não tinha mais espaço naquela órbita que flutuava ao redor de nós, e entrava dentro daquela bolha.

— Eu amo você. – Ele sussurrou, quando o ar nos faltou, mas ainda a centímetros do meu rosto, esperando que o ar voltasse aos nossos pulmões, e voltássemos onde paramos.

Ouvi-lo dizer essas palavras, significava mais do que eu dizê-las. Pois um dia pensei que nunca mais as ouviria.

— Eu amo você. – Também sussurrei, com uma intensa certeza de que essas três palavras não eram capazes de dizer e demonstrar isso.

E foi assim que os minutos se passaram, nós dois rindo e prestando atenção a cada reação de Isa, até que uma enfermeira entrou no quarto, dizendo que minha filha precisava ser amamentada. Da mesma forma que fiquei feliz ao ouvir isso, eu fiquei triste no segundo depois que a enfermeira falou: “Infelizmente você não pode amamentar, por causa dos remédios...”. Ela apontou para o tubo que ficava acima do monitor cardíaco. Tudo o que eu mais queria naquele momento – além de desejar que aquilo o que a enfermeira disse fosse mentira – era poder esticar a minha mão e alcançar aquele tudo e jogá-lo longe.

Edward percebeu como eu fiquei ao ouvir aquilo, e ver a enfermeira tirando minha filha dos meus braços, não ajudou nada. E para isso, a enfermeira, com o nome de Lucy, me explicou que ficaria tudo bem, que Isa seria amamentada por leite materno, que o hospital recebe doações, para casos como esse ‘que a mãe não pode amamentar o próprio filho’. Mas assim que eu não precisasse mais dos cuidados médicos, eu poderia amamentá-la.

Isa chorou ao sair dos meus braços, e eu senti um frio quando não sentia mais o corpinho dela junto ao meu. Mas ela voltaria logo.

E foi assim que a noite chegou, não pude mais ver Isa, pois ela estava dormindo e era contra as normas do hospital tirar os bebês da maternidade, a não ser que o bebê precisasse ser amamentado, mas como vocês já sabem, e eu não quero voltar a dizer...

Edward passou a noite ao meu lado. Sabia que ele estava se sacrificando, ali, sentado naquela poltrona-espreguiçadeira. Mas ele me afirmou que tudo estava bem, pois eu estava ali.

E foi assim, que o dia que eu tanto esperei, chegou...

O dia que eu sairia daquele hospital, com Isa nos meus braços, e Edward ao meu lado. Era assim que sempre deveria ter sido, e eu tinha a certeza de que daqui em diante, sempre seria.

— Antes de você entrar... – Edward disse, assim que chegamos na porta do nosso apartamento. Ele ficou na frente da porta, e eu sem entender nada. Isa estava nos meus braços, dormindo, linda. – Queria te dizer para não se surpreender com nada quando eu abrir essa porta.

— Edward. Você está me assustando. – Falei, sem entender nada.

— Só um único nome: Alice. – Foi o que ele disse, e abriu a porta.

Agora eu entedi o por que da apreensão nos olhos de Edward, e o por que Alice, Jasper, Esme e Carlisle não apareceram hoje no hospital.

Edward tinha razão em se preocupar com a minha reação. Mas ter a minha família ali, reunida, mudava toda a minha perspectiva contra ‘festas, jantares’, que fossem direcionados a mim.

Para mim tudo estava bem, desde que eu tivesse as pessoas que amo, presente em cada momento da minha vida. A vida que eu lutei, por pessoas que eu não hesitaria em lutar.

Alice veio ao meu encontro, depois de sussurrar algo para Edward, como: “Sabia que podia contar com você”. Ela me abraçou e depois deu um beijo na testa de Isa.

— Surpresa? – Ela disse, mas saiu como uma pergunta. Como uma permissão para saber se ela e todos poderiam dizer isso.

— Só você mesmo Alice para não me fazer ficar irritada com isso. – Sussurrei sorrindo, não queria que os outros perdessem a ‘animação’, por causa da minha falta de entusiasmo perante a coisas relacionadas a mim.

Depois foi a vez de Esme e Carlisle vieram me cumprimentar.

Os dois com um pedido singelo de desculpa, e com um abraço reconfortante.

— Não conseguimos contê-la. – Carlisle fingiu sussurrar, mas queria era mesmo que Alice ouvisse.

E essa bufou se retirando da festa, junto com Edward, que sorriu o meu sorriso preferido. Não sei o por que dessa saída, em direção a cozinha, mas tudo bem.

Depois do cumprimento tímido de Jasper, comecei a reparar na decoração, junto com Isa, que tinha acordado. Era uma decoração um pouco exagerada para uma simples comemoração de “Boas Vindas”, mas algo lá no fundo, queria me dizer, que era mais do que isso, mas eu não sabia o que, até ver Olga sair da cozinha com uma bandeja e um bolo em cima, e Alice e Edward logo atrás. E depois, veio aquela musica que se canta em aniversários.

Como eu pude esquecer o meu próprio aniversário? E eles me deixaram pensar que era uma simples comemoração, quando na verdade era meu aniversário.

Edward veio até mim, e senti que ele e Alice competiram para quem chegasse primeiro, já que ela bateu o pé, quando foi ele que chegou até mim primeiro.

Ele pegou Isa dos meus braços e passou ela para Esme. Sussurrou no meu ouvido:

— Eu queria ser o primeiro a te desejar feliz aniversário, mas Alice não permitiu que eu dissesse nada lá no hospital, então... Feliz aniversário! – E assim nos beijamos, mas como não podíamos prolongar, pois tinha uma baixinha no nosso pé...

— Alice. Será que eu não posso nem beijar a minha mulher. – Edward disse, fingindo estar bravo.

— Acontece maninho, que ela é minha melhor amiga, então... Licença.

Os cumprimentos se seguiram novamente, mas agora com uma frase especial “Feliz Aniversário”.

Uma data que dizia mais do que tudo, pois se tornou especial, a partir do momento que conheci Edward.

O meu maior presente, foi estar aqui, com a minha família, era ter a felicidade em cada segundo, quando eu pensei que jamais a teria de volta. Agora eu a tinha, e nunca mais permitiria que ela escapasse.

Quando se tem vida, se tem por quem lutar.

 

Três meses depois...

O tempo foi passando, e me vi, a cada dia vendo a minha pequena Isa crescendo – o que eu julguei, um dia, ser impossível. Julguei que não estaria presente na vida dela, e hoje eu estava aqui, não só na vida dela, mas na do amor da minha vida, os observando, os vendo sorrirem, o som da minha eterna felicidade. Eles eram a razão do meu viver.

Isa já tinha um pouco mais que três meses, ainda não andava, nem falava, mas cada som que provinha dela, era um motivo para que eu sorrisse.

Estávamos no Central Park, e eu só os observava. Observava o que eu poderia ter perdido. Poderia ter perdido a chance de ver Edward como pai, de vê-lo brincar como uma criança com a nossa pequena; poderia ter perdido a chance, de ver a minha pequena rir, por causa dos patos que vinham até ela, ou até mesmo da mãozinha dela me chamando, como se eu pudesse a proteger de algo. E enquanto eu estivesse nesse mundo, eu faria de tudo para protegê-la, para ver um sorriso se formar em seus pequenos e rosados lábios. A prova disso era que eu estava aqui. Aqui para vê-la crescer, aqui para o que ela precisasse, e o mais importante... Aqui, para a minha família.

Eu não tinha duvidas de que a partir do momento que eu vi a minha vida completa, eu nunca mais a deixaria. Nunca mais, pois simplesmente, eu nunca a deixei. Eu não tinha o por que deixar que aquele vazio, aquela escuridão me tomassem. Eu não tinha o por que, por simplesmente o fato de eu ficar, ser mais forte do que isso. Sim, forte. O laço que me uniu a Edward, que acabou se estendendo para Isa, antes de seu nascimento, era intenso e resistente, não tinha como eu simplesmente ir, sem levá-los. Então, eu não me arrependi da decisão de ‘morrer’ por Isa; essa decisão era a reticências que a minha história precisava.

Quanto a perdoar... Quando se ama, se perdoa. Mas eu não julgaria Edward pela decisão que ele teve a decisão de não suportar me perder. Era a mesma decisão que eu teria tomado. E como julgar alguém que se ama, quando você faria o mesmo?

É... Não há respostas para isso. Mas sim, há respostas para o por que de eu ter voltado, para eu ter chegado até a superfície, a superfície de felicidade, deixando a escuridão, onde não havia esperanças para mim. E essas respostas, se resumia a uma única palavra, que se abrange ao plural: amor. Amor por aqueles que eu amo, amor pelo dia de amanhã, que eu não sei como será, mas desde que eu tenha Edward e Isa, a minha família por perto, tudo será perfeito e pleno. Não importa se esse amanhã vir com uma forte tormenta, ou com um lindo sol nascendo atrás das nuvens, pois eu já tinha o meu sol, os meus raios de sol, os meus raios de vida. Por quem, eu sempre lutaria.

Agora me levanto, deixando o lindo cenário de um filme americano – que eu estava a poucos segundos, sentada em uma toalha grande e quadriculada, recheada de guloseimas; em outras palavras, um piquenique que tínhamos montado – indo para a vida real, a vida que eu tinha, a qual eu jamais voltaria a cogitar a possibilidade de perdê-la.

Caminhava a passos lentos, mas firmes, em direção a Edward e Isa – atendendo ao pedido dela. Cada passo que eu caminhava em direção a eles, era como ter a certeza de que esses passos, sempre seriam para eles, e por eles.

Isa estava no colo de Edward, ainda me chamando, com a sua mãozinha e seu rostinho irresistível. Como eu poderia um dia, pensar na possibilidade, e viver a possibilidade, de não vê-la sorrir, de não ver as feições de Edward, em cada traço dela? Como?

Simples... Eu não podia. Não seria o mesmo, não estar presente de corpo e alma ao lado dos dois amores da minha vida.

Enquanto eu estava mergulhada na profunda escuridão, há meses atrás, eu pensava que seria possível eu simplesmente ir embora, e deixá-los, pois eu estaria os observando, mas dessa certeza, eu não tinha. Eu não tinha essa certeza, como essa que eu tinha agora: que nada no mundo, seria mais perfeito e estável, do que estar ao lado dele, ao lado dela... Nada seria completo mesmo na outra vida. Aqui, agora, era completo. Sim, eu tinha essa certeza.

Assim que fiquei de frente para as duas razões do meu viver, Edward segurou em minha mão, e eu voltei a sentir aquela tão conhecida – mas sempre mais e mais intensa – descarga elétrica. Não só a descarga elétrica, mas sentia inúmeras sensações: de conforto, de vida, e sobre tudo, o amor que ele sentia por mim. O mesmo amor que eu sentia por ele. O mesmo amor, que jamais evaporaria que jamais se perderia, pois enquanto ambos vivêssemos – e mesmo depois – esse amor continuaria a nos cercar, continuaria a nos fascinar com a sua mágica, que era capaz de superar tudo.

Peguei Isa dos braços de Edward – tendo que soltar da mão dele, mas este foi mais rápido, segurando em minha cintura. E preciso dizer que a descarga elétrica estava presente? Sim, mesmo se ele não estivesse me tocando, só com a proximidade, essa descarga elétrica que tinha nome, sempre estaria presente no nosso caminho.

E foi assim, que Isa colocou o bracinho dela ao redor do meu pescoço, e percebi que ela também estava com o outro braço no pescoço de Edward, e nos aproximou. Ela sorria tão divinamente. Feliz por estarmos juntos, quando na verdade, nunca nos separamos.

Edward, que já estava a poucos centímetros do meu rosto, se aproximou mais, e me beijou. Nós beijamos com intensidade, mas não era urgente, era um beijo simples, que dizia tudo, ou mais, que ficou pendente. Um beijo, que antecedia os demais que viriam. Pois nós tínhamos a vida interira para desfrutarmos um do outro. A vida inteira para nos amarmos.

Como não saber descrever a felicidade, quando você está vivendo ela?

E com uma plena certeza, eu podia dizer com convicção, que o amor e a vida continuam, e que sempre continuarão. Pois andam de mãos dadas, ou melhor, coladas. Só basta você saber apreciar os dois devidamente, e com a pessoa certa.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

[22.o1.2017]

Eeeeei... Você que chegou até aqui, até o último capítulo de Uma Vida, Por Outra Vida, me deixe um comentário aqui embaixo, só para eu ter um controle dos leitores que leram até o final. Infelizmente o Nyah! não nos (escritores) deixa saber se o mesmo número de acessos por capítulo é o mesmo tipo de acesso de leitores que lerão até o fim o capítulo, por isso venho pedir se VOCÊ puder deixar um review dizendo que leu até o final ajudaria muito. Espero que você leitor, entenda e obrigada mais um vez por chegar até aqui, você não sabe como isso é importante :')

Eu nunca pensei que iria sentir a sensão ótima de terminar um capítulo... E estou aqui, emocionada rs (':
Não há palavras para descrever a minha alegria por cada uma de vocês me acompanharem até aqui, e ter a paciência quando demoro para postar. Mas valeu a pena?
Final épico? Rsrs... O que acharam?
Hã... mais uma coisa, que era para eu ter dito no capítulo em que a Bella foi ressuscitada: vocês acharam mesmo que eu seria capaz de matá-la? Gente, eu não consigo ver sentido as minhas fics, se a Bella não estiver presente em cada parágrafo, assim como o Edward... é claro rsrs (:
Nunca pensei que iria marcar a opção: terminada, e olha eu aquiii o/
Perceberam que eu usei a palavra tormenta? Então, a Luna, tem uma fic Te Encontrei em um Dia de Tormenta, que ela me explicou que tormenta é uma tempestade, mas é rápida e bem forte, fofo né? Aiii, coloquei em um dos parágrafos. Eu sempre aprendendo mais a cada dia com essa garota...
Agora vamos aos agradecimentos...
Agradeço a Deus primeiramente, pois sinceramente, eu não me achava capaz de escrever algo, de fazer uma fic de minha autoria. Agradeço a Stephenie Meyer, por me mostrar um universo novo e tão cativante, que me possibilitou o meu amor por leitura e escrita... Agradeço ao Nyah, por me dar essa possibilidade. Agradeço a minha Miga Ana C. pelo apoio de me incentivar a dar continuidade a essa história, mesmo quando eu não tinha a atenção dos leitores (Te Amo Miga...); agradeço a minha prima Ana P. Também por me incentivar a continuar e me dar apoio quando as minhas ideias iam dar um passeio e não diziam se voltavam rsrs... Obg a vocês, leiotoras pelos Reviews, e por estarem aqui... Conta com a participação de todos vocês nas minhas seguintes fics...
A 'BruuuuhCullen' foi a primeira a fazer uma review dessa minha história, mas depois ela não mandou mais nada, mas tudo bem, se você BruuuuhCullen, estiver lendo isso: Obg...
'angeles cullen'... Agradeço a você também (:
Gostaria de agradecer a cada uma, com os nomes, mas não será possível, acho que vou extrapolar o limite de caracteres rsrs.
Lunaaa... Não me esqueci de você, assim como nunca me esquecerei. Obg pelo seu carinho, pode ter certeza que ele é recíproco.
Aaah, para quem ainda não foi visitar as fics dela... Vamos lá né pessoal: https://www.fanfiction.com.br/u/125622/
Obrigada pela atenção de todas... Desculpe por essa nota final tão enorme, mas eu precisava falar... Obg mesmo. Conto com vocês nas minhas proximas fics... Beijos.