Mais Uma Peça Em Um Jogo escrita por Gabriela Gonçalves
Ele havia sido capturado pelos Pacificadores. Após ser torturado, conseguiu fugir com a ajuda de Effie Trinket, que havia sido completamente ignorada por Snow, que deveria ter pensado que ela não sabia de muita coisa. Effie conseguiu se infiltrar no sistema do “calabouço”, e libertou Cinna durante a primeira transmissão do prontopop. Ela o manteve escondido no subúrbio da Capital desde então. Eu gargalhei, imaginando Effie Trinket mantendo um prisioneiro da Capital escondido embaixo do nariz de Snow.
– Não acredito! Mas, como ela conseguiu se infiltrar no sistema? – eu perguntei.
– Quando o seu primeiro prontopop foi ao ar, interrompendo a programação da Capital, todos ficaram simplesmente apavorados. Todos os sistemas da Capital ficaram confusos, pois os que os operavam também estavam. Effie conseguiu derrubar todas as senhas secretamente, o que ela ainda terá de me explicar como conseguiu. Então, a porta do calabouço simplesmente se abriu e eu saí. Ela subornou alguns Pacificadores, que me escoltaram por algumas passagens secretas. Effie me esperava no subterrâneo de sua casa.
Eu pisquei algumas vezes, absorvendo a história. Subornar Pacificadores e derrubar os sistemas de segurança, sem derramar sangue. Exatamente como Effie faria.
– Não é um plano muito complicado – eu disse. – Mas extremamente perigoso. Os Pacificadores poderiam alertar Snow!
Cinna gargalhou.
– Exatamente! De alguma maneira, ela escolheu os Pacificadores certos, na hora e da maneira certa. Ela precisa me ensinar os seus dons.
Nós rimos, até Cinna reparar em minha aparência.
– O que aconteceu, garota quente?
Eu respirei fundo. Era a hora de despejar tudo em cima dele. Eu abri a boca, mas apenas soluços saíram dela. Lágrimas escorreram novamente. Cinna me abraçou, dizendo que tudo daria certo. Eu o ouvia, mas não precisava prestar atenção no que ele dizia. Apenas o timbre de sua voz confortadora era o suficiente para que eu me sentisse melhor, de alguma forma. Comecei a balbuciar coisas sem sentido algum, enquanto ele apertava os seus braços em volta de mim.
– Eu não deveria ter confiado nele, Cinna. Peeta... Ele... Eu o odeio! – eu desabafei, esperando que ele não estivesse prestando muita atenção.
– Tudo bem, Katniss. Tudo vai dar certo, eu estou aqui – ele sussurrou.
Ele me olhou com seus olhos escuros, delineados pelo brilho dourado. De repente, sua expressão suavizou-se, me deixando confusa. Ele diminuiu a pressão de seus braços e pegou meus ombros. Nossos rostos se aproximaram.
E então, nossos lábios se tocaram.
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