My Name Is Pipper escrita por Lolla


Capítulo 4
Strange behavior is everywhere.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente... Então, eu vou direto pro capítulo porque se eu for me desculpar e explicar tudo o que aconteceu pra eu não continuar a fanfic, vou ficar aqui um ano... E bom, não justifica abandonar sem explicação, né? Só posso recompensa-las. Então, espero que gostem!!



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– Quer saber? Vamos só voltar a fingir que eu não sei de nada. Não quero tentar descobrir isso agora.

– Eu acho uma boa ideia. Eventualmente nós vamos acabar descobrindo mais ou menos o que está acontecendo com James. Mas até lá, é impossível entrar na cabeça dele. Vai por mim, eu já tentei. Algumas vezes. – Não consegui deixar de rir do comentário de Carlos.

– Estou realmente sem paciência para lidar com essa confusão toda agora. Então vamos mudar de assunto. – Pedi fazendo bico. Ele riu.

– O que quer fazer agora? Temos que estrear seu camarim. – Um sorriso travesso tomou seus lábios.

– O que você tem em mente?

– Bom, podemos pular na cama; fazer uma guerra de travesseiros, embora eu ache isso mais divertido com mais pessoas; jogar videogame; atualizar seu novo computador; bisbilhotar as gavetas e ver o que colocaram... – Ele parou de falar assim que seu celular tocou. Tirou-o do bolso e atendeu. – Hello?... No camarim dela... Agora?... Ah, claro... Estamos indo. – Desligou e olhou para mim. – Vamos ter que deixar para estrear seu camarim outra hora. Dever chama. – Disse colocando seu celular de volta no bolso para em seguida me puxar para algum destino desconhecido pela minha pessoa.

Passamos o resto do dia na sala de reuniões. Recebi todo o timo de instruções básicas de Scott. Tive que responder diversas perguntas aleatórias e assinar vários papéis. No final do dia estava exausta. Voltamos pro hotel as 20:00. Jantei em meu quarto mesmo e fui pra cama. Algumas lágrimas caíram, molhando travesseiro. Mas as limpei rapidamente, me recusando a chorar pelo dia de hoje. Depois de muitos anos aguentando a merda que os outros jogavam em cima de mim, as lágrimas se tornaram cada vez mais raras de aparecer. Você vai se acostumando a ouvir insultos com o tempo se você os ouve com bastante frequência, eu acho. Agora as situações precisavam ser mais graves pra me atingir a esse ponto. Por isso não aceito chorar por quatro colegas de trabalho babacas.

O dia seguinte começou como um furacão. Fui tirada da cama mais cedo por Scott, e mal tive tempo de tomar café. Vesti a primeira roupa que vi pela frente e não passei maquiagem nenhuma. Ao chegarmos na gravadora, os quatro meninos estavam esperando na cafeteria.

– Carlos, acompanhe Pipper ao FBP. Vamos mudar a nova foto da série hoje. Os outros venham comigo. – Disse Scott.

Carlos assentiu pegando minha mão e me conduzindo pra sei lá aonde.

– O que é FBP? – Perguntei.

– Departamento de Beleza e Moda (n/a: em inglês Fashion and Beauty Department).

– Ah, não. Isso não... – O medo me consumiu.

James Point Of View

Estávamos todos no estúdio fotográfico do prédio, nos preparando para tirar uma nova foto para os cartões da Nick, crachás, entre outras coisas. Eu particularmente acho isso uma puta babaquice. Fellows nem sabe ainda se a garota tem capacidade para ter um dos papéis principais na série e na banda, e já está mudando tudo como se tivesse certeza. Se ela não for boa o suficiente como eu acho que ela não é, vou jogar na cara do Scott. E do Carlos. Aquele traidor de 1,60m já está cheio de intimidade com a Miss Novata Fofa e Meiga do Ano.

Por falar no baixinho traidor, ele aparece na sala. Sozinho.

– Cadê a Pipper? – Perguntou Scott.

– Já cansou de brincar de adulta e foi pra casa da mamãe dela? – Provoquei.

– Deixei ela lá com os cabeleireiros e maquiadores. – Respondeu ele ignorando meu comentário. – Você perdeu a reação dela quando eu disse que ela teria que ficar nas mãos deles.

– Nossa, uma menina surtando ao entrar num cabeleireiro! Puta novidade! – Ironizou Kendall. Fui obrigado a rir.

– Claro, porque foi essa a reação dela mesmo. – Carlos entrou no jogo.

As coisas iriam começar a esquentar de novo quando Pipper entrou na sala, ofegando. Todos nos viramos para ela curiosos.

– Da próxima vez, me abandone com um mapa, pelo menos. – Mesmo odiando a existência dela, ninguém conseguiu não rir do comentário dela. Até porque, todos nós já sofremos a mesma coisa.

– O que aconteceu com você? – Perguntou Scott confuso.

– Ou melhor. O que não aconteceu com você? – Corrigiu Carlos.

E então reparei na garota. Eu não havia prestado atenção nela quando a vi, mais cedo. Mas ela não parecia estar muito diferente do que estava antes. Suas roupas ainda eram simples. Normais. Seu cabelo não estava perfeitamente moldado como se ela tivesse acabado de sair do cabeleireiro. Tinham ondas irregulares e naturais. E não se via quase nenhuma maquiagem em seu rosto. O que era meio estranho, considerando que ela acabou de sair do departamento de beleza e moda. Geralmente quando se sai de lá estamos parecendo que vamos conhecer a rainha. Eles são meio exagerados.

– Como assim? – Perguntou a menina me tirando de meus devaneios.

– Você está praticamente igual do que estava trinta minutos atrás. – Explicou Scott.

– Ah, sim. Isso me lembra que eu quero matar você, Carlos! – Disse se virando para o mesmo. – Por me deixar sozinha com aqueles malucos. Eu tive que fugir. E foi difícil. – De novo ninguém conseguiu segurar o riso, porque sabíamos por experiência própria o quão difícil era sair daquele lugar. Ainda mais sem parecer um boneco de pano super produzido.

– Mas pelo jeito você conseguiu, né? Porque você não está tão diferente.

– Isso porque eu não deixei eles fazerem nada. Só concordei com uma maquiagem bem básica para não aparecer olheiras na câmera. Até parece que eu ia deixar aqueles doidos me encherem de blush rosa e chapinhar meu cabelo. Além de eu não ter paciência nenhuma pra ficar sentada numa cadeira por cinco horas. Plus, quando eu vi a roupa que me mandaram pôr sai correndo. Eu ia parecer um pudim de baunilha com glitter dourado no sol. – Ela bufou. – Desculpa Scott, sei que não estou produzida e bonita, mas não dava. Não consegui deixar eles me transformarem numa coisa que eu não sou.

Com essa eu me surpreendi, admito. Uma mulher que não gosta de frescuras e viadagens cheias de glitter e rosa ganham muitos pontos. Mas é obvio que eu nunca vou falar isso em voz alta.

– Tudo bem. Eu disse que te contratei por quem você é. E você é linda assim.

– Agradeço o elogio. Mas sei que não sou.

– Pipper... – Scott a repreendeu, o que foi estranho.

– Não começa, por favor.

Ele suspirou.

– Tudo bem, vou deixar pra lá. Por enquanto.

Ficamos meio perdidos. Pelo jeito eles tinham algum tipo de conversa inacabada. E o assunto era sério. Eu podia ver pela expressão de Scott. Não havia muito o que deduzir pelo que ouvimos, mas deu para perceber que Pipper não teve uma boa reação ao ser elogiada. O que é bem estranho. Mulheres gostam de elogios, não?

– Enfim, vamos ao que interessa. – Disse Scott. – A foto.

Fomos para o fundo branco e ficamos conversando enquanto a produção se organizava. Pipper e Carlos conversavam um pouco mais afastados. Ela parecia perdida.

– Vamos lá. – Gritou o fotógrafo e nos posicionamos. – Não, não. Quero Pipper no meio. – Eles só podem estar de brincadeira...

– Só faltava isso mesmo. – Comentou Logan muito puto. Nós três estávamos.

– Pipper, vá para o meio. Carlos fique na esquerda dela. Logan na direita. James do lado de Carlos e Kendall do lado de Logan.

Carlos se prontificou ao lado da garota. Agradeci mentalmente por não ter que ficar perto dela, e fui pro meu lugar. Logan tentava não encostar-se à menina, e ela fazia o mesmo. Estávamos todos tensos.

– Vamos, se abracem! Cadê o Big Time Rush afetivo e divertido que todos conhecemos? – Perguntou o fotógrafo.

– Morreu com a chegada dessa criança mimada. – Sussurrou Kendall, mas sem querer foi alto o suficiente para que os cinco escutassem.

– Vamos Logan, abrace a Slater.

Logan travou a mandíbula e enlaçou a cintura de Pipper. Olhei pra ela e me surpreendi de novo. Ela não parecia nem um pouco animada com aquilo, como alguém que acabou de conseguir um emprego daqueles iria parecer. Tinha os punhos fortemente cerrados e uma postura dura. Seus olhos estavam frios.

Passei o braço pelos ombros de Carlos e dei um sorriso sincero. Mesmo nos traindo ele ainda era meu baixinho. Kendall já envolvia o pescoço de Logan e sorria para o mesmo. Nos entreolhamos, tentando relaxar e esquecer que Pipper estava ali. Vi Carlos sorrir cúmplice para ela, mas ela não sorriu de volta. Em vez disso, travou mais a mandíbula. Eu sinceramente não a entendo.

– Sorria Pipper. – Pediu o fotógrafo.

Ela abriu um sorriso duro e a foto finalmente foi tirada. Depois disso a garota voando dali, ainda com uma expressão nada boa. Por um segundo ficamos estáticos, por que não esperávamos isso. Depois Logan virou para Carlos.

– Não vai atrás dela, cachorrinho? – Ironizou.

– Sabe de uma coisa? Daqui a pouco ela vai ficar puta e estourar. E eu estou louco para que isso aconteça, porque aí vocês vão ver a merda que vocês estão fazendo. E vai ser tarde demais. – Disse Carlos antes de seguir até o estúdio com o fotógrafo para avaliar a imagem.

Depois disso fui andar pela gravadora. Passei pela lanchonete do sétimo andar. Comprei um café e estava indo embora olhando para meu celular quando esbarrei em alguém. Sem querer derrubei a pessoa no chão e minha bebida sobre ela, que soltou um gemido de dor.

– Ah meu Deus, me desculpa!! – Disse exasperado.

Focalizei meus olhos sobre quem derrubei e surpresa tomou conta de mim. Era Pipper. Ela olhou diretamente para mim. Sua expressão estava dura, fechada. Estendi minha mão para ajudá-la. A garota me fuzilou com olhar. Levantou sozinha num movimento forte e rápido. Pegou alguns guardanapos no balcão e tentou limpar a roupa. Levantou um pouco a blusa examinando as queimaduras em seu ventre. Seu maxilar estava contraído e eu sabia que ela estava sentindo uma dor considerável.

– Aposto que agora você deve está feliz. Pode sorrir, não me importo. - Disse ela rude.

– Olha, me desculpa, ok? Foi sem querer.

– Mas me diz que voce não está gostando de me ver sofrer. Eu te desafio.

– Não estou, não! Eu não gosto de você, não quer dizer que eu seja sádico. - Respondi bravo. - Vem comigo.

– Nem morta.

– Vem comigo, droga. Me deixa te ajudar. - Pedi. Ela me olhou de novo, e por fim cedeu.

Peguei Pipper pelo braço e voei para os corredores. Conhecia o andar do Big Time Rush com a palma da minha mão, então não era difícil achar atalhos mais rápidos para seu camarim. Parei em frente a porta e puxei-a para dentro. Ela sentou-se na cama enquanto eu abria as gavetas atras do kit de primeiros socorros que coloquei aqui quando montei o lugar.

– Como você sabe onde cada coisa está? - Perguntou curiosa.

– Nossos camarins são todos parecidos. - Menti. Foi a melhor desculpa que eu consegui pensar. Pipper suspirou.

– Eu sei que foi você que montou ele pra mim.

– Carlos linguarudo! - Resmunguei.

– Não culpe ele. Eu praticamente o obriguei a falar.

Suspirei. Achei melhor ficar quieto e não responder nada. O que eu iria dizer? "Ah, é. Então, eu só estava brincando de casinha". A verdade é que nem eu sei bem porque fiz isso. Scott mandou um de nós montar o camarim da menina, e vendo que ninguém mais queria fazer, Carlos levantou pra fazer. Mas eu disse que eu faria e saí da sala antes de avaliar a reação dos outros. Depois disso, recebi a ficha de coisas que a nova integrante e fotos da casa e do quarto dela, tudo de Scott. E comecei a montar, pensando em agrada-la o máximo possível. Acho que no fundo sabia que as coisas não seriam fáceis para ela também.

– Achei. - Peguei a caixa e fui em sua direção. - Aonde queimou?

– Barriga e braços. - Respondeu seca. Seu maxilar ainda estava travado.

– Preciso que você deite e levante a blusa onde esta a parte queimada.

Ela abriu a boca pra falar alguma coisa, mas em seguida fechou e obedeceu. Deitou devagar e subiu a blusa até a linha do sutiã. Me foquei no que estava fazendo. Peguei a pomada para queimaduras e passei cuidadosamente nas áreas atingidas pelo café. Sua pele era incrivelmente macia. Me concentrei nos machucados. Depois da pomada, passei um spray para aliviar o ardor. Quando acabei seu ventre, fiz o mesmo em seus braços.

– Pronto. Acabei. Está sentindo alguma dor?

– Não. Estou bem.

Ao ouvir isso, levantei olhando para ela e fui em direção à porta. Saí de lá sem olhar para trás.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Deem conselhos, por favor. E podem me xingar por demorar, vocês tem direito hahaha...