Capitulo 7:

Erin já estava sabendo de tudo. E pela sua expressão, a amizade entre ela e Evelyn tinha acabado. Fui me deitar, não estava me sentindo nada bem. Deitei com a mesma roupa, e fiquei pensando no que eu iria fazer agora, depois dessa confusão toda.

“Eu quero te explicar o que aconteceu de verdade. Por favor, não precisa falar nada, só me ouve.”

Meu celular apitou e mostrou que era uma mensagem de Zayn. Eu não queria magoá-lo, mas ignorei a mensagem e voltei a me perder nos meus pensamentos. Não é possível eu conhecer um menino e ele se tornar especial pra mim em tão pouco tempo. Eu não sou assim, eu não amo as pessoas com facilidade. Elas têm que me conquistar, e eu acho que foi isso que Zayn fez, em tão pouco tempo ele me conquistou.

Eu costumava ligar pra minha mãe muitas vezes na semana, mas durante esse tempo eu não conversei com ela nenhuma vez. Resolvi ligar pra ela e explicar tudo que tava acontecendo. Minha mãe me entendia nessas horas. Eu precisava ficar perto dela.

– Mãe, posso te pedir uma coisa antes da gente desligar? – Eu disse com a voz meio chorosa.

– Claro filha, qualquer coisa. – Ela disse me confortando.

– Posso te visitar? Ficar um tempo ai? Eu prometo que falo com o diretor do colégio e ele vai entender e me deixar fazer as provas depois. – Eu disse.

– É claro que pode, estou morrendo de saudades. Conversa com o diretor e depois me avisa certinho. Estou te esperando. Agora tenho que ir. Beijos, te amo. – Ela disse desligando o telefone.

Eu precisava da minha mãe, estava decidida a ir viajar. Segunda feira eu iria falar com o diretor.

Entrei na internet e comprei minha passagem de ida pro Texas na terça-feira. Queria ir o mais cedo possível.

Segunda feira:

Acordei cedo, me arrumei e eu e Erin fomos pra escola. Fiquei o dia inteiro conversando com os professores e com o diretor sobre a minha viagem. Todos concordaram em me dar provas assim que eu voltasse.

Fiquei evitando Zayn o dia inteiro, mas quando o sinal de saída bateu, não teve como nós não nos encontrarmos.

– Vamos conversar, só me ouça. – Ele disse segurando meu braço.

– Por favor, me solta. Tenho que ir. – Eu disse tentando me soltar.

Ele me soltou e eu andei depressa em direção ao meu carro. Erin já estava na porta do carro me esperando. Contei pra ela que eu estava indo passar alguns dias com a minha mãe no Texas.

– Eu também acho bom você ir, conversar com a sua mãe vai te fazer bem. – Ela disse me apoiando. – E quando você vai?

– Terça feira, às 16:00. – Eu disse.

– Mas já?! Não tá muito cedo? – Ela disse.

– Não, quero ir o mais rápido possível. Já conversei com a minha mãe e com os professores. Talvez eu volte na próxima semana. – Eu disse.

Erin não falou mais nada durante o caminho. Chegamos em casa e eu fui pro meu quarto. Tomei um longo banho, coloquei um pijama qualquer, almocei e me deitei um pouco. Acabei adormecendo. Quando acordei, me troquei, peguei uma mala grande, coloquei em cima da minha cama e comecei a arrumar minhas coisas.

A campainha tocou e Erin foi atender. Eu ainda estava no meu quarto, com a porta encostada.

– O que é isso? – Zayn disse entrando no meu quarto.

– O que você está fazendo aqui? Vá embora! – Eu disse.

– Não antes de você me explicar o que está acontecendo. Pra onde você vai?! – Ele disse.

Aposto que foi Erin quem ligou pra ele avisando que eu estava indo embora por uns tempos.

– Eu não lhe devo explicações! – Eu gritei.

– Heather, pelo amor de Deus! Seja adulta! Onde nós estamos? Na sexta série? Vamos conversar, eu preciso falar o que aconteceu! Eu não quero te perder. – Ele disse.

– Zayn, eu estou indo passar um tempo com a minha mãe no Texas. Preciso dela. Tudo isso que está acontecendo tá me matando. Eu não paro mais de chorar por uma coisa que nunca foi minha! – Eu disse saindo do quarto e indo em direção a porta do apartamento.

– Quando você vai? – Ele disse parando de frente pra mim.

– Amanhã. – Eu respondi e sai do apartamento.

Ele veio descendo as escadas atrás de mim.

– Agora você vai me ouvir. – Ele disse segurando meu braço com força. – Vamos voltar pro seu apartamento.

Já estava na hora de eu ouvi-lo. Voltamos pro meu apartamento, fomos pro meu quarto, eu sentei na cama, ele trancou a porta e ficou parado na minha frente.

– Heather, depois da nossa briga, eu me senti muito mal, comecei a beber mais que o normal, eu saia de casa a noite e só voltava pela manhã, sempre me sentindo um lixo. Na sexta feira, eu me lembro de ter saído e encontrado um grupo de amigos numa boate. Evelyn tava lá. Eu comecei a beber muito e eu juro que não me lembro dela ter ido pra casa comigo! De manhã, quando você tocou a campainha, eu senti muita dor de cabeça, e levantei pra ver quem era. E tive a surpresa de ver Evelyn ali. Eu não sei se aconteceu alguma coisa, eu não me lembro de nada! – Ele disse e eu estava com a cabeça baixa chorando.

Ele se sentou ao meu lado e me abraçou. Eu chorava em seu peito. Todas essas palavras dele não mudariam mais nada. Eu iria voltar pro Texas por uns tempos.

– Você me perdoa? – Ele disse.

Eu fiquei em silêncio chorando. Ele se levantou, se ajoelhou n minha frente e enxugou minhas lágrimas.

– Pensa com carinho. – Ele disse, me deu um beijo na testa e foi embora.

Eu fiquei ali, imóvel. Chorando.

Estava decidido, eu teria um tempo pra pensar na minha vida. Com a ajuda da minha mãe.