O Templo Da Imortalidade escrita por Kbex


Capítulo 1
Capítulo 1: Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Bom, essa é minha primeira fic, e dá um frio na barriga saber que de repente, pessoas que só você sabia que existiam, pessoas que invadiam sua mente diariamente, se tornem conhecidas por outras pessoas.
Quero agradecer a Leticia e a Eliza, por me incentivarem a postar a fic, se não fosse vocês ela provavelmente ainda estaria num arquivo de word.
Críticas e sugestões são sempre bem vindas e espero que se divirtam tanto quanto eu.
Uma boa leitura a todos os marujos!



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“Querida Alice! Eu não pude levar-te comigo, embora quisesse. O caminho será longo e perigoso, e não me perdoaria se acontecesse alguma coisa com você. Deixo-te então com essas senhoras queridas, as freiras te darão uma boa educação, melhor até mesmo do que eu. Espero que no futuro você me entenda e não fique com raiva de mim, porque fiz isso por amor. Mas eu irei te buscar. Estou de partida atrás de meu pai, assim que encontrá-lo virei te buscar o mais depressa possível. Cuide-se, principalmente com os piratas, eles são mentirosos e perigosos.”

Con todo el amor del mundo, su madre,

Angélica.

Fechei a carta que eu lia e relia durante os 17 anos da minha vida. Meu pai? Bom, não sei, e sinceramente não sei se queria saber quem ele era. Minha mãe? Angélica, a única coisa que sei dela é o nome, sua fisionomia, já que as freiras tinham uma foto minha recém nascida e de minha mãe. Ela é linda, as freiras dizem que me pareço muito com ela, e fico muito feliz, sei que ela é uma boa mulher. E a única certeza que eu tinha é que ela viria algum dia, me buscar. Ela prometeu.

Em uma poça de água que tinha ali vi meu reflexo, meus cabelos castanhos caíam de um ondulado leve, até um pouco abaixo do ombro, meus olhos da mesma cor encontraram a fotografia de minha mãe, realmente eu poderia lembrar ela quando mais nova.

Esbarrei em alguém, me tirando dos meus pensamentos. Piratas, claro. Piratas, piratas e mais piratas. Essa era Tortuga afinal, piratas bêbados fazendo festa, dia e noite. Muitos me perguntam o que eu faço aqui, bom é simples. Junto dessa carta deixada por minha mãe, estava um colar de ouro. Eu, muito curiosa, fui pesquisar e descobri que ele é um colar pirata, capaz de trazer imortalidade a quem tiver as duas peças e fazer o ritual num templo antigo. Deduzi então que minha mãe era uma pirata, o que era meio contraditório já que na carta ela me mandou ficar longe de piratas, pois eles eram perigosos. O que me faz pensar que meu pai pode também ser um pirata. Então pensei, porque eu mesma não me torno uma pirata? Outro fator que me fez pensar nisso é meu sobrenome Teach! Edward Teach, mais conhecido como Barba Negra, eu poderia ter alguma relação com ele?

Foi com esse pensamento que deixei o convento há quatro anos atrás. Sempre li histórias sobre os piratas e sempre procurava ouvir de pessoas as histórias. Principalmente de Barba Negra, eu podia ter algum parentesco com ele! Ou é apenas uma cisma minha em querer ser pirata? Poder viajar pelos sete mares, livre. Liberdade, palavra que move todo pirata, junto com a imortalidade.

Um navio se aproximou do cais, saindo de lá um pirata em especial. Jack Sparrow, capitão do desaparecido Pérola Negra, enfrentou Davy Jones, foi para o baú de Davy, e foi tirado de lá para poder invocar a corte da irmandade. Apesar de muitos falarem que ele é um salafrário, eu o admirava. Ele me parecia, apesar de tudo, um bom homem. Afinal foi por ser um bom homem, voltando para ajudar a tripulação que ficou preso no Baú de Davy.

Desde que eu cheguei a Tortuga eu me escondia e o seguia, com a intenção de virar uma pirata, pois apesar de tudo, ele sempre tem um plano em mente e com isso nunca foi pego. Aprendi a manejar uma espada com ele, mesmo sem ele saber. Ele tem um jeito estranho de andar, engraçado no mínimo.

- Cuidado amor. – arregalei meus olhos e percebi que estava andando na direção da beira do cais e esbarrei nele.

- Desculpe-me – eu disse envergonhada.

- Você não me é estranha. Eu já te ameacei antes? – ele disse levantando uma sobrancelha.

Eu balancei minha cabeça, e ele continuou a me olhar, como se realmente me conhecesse. Será que eu não fui tão cuidadosa quanto eu pensei que teria sido, ao seguí-lo por Tortuga?

- Vamos lá Capitão, o rum nos espera. – disse um senhor mais velho e gordinho.

- Claro Sr. Gibbs. – ele disse se virando e seguindo em frente. Suspirei aliviada.

Era a primeira vez que conversava com ele, quer dizer acho que isso nem pode ser considerado uma conversa, mas foi estranho.

Sentei no cais, com meus pés balançando, e peguei a foto da minha mãe. Como eu queria encontrá-la, poder abraçá-la. Eu me sento aqui todos os dias a sua espera, ela virá um dia, sei que ela virá. Um vento soprou fazendo a foto voar, eu resmunguei e saí correndo atrás da única imagem que eu tinha de minha mãe.

Consegui alcançá-la depois de uns metros do lugar onde estava, peguei a foto, olhei-a e depois olhei para o horizonte. Foi quando eu a vi. Será mesmo verdade? Será que era ela mesma? Corri até mais próximo da mulher que achei que fosse minha mãe e a chamei.

- Mãe? – eu disse, ela não se virou – Mãe? – eu falei chegando mais perto. – Angélica? Angélica Teach? – eu disse agora chamando a sua atenção.

Ela me olhou desentendida, mas era ela, eu não tinha dúvidas. Meus olhos encheram de água.

- Você é Angélica Teach?

- Sim, mas estou com pressa, eu a conheço? – era claro que ela não me conhecia, fazia exatos 17 anos que ela me deixou com as freiras, que belo presente de aniversário.

Eu sorri e mostrei meu colar para ela. Ela então chegou mais perto, analisando o colar, e mostrando o seu, analisando os dois. Ela me olhou surpresa, sem fazer nenhuma expressão. Fiquei com medo, será que ela não queria que eu a tivesse encontrado? Ela ficou brava comigo por ter deixado o convento? Mas a olhei de novo e ela abriu um sorriso enorme e abriu seus braços. Eu sorri e a abracei com toda a minha força, eu tinha encontrado minha mãe, sim eu a encontrei! Hoje é o dia mais feliz da minha vida!

- Sim querida, sou Angélica Teach. – ela sorriu assim que nos soltamos do nosso longo abraço, afinal eram 17 longos anos de espera.

- Estou tão feliz por ter te encontrado mãe, eu esperei tanto!

- Eu não te disse para ficar longe de piratas, Alice? – ela disse dando um sorrisinho.

- Acho que está no meu sangue. Afinal, Angélica Teach, Alice Teach, Edward Teach. Eu fiz a ligação. Você achou meu avô?

- Hum – ela hesitou – Achei mais – ela de repente estava triste. Não queria vê-la assim, decidi mudar de assunto logo.

- Mas e então mãe, porque você estava com tanta pressa?

- Ah claro. Bom eu estou à procura de um pirata desprezível para que eu possa matá-lo. – arregalei meus olhos, e ela percebeu que eu me assustei – Não eu não vou matá-lo, só quero me vingar dele. – eu assenti – Então você viu por acaso passar por aqui um homem de cabelos com, bem... Dreads compridos, acompanhado por um senhor mais velho meio gordinho e...

- Jack Sparrow, e Sr. Gibbs?

- É – ela disse perplexa – Você os conhece?

- Eu aprendi com ele a ser uma pirata.

- Ele te conhece também?

- Não, na verdade hoje foi a primeira vez em quatro anos, que ele falou comigo, ele disse “Você não me é estranha, eu já te ameacei antes?” – eu disse o imitando – Porque? Há algum problema?

- Bom querida, vejo que temos muito que conversar. Afinal, 17 anos... É bastante tempo. – Ela colocou a mão no meu ombro, e nós duas fomos juntas nos sentar no cais. Eu tinha tantas coisas para falar para ela.

- Então, acho que você tem bastante história pra contar, mocinha.

Eu assenti e comecei a falar de toda a minha vida. Que desde que eu me lembre eu sempre usei o colar que ela me deu, que eu pesquisei e descobri que era um colar que podia dar a imortalidade, disse que assim que eu aprendi a ler as freiras me deram a carta para que lesse, e que eu saí, quer dizer fugi do convento aos 13 anos para procurá-la. Cheguei até a mostrá-la minha habilidade com a espada. E ela sorriu.

- E aqui estamos nós. – eu disse quando finalmente terminei - Nada de tão interessante na minha vida. Mas e você mãe? O que fez nesse tempo todo?

Ela suspirou e me contou que foi atrás de seu pai, e que quando o encontrou descobriu que ele era um homem mau, e ela queria que ele fosse perdoado, tentou de tudo, o levou para fonte da juventude e lá o Capitão Barbossa o matou com uma espada envenenada, falou que ao tentar salvá-lo ela também se cortou, mas ainda poderia salvá-lo tomando a água do cálice sem a lágrima, mas o patife – como ela disse – do Jack Sparrow a enganou, assim, morreu o Capitão Barba Negra e ela ganhou todos os seus anos.

- Nossa – eu não sabia o que dizer – Mas porque você quer matar o Sparrow se ele salvou sua vida?

- Ele fez de propósito! Ele disse “Só ajudei o seu pai a fazer o que qualquer pai teria feito.” Eu realmente odeio Jack Sparrow!

Ela estava com raiva agora, sua mão apertava o cais com tanta força que achei que iria quebrá-lo. E de repente me veio a curiosidade, todos esses anos sem querer saber, mas agora alguma coisa mudou, eu queria saber quem era meu pai.

- Mãe – eu hesitei por um momento – É... Eu queria saber... Quem é meu pai?

Ela me olhou determinada a não dizer.

- Você não vai querer saber, acredite.

- Mãe, por favor, você me entende... Você também tinha curiosidade de achar seu pai.

Ela suspirou derrotada.

- Você já o conhece. – Hãm? Não estava entendendo o que ela estava dizendo – Eu realmente não queria que ele fosse seu pai, ele não merece algo tão bom! Aquele canalha. Ele me enganou – a raiva da qual ela disse tempo atrás sobre Jack ter matado seu pai voltou. E eu entendi – Sim ele mesmo, Sparrow, Jack Sparrow é seu pai.

Arregalei meus olhos. Não sabia o que pensar. Ele nunca fizera nada para mim, mas em compensação a minha mãe... Ele a enganou há 17 anos atrás, ele matou seu pai e ainda a deixou numa ilha sozinha, para morrer...

Mas estava na cara que atrás daquela raiva havia uma pontada de amor, apesar de tudo. Agora fazia sentido, ela não me queria por perto de piratas não pelo conjunto deles, mas sim por ele, Jack Sparrow. E Jack me “reconheceu”, pois ele era amante de minha mãe.

- Hum – foi a única coisa que consegui dizer.

Ficamos em silêncio por um longo tempo. Eu esperei até que ela resolvesse falar.

- Se sabermos qual será o seu próximo passo eu poderia me vingar dele – sei que ela não faria realmente mal ao meu pai, mas eu tive uma idéia.

- Aquele ali é o barco de Sparrow, eu vou conversar com o pirata que está cuidando do navio e você consegue entrar lá sem ninguém ver, certo? – ela assentiu – Ele provavelmente quer uma tripulação, eu vou lá e dou meu nome, sei como eles gostam dos seus marujos.

- Você é mulher querida – ela sorriu.

- Eles não precisam saber. – eu disse sorrindo, prendi meu cabelo e coloquei meu chapéu.

- Isso pode ser perigoso, melhor você ficar fora disso.

- E ver você partir, não, nem pensar mãe. Eu já sou bem grandinha, posso ajudar. – ela ia responder, mas eu a interrompi – Por favor, mãe.

- Tudo bem. – ela suspirou. 


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado, e se leu, por favor, um review me deixaria muito feliz, quero saber o que vocês acharam.