Nightmares Tormentors escrita por Chapolitana


Capítulo 22
Dear God


Notas iniciais do capítulo

Aconselho que todos escutem Dear God de Avenged sevenfold na letra que coloquei nesse capítulo.



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Key, eu prometo que ainda ficaremos juntos. Isso é só um contratempo. - Ela sorri e me dar o último abraço. Nos seus braços ela fala:

- Promete ficar vivo?

- Prometo... Por nós. - Beijo-lhe a nuca. Caitlin se afasta de mim e vai embora. Debby aparece e me abraça. Deixo as lágrimas invadindo o meu rosto. Todo mundo diz que homem não chora, mas acho puro machismo esse ditado. Choro no abraço da minha mãe como uma criança que chora no colo da mãe após acordar de um pesadelo com monstros e fantasmas. Mas naquela situação, o meu pesadelo era real e não tinha omo fugir dele. Só o que queria era a minha vida de volta. Meus amigos,minha família, a Caitlin... Inclusive a minha vida de volta. Será que era tão difícil de entender esse pedido?

Em tom de choro desabo:

- O que vai ser da nossa vida sem a Shelby?

- Eu não sei. - Sem tom também era de choro.

- Era ela quem animava a casa. Mãe, nossa família não existe mais.

- Não fale isso, Corey. - Me afasto do abraço, limpo as lágrimas e grito em desespero:

- Por que não posso falar isso? É nisso que estamos vivendo! Só resta a gente nessa família! O pai e a irmã morreram pelo mesmo motivo!

- Se acalma, Corey! Você está de cabeça quente!

- Todos nós estamos, mãe! Nossa família não existe mais, essa é a realidade!

- Oh, Corey... - Saio pisando fundo da sala de estar e vou direto ao meu quarto. Bato a porta forte e desabo no cama.

No dia seguinte, me preparo para o enterro da Shelby que seria logo cedo. Passo no quarto da minha irmã com uma nostalgia e me deparo com o seu vestido preto que usara no dia do halloween. O levo junto para o cemitério. Chegando lá, eu e a Debby sentamos na primeira fileira de cadeiras, na frente do caixão. O corpo da Shelby havia sido carregado logo na madrugada.

Cadê a Caitlin e a Frie?


Caitlin:


- Se apressa logo, Frie! Vamos chegar atrasadas!

- Calma, Caitlin! Já estou terminando! - Gritava a minha irmã do seu quarto para mim que estava na sala de estar. Quando a Frienny ficou pronta, fomos ao enterro da Shelby.

Vários olhares se fixavam na gente. Meu olhar se cruza com o do Corey e num instante ele desvia aquele olhar de tristeza. Sentamos na fileira antes da fileira em que a família Lights estava, mas pensando bem, com a morte da Shelby, será que ali ainda era considerado uma família?

O Corey foi o primeiro a falar:

- Durante muito tempo, eu sempre protegia a minha irmã de tudo e todos, a ajudava nas suas lições de casa, a levava para passear e entre outras coisas que um irmão mais velho faria. Em Outubro do ano passado, eu e minha família viemos morar aqui. Eu achei que minha vida fosse ser normal. Logo no primeiro dia, encontrei um diário que estava em branco, o que eu estranhei. Esse diário estava no porão. Vocês devem está se perguntando o por quê que eu fui logo para um porão, certo? Sabe, é que eu sou do tipo que visita os lugares novos, principalmente quando é uma mansão. Pode parecer incrível, mas onde eu morava, na Europa, não era mansão e sim uma casa que por sinal era super organizada e decorada. - Todos começam a dar um riso sem graça, mas o Corey prossegue e agora estava com os olhos fixos em mim. - No mesmo dia em que eu vi esse diário, conheci uma jovem que conseguiu tirar a minha reputação de pegador. Junto dela, tive as piores aventuras perigosas após escrever o meu primeiro pesadelo naquele diário. Essa garota que agora é uma mulher, me disse para não escrever nenhum pesadelo que eu tivesse naquele caderno e eu teimei, debochei dela e escrevi. Depois disso muitos fatores estranhos aconteceram comigo e com as pessoas próximas a mim. Confesso que na primeira parte da aventura, eu até achei divertido, porém mudei de ideia após as pessoas próximas a mim serem sequestradas e machucadas por uma parte do meu pesadelo. Eu acho que a culpa foi minha de ter duvidado dessa mulher que está na minha frente. - Ele aponta pra mim. - Eu só quero pedir desculpas por ter duvidado e debochado. Se pudéssemos voltar no tempo...

O Corey sai da frente e volta ao seu lugar e sempre com os olhos fixos em mim. Agora era a minha vez de falar e eu estava muito nervosa e suando frio. Todos me olhavam enquanto eu ia para frente falar. Por um instante me senti culpada, pois eu havia presenciado a morte da Shelby e não consegui fazer nada para impedir. Fico parada na frente de todos por alguns segundos, mexo as minhas mãos nervosas por não ter o que falar, mas eu tinha que dizer algo.

- Bem... Depois do que o Corey acabou de falar, eu não sei mais o que dizer, na verdade... Eu não tinha preparado um discurso para essa ocasião. Corey, eu sei como você se sente, porque eu também me sinto culpada pela morte da sua irmã. Sim, pessoal, talvez eu seja a culpada pela morte da Shelby, pois eu havia presenciado a sua morte e não consegui fazer nada. Muitos aqui vão achar ridículo o motivo da morte dela, aliás não era nenhuma doença que ela possuía que a deixou assim. Mas vou falar, para ninguém dizer que é tudo drama o que eu e o Corey estamos dizendo. A Shelby começou a ter uma amiga imaginária uns dois meses após a família Lights e minha irmã morarem no Brasil por uns três meses. Sua amiga imaginária se chama Tabby. Estranhei a irmã do Corey acreditar nessas bobagens imaginárias, aliás ela era diferente de outras crianças. A Shelby era inteligente e matura. As vezes até um pouco ingênua, mas nada que a fizesse acreditar nisso. Após ela ter essa amiga imaginária, seu comportamento ficou estranho. A Shelby brincava de pique-esconde, pedia mais um prato de comida e entre outros fatores. Um dia, na hora do seu banho, flagro-a se afogando na banheira. Ela pôs a culpa nessa Tabby chorando e depois falou consiga mesma que estava com raiva dessa amiga e que não iria mais brincar com ela. No mesmo dia, de madrugada, eu estava dormindo, quando acordei com os seus gritos. A Shelby dizia para parar, expulsava alguém de casa e por último gritou que iria junto, portanto que não fizesse nada comigo. Me levantei da cama confusa e fui ao seu quarto. No meio do caminho, escutei o seu grito de dor e então acelerei os passos. Quando cheguei no seu quarto, já era muito tarde. As janelas estavam quebradas, o chão com marcas de sangue, os móveis quebrados e ela... No chão do quarto com o corpo ensanguentado e com cacos de vidro encravados nos seus olhos e no seu pescoço. Tentei acordá-la, mas seu corpo não se mexia. Quando verifiquei a sua respiração... Os batimentos cardíacos estavam parados. Me desesperei e chorei milhas. A culpa foi minha, eu não acreditei que a Shelby tinha uma amiga imaginária até o dia da sua morte. Foi assustador, parecia uma cena de filme de terror. Eu sinto muito Corey e Debby. - No meu discurso inteiro, uma bolha de lágrimas estava entalada na minha garganta. Só deixei se soltar após voltar para o meu lugar. Desabei muitas lágrimas no colo da Frie. O Corey me olhou com um olhar de desaprovação, o que me fez querer acreditar que depois daquele meu discurso, nossa relação nunca mais voltaria a ser o que era.

Depois que todos discusaram, a Lindsey começou a cantar Dear God de Avenged Sevenfold.



Numa estrada solitária, cruzei outra linha fria de estado

Milhas longe daqueles que amo por razões difíceis de encontrar,

Enquanto me recordo de todas as palavras que você me falou.

Isso não ajuda, mas desejo que eu estivesse lá,

De volta ao lugar onde eu amo estar, oh yeah


Querido Deus, a única coisa que peço a você é

Pra cuidar dela enquanto eu não estiver por perto,

Quando eu estiver muito distante.

Todos nós precisamos dessa pessoa que pode ser verdadeira com você

Mas eu a deixei quando eu a encontrei

E agora eu desejo ter ficado

Pois eu estou solitário e estou cansado

Estou sentido sua falta de novo, oh não

Mais uma vez...


Não há nada aqui para mim, nessa estrada abandonada

Não há ninguém aqui enquanto a cidade dorme

E todas as lojas estão fechadas.

Isso não ajuda, mas penso nos tempos que tive com você,

Fotografias e algumas memórias irão me ajudar a superar, oh sim


Querido Deus, a única coisa que peço a você é

Que a abrace enquanto eu não estiver por perto

Quando eu estiver muito distante

Todos nós precisamos dessa pessoa que pode ser verdadeira com você

Mas eu a deixei quando eu a encontrei

E agora eu desejo ter ficado

Pois eu estou solitário e estou cansado

Estou sentido sua falta de novo oh não

Mais uma vez



Alguns procuram, nunca encontrando o caminho

Brevemente, eles desperdiçaram tudo

Eu encontrei você, algo me disse para ficar ,

Eu cedi aos caminhos egoístas

E como eu sinto a falta de abraçar alguém

Quando a esperança começa a desaparecer....


Numa estrada solitária, cruzei outra linha fria de estado

Milhas longe daqueles que amo por razões difíceis de encontrar...


Todos colocaram flores ao redor do caixão antes dele ser enterrado e iam embora. A Frie e a Debby haviam deixado eu e o Corey sozinhos observando o caixão ser enterrado. Eu estava ao seu lado. Começo a falar:

- Fale algo, Corey.

- Você não me contou nada através dos e-mails. - Sem tom era frio.

- Não quis preocupá-los. Eu só...

- Acho melhor você também ir embora e me deixar sozinho. - Falou ele interrompendo a minha frase.

- Agora você me odeia. Me perdoe... - O Corey me olhou e berrou em desespero:

- Saia daqui, agora! Me deixe só! Vai embora!

Saio correndo do cemitério e vou pra praça da cidade. Sento embaixo de uma árvore e começo a chorar milhas. Eu não podia mais suportar toda aquela culpa que me possuía e aquele ignorância do Corey. Eu entendia a sua situação e entendia mais ainda o seu ódio por mim. Também senti ódio de mim mesma a ponto a de pegar um pedaço de uma madeira da árvore e encravar com força na minha perna. Senti o sangue escorrer, porém não havia opção. Ninguém me entenderia, todos que estavam no enterro naquele momento deviam estar sentindo nojo e ódio de mim, inclusive a minha própria irmã. Me sentia vazia e aquele lugar onde eu estava me consolava.


Corey:


Enquanto o caixão estava sendo enterrado, todos os momentos que eu passei com a Shelby emergira na minha mente. Aquelas lembranças que não voltarão mais me atordoavam. Depois de um tempo, volto para casa. Já estava na hora do jantar. Janto e vou dormir.


- Então você descobriu as regras do jogo... Acha que pode me matar? Sou indestrutível e esse é o meu jogo. Posso mudar as regras a hora que eu quiser.

- Eu não entendo, o que você quer de mim? Desde o início desses pesadelos eu ainda não entendi a sua intenção!

– Não quero nada de você.

- Então por que me atormenta?

- Isso eu não posso dizer.

- Pra quê tantos mistérios?

- Também não posso dizer. Acho que você não leu o objetivo desse jogo.

- Por favor, só me diga o objetivo.

- Como você insiste! Você terá que descobrir sozinho.

- Como?


Viro de lado na cama e o pesadelo prossegue.


– Corey, o objetivo do jogo é descobrir todos os mistérios!

- Shelby? O que você faz aqui? Estou sonhando com você?

- Não, Corey. Você está no lugar para onde fui mandada. Sabia que eu vi o papai? Olha ele aí.

- Pai?

- Preste atenção, filho. Você não tem muito tempo.

- Que lugar é esse? Cadê a voz da Coisa? Como consigo ver vocês?

– Preste atenção, filho! A Coisa pegou a carta que escrevi, aquela que você leu. No dia em que você foi saber mais sobre essa fera que parece até um lagarto, você viu aquele livro na seção de sobrenaturais na biblioteca, certo?

- Certo, mas como você...

- Aquela seção não existe, você a viu porque tem dons como eu. Você pode ver coisas que ninguém pode ver.

- Pai...

- Sentimos sua falta...


Acordo sem fôlego. Que pesadelo estranho foi esse? Na primeira parte, eu só ouço a voz da Coisa sussurrando como em todos os outros pesadelos, mas depois ela desapareceu e aí vi em forma o meu pai Yan e minha irmã Shelby. O lugar que eu estava com eles parecia real. Nós estávamos numa praça que semelhava com a praça da cidade de Nova York.


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Notas finais do capítulo

Cadê os meus leitores? =/
Mandem review, gente!



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