Após alguns minutos depois de abraçar áquelas pessoas, notei que a espada não estava comigo e sim perto de uma árvore. Corri até ela, peguei-a e quando já estávamos conseguindo sair daquele local, a coisa apareceu na nossa frente. Foi tão rápido e assustador...

        - Não olhem no fundo dos seus olhos! – Enfiei a espada nos seus olhos e a cortei ao meio. Aquela fera grunhiu de dor, caiu no chão e apagou. Era isso, a luta finalmente acabara. Minha família e meus amigos finalmente estavam livres daqueles pesadelos que eu criei.

     - Corey, você foi muito corajoso, fiquei impressionada. – Falou a Frie me abraçando forte e com carinho. – Obrigada por me salvar e salvar a minha irmã.

    - Não foi nada, eu apenas fiz a minha obrigação. Mas tive um pouco de medo daquela coisa. – A Caitlin estava atrás de mim e já estava no seu estado normal.

   - Você? Com medo? Quem diria! Um menino que se acha como você, com medo de um simples pesadelo. – Falou a Caitlin no seu tom de deboche de sempre.

    - Não sou tão forte como você imagina. – Abracei todo mundo que havia salvo, até a Lindsay. Na mansão, fui até o meu quarto, deitei na cama e dormir num sono pesado. Só consegui acordar no dia seguinte.

  Narração da Caitlin:

     Quando eu e a Frie chegamos em casa, abracei-a forte e com lágrimas nos olhos falei:

     - Frie, senti tanto a sua falta.

     - Calma, Caitlin, estou aqui e agora nada poderá separar a nossa irmandade. Nem a coisa e nem ninguém!

     - Tenho medo que algo nos separe outra vez.

     - Nada vai nos separar, eu prometo!

  Abracei a Frie forte e deixei que minhas lágrimas fluíssem em seus ombros. Ficamos assistindo algum programa na televisão até às 15h, quando almoçamos um crepe. Depois disso, conversamos sobre o Corey.

  Narração do Corey:

     Aquele dia já era um domingo, eu havia acordado tarde e por isso só deu para jantar. Fiquei matando as saudades da Shelby e da Debby, depois fui ao meu quarto e fiquei avoado pensando na Caitlin. Será que finalmente iremos nos acertar? Eu não conseguia parar de pensar nela, pois a Caitlin foi a primeira garota a mudar o meu jeito de ser. Não é a toa que dizem que o amor pode mudar as pessoas. Na hora de dormir, quando fui fechar as janelas, vi diante do vidro alguém me observando. Saí da mansão procurar quem era que me observava logo naquela hora da noite, mas quando cheguei no local, não havia ninguém lá. Entrei na residência, voltei ao meu cômodo, deitei na cama e dormi. Pela primeira vez eu não tive pesadelos naquela mansão. Será que finalmente eu estava livre daqueles pesadelos? Ou será que é só armação daquela fera? Aliás, ela é capaz de qualquer coisa. Na segunda-feira, o clima estava agradável. Na hora de lavar o meu rosto, vi a Krysta diante do espelho me olhando.

     - Krysta, por que... – Na hora em que me virei para ela, ninguém mais estava atrás de mim. Procurei-a em todos os cômodos da casa e nada de encontrá-la. Era a segunda vez que em via alguém me observando e no final quando eu procurava, não era ninguém.

    - Corey, quero lhe agradecer por salvar a minha vida. – Falou a Shelby sorrindente e com um tom delicado.  Abracei a minha irmã forte e sorri.

   - Não foi nada, maninha. – No colégio, todos do corredor estavam me olhando e fofocando sobre mim. Me senti como se eu fosse alguém de outro planeta naquele momento. Uma garota morena em pele, com cabelos castanhos escuros, liso e com franja, veio em minha direção naturalmente. Seus olhos eram azuis.

  - Olá, Corey. Eu sou a Tabby, sua colega de classe.

  - Olá, me desculpe perguntar, mas você é novata? – Perguntei confuso.

  - Eu não sou novata. É que eu sou muito quieta e deve ser por isso que você nunca me viu. Deve ser porquê você é descolado. – Falou a garota me fixando com os olhos.

  - Eu mudei, não sou tão descolado assim.

   - Percebi, depois que você começou a andar com aquela garota, tudo na sua vida mudou.

   - Como assim? – Fiquei sem entender.

   - Sua população caiu, Corey. Digo, você não é o mais desejado da escola. – Por uns segundos refleti sobre o assunto e falei revoltado:

  - Claro que não foi por causa dela!

  - Quer testar que não foi por causa dela? Que tal você terminar com ela? Você verá que será o motivo novamente de garotas se descabelando.  – Tabby saiu com um sorriso no rosto. Mas o que aquela garota queria? Sentei no banco que tinha no meio do corredor e comecei a refletir sobre o assunto.

   Narração da Caitlin:

   Sentado em um banco no meio do corredor do Colégio Halls, vi o Corey com a cabeça baixa. Ele parecia estar refletindo. Fui em sua direção e perguntei:

   - Oi meu amor, pensando em mim?

   - Olá, Caitlin. – Seu tom não era animador.

   - Aconteceu algo para você está assim? Pode desabafar se quiser.

   - Não foi nada.

    - Corey, eu sei o que significa esse  “não foi nada”.

  - Você está certa, precisamos conversar.  – Foi aí que meu mundo inteiro desabou. Eu já vivi aquele precisamos conversar e não gostei nada.

   Sentei ao lado dele um pouco um tensa.

   - Caitlin, nós precisamos... Terminar, se é que  já tivemos algo.

   - Você está debochando né? Corey, isso não é algo que se brinque!

   - Não estou brincando. Nosso relacionamento só foi uma farsa, ou melhor, um passatempo. – Meus olhos começaram a se encher de lágrimas. – Eu só conquistei você como todas as outras garotas e admito, foi difícil lhe conquistar. Principalmente...

  - Não precisa mais falar nada, eu já entendi. – Falei num tom de choro.

  - Que bom que entendeu, poderemos ser amigos se quiser. – Fiz gesto de desprezo negando com a cabeça. As lágrimas dos meus olhos já estavam quase escapando quando corri até o banheiro e me tranquei em uma das portas e deixei aquelas lágrimas fluírem. Minutos depois, senti alguém se aproximando da porta em que eu estava. A pessoa tinha uma voz masculina.

  - Caitlin, qual o motivo das suas lágrimas? – Abri a porta e me deparei com um garoto de cabelos castanhos, lisos e olhos azuis, a sua pele era morena.

  - Como você sabe o meu nome e quem é você? – Falei num tom de choro.

  - Eu sou o Tobby, seu colega de classe. Desculpe entrar no banheiro feminino desse jeito, mas escutei o seu choro e resolvi ver o que era.

  - Mas... Eu nunca lhe vi. – Falei confusa.

  - É que você vive com aquele novato que não prestou atenção nas outras pessoas.

  - Pena que eu não posso mais dizer que eu e aquele novato andamos juntos, nós acabamos de terminar.  – O Tobby se aproximou de mim e me deu um abraço apertado.

  - Esquece esse garoto, tem muitos por aí que você não percebe.  – Sorri para ele delicadamente.