Ao horizonte o sol estava se pondo.  Apenas podia-se enxergar o sol indo para seu novo destino. Foi nesse momento que Temperance Brennan estava sentada na praia, pensando em tudo que havia passado em sua vida. Na praia deserta ouvia-se o som das ondas quebrando na areia. O vento em seus cabelos chegavam a dar a sensação de liberdade. A liberdade que ela queria. Sua dor era maior do que podia aguentar. Ela queria apenas dormir e nunca mais ter que acordar, nunca mais ter que sentir aquela dor insuportável que atacava seu peito cada vez que ela pensava em seus pais, seu irmão, sua “família”.

Era nisso que ela pensava quando se aproximou do mar. Sentiu a água aos seus pés. Estava com um vestido que chegava aos seus pés, que já estava completamente encharcado. Mas ela não se importava, queria apenas esquecer. Continuou andando, sem pensar em nada, lembrando-se apenas dos bons momentos. Seria esse o seu destino? Uma garota de 17 anos, que cometeu suicídio em uma praia deserta, para poder esquecer. Não deveria ser tão fácil, mas e daí? Ela apenas continuou. Ate que a água já não a deixava respirar direito. Ate o momento em que sentiu alguém a puxar...

Horas antes....

*POV Brennan*

Hoje faz dois anos, desde o inicio do declínio da minha vida. Estou aqui, sentada em frente a minha Irma adotiva, Felipa.  Alguém com esse nome não deveria sofrer tanto. Olha quem fala, não é, Temperance?

Mas não ligo mais. Queria apenas ir para algum lugar, longe daqui, sem ninguém, sem nada.

Olho para o lado e vejo minha “mãe” me olhando com cara de desprezo. Claro, o que mais ela poderia sentir? Se nem minha família se importou, por que ela deveria? Afinal, eu não sou  ninguém, nada.

Sabe o que? Vou sair, o ódio estampado nos olhos dela já estão fazendo-me sofrer mais do que já sofro. Apenas para esclarecer meus pensamentos, meus desejos. Elas não se importam se eu vou hoje, se volto amanha, se não volto. Sempre foi assim, sempre vai ser.

Andando pela rua na primavera, vendo as flores bonitas, vendo as famílias nos parques. Resolvi ir para um lugar que costumava ser nosso. Meu e de minha família. Aquela praia onde passamos ótimos momentos juntos. Aquela praia que poucos conheciam, e aqueles que conheciam tinham um refugio de seus pesadelos, vulgarmente chamados de vida.

Queria apenas sentar na areia e pensar. Foi exatamente o que fiz. Mas em um certo ponto, meus pensamentos começaram a pensar em maneiras de me livra dessa dor. De fugir dessa angustia. Queria ao menos parar de pensar nos últimos momentos em que vi minha família. Foi ai que tive a ideia. Me levantei, mergulhei em um mar de emoções, tentei esquecer...

Seeley’s POV

Eu estava na praia, uma meio isolada. Adoro trazer minhas namoradas aqui. Adoro vir aqui para pensar, ainda mais agora, morando com meu avô. Minha mãe me abandonou, meu pai?  Me fez sofrer.

Apenas alguns momentos depois de chegar na praia, vi uma jovem, uns dois anos mais nova do que eu, vestida com um vestido ate seus pés. Sentou-se na areia, ficou um bom tempo ali, apenas pensando. Derrepente vi uma lagrima escorrer por suas bochechas rosadas. Ela se levantou e andou ate o mar. A água começou a bater em seus pés, mas ela não parou, o vestido se grudando ao seu corpo. Então eu percebi o que ela iria fazer. Me apressei em correr em direção ao mar. Ela mergulhou, eu apressei meus passos . Rapidamente mergulhei e puxei-a pelo braço ate a areia da praia.

Tentei fazê-la reagir, mas não adiantou. Colei meus lábios ao daquela jovem moça que eu nem conhecia, apenas para salvá-la. Empurrei ar em seus pulmões  ate o momento em que o ar expulsou a água no mar que tinha sido acumulada em seu pulmões. Ela tossiu e abriu seus lindos olhos azuis. Sua expressão era de confusão. Me deu pena. Uma jovem tão bonita não deveria sofrer tanto.

*fim POV Booth*

Temperance olhou para ele, não entendia o que havia acabado de acontecer.

- Por que fez isso?- perguntou ela quando conseguiu.

-Por que você ia se matar.- disse ele.

- Você não acha que eu deveria estar fazendo isso por um motivo?- agora ela estava irritada.

-Hey, me desculpe se eu salvei a sua vida.

-E se eu não quisesse ser salva?

-O que te faz pensar desse jeito?

-Isso realmente não é da sua conta.- disse ela se levantando.

-Woa! Aonde pensa que vai? Não vou te deixar por ai sozinha. Não depois de ter tentado se matar. Voce vai para a minha casa, vai trocar essa roupa e depois e te levo para a sua casa.

-De jeito nenhum! Eu não tenho que te obedecer!

-Por favor. Eu juro que nunca mais vou te perturbar, nunca mais vou nem te ver!- ele olhou nos olhos dela. Ela viu a sinceridade nos olhos dele, sentiu-se segura.

-Ok. Mas depois você some da minha vida!

-Feito!- falou ele sorrindo charmosamente.

Eles se levantaram e foram ate o carro de Booth, que não era muito novo ou grande, realmente apenas para as necessidades. Quando chegaram na casa de Booth, ele mandou-a ir para o quarto dele que ele iria arrumar umas roupas para ela. Assim ela fez. Enquanto ela estava no banheiro ele foi falar com Hank, para poder explicar a situação da jovem moça que ele percebeu não saber o nome.

-Pops?

-O que foi baixinho? – falou Hank, depois de abaixar o jornal em cima da mesa da sala de jantar.

-É..er, hoje aconteceu uma coisa enquanto eu estava na praia, tinha uma jovem e ela..... bom, ela tentou se matar- Hank se assustou- eu vi de longe, ela tentou se afogar, e eu a salvei e agora ela esta no meu banheiro tomando banho. E eu não sei o que fazer. –Seeley se sentou rendido na cadeira a frente de Hank.

Hank olhou para ele e disse:

-Dê apoio para ela baixinho, se ela fez isso,, ela tinha um motivo. Ela deve sofrer muito, as vezes o sofrimento nos leva a pensar que a morte é a melhor saída, mesmo quando ela não é.Dê alguma roupa sua para ela vestir, acho que as roupas de sua mãe não iram caber nela. Dê suporte, ok?

-Claro, Pops. Mas, não sei, tem algo diferente nela. Quando eu tive que fazer respiração boca-a-boca nela, eu senti algo, algo diferente.

-Quando duas almas estão destinadas a estar juntas, nada pode as impedi-las . As vezes, as pessoas se encontram assim... por acaso, obra do destino.

-Eu vou achar roupas para ela.- e ele foi para o seu quarto. Pegou uma camiseta e um shorts. Bateu na porta e deixou a roupa para ela.

Minutos depois ela saiu do quarto, vestida com a roupa dele. Ele achou que nunca tinha visto uma cena tão bonita. Resolveu coversar com ela.

-Então senhorita, que tal me dizer o seu nome?-falou Booth simpático.

-Para que você quer saber? Não ia sumir da minha vida?

-Eu ate ia, mas não posso, gostei de você.Acredite, quando eu gosto de alguém, eu  não desisto fácil.Agora vem comer alguma coisa. Você esta com cara de fome.

-Eu não estou com fome! Só quero voltar para aquele lugar.

-Que lugar?

-A minha c..asa.

-Por que será que eu não acredito em você?

-Estou falando a verdade, se você não acredita, o problema é seu.                            

-Você ainda não me disse o seu nome.

-Nem você, por acaso.- disse ela.

-Claro. Sou Seeley Booth, tenho 19 anos,  e vou me alistar ao exercito no ano que vem. Você...?

-Ok...Sou Temperance Brennan , tenho 17 anos, e estou tentando uma bolsa para estudar Antropologia.

-Que tal me dizer o por que de querer se matar?

-Eu... acho que ainda não é o momento certo.

-Olha só, Tempe. Não importa o que aconteça eu vou estar aqui, pro que você precisar!

-Eu não sei por que, mas acho que socialmente falando, eu deveria te dizer obrigada agora. Então, Obrigada.

-De nada.- ele respondeu sorrindo.

-Eu realmente deveria voltar para casa, vou acabar arranjando problemas.- disse ela  seria.

-Claro, eu te levo.