Nova Vida,Novos Sentimentos escrita por JullieWarner


Capítulo 6
Descobrindo o que há entre os escombros.


Notas iniciais do capítulo

Galera daora,esse capítulo tá mais arriado ainda :3 KKKKKKK Mals pela demored, tão acabando as provas :3 continuem lendo



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Caminhei entre as árvores para ver se conseguia descobrir o autor daquelas frases tão repulsivas.

Andei, e fiquei escorada atrás de uma árvore enorme, cujas folhas tampavam todo o meu corpo,porém possibilitando que eu descobrisse o que estava acontecendo ali.

Era ele...o menino que tomara meu pensamento o dia todo...Brian.

Ele estava em volta de uma fogueira, mas não era uma fogueira comum.

Não tinha madeira queimada,era alguma coisa diferente...parecia...carne humana.

Gelei por dentro, uma fogueira com carne humana não era contida nem no folclore.

Foi ai, que eu me arrepiei inteira, e suei frio. Brian...ele estava coberto por sangue.Haviam cortes por todos os cantos de seu corpo. Ele usava uma camiseta do Iron Maiden, que também estava ensanguentada.

Tanto,que não dava nem para ler direito o nome da banda.Eu fiquei boquiaberta,mas eu me contive para não gritar.

Mordi o meu dedo,pra tentar conter o nervosismo.

Era uma mania minha.Mordi tanto que ele ficou da cor de uma beterraba.Sei que já presenciei situações piores,mas a que estava vendo me chocou mais do que todas.

Era o Brian...aquele o qual conseguiu me tocar em apenas algumas horas.

”Corra,o mais rápido que puder,algumas pragas,mesmo somente sendo vistas por você,podem te afetar do mesmo jeito.”


É,eu lembro deste conselho do Tim.Ele não saia da minha mente.Mas,eu estava me contendo muito para não ir até lá,cuidar dele.


Foi ai, que Brian caiu no chão,o sangue escorria até mesmo por seus olhos.

Eu não consegui.Não deu.Era impossível ficar olhando aquela cena,de camarote.

Corri até ele, o mais rápido que pude, e o segurei em meus braços antes que ele pudesse desacordar.


–Você...você consegue me ouvir? – eu disse, no meio de minha respiração ofegante.


Seus olhos estavam quase se fechando,quando eu o abracei com força,na esperança de reanimá-lo. Seus olhos,agora não tão castanhos,se abriram em uma inquietação inumana.


–O que...-ele tentou dizer,mas parou no meio da frase.


Eu o soltei, e sentei ao seu lado,colocando sua cabeça na minha perna.Soprei os cortes que haviam em seu rosto, e ele foi se acalmando.


–Você precisa ir á um hospital.Ainda dá tempo.-eu disse, posicionando meus olhos azuis nervosos nele.


–O que...-ele olhou para mim, e pegou em meu braço.-O que você está fazendo aqui? –Ele se levantou,ou pelo menos tentou, e cambaleando,conseguiu sentar, e me encarar brutalmente.


–Eu estava indo...-parei, e suspirei.Olhei fundo nos olhos dele, ele parecia...irritado.Mas isso não me importava.

Eu não ia deixar o garoto o qual me chamou tanto a atenção,sangrar até morrer.-Esquece. O que você estava fazendo? Hemorragia não é brincadeira.


Por mais incrível que pareça,ele conseguiu soltar um riso sádico. O mais sádico e irônico que eu já tinha ouvido.


–Eu não brinco.E isso é normal pra mim.É rotina.-ele levantou as sobrancelhas, e começou a me fitar dos pés a cabeça. – Eu só não sei...-ele parou, e se fechou completamente.


–Não sabe o que? Que a morte é inevitável, e quando a chamamos ela vem apressada? –Revirei os olhos.Fingir ser durona não é o meu forte.


–Não sei porque deu errado hoje...-ele se aproximou de mim,e baixou os olhos.-Eu nunca...nunca...


–Nunca se machuca?Sinto-lhe dizer,mas você não é imortal.-eu estava tentando parecer forte,mas nesse aspecto,eu não sou nem um pouco.


–Ou eu penso que não sou.Nunca se sabe...a ressurreição não existe? – ele riu novamente,e ao passar a mão sobre um dos cortes, talvez o mais profundo,sentiu uma dor que pode ser percebida em seus olhos.


–Calma,não faz isso.Deixa eu fazer uma coisa para melhorar...-eu disse,fazendo com que a pose de durona desaparessece completamente.

Ele tentou se curvar,indo para trás,tentando se livrar de mim,mas algo fez com que ele desistisse, e respondesse com a cabeça que “estava tudo bem de eu ajudá-lo.”


Coloquei o braço dele em minhas pernas e comecei a assoprar suavemente,fazendo com que a dor fosse desaparecendo devagar.


Ficamos em silêncio alguns minutos,até que ele o quebrou:


–Você é a Frances,não é? – ele encarou meus olhos de forma mansa.


–Sim...-eu continuei assoprando seus cortes,que estavam horrivelmente fundos.Eu queria continuar a conversa,mas algo me impediu.Medo...talvez...


–Que pena eu tenho de você...-ele riu sadicamente,mais uma vez.O quão sádico esse garoto poderia ser?


–Pena? – eu o encarei, da mesma forma brutal que ele fazia comigo.


–É...você saiu de um país estupendo,pra vir morar nessa porcaria.E aquela escola,é um ponto de confinação sem tamanho.Os que entram, tem o sonho mortal de sair.E os que saem,na maioria das vezes,não são mais os mesmos.

–Ele me disse,mordendo os lábios que iam ficando cada vez mais roxos por causa do frio.


–Confinação...pra mim toda a escola é uma espécie de cadeia.Algumas tem seus prisioneiros comportados, e outras tem aqueles que fingem,mas ás escombras fazem coisas que ninguém imagina.-

Eu peguei seu outro braço, e o fiz gemer de dor.O olhei como forma de desculpas, e comecei a assoprá-lo suavemente,da mesma forma que havia feito com o outro.


Ele sorriu,já não sadicamente.


–Você tem sorte de ter uma mente...aberta.Poucas pessoas entendem minha forma de filosofar.Na verdade, de ver a realidade.


Tomei coragem, e continuei a conversa.


–Esta escola tem algo que me intriga.E não só os alunos...os professores principalmente.


Ele ficou nervoso, e tirando seu braço de minha posse,gritou:


–OS PROFESSORES SÃO UNS FILHOS DA MÃE,MERECEM MORRER,MERECEM QUEIMAR NO FOGO DO...ALIÁS,MERECEM QUEIMAR EM LUGAR PIOR,MUITO PIOR.


Percebi que tinha feito uma imensa burrada. Me lembrara dos xingamentos horrorosos que ele havia feito como referência ao professor.

Eu não podia deixá-lo nervoso,não naquela situação.

Eu tinha que fazer uma frase inteligente o bastante que o fizesse se acalmar e permanecer ali,me deixando curá-lo devagar.

A melhor coisa que pensei,pois ele já havia se levantado para seguir seu caminho,foi

–Não vou falar para você se acalmar,pois eu sei o quanto os professores podem ser cruéis.Aliás,as pessoas são.


Ele se virou, e caminhou novamente em minha direção,sentando ao meu lado,na posição anterior em que estava.


Ele me olhou com uma expressão maravilhada, porém não querendo demonstrá-la muito,voltou a me encarar e a ficar em silêncio.


Eu queria muito quebrar aquele silêncio,então me arrisquei.


–Brian,eu...

Ele me interrompeu antes que eu pudesse dizer mais alguma palavra.


–Não me chama de Brian. – ele se curvou,e me olhou desconfortável.


Eu não era de me irritar,principalmente com alguém como ele.Mas senti uma pontinha de incomodo.

Dizem que uma das piores dores humanas é o silêncio.Então eu decidi destá-lo.

Sorri sádicamente como ele,assoprei seu último corte, e passei a mão sobre ele.Eles estavam menores.

Não disse uma palavra.Ficamos uns 15 minutos naquele clima terrível.Ele me olhava,não parava um segundo se quer.Eu só olhava para o chão,coberto de foligem.


–Me...per...do...Tá Frances,que saco! Me chama do que você quiser, menos de Brian. Me chama de besta,inútil,idiota,menos de Brian.Brian é pior do que isso tudo. Eu não queria te deixar calada.Eu só...odeio esse nome.Mortalmente. – ele se irritou, e se curvou novamente,virando seu rosto.


Eu me aproximei dele, e com um pouco de compreensão,segurei em suas mãos geladas e disse:


–Eu não me importo em não te chamar assim.E muito menos em te chamar de besta,ou coisas que você definitivamente não é.Te chamo de...


Marilyn.Marilyn Manson.-ele virou seu rosto,me encarando.

Soltei suas mãos, e tentei sorrir.



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