Same Mistake. escrita por E R Henker


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpem, sei que o capítulo demorou. Mas o que posso dizer em minha defesa? Tive duas semanas de provas na faculdade, e consegui perder boa parte do capítulo que eu já tinha escrito.
(azarada, eu? hehehe)
No mais, espero que gostem! ;)



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O tempo começara a esfriar enquanto o crepúsculo se aproximava,o bosque já estava a mergulhar nas sombras da noite, e fazia cerca de um terço de hora que ele estava ali, caminhando de um lado para o outro enquanto a aguardava.


Robb fechou os olhos com força e passou a mão pelo rosto, precisava se acalmar antes que a garota viesse. Ele não conseguia pensar direito, sabia que precisava se desculpar, mas também queria ouvir boas explicações vindas dela. Ela não era uma criança como Arya, que poderia se dar ao luxo de certas rebeldias, já deveria ter aprendido que não se pode ter tudo o que se quer. E ainda assim, sabendo de tudo isso, ali estava ele; esperando por ela.


Mas o que ele poderia fazer que não isso? As mãos que ainda tremiam devido à força com que empunhara a espada e desferira seus golpes, eram as mesmas que ansiavam por poder lhe tocar os cabelos sedosos e o rosto delicado. Ele precisava ter ela a seu alcance, poder segurar o corpo delgado junto ao seu, ter a certeza de que não estava ferida, e só então ele poderia retomar a calma que ela havia lhe tirado.


– Não sabia se ainda estarias aqui, eu... – Robb estivera tão perdido em pensamentos, que nem vira ela se aproximar. Recobrado de seu lapso, caminhou até a garota e grudou seus lábios aos dela. Não lhe importava o que quer que ela tivesse a dizer, haveria tempo para isso depois, agora ele só queria voltar a provar do seu gosto.


Aileen entreabriu os lábios e permitiu que ele aprofundasse o beijo, suas línguas dançavam enquanto ela lhe agarrava pela nuca e colava o corpo ao seu. Segurou o rosto delicado com força, punindo-a por ser como era, por ser quem era. Mas principalmente punindo a si mesmo por não ter sido capaz de aprender, mesmo depois de tanto tempo, a lidar com o que ela significava para si.


Robb gemeu quando ela passou a controlar o beijo, ritmando-o, deixando-o mais lento e provocante. Era típico dela, querer estar sempre no controle, e se ele não gostasse tanto da forma como ela conduzia o beijo teria voltado a ficar furioso. Desgrudou seus lábios dos dela, unindo suas testas, não estava pronto ainda para separar seus corpos.


– Por um momento julguei que não fosses mais vir. – por mais superioridade e poder que ele tentasse demonstrar, sua voz ainda soava como a de um garotinho que temia desagradar sua mãe.


Ela sorriu docemente, estivera o esperando naquele mesmo local durante uma boa quantia de tempo antes de resolver voltar para seu quarto.Isso havia sido pouco tempo após toda a cena que ocorrera durante o treinamento da tarde, talvez ele ainda não estivesse pronto para vê-la naquele momento. Foi lá, em seu quarto, que Maya a encontrou, olhando para fora da janela com um ar melancólico. A garota parecia agitada quando adentrou o local, mas Aileen parara de prestar atenção em qualquer outra coisa depois que a amiga lhe dissera que Robb estava a esperando no mesmo local de sempre.


Aileen passara à tarde em um misto de emoções, ficara frustrada com Robb, agradecida a Jon, e embora tivesse saído do treino com um sorriso nos lábios o sentimento de derrota permaneceu em sua mente. Quando Robb não apareceu para vê-la, foi o medo que começou a tomar conta de si. Temeu que pudesse ter ido longe demais, que o jovem Stark não conseguisse perdoar suas atitudes desta vez, não quando ela tentara o humilhar publicamente.


– Quando vais entender? – acariciou os lábios masculinos, e sorriu quando ele plantou um beijo na palma da sua mão – Tu és o homem da minha vida Robb Stark, e nada mudará isso!


Robb voltou a lhe beijar, apagando momentaneamente da mente dos dois todas as dúvidas e angustias que passaram. Ele queria poder a ter em seus braços sempre, da forma correta, a queria como prometida, para que todos soubessem que ela lhe pertencia. Para que todos entendessem, de uma vez por todas, que qualquer gesto ou olhar direcionado a ela estaria sendo observado e, se necessário, seria punido.


O simples pensamento trouxe sua fúria à tona, Aileen fora terrivelmente imprudente ao lhe chamar para um combate, principalmente depois do que acontecera da última vez, e lhe doeu ter de dizer não a ela. Quando Jon Snow tomou o seu lugar e a desafiou, ele achou que fosse alguma brincadeira sem graça vinda do meio-irmão, mas depois pensou que havia entendido a situação, que Jon a deixaria ganhar facilmente para que ela não saísse humilhada de lá e então passou a se sentir grato ao garoto. Mesmo que a ideia ainda o desagradasse, este seria um modo de ludibria-la. Porém o bastardo não estava disposto a perder, ele exigiu que Aileen desse o seu melhor, e ela parecia estar encantada com o fato de alguém a estar tratando como igual. Robb até poderia ter perdoado o meio-irmão não fosse o modo como a luta terminou, sua menina proferiu um golpe, o mesmo fatídico golpe que ela usara quando lutou contra ele, e Jon terminou a luta com a espada apontada para o rosto dela.


Aileen era sua, e se ele próprio havia a magoado deixando de lhe dar combate por pensar em seu bem estar, quem Jon Snow pensou que era ao tomar o seu lugar? Como ele pôde se atrever de tal modo?Mas agora estava tudo resolvido, pois independente de quem Jon achara que era, Robb acabou por recolocá-lo em seu lugar.


– Quero que me prometas que não voltará a fazer algo assim. – ela ainda estava um pouco perdida devido à interrupção abrupta do beijo, e demorou alguns segundos para entender o que estava acontecendo.


Suspirou, houve um tempo no qual ela desejava que ele pudesse lhe entender, mas então ela percebeu que Robb jamais conseguiria fazer isso, pois ele não era Jon, e ele nunca saberia o peso do fardo de se ser um bastardo.


– Tu insistes em me pedir o impossível! –embora sorrisse, a verdade por trás das palavras proferidas insistia em lembrar-lhe o quão errada aquela relação era.


Robb fixou seus olhos naqueles lábios que ele tão bem conhecia e dos quais tanto gostava, conhecia Aileen o suficiente para saber que por trás daquele sorriso havia muito escondido. Mas, por ora, preferiu fechar os olhos para todos os mistérios da sua garota e fingir que as coisas eram simples ao menos uma vez na vida.


– Se tu sentisses por mim o mesmo que sinto por ti, jamais dirias isto. –ela quis dizer que o amava além do que ele conseguiria compreender, mas Robb lhe tomou os lábios e qualquer pensamento racional que ela pudesse ter evaporou-se.


Ela amava o modo como os lábios dele massageavam aos seus, e a língua dele dançava dentro de sua boca, enquanto uma de suas mãos lhe segurava pelos ombros e a outra a agarrava pela nuca. Robb sempre a segurava de forma possessiva, e Aileen, que nunca gostara de sentir-se presa, derretia-se nos braços de seu carcereiro.


O jovem lobo a prensou contra uma árvore, e enquanto lhe puxava levemente os cabelos com uma mão, com a outra passou a lhe acariciar a cintura e as costas. Ela gemia, sem saber se o fazia por causa dos puxões recebidos, ou pelo prazer das carícias. Quando Robb grudou o corpo ao seu, a bastarda teve absoluta certeza do por que ambos gemeram.


– Me prometa, - passou a lhe beijar o pescoço, deixando vermelha a pele que antes era alva – diga aquilo que quero ouvir.


Aileen jogou sua cabeça para trás e tentou recobrar um pouco de sua sanidade, já que o controle era algo que ela havia perdido há tempo. Robb lhe mordeu o lóbulo esquerdo e sussurrou “Faça isso por mim”, e foi só então que ela percebeu o que estava acontecendo. As lágrimas subiram aos seus olhos, mas ela manteve-se firme.


– Não consegues entender que me preocupo contigo, – ele tinha o rosto delicado entre as mãos, os olhos lilases brilhavam intensamente – que não posso sequer imaginar vê-la ferida? Como não enxergas isso, Aileen?


Em qualquer outro momento ela teria sorrido e contornado a situação, faria Robb se acalmar e manipularia a ocasião a seu favor, mas ela estava cansada de tudo aquilo.


– Talvez sejamos dois cegos, Robb. – os lábios masculinos ergueram em um breve e quase inexistente sorriso – Pois tu pareces não enxergar que estou bem, que nada de ruim me ocorreu, que não há motivos para...


– Não ouse me dizer que não há motivos! – afastou-se cerca de três passos dela, virando-se de costas para que não precisasse olhá-la, Aileen lhe tirara o juízo há muito, e às vezes ele temia o que isso poderia significar.


A bastarda estremeceu, ter o corpo masculino longe do seu a afetou talvez até mais do que a presença dele o havia feito. Pelos deuses, Robb a afetava de todas as formas, estando ele presente ou não. Ela se perguntou se haveria um dia onde isso mudaria, e silenciosamente pediu para que não. Independente de qualquer coisa, o amor que sentia pelo jovem lobo era parte importante naquilo que a fazia ser quem era. Robb era parte de si, nada mudaria isso.


– Eu estou bem, Robb. Estou bem! – Aileen queria poder ser capaz de força-lo a entender aquilo, era ridículo o modo como ele preferia manter-se cego a toda a situação – Jon venceu o combate, é verdade, mas ele não me machucou. Jon jamais me machucaria.


Foi como atear fogovivo em alguém e assistir ele queimar, Robb, que estava a andar de um lado para o outro tentando retomar a calma, encarou a garota de um modo assassino e avançou contra ela, como um lobo faminto prestes a lhe devorar.


– Jon nunca lhe machucaria? Jon?! – ele gritava, havia a agarrado pelos ombros enquanto a mantinha pressionada contra a árvore.


Aileen arregalou os olhos, foram poucas às vezes na qual ela havia o visto tão transtornado. E nenhuma delas havia sido por algo tão banal.


– E eu, Aileen? Eu lhe machucaria, não é mesmo? – os olhos azuis pareciam carregar dentro de si o próprio Inverno – É isso que estas a dizer?


Robb a soltou, passando a apoiar as mãos na árvore atrás dela, unindo assim mais os seus corpos. A expressão em seu rosto era de tristeza, e a garota sentiu seu coração apertar.


– Robb, eu não quis... – sua voz era delicada, mas a angústia parecia querer lhe consumir.


– Não lhe culpo por isso, afinal estais certa. – os olhos lilases estavam molhados, e duas lágrimas deslizaram pelo rosto delicado – Como é possível que eu, que seria capaz de mobilizar todo o Norte apenas para manter a tua segurança, não consigo deixar de te ferir? Me diga, Aileen. Por favor, apenas me diga.


Ela, que não sabia responder com palavras o que o jovem lobo queria ouvir, o respondeu com um gesto. Tocou levemente o rosto jovem e angustiado, puxando-o para si. Robb a abraçou, seus lábios repousando displicentes na curva do pescoço feminino enquanto ela acariciava seus cabelos e o abraçava. Ficaram assim por um tempo, abraçados, ouvindo apenas a respiração um do outros e o barulho natural do bosque.


– Crês que Jon possa vir a me perdoar? –Aileen retesou-se diante da pergunta, finalmente começando a compreender todos os fatores existentes por trás de toda a discussão –Quando dei por mim já estava desafiando-o para um combate, e então tudo aconteceu perante meus olhos e eu não possuía mais controle sobre nada. Meu irmão é um bastardo, e ainda assim teve maior decência e bom senso do que eu.


Robb afastou-se quando notou que as mãos dela não mais o acarinhavam, e embora o rosto que ele tanto amava estivesse sereno, era frieza que ela exalava. Ele sabia que havia a magoado, assim como havia machucado Jon. Houve um tempo onde os três conviviam na mais completa harmonia, mas em dado momento, o qual nenhum dos três saberia precisar, onde o elo que os unia começara a ruir.


– Jon irá lhe perdoar, tenho a certeza disto, - as duas pedras ametistas que eram os olhos dela reluziram – mas e tu, será capaz de fazê-lo?


Com a pergunta pairando no ar Aileen deu as costas ao bosque e ao garoto, caminhou com passos precisos e ligeiros, havia sobriedade e beleza em cada gesto meticulosamente feito, pois era só desta forma que ela conseguia manter o controle sobre si. Foi só quando aproximou-se do castelo que passou a correr.

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Fazia uma boa quantia de tempo que as mãos pequenas e frias trabalhavam em si, quando ela adentrara em seu quarto, silenciosa e de movimentos precisos, Jon não pode evitar a mais sutil das decepções. Os lábios dela formaram um sorriso singelo, seus olhos pareciam desculpar-se, e isto foi o mais próximo de um diálogo que eles tiveram. Maya o ajudou a tirar sua camisa e o fez sentar na cama, logo após passando a tratar seus machucados.


Quando Aileen se afastara mais cedo no pátio ele ainda tinha um sorriso nos lábios, ao passar os olhos rapidamente por Maya viu que a garota tinha uma expressão triste, mas preferiu ignorar o fato. Foi ainda com um sorriso que Jon finalmente pôs os olhos em Robb, e ele logo soube que o Inverno estava vindo muito antes do irmão abrir a boca.


A luta fora dura, Robb estava mais focado em bater e machucar do que em vencer. O herdeiro de Winterfell estava furioso, e Jon não quis desafiá-lo, apenas recuava e aceitava os golpes recebidos. E quanto mais o bastardo recuava, mais forte o jovem lobo batia, chegando a um ponto irracional onde o combate fora esquecido e tudo era reduzido a uma briga estúpida onde dois garotos se batiam com pedaços de pau. SorRodrik não estava por perto para acabar com aquilo, foi preciso que Jory intervisse e declarasse Robb campeão antes que eles partissem para as vias de fato.


Jon manteve a cabeça erguida enquanto percorria o pátio em direção ao castelo, mas não olhou nos olhos de nenhum dos presentes. Entedia seu papel em toda aquela encenação, e o aceitou no momento em que se pôs diante de Aileen e a desafiou para o combate, mas o que ele poderia fazer que não aquilo? Deixar a garota na situação na qual estava era inviável, deixa-la, em qualquer situação, lhe parecia inviável. Então apenas aceitara tudo que viera após isso, pois era o preço que ele deveria pagar.


Olhou ao redor, procurando por algo que o distraísse de seus pensamentos. Maya passava uma substância pastosa em suas costelas, onde uma mancha roxa começava a aparecer. Robb havia lhe batido essencialmente no lado direito do corpo, mas Jon amortecera boa parte dos golpes com sua espada, o pior havia sido suas mãos e a dor em seu braço direito, quanto ao resto o bastardo não podia reclamar.


Os cabelos castanhos e selvagens de Maya caiam por seu rosto enquanto ela se inclinava sobre ele para melhor lhe tratar, ele não pode deixar de notar como ela parecia doce e sábia, o semblante sereno de quem sabia exatamente o que estava fazendo. Buscou os olhos castanhos, em uma necessidade súbita de agarrar-se a algo que não fossem seus pensamentos atuais, e os encontrou límpidos e focados no que faziam.


Olhando para Maya naquele momento, seu tamanho diminuto, a leveza de seu toque, a selvageria e a doçura estampada em seu rosto, Jon simplesmente pensou que poderia se apaixonar por ela. Ergueu a mão que não estava machucada e colocou uma mecha dos cabelos castanhos atrás da orelha feminina, sorrindo levemente ao fazê-lo.


– Não faças isso Jon Snow, - o tom em sua voz era pesaroso, trazendo culpa ao garoto – não dificulte mais ainda toda esta situação.


– Desculpe-me. – foi a única coisa que ele foi capaz de falar.


Permaneceram em um silêncio constrangedor pelo restante do tempo, até o momento em que Maya levantou-se e começou a organizar os unguentos e remédios que havia trazido consigo. Jon abriu a boca para lhe agradecer, mas a selvagem simplesmente negou com a cabeça, palavras não lhe diziam muito.


– Não trate de tua mão, deixe-a assim. – Jon olhou para sua mão machucada, as juntas dos dedos criavam novas crostas de sangue – As pessoas devem aprender a conviver com o resultado de suas atitudes, - e dizendo isso ela saiu do quarto, deixando ele sozinho com seus machucados e pensamentos.


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Quando ela irrompera pelo quarto, Jon chegou a pensar que pudesse vir a ser Maya, voltando para buscar algo que pudesse ter esquecido, mas o silêncio abrupto que se deu, o fez abrir os olhos para encarar sua mais nova visitante. Aileen tinha as maçãs do rosto vermelhas e os cabelos levemente bagunçados, parecia afogueada, como se houvesse participado de uma pequena corrida. As mãos delicadas estavam junto aos lábios, os olhos arregalados demonstrando o choque.


– Oh, Jon! – a súplica chorada o fez querer sorrir – Me perdoe, eu deveria ter sido mais sensata, e...


– Aileen, eu estou bem. - ele chamou, e o simples fato de ouvir seu nome sendo dito por ele deixou-a calma. Tudo que vinha de Jon tinha o dom de lhe acalmar, a interdependência que havia naquela relação era sedutora e perigosa.


Correu os olhos pelo corpo masculino, a pele tão clara quanto os lençóis sob os quais ele deitava, havia uma grande mancha marrom no lado direito do tórax o que significava que Maya estivera por ali. Era estranho pensar que não fora a primeira a correr em seu auxílio, que Jon possa ter encontrado cuidados em outras mãos que não as dela, mas Aileen sabia que se fosse ser verdadeiramente sinceraadmitiria que as coisas sempre haviam sido assim. Robb sempre estivera em primeiro lugar, embora fosse para Jon que ela sempre acabava correndo.


– Eu devia ter imaginado que... – Jon ergueu as sobrancelhas e ela parou de falar, afinal, teria ela como saber no que desencadearia o simples ato de oferecer combate a Robb? Suspirou longamente, que os deuses pudessem lhe perdoar caso tudo aquilo não passasse de pura prepotência de sua parte, mas algo lhe dizia que sim.


Sentou-se ao lado dele na cama e trouxe as mãos masculinas até seu colo, onde passou a brincar com elas distraidamente, não lhe importava a falta de pudor ou qualquer ofensa semelhante que aquilo poderia demonstrar, só queria poder permanecer ali.


Quando correra para longe de Robb o que ela mais precisava era de colo, de um abraço amigo e palavras reconfortantes, então ela correra para a única pessoa que poderia lhe dar aquilo. Jon sempre estivera presente quando ela precisou, e ela nem sempre soube retribuir. As vezes ela se perguntava se seria, um dia, capaz de fazê-lo.


– Qual o motivo por trás das lágrimas, Aileen? – a voz dele lhe trouxe de volta ao presente, os olhos escuros estavam fixos em si e ela finalmente percebeu que estava chorando.


Jon tirou sua mão das dela e a levou até a face feminina, secando o rastro molhado existente enquanto novas gotículas passavam a cair.


–Estais dificultando meu serviço aqui, - ambos riram diante do comentário. Os olhos brilhantes e molhados, o sorriso aberto, Aileen lhe parecia como uma visão. Bela demais para ser real!


O bastardo sabia que havia muito de Robb por trás daquelas lágrimas, e algo lhe dizia que muito dele também, e era inevitável pensar no que isso tudo poderia significar. Por ora, preferiu apenas desfrutar da companhia dela e deixar tais pensamentos para mais tarde, fazendo o silêncio reinou entre eles.


– Não devias ter me deixado ganhar. – tirou a mão do rosto dela e a descansou no colchão, quando Aileen fez menção de que iria discordar, ele simplesmente prosseguiu – Estavas com a luta ganha até tentares o último golpe, casualmente o mesmo que usaras contra Robb na última luta.


Ela baixou a cabeça e sorriu levemente, preferia que Jon não tivesse percebido o fato. Mas a verdade é que vira Ned Stark assistindo a luta, e pensou que seria justo conceder este pequeno presente a Jon depois de tudo que ele fizera. Conhecia os golpes do bastardo, e sabia que a recíproca era verdadeira, então quando tentara o último movimento já sabia que ele identificaria o golpe e ganharia a luta.


– Não ouses me dizer que não sabes do que estou falando, - continuou, apertando carinhosamente a mão dela – eu estava lá quando usaste do mesmo golpe contra Robb e ele acabou por lhe quebrar o pulso.


– Como percebestes? – era sabido que ela e Jon eram unidos, mas nem mesmo ela conseguia entender como ele podia ter percebido sua intenção. Aileen sinceramente achava que havia enganado a todos, como lhe era de costume.


– Recuaste e interceptaste o meu golpe, ninguém que queira vencer um combate faz isso após dar um golpe arriscado daqueles, só quem tem medo do contragolpe o faz. –ela bufou levemente, o que o fez rir.


Ela não estava acostumada a não ter o controle sob as coisas, principalmente no que dizia respeito a Robb e Jon. Era estranho ser a manipulada da situação, e não a manipuladora.


Finalmente ela conseguira compreender toda a cena no bosque, o problema de Robb não dizia respeito ao combate ou a Jon, toda a revolta do Stark era sobre como Jon conseguira a vencer sem lhe machucar, ao passo que Robb acabara lhe quebrando o pulso numa situação idêntica a aquela. Fora Jon quem lhe contara que o herdeiro de Winterfell não saíra da porta de seu quarto enquanto o Maester avaliava a dimensão de seu ferimento, ou quanto a febre a abatera durante a noite. Aileen não se lembrava dos fatos, lhe disseram que havia algo relacionado a um choque causado pela dor, mas ninguém sabia precisar o motivo de fato.


– E, acima de tudo, te conheço muito bem! – a intenção de Jon fora lhe agradar, mas havia um aviso sutil por trás do sorriso que ele deu. Estava implícito o “Não voltes a fazer isto” que ele optou por não dizer.


– Terei isso em mente para uma próxima ocasião, -abaixou-se e lhe beijou a testa, passando a brincar com os cachos escuros – mas agora tu precisas dormir e descansar.


Jon não relutou, apenas fechou os olhos e ficou sentindo o calor do corpo feminino e o carinho em seus cabelos, pouco a pouco o sono foi se aproximando e ele finalmente adormeceu. Aileen ainda permaneceu no quarto por aproximadamente meia hora após ele ter dormido, com o pensamento longe e o coração angustiado.

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Maya perambulava pelo corredor, não conhecia exatamente o motivo, mas havia algo que lhe atraia para o lugar. Ouviu um gemido vindo de um dos quartos e se aproximou, sabia que não devia estar ali, mas isso não lhe impediu de grudar-se a porta do quarto quando outro gemido foi ouvido. A porta estava entreaberta, provavelmente um descuido, e ela pode identificar o motivo causador dos sons.


Theon estava nu, deitado sob as cobertas de sua cama, seu corpo brilhava de suor enquanto uma de suas mãos subia e descia por seu membro rijo, os movimentos rápidos e fortes o faziam gemer mais e mais. Maya nunca havia visto cena parecida, mas compreendia o que estava acontecendo, só não conseguia entender o que se passava com ela, o porquê não conseguia virar as costas e ir embora. E, principalmente, por qual motivo uma parte bem específica do corpo dela parecia lhe impulsionar para dentro do quarto.


O ato era uma das coisas mais belas que Maya já vira, o brilho do suor no corpo masculino, a entrega, o delírio e o prazer estampados nos olhos tão azuis. O modo íntimo e pessoal como ele tocava a si mesmo, como ele não dependia de ninguém para isto, a fez pensar em como Theon era parecido com ela. Ambos eram solitários em meio aos lobos, não faziam parte da matilha.


Os gemidos se intensificaram e ela soube que estava próximo do fim, os movimentos ficaram mais rápidos e Theon se contorcia sob o colchão, parecia arder em angústia e dor, Maya quis poder lhe ajudar com aquilo, aplacar o que ele estava sentindo, e então sentiu-secorar ao perceber o que tal pensamento implicava. Tudo terminou em com um gemido mais prologando e alto que os demais, e um líquido branco jorrando sobre as mãos e barriga masculina. A garota ofegou e acabou esbarrando na porta, o que chamou atenção do rapaz dentro do quarto.


Quando Theon chegou até a porta e olhou para fora da mesma não havia nem ao menos sombra de alguma pessoa no corredor, então simplesmente voltou para dentro e passou a se limpar para o jantar. Maya e Jon não apareceram para jantar naquela noite, ele por estar em repouso, como Aileen havia lhe dito, e Maya, por sua vez, passara a noite deitada em sua cama, onde começara a aprender que havia outro modo no qual ela poderia se abandonar ao prazer que não apenas o culto aos deuses no Bosque Sagrado.



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Notas finais do capítulo

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