Seattle – Casa dos Benson’s.
20.05.2011.
 Fora o barulho da  chuva torrencial o apartamento estava em um silencio total. A tensão no ar chegava a ser física, palpável, olhos azuis e castanhos se confrontavam em uma batalha. A mulher de aparentes vintes anos, de longos cabelos loiros cacheados, bateu com força sua mão na mesa.
- Eu não acredito! Simplesmente não acredito! – Ela balançou as mãos, com raiva – Como você pode cogitar  a ideia  de eu estar tento um caso com Brad? Com o Brad, o seu melhor amigo! Eu nunca, nunca, seria capaz de te trair!
 O homem moreno descruzou os braços.
- VOCÊ ACHA QUE EU SOU IDIOTA OU O QUE? ESTÁ NA CARA QUE VOCÊ E O BRAD ESTÃO TENDO UM CASO! NA CARA!
 Sam respirou fundo, tentando, inutilmente, reunir a calma que ela não tinha.
- OLHA AQUI, BENSON, EU NÃO ADIMITO QUE VOCÊ LEVANTE A VOZ PARA MIM, OUVIU? NÃO ADIMITO! EU EXIJO RESPEITO!
- EXIGE RESPEITO? – Ele riu ironicamente – VOCÊ COMETE ADULTERIO E AINDA EXIGE RESPEITO?
- EU NÃO AGUENTO MAIS! SIMPLESMENTE NÃO AGUENTO! VOCÊ É UM DOENTE FREDDIE, UM DOENTE!
- A MINHA MÃE TINHA RAZÃO QUANDO FALOU QUE EU NÃO DEVIA TER ME CASADO COM VOCÊ! E SE NÃO FOSSE ELA EU AINDA ESTARIA DE OLHOS FECHADOS!
- SE NÃO FOSSE A SUA MÃE? É CLARO QUE TINHA QUE TER UM DEDO DA MARISA NISSO TUDO!
 Ela tremia e, pela primeira vez, ele conseguiu constatar a raiva que ela estava sentindo. Ela deu um passo para a frente, ele deu um para traz. Apontou o dedo para ele.
- Se tem uma coisa da qual me arrependo, Benson, é de ter me casado com você, uma criançona que acredita em tudo o que a mãe diz. Acabou. Eu me recuso a aguentar isso. Sai da minha casa. SAI DA MINHA CASA AGORA!
- A casa também é minha! Eu não vou sair.
- Não vai sair? Pois então saio eu!
 E sem dizer mais uma palavra ela foi até seu quarto e pegou duas malas. Na maior ela colocou todas as suas roupas e na mala menor roupas de criança. A rapidez com que ela fez aquilo era inexplicável. Freddie apenas observava a cena paralisada, se dando, aos poucos, conta do que estava acontecendo.
 No outro quarto duas bebes, uma morena e uma loira, dormiam serenamente. Sam, com tudo arrumado, deu um beijo no neném de cabelinhos dourados.
- Adeus, Sophie, nunca esqueça que á mamãe te ama.
 Com um peso enorme no coração deu um ultimo olhar na menina e, delicadamente, levou aos seus braços Elizabeth, a bebe morena.
- Vamos, Lizzie.
 Suspirou.
- É assim que você quer, Sam?
- Não é assim que eu quero, Freddie, é assim que tem que ser.
 E dizendo isso, com Lizzie nos braços, foi embora, deixando um Freddie calado.
 A chuva, enfim, tinha cessado.

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Tribunal.
25.05.2011.
- Então, conforme a minha decisão, Elizabeth Puckett Benson ficara sob a custodia de Samantha Joy Puckett e Sophie Puckett Benson ficara sob a custodia de Freddie Benson – A juíza decidiu.
 Os dois se encararam. A magoa no olhar de ambos era visível.

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Lanchonete.
25.05.2011.
- Você tem certeza de que vai se mudar para a França, Sam? – Carly perguntou.
- Tenho. Quanto mais longe eu e Lizzie ficarmos dele melhor.
- Por quanto tempo você ficará lá?
- Por muito tempo. Talvez para sempre.
- Vai manter contato.
- Vou, só com você.
- Tem certeza mesmo?
- Tenho – Suspirou – Tenho.