Born To Be Wild escrita por Aphroditte Glabes


Capítulo 3
Capítulo 3 - Saturday Night


Notas iniciais do capítulo

oioioioio, mais um capítulo
espero que gostem



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Fui caminhando precariamente a minha casa que ficava a umas boas quadras dali. Quando cheguei e abri a porta, logo notei uma movimentação na cozinha. Minha mãe e meu pai vieram correndo para ver se era eu que tinha chegado. Assim que me viu, ela soltou um gritinho e veio me abraçar. Me afastei e ela deixou cair seus braços. Meu pai não foi tão compreensivo.

-Onde você estava?

-Por ai - falei, dando de ombros.

-Onde você estava? - ele repetiu, e então seu olhar baixou para meu pescoço - Que marcas são essas?

-Não é nada - falei, mas minha mãe que estava mais perto de mim me puxou para perto dela e tirou meu cabelo do caminho para ver melhor.

-Quem te deixou essas marcas?

-Ninguém, que droga - falei tentando ir em direção à escada, sendo impedida por meu pai.

-Fale agora! - ele gritou, me empurrando contra a parede.

-Adrian, pare - gritou minha mãe de volta, mas não a tempo de eu sentir uma mão bater bem forte em meu rosto.

-Eu não quero uma filha prostituta - ele cuspiu, com o rosto vermelho e as veias do pescoço saltadas.

-Eu não sou prostituta - gritei de volta.

Senti outra vez a mão contra meu rosto.

-Adrian - gritou minha mãe.

-Você realmente quer saber o que fiz durante a minha noite? - perguntei com lágrimas nos olhos por causa dos tapas - Não posso transar com quem eu quiser?

-Vagabunda... - ele disse e levantou novamente a mão.

-O que está acontecendo? - meu irmão mais novo, de apenas seis anos perguntou com a voz sonolenta, no topo das escadas.

Assim que me viu jogada no chão e com o rosto marcado e nosso pai com a mão levantada, ele correu até mim e me abraçou. Meu pai o encarou com raiva, mas minha mãe o puxou para a cozinha.

-O que foi? - Jared perguntou novamente.

-Não foi nada, vamos lá pra cima - falei puxando-o pelo braço.

-Tella, o que que é isso no seu pescoço? - ele perguntou inocentemente, enquanto subiamos as escadas.

-Não é nada de mais, Jar. Vai pro seu quarto que eu vou tomar um banho.

Com a carinha triste, ele voltou para o quarto e eu fui para o meu banheiro tomar um bom de um banho. Assim que fechei a porta atrás de mim, fui tirando minhas roupas e assim que todas foram despidas, me encarei no espelho para ver minha situação. Meu pescoço estava cheio de marcas de mordidas e chupões muito visíveis. Meus seios estavam na mesma situação, e havia marca de dedos nas minhas coxas. Meu cabelo negro encaracolado caía todo bagunçado até a minha cintura, e meus olhos cor de mel estavam com olheiras profundas. Meus lábios estavam vermelhos e inchados.

Fiquei embaixo do chuveiro por pelo menos meia hora, relembrando coisas sobre a noite que eu havia passado. Com meu primo. Eu não via nada de errado nisso e eu sabia que nem Brian, mas não era igual a nossos pais. Eles não poderiam saber que nós transamos.

Assim que saí do banho logo sequei meu cabelos e fui colocar alguma roupa. O clima estava quente, como sempre está, por isso pus um short jeans bem curto, uma camiseta regata preta e o allstar preto todo ferrado que eu tenho há anos. Passei um pouco de maquiagem para esconder as marcas do meu pescoço, delineador, lápis e rímel nos olhos. Peguei meu celular e me preparei pra sair de casa.

-Tella, Tella - chamou Jared, assim que me viu descendo as escadas - Me leva pra tomar sorvete?

-Claro - falei com um sorriso - Vamos.

Meus pais haviam saído, por isso deixei um bilhete dizendo que Jared e eu íamos sair. Levei o pequeno pela mão até a sorveteria que tinha a duas quadras da nossa casa. Sentamos em uma das mesas do lado de fora e esperamos a moça vir nos atender.

-Olá, em que posso ajudá-los?

-Pra mim nada - falei.

-Eu quero um sorvete de chocolate beeeem grande - ele disse com os olhos brilhantes - E com cobertura de morango.

-Três bolas de chocolate preto com bastante cobertura de morango - traduzi para a garçonete, que sorriu para Jared.

Ficamos esperando pelo sorvete por pouco tempo, e quando chegou, o pequeno atacou a sobremesa na sua frente como se fosse a última coisa que comesse na sua vida inteira. Fiquei assistindo-o, lembrando da minha infância.

Meus pais naquela época chegavam a ser carinhosos comigo. Me davam presentes, roupas, livros, cd's e tudo que eu queria. A única coisa que eles pediam em troca era que eu estudasse muito. Naquela época eu não tinha muito contato com Brian, apenas o via uma ou outra vez. Quando eu tinha onze anos minha mãe engravidou novamente, e assim que souberam que era um menino, eles me esqueceram. Não literamente, apenas começaram a se dedicar mais ao pequeno Jared que não havia nascido ainda do que a mim, que naquela época não sabia de porra nenhuma desse mundo. Foi ai que encontrei refúgio na casa do meu primo. Ele que me apresentou as bandas que gosto hoje, por causa dele esse é meu estilo e por causa dele eu sou quem sou. Só tenho que agradecer a ele, claro, mas é aí que piora a situação. Logo que meu irmão nasceu, comecei a não conseguir dormir bem por causa do choro do bebê e a não conseguir estudar, pois tinha que cuidar dele enquanto meus pais trabalhavam.

Isso fez com que minhas notas baixassem consideravelmente de 10 para a média 6. Isso fez com que meus pais ficassem muito bravos comigo, e quanto mais eu me culpava daquele ódio que eles tinham de mim, menos eu tinha tempo para estudar. Finalmente aos catorze anos eu decidi que estaria pouco me fodendo para o que eles queriam que eu fizesse da vida. Minhas notas escolares continuavam na média, nunca abaixo disso, e eu comecei a sair, beber e fumar.

Me perdi nos pensamentos e nem reparei em quem havia parado para conversar comigo. Zacky.


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Notas finais do capítulo

eaiiii, o que acharam?



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