Resident Evil: Undead Nightmare escrita por Goldfield


Capítulo 8
Cenas LXIV a LXX




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Cena LXIV

 

Vemos o interior de uma sala escura, repleta de pó e teias de aranha como quase todas as outras da torre. Súbito, surge por sua porta aberta um facho de luz, o qual, passando sobre a câmera e sobre o ambiente, acaba por revelá-lo aos poucos. A imagem assume a visão da portadora da lanterna, mostrando grandes peças desativadas de maquinário, alguns mecanismos bastante complexos. O rosto da personagem é exibido brevemente enquanto ela caminha pelo local, seus passos fazendo a madeira no chão gemer: Ada Wong. Depois a câmera retorna para sua perspectiva, a oriental se aproximando de uma grande máquina ao fundo do recinto... Composta pelo sistema de engrenagens do grande relógio da torre, o qual deve ser colocado em funcionamento para que os sinos possam tocar.

 

Vista de lado, Ada se abaixa diante do mecanismo, examinando-o atentamente com a lanterna enquanto seu rosto assume uma expressão de dúvida. Tornamos a ver através de seus olhos, o foco de luz passando pela série de engrenagens e roldanas... Até que se detém num espaço vago, um pequeno suporte indicando que algo deveria estar fixado ali. Há uma peça faltando.

 

ADA – Eu sabia... Fácil demais!

 

Wong suspira e é vista levantando-se, olhando então fixamente para a máquina com uma mão no queixo, pensativa.

 

Cena LXV

 

Retornamos à escadaria. Annete, ainda caída e inconsciente, é vista de cima, até que leves movimentos em seu corpo revelam que ela está recobrando os sentidos. Há um zoom enquanto a cientista se senta nos degraus aos gemidos, uma das mãos massageando a cabeça ferida. As pontas dos dedos da mulher se mancham de sangue, fato que é focado pela câmera.

 

ANNETE – Vadia!

 

O ângulo se altera e o espectador observa Annete levar a outra mão ao interior do jaleco, de onde tira algum tipo de peça dourada. A imagem se aproxima do objeto: uma engrenagem reluzente com algumas jóias incrustadas. É fácil concluir se tratar do artefato ausente no mecanismo do relógio.

 

ANNETE – Mas deixou algo para trás...

 

Birkin fica fitando a peça em sua mão por vários segundos, como se fosse um tesouro de inestimável valor. A câmera primeiro mostra a engrenagem por cima do ombro da personagem e então passa para o lado oposto, centrando-se nos olhos doentios da mulher.

 

ANNETE – Nós vamos vencer, querido... Nós vamos vencer!

 

É ouvido um barulho inesperado, semelhante a algo pesado golpeando uma superfície sólida. A câmera, ainda no rosto de Annete, testemunha seu semblante transitando de uma leve apreensão para uma psicótica expressão de felicidade. O som se repete, mais intenso do que antes. E de novo, e mais uma vez...

 

ANNETE – William... É você?

 

A cena torna-se uma confusão de imagens e cortes rápidos. A seqüência de barulhos é encerrada com um estrondo, como se algo houvesse finalmente cedido aos golpes, provavelmente uma parede. Depois se seguem aparentes passos sobre a escada, breves relances da face sorridente de Annete, uma gargalhada... Que logo se transforma em grito, estranhos ruídos remetendo a algo sendo perfurado dominando a tomada junto a uma música clímax... E a última coisa percebida pelo espectador são várias gotas de sangue pingando e escorrendo pelos degraus da escada.

 

Cena LXVI

 

Claire e Sherry seguem lentamente por um corredor, a menina demonstrando fisicamente que conta com a jovem como sua protetora. As duas são mostradas de cima, de costas e então de frente, uma trilha de suspense fornecendo uma relativa tensão.

 

SHERRY – Você tem certeza de que este caminho é seguro, Claire?

 

CLAIRE – É sim, querida. Não se preocupe. Logo encontraremos meus amigos e sairemos daqui!

 

SHERRY – Eu ainda estou com medo...

 

Vemos brevemente o rosto de Claire, um pouco consternado ao ouvir a afirmação da adolescente. A dupla pára de caminhar. A imagem passa para Sherry, frontalmente, a irmã de Chris se abaixando diante dela e colocando as mãos em seus ombros.

 

CLAIRE – É natural sentir medo, ainda mais numa situação como esta. Também estou apavorada. Mas precisamos nos esforçar um pouco se quisermos sair deste inferno.

 

SHERRY – Eu não consigo parar de pensar nos zumbis... E no monstro!

 

CLAIRE – Por que não tentamos conversar sobre algo para nos distrairmos? Assim o medo irá embora!

 

A filha do casal Birkin acena com a cabeça, Claire levantando-se e voltando a andar junto com ela. São novamente retratadas de diferentes ângulos, a câmera por fim focando Sherry de frente.

 

SHERRY – Sobre o que quer falar, Claire?

 

CLAIRE – Não sei... Algo que goste de fazer?

 

SHERRY – Eu gosto de estudar. Meus pais me ensinaram a ser assim.

 

CLAIRE – Como assim?

 

SHERRY – Eles nunca me deram muita atenção, acho que por causa do trabalho deles. Fico quase sempre sozinha, e os livros se tornaram meus companheiros. Tanto os livros de escola quanto os livros de histórias.

 

CLAIRE – Em que série você está na escola?

 

SHERRY – Sétima. E minha matéria preferida é biologia. A Ângela também gosta.

 

CLAIRE – Ângela é sua amiga?

 

SHERRY – Sim, Ângela Ashford, minha melhor amiga. O pai dela é cientista também. Tomara que ela tenha conseguido sair de Raccoon...

 

Súbito, mostradas de costas, as duas sobreviventes cessam novamente de caminhar, permanecendo imóveis enquanto olham fixamente para o fim do corredor. A câmera logo revela o motivo da cautela: a maçaneta da porta localizada neste está se mexendo. Os rostos assustados das personagens são evidenciados em meio aos sons cada vez mais altos da alavanca sendo manejada, emperrando aos solavancos em meio à aparente dificuldade da pessoa do outro lado em abri-la. Deve mesmo ser um morto-vivo.

 

SHERRY – Claire...

 

A motoqueira faz um sinal para que a menina fique em silêncio, e esta em seguida, centrada pela câmera, esconde-se atrás das pernas de sua defensora. A agitação na maçaneta, novamente focada, se intensifica, a cena atingindo o ápice da tensão quando ela é aberta de repente, a porta rangendo conforme se desloca... Apenas para revelar que é Douglas Harper o indivíduo em questão.

A tela volta a exibir Claire, sua expressão de alívio sendo bem perceptível.

 

CLAIRE – Você nos assustou!

 

HARPER – Impossível evitar, este lugar é tão velho que o cenário contribui para que todos se tornem ameaças em potencial. Quem é a garotinha?

 

CLAIRE – Sherry Birkin. Ela se perdeu dos pais.

 

SHERRY – Eles trabalham para aquela empresa... A Umbrella!

 

Harper e Redfield são vistos trocando um olhar de temor e suspeita. Nem a segunda sabia disso até então.

 

HARPER – Ela vem conosco, não haverá problema. E quanto ao resto do grupo?

 

CLAIRE – Ford está morto. Brad e Ben foram investigar um grito e sumiram. Já o Irons...

 

SHERRY – Ele não virá com a gente!

 

A câmera destaca uma grande convicção no rosto da menina. Depois retrata Claire, que não consegue conter um sorriso.

 

CLAIRE – Eu te explico depois. Cadê o Leon e a Ada?

 

HARPER – A vadia levou um tiro e Leon pulou na frente dela para recebê-lo. Depois disso ela sumiu, não confio nela. Tentei depois cuidar do ferimento do Kennedy, porém ele insistiu em ir atrás dela, achando que está em perigo... Eu não ousei impedir!

 

O trio é visto ligeiramente de cima e a cena termina.

 

Cena LXVII

 

Brad Vickers adentra o hall da Torre do Relógio vindo da porta que cruzara anteriormente com os colegas. É retratado de diferentes ângulos e distâncias conforme se dirige até o centro do ambiente, andando com dificuldade e ainda cobrindo com uma das mãos o ferimento causado pelo zumbi.

 

BRAD – Eles... Eles deviam estar aqui!

 

A imagem se aproxima do membro do S.T.A.R.S., destacando seu ato de olhar frustrado ao redor. Está mesmo sozinho ali.

 

BRAD – Alguém? Vivo?

 

A câmera é transferida para o chão, perto da porta destruída que leva à biblioteca, mostrando Vickers de longe... Quando uma grande bota pisa sobre o piso, tomando a tela. O piloto não percebe a misteriosa presença.

 

O zoom retorna para ele, denotando bem seu crescente desespero, o medo aflorando por seus poros junto com o suor. Aliás, a intensa quantidade deste condiz com o fato de estar infectado pelo vírus. A desolação no semblante de Brad é agora total: dá-se conta de que não vai mais sobreviver.

 

BRAD – Por favor, alguém?

 

O foco volta para junto do piso xadrez, as botas ameaçadoras continuando a caminhar... A câmera depois sobe e se afasta ligeiramente, revelando quem é o recém-chegado: nada mais nada menos que o T-00, avançando em sua típica postura remetente a Frankenstein, punhos fechados e causando a impressão de realmente ser indestrutível. Traz ainda a maleta com o G-Virus. Seu rosto inexpressivo só complementa o perfil de um perfeito assassino.

 

Vickers, visto de frente, percebe o inimigo, apontando a pistola para ele após uma breve relutância, quiçá conformismo. Geme ao movimentar o braço, deixando crer que sofrera uma fisgada no músculo ao fazê-lo por causa da mordida.

 

BRAD – Mais essa...

 

Mostrado de costas e de cima, Mr. X prossegue em seu trajeto rumo ao alvo, Brad recusando-se a correr. Exibido novamente, agora de lado, Vickers dispara três vezes contra a criatura, as balas se mostrando totalmente inúteis. O sobrevivente está bastante trêmulo.

 

Numa panorâmica do set, o espectador acompanha o final da aproximação do mutante. Quando ele está a apenas dois metros de si, a imagem tornando a se aproximar, Vickers atira a arma de fogo longe e retira sua faca de combate do uniforme, brandindo-a contra o oponente. Porém, quando vai atacar, o T-00 agarra seu braço, pressionando-o e torcendo-o. Vickers grita de dor e solta a faca, o som de ossos se quebrando também se fazendo destacar.

 

BRAD – Maldito!

 

A câmera acompanha a queda de Vickers, agora totalmente indefeso diante do Tyrant. Ele ainda tenta rastejar para longe dali, empreendendo um último esforço para sobreviver. A imagem se alterna por alguns instantes entre a face vencida e sem esperanças de Brad e a fria e alheia do agressor, sua careca refletindo o brilho das luzes do hall. O piloto morde os lábios.

 

BRAD – Vá para o inferno, desgraçado!

 

Assumimos a visão de Vickers no chão, observando Mr. X erguer uma das pernas até uma certa altura... Para então abaixar o pé de forma veloz e poderosa bem em cima da cabeça de sua vítima. O escurecimento da tela e o som de algo sendo espatifado vêm simultaneamente.

 

Cena LXVIII

 

Regressamos uma vez mais à escadaria rumo ao topo da torre. O lugar é visto de cima e de longe, num primeiro momento dando a impressão de que continua o mesmo... Mas assim que a proximidade e o ângulo mudam, o espectador consegue notar pedaços retorcidos de ferro que um dia compuseram parte do corrimão da escada, além de muitas manchas de sangue na parede e degraus.

 

A câmera então mostra Annete Birkin, ofegante, caída sobre os mesmos, um enorme ferimento em seu abdômen, resultado de algum tipo de perfuração, revelado num zoom. Seu jaleco e demais vestes estão totalmente ensopados de líquido vermelho.

Apesar da terrível situação em que se encontra, seu rosto é focado... E ela sorri. Sorri insanamente.

 

De repente, um engatilhar de arma é ouvido. A imagem recua um pouco, deixando visível o cano de uma pistola apontada para a nuca da cientista.

 

ADA – Acho que você se esqueceu de me dar uma coisa!

 

Annete perde a expressão de triunfo e ergue os olhos, em seguida a tela assumindo sua visão, retratando Wong olhando para baixo com um sorriso astuto nos lábios, estando de ponta-cabeça devido à perspectiva da observadora. O foco muda, mostrando agora uma das mãos ensangüentadas da esposa de William... Que ainda segura a engrenagem dourada firmemente.

 

ADA – Dê-me a peça!

 

Começa a haver alternância de ângulos, tanto entre as falantes, quanto à cena em si.

 

ANNETE – Nunca, sua vagabunda! Vão morrer aqui, jamais levarão a criação de William!

 

ADA – Você quer que sua filhinha se torne comida dos mortos-vivos também? A única chance de ela escapar desta cidade é que eu consiga tocar os malditos sinos!

 

Fica claro para nós que Annete reluta por um momento.

 

ANNETE – Sherry ficará bem com ou sem a ajuda de vocês!

 

ADA – Se o seu querido marido fez isso com você, imagine o que vai fazer com ela...

 

ANNETE, gritando – Cale a boca!

 

Novos passos são ouvidos na escada, fazendo as duas mulheres interromperem o diálogo. A tela mostra os degraus inferiores, e eis que por eles surge Leon, subindo-os com um pouco de custo, arma na mão direita e um grande curativo branco no ombro baleado. É retratado de frente, parando diante das personagens.

 

LEON – Ada?

 

Há mais uma alternância entre os presentes na cena conforme falam. Wong parece confusa, não sabe se aponta a arma para o policial ou se continua ameaçando Annete.

 

ADA – Saia daqui, agora!

 

LEON – Não antes de saber o que está acontecendo!

 

ADA – Você não pode saber.

 

ANNETE – Ha, um policial local? Realmente não sabe o que está havendo aqui? Oh, que ingenuidade...

 

ADA – Cale a boca, Annete!

 

LEON, apontando sua arma para Ada – Diga-me já o que é tudo isto, ou eu juro que atiro!

 

Os personagens permanecem em silêncio por alguns instantes, a câmera se detendo nas expressões faciais de cada um. Um remix da trilha “Ada’s Theme” do jogo “Resident Evil 2” começa a tocar ao fundo.

 

ANNETE – Ela não passa de uma espiã enviada para roubar o G-Virus, maior realização de meu marido como pesquisador. Ele não queria que caísse nas mãos da Umbrella, porém a empresa cuidou para que não conseguíssemos fugir com as amostras, enviando agentes como ela para nos destruir...

 

ADA – Eu não trabalho para a Umbrella!

 

ANNETE – Para quem então? Diga!

 

LEON – Ada, isso é verdade?

 

ADA – Eu... Trabalho para o FBI!

 

ANNETE – Mentira!

 

LEON – Ada, conte a verdade. Será melhor.

 

ADA – Não há verdade!

 

Os pés de Ada são vistos recuando lentamente pela escada, até que, de súbito, toda a estrutura emite um rugido medonho, similar talvez a um gemido tumular. Ela toda balança e, numa ampliação do ângulo, começa a ruir.

Annete gargalha, Leon, de frente, é mostrado agarrando-se a um pedaço de corrimão. Quanto a Ada, tornamos a ver seus pés, enquanto o metal sob eles despenca... Ela perde o equilíbrio e cai rapidamente.

 

LEON, gritando – Ada!

 

O policial tenta saltar sobre os degraus para agarrar a oriental, a câmera seguindo seus movimentos. Todavia, sua mão esquerda consegue apenas resvalar nos dedos de um dos braços erguidos de Ada, que assim prossegue em sua queda, a câmera mostrando-a a precipitar-se por cima e então por baixo rumo ao térreo da torre, a cena terminando assim que sua calça tampa a visão do espectador e é ouvido o som de um baque.

 

Cena LXIX

 

Uma porta de madeira vista de frente. Ela se abre de súbito, chutada por Douglas Harper, que é o primeiro a atravessá-la. É acompanhado de Claire e Sherry, que olham aturdidas em volta.

 

O ângulo da cena é invertido, a câmera estando agora logo acima do trio, revelando uma sala aparentemente vazia e escura... A não ser por uma figura humana sentada no chão junto a uma parede, um dos braços apoiado numa poltrona próxima.

 

HARPER – Hei!

 

BEN – Sou eu... Bertolucci...

 

Os sobreviventes recém-chegados são filmados mais uma vez frontalmente, Douglas fazendo um sinal para que Claire e Sherry se retirem. A primeira volta-se para a menina, fala algo para ela em voz baixa, e então se retiram calmamente pela porta.

 

A sala é retratada numa tomada ampla, Harper caminhando até onde Ben sofre com sua condição. O repórter geme de dor, uma das mãos massageando o tórax. Douglas se abaixa ao lado do infectado, ambos mostrados de lado.

 

HARPER – O que houve com você?

 

BEN – Eu não sei... Alguma coisa entrou em mim...

 

HARPER – Entrou? Como assim?

 

Há um zoom no abdômen do jornalista, junto com um estranho som gutural, como se algo estivesse dançando dentro de si. Ele geme e se contorce de dor, a imagem então passando para um desolado Harper, que não pode fazer nada a não ser observar.

 

HARPER – Nós vamos cuidar de você.

 

BEN – Cuidar como? Vocês mal podem se proteger... Deixem-me aqui. Logo meu fim virá!

 

A câmera se afasta ao mesmo tempo em que o corpo de Ben passa a ter espasmos violentos. O repórter se encolhe, agita os braços, praticamente tendo uma convulsão. Douglas se levanta e recua assustado, a tela focando sua expressão de espanto e depois se tornando seus olhos, que testemunham o que ocorre com Bertolucci: os ruídos dentro de seu corpo se intensificam, até que sangue começa a minar na região de seu ombro esquerdo...

Ele grita com agonia enquanto um buraco é aberto de dentro para fora nessa mesma região, sangue jorrando ao redor e o braço ficando preso ao tronco apenas por uma fita de carne. Pela grotesca abertura surge uma criatura similar à que adentrou o jornalista pela boca, porém agora mais parecida com uma barata; claro, dezenas de vezes maior. Assim que se vê livre, corre para uma parede e desaparece por uma fresta, acompanhada do início ao fim pela câmera.

 

A face horrorizada de Harper é novamente exibida e então a imagem retorna para Ben, que dá seu último suspiro.

 

BEN – Sobreviva, Douglas... Sobreviva e acabe com a Umbrella!

 

Em seguida Bertolucci tomba morto, seu cadáver mutilado liberando um verdadeiro mar vermelho em tudo que o cerca.

 

O foco retorna a Harper.

 

HARPER – Eu irei fazer isso, seu filho da mãe... Nem precisava ter pedido!

 

Douglas se levanta e caminha na direção da porta.

 

Cena LXX

 

A torre. O corpo inerte de Ada Wong, estatelado no chão, é visto bem do alto, depois a imagem se aproximando, Leon também chegando perto da oriental e abaixando-se ao seu lado. Os dois então passam a ser filmados de lado.

 

LEON – Ada... Por quê?

 

ADA – Este não é um mundo justo, Leon. Já devia ter descoberto isso.

 

A câmera se alterna entre ambas as faces.

 

LEON – Você escolheu seu caminho... Creio que agora não há mais volta.

 

ADA – Eu vivo renascendo. Meu tutor falava que eu era como uma borboleta... (sorri) Deve ser por isso que gostava tanto de brincar com elas quando era criança.

 

LEON – Bem, e agora?

 

ADA – Quero apenas agradecer-lhe por ter pulado na frente daquela bala.

 

Com muito esforço, Wong consegue impelir seu corpo para cima, agarrando a cabeça de Leon. Ela a conduz até a sua, e os dois se beijam por um momento. Outra parte do remix de “Ada’s Theme” embala a cena. Logo as bocas se separam, e os dois personagens se encaram durante bons segundos, calados.

 

ADA – Adeus, Leon.

 

A espiã fecha os olhos. Aparentemente morta.

 

LEON – Ada...

 

Há um corte súbito, a primeira coisa a ser exibida depois sendo o corpo de Annete. Uma música de ação começa. A mulher de Birkin também já perdeu a vida, estando com os olhos bem abertos e um sorriso doentio gravado em suas feições para sempre. A câmera se detém assim no cadáver, até que Leon se aproxima e agacha-se, abrindo os dedos da mulher que ainda seguram de forma forte a engrenagem dourada. O policial a apanha, o foco acompanhando a trajetória da peça até um dos bolsos de seu uniforme.

 

Outro corte. Kennedy já está na sala no alto da torre, ajoelhado diante do maquinário que faz o relógio funcionar. É visto de costas, e então há um zoom em sua mão direita conforme encaixa a engrenagem no vazio entre as peças. Ela se fixa perfeitamente. Depois vemos sua outra mão pressionando um botão vermelho. As máquinas entram em funcionamento. A imagem se abre, retratando Leon olhando ao redor... E quase imediatamente os sinos da Torre do Relógio começam a tocar em alto e bom som.

 

Continua...


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