Danny me olhou e sorriu. Quando ele abriu a porta, percebi que o quarto dele era diferente dos outros, antes de chegarmos ao quarto propriamente dito, havia uma espécie de corredor estreito, com várias fotos pelas duas paredes, quando chegamos ao arco que dava acesso ao quarto dele, eu pude ver que realmente ele deveria ser o mais desorganizado de todos, mesmo com a “arrumação” que ele e o Dougie fizeram, ainda havia algumas coisas fora do lugar. Perto da porta de entrada do quarto havia uma penteadeira de madeira com um espelho grande, à direita, perto da parede estava a cômoda de madeira marfim, com algumas fotos e outras coisas, ao fundo do quarto estava a cama de casal, a cabeceira da cama dele, diferentemente da dos outros não estava encostada na parede, havia uma cortina separando-a de lá, parecia que havia algo mais atrás da cabeceira da cama, mas não dava para ver pois estava coberta por uma cortina amarela, assim como as outras que cobriam as janelas, os lençóis da cama eram vermelhos.

Na parede ao fundo do quarto havia duas grandes janelas cobertas pelas cortinas amarelas, perto da parede direita havia um cabide cheio de roupas penduradas, ao chão, no meio do quarto havia um enorme e fofo tapete vermelho, na parede da esquerda, perto da porta estavam as prateleiras brancas, com todas as coisas que havia no quarto dos outros três, as paredes também eram repletas de pôsteres e também havia uma linda guitarra vermelha com o escudo branco pendurada em uma delas.

-Aqui é o nosso local de diversão. -Dougie falou se aproximando da cabeceira da cama e abrindo a cortina que a separava da parede.

Quando ele fez isso, eu pude notar que ali, atrás da cabeceira da cama do Danny havia algumas coisas bem legais, tinha um monte de equipamentos de som, como pick-ups de DJ´S, mais guitarras, violões, e mais um monte de aparelhos que pra mim não significavam nada, mas pareciam servir para mixar ou fazer musica, sem falar no computador todo equipado.

-Aqui é a nossa disco. -Harry falou sorrindo. -Por isso o apelido do Danny, quer dizer, um dos é Danny Disco, porque ele mixa musicas pra gente dançar.

-Legal!

Quando me aproximei mais da aparelhagem de som, vi que o Dougie fez um som de riso:

-O que foi?-eu perguntei.

-O Danny deve gostar mesmo de você!

Eu e o Danny o olhamos rápido.

-Por quê?

-É que ele não deixa ninguém chegar perto da aparelhagem de som dele, e você tá bem aí.

-Ora, não fala besteira Dougie!

-Danny, se incomodar eu posso... Ah meu DEUS!-Antes que eu pudesse terminar, notei algo que me chamou a atenção.

-Opa, acho que ela viu o Stuart. -Tom falou firme.

Havia um aquário lá, e um ratinho branco brincava correndo em um túnel.

-Não precisa ter medo... -Antes que o Danny terminasse, eu me abaixei, abri o aquário e peguei o ratinho na mão.

-Qual o nome dele?-os quatro me olhavam abismados. -Ele é tão fofo.

-É, é sim, achei que você fosse ficar com medo.

-Medo? Eu? De uma coisinha tão fofa? Nunca!

Me abaixei de frente ao aquário e coloquei o ratinho de volta.

-Tchau fofinho.

Saímos do quarto do Danny e voltamos para a sala, afinal precisávamos nos conhecer um pouco melhor, já que com toda certeza, aqueles quatro seriam meus únicos amigos naquela cidade horrenda.

 -Amei a casa de vocês, sério. -eu comecei quando a gente chegou à sala.

-Sério?-Dougie me olhou abismado.

-Seriíssimo, amei aqui. Agora quero que vocês me falem um pouco sobre vocês...

-Por que você não começa?-Tom me olhou. -A visita tem sempre a preferência!

-O que querem saber sobre mim?

-Primeiramente, o que te trouxe à essa cidade?-Harry perguntou me olhando firme.

-Meu pai e eu morávamos em Oregon...

-Péra um segundo, Oregon, Oregon?-Harry perguntou.

-É Harry, Oregon!-Tom o cortou.

-É não me odeiem, por favor, mas sou americana!

Desci do sofá e sentei no carpete do chão, Dougie fez o mesmo, sentando ao meu lado, Harry sentou ao lado dele, Tom ao lado do Harry e o Danny do meu outro lado, na verdade fazíamos um circulo no carpete da sala.

-Ah, então é por isso que eu achei seu sotaque estranho. -Danny comentou.

Todos o olharam e começaram a rir:

-Meu sotaque é estranho? Se o meu é estranho o seu é o que?

Ele não disse nada, apenas baixou a cabeça visivelmente embaraçado:

-Eu disse alguma coisa?-eu falei olhando ao redor o Danny que parecia mais tímido do que nunca e os outros riam disfarçadamente.

-É que ele é do sul, de Bolton, sabe? Por isso que o sotaque dele é estranho. –Tom falou me olhando.

-Ah, tah foi mal!

-Bom, mas continue falando de você... -Harry falou.

-Se você morava em Oregon, o que ta fazendo aqui?

Todos olharam abismados a indelicadeza do Danny:

-DANNY!-Tom o repreendeu.

- O que foi? Eu só perguntei!

Eu o olhei, ele realmente parecia não ter se dado conta da indelicadeza que cometera.

- Tive que vir embora, porque meu pai foi transferido no trabalho dele, ele é policial e...

Antes que eu terminasse, Danny me interrompeu.

-Quando eu era pequeno, eu queria ser motorista de carro de policia, não policial, só motorista de carro de policia, para eu poder ter uma sirene e usá-la. Brummm.

Foi a coisinha mais fofa que eu já havia ouvido, Danny parecia realmente não pensar como os outros caras que eu conhecera, ele dava importância as coisas pequenas.