Capítulo 8

Eu me perdi no meio de um turbilhão de pensamentos, mas como assim, se essa garota poderia ser eu? Não, não pode ser, eu só sou amiga dele, e eu acabei de voltar!

– Mas como assim eu?

– É, você já parou para pensar nisso? – ela respondeu me encarando sem expressão alguma.

Realmente eu não havia pensado nisso ainda, eu nem se quer havia perguntado quem é essa garota para ele, mas não poderia ser eu, não tinha nem motivos pra isso, não agora.

Senti alguém me agarrar por trás me virei e deparei com o Justin sorrindo alegremente para mim.

– Tudo bem? – perguntei a fim de descobrir o porque de tanta alegria.

– Tudo, porquê? – ele arqueou uma das sobrancelhas.

– Nada! – sorri e me virei novamente para a Gi, que fez uma cara vitoriosa e piscou pra mim.

– Vamos dançar? – ela nos convidou e me virei para o Justin que ainda agarrava minha cintura. Ele assentiu com a cabeça então seguimos para a pista.

– Onde você estava? – perguntei para ele enquanto seguíamos a pista.

– Falando com o pessoal do basquete, fazia muito tempo que eu não trocava uma idéia com eles. – ele respondeu e sorriu, assim espero.

Estava tocando Super Bass da Nicki Minaj, começamos a dançar loucamente nos divertindo muito, Jus me rodopiava e eu dançava de uma forma espontânea, sem ligar pra quem estava do nosso lado olhando, rindo, ou cochichando, mas tinha uma pessoa que não estava gostando nada daquilo, a Nathaly, ela e a gang de vadias atrás.

Ela me fuzilava com os olhos, mas eu pouco me importava, quem era ela para estragar a minha festa?!

Chaz chegou me arrancando dos braços do Jus, me dando um beijo no rosto, e dizendo um “oi” sorri, e mandei um “oi” também.

Olhei em volta para localizar o Jus novamente, mas foi em vão, não achei mais ele, e a Vadia já tinha saído dali também, com certeza ido atrás dele.

Pedi licença para o Chaz, e saí da pista procurando pelas meninas ou pelo Justin.

Primeiro achei Bella agarrada com o Ryan, e Gi sentada com outras garotas numa bancada, depois olhei mais para o canto da sala e vi Justin próximo da Nath, eu sinceramnete não esperava por isso, fiquei por um tempo encarando ele serimente, até que ele me encarou de volta, nos olhamos por alguns segundos e ele nem se mexeu, fiz um “não” com a cabeça e saí olhando para o chão.

Senti uma mão puxar meu braço fortemente e meu corpo virar com o impulso.

– Emy, por favor! – Justin falou olhando no fundo dos meus olhos, como se fosse possível no meio daquele pisca-pisca, tentei evitar olhar pro seus perfeitos e hipnotizantes olhos, mas não deu muito certo e levantou meu rosto e continuou a me encarar.

– Justin, você sabe muito bem que eu odeio essa garota, ela me odeia, e você continua perto dela, vai lá então. – tentei me soltar dele mas ele é mais forte do que eu, então falhei.

– Você que sai dançando com o Chaz, me deixa plantado no meio da pista, e quer que eu fique ali de platéia? – ele disse sinceramente

– Primeiro que foi ele quem me puxou, segundo que eu parei de dançar e vim te procurar, e terceiro que eu te vejo perto daquela vadia, será que você não se toca?

– Eu não quero brigar com você Emy, desculpa! – ele apertou minhas mãos e se aproximou um pouco.

– Eu também não, mas é inevitável desse jeito. – falei sem me mexer.

– Só me desculpa, eu não quero nada, e nunca tive nada com a Nathaly, ela se aproveitou que eu estava sózinho e veio atrás de mim, agora só me interessa uma pessoa, e é a mesma de quem eu te disse hoje mais cedo – minha cabeça voltou a rodar depois disso, Justin se aproximou de mim e selou nossos lábios.

Foi como há três anos atrás quando eu tinha 16 anos e ele 17, o nosso primeiro beijo, sentir seu corpo caloroso perto de mim era bom, seu lábio doce, nossas línguas estavam em uma perfeita sintonia. Era totalmente estranho beijar meu melhor amigo, principalmente agora, que voltei, aquilo parecia mais uma forma de matar toda a saudade que sentíamos um pelo outro, nos separamos com um selinho demorado, e tomamos o fôlego que nos faltava novamente.

– Me desculpe! – ele falou baixinho encarando seu sapato;

– Não precisa, isso não foi um erro. – falei envergonhada segurando sua mão – hey, olha aqui! – ele levantou se rosto, e nos encaramos por uns instantes – o que foi isso? – tentei entender ele.

– Eu só não consegui me segurar, foi mal! – ele espremeu as sobrancelhas, esperando minha reação.

– Jus... me diz quem é essa garota por quem você diz estar gostando... – disse mais calma do que nunca, esperançosa de uma resposta que me explicasse tudo!

– Eu ainda não sei se posso dizer isso para alguém, eu ainda tenho que ter certeza desse sentimento. – é minha esperança foi em vão.

– Então ta, mas independente de tudo, saiba que eu sempre estarei aqui pra tudo, te ouvir, apoiar, e respeitar, sempre! – sorri pra ele que retribuiu, e me puxou novamente para a pista dançando.

Estava tocando Great Times do Will.i.am, começamos a pular no refrão da música, igualmente a todos, parece que a festa estava 10 vezes melhor.

“I’m living for the good times,

Good times,

Good times,

Good times.”

– Boa maneira de voltar para um país não é! – ele falou ainda dançando pra mim.

– Ótima! – respondi, sorrindo de orelha a orelha.

Vi Bella, Ryan, Gi, todos virem dançar junto, menos Chaz, acho que ele não gostou nada de eu ter deixado ele plantado no meio da pista de dança, para procurar Justin...

Acabou Great Times, e começou Tik Tok da Ke$ha, essa música sim explodiu tudo, todos pulavam e dançavam sem nenhum limite.

Quando estava acabando a música, saí um pouco para respirar, já estava morrendo sem ar ali no meio, fui até a varanda e encontrei Chaz sentado ali desanimado... estranho, o mais baladeiro assim?

– Qual é? Porque você está aqui sozinho, porque não foi dançar com o resto? – me sentei numa cadeira vaga ao seu lado!

– Acho que estou ficando louco, mas fiquei triste de você ter me abandonado lá na pista, pra ir beijar o Justin... – ele falou seguindo seu olhar dos seus pés para o céu estrelado

– Chaz, eu e você somos apenas amigos, muito amigos, mas não passamos disso! É melhor que isso fique claro agora, pra não atrapalhar no futuro, Justin está meio abalado por uma garota, e eu só fui tentar ajudar... – falei com as melhores palavras, pensando em tudo para não falar nada de errado.

– Tudo bem, princesinha! – ele se levantou pra me abraçar, e eu me levante também, ficamos um pouco ali agarrados, mas logo nos separamos puxei ele pra pista e começamos a dançar, agora todos juntos!

A noite foi maravilhosa, puxei o Justin pra um canto e perguntei se ele já estava indo, mas pelo que percebi, ele não estava nem um pouco sóbrio, não estava falando coisa com coisa, e eu não ia deixar ele ali naquele estado, sabendo que nenhum amigo que presta iria o levar embora depois!

– Me dá sua chave! – gritei pra ele ouvir

– Você ta louca? – ele olhava para as garotas que passavam perto e as comia com os olhos, me irritei com a situação, e o puxei para fora da casa.

– Você está bêbado Justin, já são 3 horas da manhã, vamos embora agora, me dá a chave do seu carro! - ordenei

– Não! – ele me desafiou

– AGORA BIEBER! – cruzei meus braços esperando a sua atitude.

– Me obrigue. – ele me desafiou novamente, e arqueou sua sobrancelha vitoriosamente.

Agarrei ele de uma forma rápida, fui aproximando meu rosto do dele, e empurrando para o carro, quando ele ia tomar atitude e me beijar, coloquei minha mão no seu bolso e puxei a chave.

– Aprenda: nunca se distraia com os encantos de um adversário! – me aproximei bem da sua boca e falei baixinho, depois sorri vitoriosa me afastando.

– Isso foi golpe baixo! – ele falou na defensiva

– Então aprenda como de faz! – apertei o alarme e destravei o carro.

Ele tentou pegar chave da minha mão, mas eu o driblei abri a porta de trás e empurrei ele ali dentro, Justin caiu de uma forma desajeitada e me lançou um olhar fuzilante.

Entrei no carro e dei partida seguindo devagar até a curva da rua, vi Justin pulando do banco de trás para o da frente, e ligando o rádio alto! Apenas ignorei e segui meu trajeto, ele não estava bem mesmo!

Estacionei na porta da sua casa e o puxei pra fora do carro, ele seguiu cambaleando até a porta e entrou, ajudei ele a subir as escadas e graças a Deus, não tinha ninguém acordado, fui levando ele até seu quarto, e depois para o banheiro, liguei o chuveiro, e o deixei bem gelado. Segurei no seu corpo e o enfiei ali de baixo, ele reclamava por estar gelada e eu não ligava, me dava dó ver ele passando frio, mas era preciso isso. Ele vendo o que eu estava fazendo, me puxou pra baixo da água, ou seja tomamos um banho gelado juntos.

– Você ficou louco? – senti minha pele arrepiar na água fria.

– Não, você pediu isso! – ele riu, e me abraçou.

No mesmo instante tudo ficou caloroso, seu abraço confortante e quente me fez apagar do mundo, apoiei meu queixo no seu ombro e fiquei lá por um tempo sentindo seus braços envolvendo minha cintura.

– Eu tenho que ir Jus, se minha mãe me pega nesse estado... – falei me afastando dele e acordando pra vida novamente.

– Não, dorme aqui, sua mãe nem vai ligar, avisa ela amanhã. E você já está ensopada... – odeio quando ele tem razão. Caí nos seus encantos dessa fez e assenti rendida.

– Está bem, mas então eu preciso tomar banho, olha meu estado! – encarei meu corpo e percebi que meu vestido estava transparente colado no meu corpo. – me dá uma toalha? – falei o empurrando e o despertando de um devaneio, quer dizer de uma secada no meu corpo.

– Ta! – ele saiu e jogou um toalha na minha mão, pendurei ela no box e o expulsei do banheiro.